My Angel escrita por Lolita T
Notas iniciais do capítulo
Desculpa por não ter posto nome no cap. antes. Não me abandonem T_T.
Corri até a casa de Sophie. Como se adiantasse de alguma coisa, se meu pai quisesse, poderia me alcançar em segundos.
Parei em frente ao portão e toquei a campainha. Vi Sophie olhando de uma janela, que deveria ser de seu quarto, para mim, e em seguida correndo para abrir a porta:
-Nick! - ela disse sorrindo. - O que você faz aqui?
-Ah, bom, eu... queria apenas te ver. Mas se eu estiver atrapalhando, posso ir embora.
-Você não está atrapalhando seu bobo. Vem, entra. - ela disse segurando minha mão e me levando para dentro da casa.
Lembro-me perfeitamente da sala de estar: os móveis brancos, os dois sofás beges, e as paredes em um tom de pérola. Tudo claro, iluminado. Parecia um ambiente... alegre:
-Sente-se. - Sophie falou já sentada.
-Claro. - obedeci, sentando também.
-Nick, por que você quer tanto me ver? - ela perguntou, um tanto intrigada.
-Eu queria lhe perguntar algo.
-O que? - percebi que a havia deixado curiosa.
-Eu queria saber... se você fosse viver apenas um mês, como viveria? - indaguei, seriamente, olhando em seus olhos.
-Hum... - ela parou alguns segundos para pensar. - Acho que... se estivesse com quem mais amo nesse mundo, estaria bem. Mas... - a frase foi interrompida, pois nós dois sentimos um cheiro, vindo da cozinha. - Ah, o bolo deve estar pronto! Vem comigo.
Seguimos até a cozinha. Era fim de tarde e o pouco de sol que sobrava, chegava até a cozinha, deixando-a alaranjada. Sophie retirou o bolo do forno e eu me apoiei em uma bancada, ao lado da janela:
-Mas, Sophie, - chamei-a e ela ficou em frente a mim. - quem seria essa pessoa?
-Bom... não conte para ninguém. - ela disse se aproximando.
Em poucos segundos, senti seus lábios, quentes, encontrando os meus. Havia sido pego de surpresa, no entanto... atordoado, correspondi ao beijo:
-Eu passaria esse último mês ao seu lado. - ela disse após se afastar um pouco.
-E eu, logicamente, ficaria com você. - respondi, segurando sua mão.
-Você jura?
-Claro. Mas Sophie, por favor, pense no que você gostaria de fazer, se tivesse apenas um mês de vida.
-Bom, eu iria até a França, depois para a Rússia, e então Estados Unidos, conhecendo os lugares mais bonitos de cada um desses lugares, e também os mais desconhecidos. Faria uma tatuagem, dirigiria um carro, ah e iria para o Triângulo das Bermudas e depois de tudo isso ficaria em uma praia, com você, esperando a minha morte. - Sophie listava cada coisa como se já tivesse planejado isso há meses, e quando terminava de pronunciar cada frase, sorria.
-É uma boa lista.
-Ah, mas eu não trocaria nada disso pela minha vida. Não há nada no mundo melhor do que a sensação reconfortante de sentir o vento em seu rosto enquanto passeia de bicicleta, ou de sentir seu corpo em contato com a água fria de uma piscina em um dia de calor.
-Concordo.
A cada palavra que ela pronunciava eu me sentia mais culpado de ter feito aquela escolha de matá-la. Eu nunca me perdoaria por isso. Sentia a culpa entrando em mim e corroendo meu interior:
-Nick, você está muito quieto. O que houve? - o sorriso desapareceu de sua face angelical.
-Nada. - falei, balançando a cabeça, afastando os pensamentos ruins.
-Foi por causa do beijo? Só pode ter sido isso. - ela disse, com a voz um tanto triste. - Me desculpe.
-Não foi isso. Jamais teria sido. Eu não percebi. Eu é que deveria ter pedido desculpas.
Sophie apenas sorriu e enrolou uma mecha de seu cabelo ruivo com o dedo:
-Ahn... você quer bolo? - ela perguntou indo até a mesa.
-Pode ser. - respondi acompanhando-a.
O bolo foi cortado e colocado em dois pratos. Cada um pegou um e começamos a comer. Aquele sabor era maravilhoso.
Eu não necessitava de comida portanto nunca havia posto nada em minha boca. O bolo de Sophie havia sido a primeira e melhor coisa que havia provado:
-Está tão... bom. - disse, ao terminar a primeira garfada.
-Nick, é só bolo baunilha, não há nada de especial nisso.
-Foi feito por você e é isso que o torna tão especial.
-Verdade? - sua face se mostrava incrédula.
-Uhum.
-Você é perfeito sabia?
-Acredite, você não sabe quem eu sou.
Vi seu corpo se arrepiar e ela disse, me advertindo:
-Isso me assustou Nicholas!
Ao vê-la pronunciar essas palavras, não consegui evitar o riso. Eu sabia que ela estava brincando. Me ver rindo a fez rir também:
-Você é muito bobo. - ela falou quando parou de rir.
-Bom, - comecei, voltando a ficar sério. - Sophie, você gostaria de realizar os desejos da sua lista?
-Claro, mas por quê?
-Porque eu posso não estar mais aqui em um mês...
-Oh meu Deus Nick. Não me diga que você tem uma doença terminal.
Aquela era a desculpa perfeita, e eu nem precisei pensar nela. Se eu "tivesse" uma doença terminal, Sophie realizaria a lista comigo e eu não me sentiria culpado:
-Eu não iria dizer mas, eu acho necessário agora. Eu tenho um câncer e os médicos me deram apenas mais um mês de vida. - disse em tom baixo, tentando não ser trágico.
-Nick, - eu podia ver seus olhos brilhando por causa das lágrimas que estavam para vir. - é mentira não é? Me diga que é mentira.
Eu sabia que estava fazendo-a sofrer, mas era o melhor para nós dois. Mentira, na verdade, era o melhor para mim:
-Por que na minha vida só ocorre tragédias? O que eu fiz de tão errado? - ela dizia entre soluços.
-Você não fez nada de errado. - disse envolvendo-a em uma abraço. - Sophie, apenas esteja pronta para viajar em uma semana.
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