I Cant Wait Forever escrita por badgalvivi


Capítulo 12
Bobeira é não viver a realidade.


Notas iniciais do capítulo

Ooi :3 Viram? Eu nem demorei uma eternidade dessa vez, hehe. Bom, primeiramente quero dizer que esse capítulo não vai ser tão focado no casal principal, é como um especial, então espero que gostem mesmo assim. Então, até lá embaixo.



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– Juvia não entende seus motivos, Lyon-san. - A azulada tomou um gole do café fumegante e afastou as madeixas dos olhos.

– Ela é mais nova que eu, Juvia. - O albino suspirou ressentido e apoiou os cotovelos na mesa. - Apenas quinze anos e vive me seguindo por aí.

Juvia soltou uma risada anasalada e partiu um pedaço do bolo, levando-o até a boca e mastigando em seguida.

– Juvia também tinha dezessete e isso não pareceu um empecilho para Lyon-san. - Ela pegou mais um pedaço e observou o mago a sua frente coçar a nuca.

– Mas eu praticamente a vi crescer, Juvia! - Ele suspirou exasperado. - Não quero parecer um tarado. E além disso existem alguns contratempos.

Lyon parecia confuso e extremamente chateado com o que estava acontecendo. Sua mente parecia explodir com todas as vozes que habitavam seu juízo. A maga da água, percebendo o notável desespero do amigo, colheu sua mão e lhe lançou um sorrindo confortável.

– Não fique assim Lyon-san, as coisas irão se arrumar. - Lyon a olhou admirado e apoiou a testa no ombro da amiga que lhe dava tapinhas nas costas.

– Só existe você, Juvia. - Ela riu baixinho enquanto ajudava o mago.

***

A tarde havia passado rápido, e logo Juvia já se via caminhando entre as ruelas estreitas de Magnólia. O clima estava bastante confortável e a chegada do outono deixava o tempo ainda mais refrescante e leve.

Parou rapidamente em uma venda e comprou maçãs, era de costume fazer uma torta nos primeiros dias da temporada, gostava como o cheiro da torta recém-assada se dissipava de janela em janela.

Continuou seu caminho alegremente e logo ao curvar uma das ruas perto do dormitório, reconheceu a figura que estava de pé perto de um poste brincando com o fecho da jaqueta que, milagrosamente usava.

– Boa noite, Juvia. - ele cumprimentou enquanto retirava a fina franja dos olhos.

– Boa noite, Gray. - respondeu brevemente. - Parece ter esperado Juvia por bastante tempo, algum problema?

– Não. - ele chutou uma pedrinha que estava no meio fio e olhou-a nos olhos. - Eu só queria te ver.

Juvia arqueou uma sobrancelha mas não poder deixar de notar o quão charmoso ele estava dentro daquela jaqueta de couro.

– Deseja mais alguma coisa? - pediu a maga.

– Queria um sorriso, mas não sei se posso tê-lo. - ele pôs as mãos no bolso e sorriu envergonhado, enquanto teimosamente ela tentava reprimir um sorriso.

– Isso não impede Gray de tentar, não é mesmo? - ela sentiu as bochechas formigarem quando ele a olhou com os olhos transbordando esperança.

– Você sempre tem razão. - ele sorriu um confiante e olhou para a sacola que ela carregava. - Quer ajuda?

– Não precisa, são apenas algumas maçãs.

Alguns segundos breves se passaram e a única coisa que pode ser escutada foi o barulho do vento batendo na copa das árvores. Juvia suspirou e o olhou delicadamente.

– Gosta de torta de maçã Gray? - ele assentiu rapidamente. - Juvia irá preparar uma, acha que pode ajudar?

E o corpo da azulada explodiu em satisfação ao vislumbrar o rosto iluminado do rapaz a sua frente. Ele assentiu e sorriu abertamente enquanto pegava a sacola de suas mãos e se colocava ao seu lado.

– Não quero parecer presunçoso, mas a cozinha do meu apartamento é grande, então se você quiser... - ele disparou rapidamente.

– Não. - ela o interrompeu e começou a caminhar em sua frente. - Vá com calma pelo caminho certo, Gray.

Ele abaixou a cabeça e Juvia pôde visualizar um breve rubor em suas bochechas, então sorriu.

As coisas certamente iriam se arrumar.

***

Chelia estava faminta, aquilo era certeza.

Havia acabado de chegar de uma missão e a longa viagem tinha lhe rendido alguns protestos de seu estômago que não foram calados pelos dois onigiris que carregava na bolsa.

Precisava comer algo logo.

Desembarcou do trem e pensou seriamente em comprar alguns salgados em uma lanchonete que havia perto da estação, mas sabia que realmente precisava de algo maior e melhor. Correu para o restaurante de rámen e pediu seu predileto de legumes, comendo como um soldado que voltava bravamente de uma guerra.

