Percy e Nico saíram em disparada pelo castelo assim que o primeiro leu o bilhete. Ele dizia que Draco Malfoy tinha pegado uma das joias que Hazel geralmente convocava quando estava nervosa e que a garota estava, naquele momento, na sala do diretor, esperando pelo irmão.

–Mas por que alguém iria roubar uma joia largada no chão? – Perguntou Nico em um misto de exaspero e nervosismo – Não é muito óbvio que ninguém largaria um rubi em perfeito estado no meio de um corredor?

–Obviamente a pessoa que pegou esse rubi não pensou nisso na hora. – Retrucou Percy.

Quando os dois enfim conseguiram chegar a sala de Dumbledore, já estavam ofegantes. Eles bem que já poderiam ter inventado o tele transporte, pensou Percy.

–Gota de limão* – Percy leu a senha escrita no papel e a gárgula que guardava a entrada da sala girou, dando lugar á uma ‘’escada rolante de pedra’’. Ele e Nico se entreolharam e decidiram em um acordo silencioso que Percy subiria com ele. Ao adentrarem a sala – enfurnada de retratos falantes que se mexiam – a primeira coisa que Percy viu foi Hazel em prantos sentada defronte ao diretor, que mantinha uma expressão serena.

–Sentem-se, por favor. – Ele disse. Percy viu de esguelha que Nico arqueara uma sobrancelha para o diretor. Não haviam cadeiras para que eles pudessem sentar. – Oh! Mas é claro. Como pude me esquecer? – Dumbledore disse dando um risinho. Com um aceno de sua varinha duas cadeiras se materializaram ao lado da de Hazel, que soluçava.

–Agora, Srtª Levesque, poderia nos contar o que foi que aconteceu? – Perguntou o diretor em um tom sereno.

–Ela convocou uma pedra amaldiçoada para sabotar Draco! – Percy se sobressaltou ao ver a garota de quem a voz vinha – Ela é uma anomalia!

As mãos de Percy se fecharam em punho ao ver Hazel soluçando mais forte ao seu lado, e teve vontade de mandar a garota fazer uma visita á Cronos quando viu o sorriso cínico em seu rosto.

–Obrigada, Srtª Parkinson, mas quero ouvir os fatos vindos de Hazel. – Cortou o Diretor. Por um segundo, Pecry viu o sorriso da garota vacilar, mas ao ver que ele a encarava ela ampliou ainda mais a expressão cínica.

–Eu... bem – Hazel começou, tentando conter o choro. – Quando eu fico nervosa, essas joias ou metais aparecem...

–De onde elas veem exatamente? – Perguntou Dumbledore.

–Do mundo inferior. – Explicou Hazel – Bem... essas joias são amaldiçoadas. Quem as toca morre ou fica gravemente ferido.

A tal de Parkinson fez um barulho entre um grito esganiçado e um relincho. Provavelmente tinha se assustado com a parte da morte.

–E você pode invoca-las quando quiser? – Indagou Dumbledore impassível.

–Bom, sim. – Ela respondeu, ofegante – Mas eu nunca faria isso propositalmente.

–Entendo... – Disse o diretor, alisando sua longa barba. – Bom, Senhor Di Angelo, como vocês são irmãos, queria lhe perguntar se não teria alguma habilidade parecida.

Só naquele momento Percy percebeu que Nico ainda continuava sentado ao seu lado. Ele estivera tão quieto - preocupado em fuzilar Parkinson com o olhar – que Percy sequer percebeu que estava ouvindo a conversa.

–Sim. – Disse Nico simplesmente.

–E posso saber qual é? – Perguntou o Diretor.

–Posso invocar mortos. – Disse Nico indelicadamente, o que Percy achou um pouco desnecessário. Eles estavam querendo fazer com que o diretor acreditasse neles, não que os mandasse para um hospital bruxo psiquiátrico.

–Está vendo só? – Guinchou Parkinson – A família toda é uma aberração! O senhor deveria manda-los todos ao Hospital St. Mungus.

Então existe mesmo um hospital! Percy pensou infeliz.

–Srtª Parkinson, Creio que você tem algo mais importante á fazer, como visitar Malfoy na enfermaria. - Disse Dumbledore com um quê de irritação na voz. – Por que não faz isso?

–Como queira... – Disse a menina, que parecia que tinha levado uma bofetada na cara. Antes de passar pela porta, lançou mais um olhar petulante a Percy.

–Bom – Disse o diretor voltando ao tom normal – Creio que o ocorrido não vai se repetir. Estou certo?

–Sim, Senhor. – Hazel concordou rapidamente.

–Podem voltar às suas atividades. – Disse Dumbledore. Com uma aceno de cabeça os três assentiram e ,juntos, saíram do cômodo.