Mac e eu ficamos ali por algum tempo, até que um de nós decidimos falar.

-Mac, não foi eu. E acho que você sabe disso.

-É acho que agora eu sei que não foi você! Mais não quero alguém do seu nível perto da Micaela.- Ele disse se virando pra mim.

-Como assim? Do meu nível?- Eu disse espantada.

-Ah você entendeu!- Ele disse fazendo uma cara de pateta, há essa já é a normal dele!

-Não eu não entendi!- Eu já disse com a voz um pouco alterada.

-Não quero que a MINHA filha fique sabendo que a mãe dela foi presa.

-Mais como você mesmo disse que sabe que não fui eu.

-Não sei não, vai que aprendeu a mentir na cadeia.

-Eu não acredito que tá falando isso de mim, SEU FILHO DA PUTA! Se acha que você vai me separar da minha filha está muito engando.

-Eu só não acho como vou.- Ele disse se levantando e me deixando sozinha. –Desista Chloe, à perdeu para sempre.- Ele disse pegando ela no parquinho e a levando para o carro.

Eu não acreditava que aquele desgraçado iria fazer isso comigo, eu sei, até entendo ele quando não sabia  a verdade, ainda. Mais agora, acho que é pelo fato de me deixar mal, me fazer sofrer. Só que ele conhece a antiga Chloe, a babaca que abaixava a cabeça pra tudo o todos, não essa decidida que sabe o que quer da vida.

Tenho que tomar uma atitude ligada a minha vida e da minha filha...

Voltei para o hotel, tinha que pensar em alguma coisa, e rápido, e se ele decidisse sair da cidade quem sabe o tempo que demoraria pra encontrar os dois, se encontrasse.

Depois de algum tempo tentando descobrir o que ia fazer finalmente tive uma ideia. Pensem assim, a filha é minha. Não vou sequestra-la, só vou pegar o que é meu, pensem por esse lado.

Depois de ter a minha BRILHANTE ideia tinha que pensar em algum jeito de levar a Micaela comigo e o mais rápido possível. Tem que ser hoje. É o que eu pensava enquanto pegava um pouco de sonífero e cordas.

Arrumei todas as minhas coisas, paguei o hotel “é claro que não vou voltar pra cá, seria muito obvio” e fui para o carro, seria tudo essa noite mesmo.

Chegando bem na frente da casa do Mac vi que a luz do quarto da Micaela já estava apagada, e Mac ainda via futebol na TV. Entrei pela porta dos fundos com um grampo de cabelo, sem fazer nenhum barulho.

Isso não seria mais um trabalhinho igual e todos esses, seria diferente. Não iria matar ele, mesmo eu tendo passado por tudo isso que passei, me tornando alguém que eu não sou eu tudo por culpa dele, não consigo matar ele. É algo mais forte que eu, mesmo depois de tudo ainda tenho um sentimento por ele, sei que é muita idiotice estar falando isso aqui e agora, mais fazer o que nada é perfeito. É claro que seria muito mais simples matar ele de vez e fazer com que pensasse que ele saiu da cidade, conseguiria viver em paz pelo resto da minha vida, mais não é assim que vou terminar, não quero viver em um conto de fadas, onde tudo acaba com o “Felizes para sempre”  isso é patético, a vida não é assim.

Estava atrás do Mac, coloquei um pouco de sonífero em um pano, o suficiente para sair da cidade, e sem pensar duas vezes coloquei o pano em cima do nariz dele, o segurando por trás.

Continua...