Após ter se alimentado, Chelia decidiu passear por Magnólia antes de ir para Lamia Scale. Talvez pudesse encontrar Wendy, que agora vivia saindo para tomar sorvete e comer algodão doce com Romeo.

Gostava de andar entre as pessoas, sorrindo e observando seus comportamentos que iam e vinham como as estações do ano. E foi quando o vento soprou mais forte que Chelia teve uma visão que gelou seus passos.

Na janela de uma lanchonete de bolos, estava Lyon. Mas ele não estava sozinho. Sua colega, Juvia, o acompanhava e carinhosamente batia em seus costas. Seu estômago revirou. Ele parecia se aconchegar em seus braços e ela o acolhia com vontade. Mas no instante seguinte viu o rapaz virar a cabeça e lhe direcionar um olhar. Novamente o vento passou e ela partiu. Não precisava olhar, não queria olhar. Seu corpo estava paralisado e seus olhos pareciam pinicar, e quando teve controle de seu corpo novamente, correu para longe.

Correu pelas pequenas ruas que estavam ficando desertam cada vezes que dobrava uma esquina, enquanto a tarde começava a se despedir. Arfando, apoiou-se em uma parede na tentativa de conter o tremor nas pernas. As lágrimas desciam calmamente pelo seu rosto e não paravam de vir. O vento bagunçava seus cabelos e sua mente. Sabia o que havia visto e não podia ignorar.

Era o que faltava. Depois de terem trocado beijos, Lyon havia garantido que decidiram ser apenas amigos, mas como iria explicar isso? Eram amigos coloridos? Não poderia acreditar, se negava a isso.

Aqueles eram os sentimentos de Lyon? Ele estava lá com outra pessoa, enquanto ela havia provado por tantos anos que o amava. Onde estava o maldito Gray para se jogar nos braços de Juvia? Porque tinha que ser Lyon? Seu Lyon.

Andou até a pequena cadeira de ferro que havia ali e sentou-se procurando alguma razão para tudo aquilo. Queria bater nos dois e gritar, mas sua garganta parecia estar sufocada. E quando sua vista desembaçou ela pode ver uma sombra andando em sua direção. Não precisou olhar por muito para reconhecer. Conhecia seu jeito de andar e o balançar das mãos, enquanto o vento soprava no seu cabelo.

– Chelia. - a voz dele ressoou na rua vazia. - O que faz aqui?

O modo como falava era o de sempre, e ele parecia ser a mesma pessoa. Chelia cruzou os braços e o encarou.

– Eu sou tão estúpida. - começou ela calmamente. - Esse tempo todo... Todas suas desculpas...

– Como? - indagou Lyon, olhando-o cautelosamente após perceber o jeito sério que ela falava.

– N-Nunca aceitou o que eu tinha para dar. - a voz da rosada falhava e ela lutava para conseguir se firmar.

Lyon a fitou por um longo período de tempo. Tinha uma expressão que indagava o comportamento da companheira de guilda. Aquilo irritou completamente Chelia. Como ele podia achar que tinha direito de subjugá-la? E sua voz saiu suavemente de seus lábios.

– Você está com Juvia. - afirmou a garota.

O vento que soprou desalinhou os cabelos da garota e Lyon a observou. Estava mudada nos últimos tempo, seus traços infantis haviam sido postos de lado. O cabelo que sempre era preso de dois lados por laços, jazia ultimamente solto ou enrolado em um coque no topo da cabeça, as roupas rosas e estampadas por corações deram lugar a vestidos e shorts aleatórios. Lyon tirou uma mecha dos olhos e a encarou.

– Não sei de onde você tirou algo como isso, Chelia. - ele disse friamente. - Aconselho que vá descansar da sua missão.

– Eu vi, vocês estavam se agarrando. - ela cerrou os punhos.

– Juvia e eu estávamos apenas conversando, mas não estamos juntos.

– Se jogar em cima de alguém me parece uma conversa bastante interessante. - ela disse ácida.

– Ela apenas estava me dando apoio. - Ele suspirou.

Chelia passou as mãos pelo cabelo tentando arrumá-los.

– Não sei como não percebi antes. Apenas amigos depois de um beijo? - perguntou ela sentindo-se dentro de um monólogo. - Ela sempre esteve atrás do outro e agora você a tem para cuidar de seu coração. É isso que você é? Um apanhador de sobras?

A cólera com a que ela o encarou deixou ele impressionado, mesmo que sua espressão fosse de descaso. Era aquele seu nível de amor? Fazia parecer que era ora um gavião prestes a fincar suas garras, ora um sabiá que cantarolava carinho. Mas ela estava errada. Ele sabia de seus sentimentos.

– Não estamos juntos. - afirmou friamente. - Juvia estava conversando comigo. Eu precisava dela, assim como às vezes ela precisa de mim.

– Eu preciso de você! - ela bradou apaixonadamente. - Te amei mesmo quando pequena, te admirei o tempo inteiro!

Lyon começou a sentir o ar entre eles ficar tenso. Os sentimentos de Chelia pareciam entrar em erupção a qualquer momento. Ele sempre soube qual seria o desfecho daqueles sentimentos desde a primeira vez que ouviu sobre eles, e tentava retardar isso. Mas estava difícil, Chelia agora era uma mulher, mesmo que ele não quissesse enxergar isso.

– Eu não amo ninguém. - ele recitou as palavras que estavam sempre presentes em outras confissões. Mas dessa vez pareceram soar diferente.

– Traidor... - murmurou ressentida. - E ainda insiste em dizer que não ama ninguém mesmo com nós dois sabendo que isso é mentira!

Lyon não acreditava que estava de frente para a garota que o seguiu veemente por anos. Quando ela passou a saber mais sobre ele do que ele mesmo? Quando conseguiu abrir os portões que ele mesmo fechara a ponto de saber dos sentimentos que até recentemente ele desconhecia?

Chelia parecia séria e madura. Não bradava e nem o batia, mesmo que os lábios estivessem crispados e os punhos cerrados.

Mas ela tinha apenas quinze anos. Para ele, ainda era uma criança, por mais madura que parecesse. E foi com esses pensamentos que ele se aproximou dela e retrucou com um sorriso irônico no rosto:

– O que uma garotinha como você sabe dizer dos meus sentimentos Chelia?

Pronto. Aquela era a hora dela espernear, dizer que não era uma garotinha e sair correndo. Porém, Chelia não fez isso. Sua atitude seguinte foi mais avassaladora do que seus costumeiros ataques infantis. Vencendo a pouca distância que existia entre eles, Chelia o envolveu com os braços e o beijou lenta e profundamente.

Quando sentiu os lábios macios o tocarem, e seu corpo ser envolvido por aqueles braços esguios, Lyon se viu sem nenhuma reação. Pensou em afastá-la de princípio, mas logo soube que não conseguiria. Ou melhor, não queria.

O corpo macio se pressionou contra o seu e ele também retribuiu o abraço. Sentia a respiração dela acelerar quando começou a lhe corresponder. Chelia segurava firme em suas roupas como se tivesse medo que ele escapasse, mas ele não parecia disposto a isso.

O perfume desgrudava dos cabelos roséos e inebriava a mente do albino. Todos seus sentidos pareciam querer lhe pregar uma peça, onde ele havia caído. Sentia-se como um peixe na rede de um pescador astuto. Seus olhos estavam cerrados fortemente, seus ouvidos repletos de sons de Chelia, sua pele parecia queimar em contato com a dela e seu gosto era uma mistura de inocência, balas de uva e desejo.

Era viciante.

Lyon fora completamente arrebatado por Chelia, e ela sabia disso.

Tão rápido como se inicou, a rosada afastou-se dele, interrompendo as sensações que compartilhavam. Lyon a olhou aparentente confuso com a repentina separação e ela sentiu uma imensa onda de satisfação.

– Então... Ainda sou uma garotinha para você? - perguntou com violência, mas sem ocultar o sorriso maligno de satisfação.

Lyon esperou ela sumir de vista e desabou sobre o banco. Nunca pensou que um contato físico com Chelia tomaria essa proporção.

– Eu tentei adiar... - ele murmurou para o vento. - Mas parece que não quis enxergar... Perdi...

Esperou alguns minutos antes de caminhar novamente pelas ruas.

***


– Acho que vou te contratar para fazer alguns bentos para mim. - Gray falou enchendo a boca de torta. - Ixo tá mutxo bon.

Juvia sorriu enquanto lavava enxugava uma assadeira.

– Gray não deve falar de boa cheia, é feio. - ela bateu levemente com o pano nas costa do rapaz que comia voraz.

– Desculpe Juvia. - ele disse após engolir o pedaço que mastigava. - Tá realmente uma delícia.

Gray estava sentado na bancada da pequena cozinha que tinha na Fairy Hills, enquanto Juvia lavava as panelas e os utensílios que havia usado anteriormente. A cada garfada que dava, ele observava os movimentos cuidadosos da maga a sua frente, admirando-a sem disfarçar.

Juvia não se encomendava mais em sentir o olhar do moreno em suas costas. Podia dizer que até se sentia bem com ele sentado em sua frente.

– Você deve parar de limpar um pouco e provar isso. - ele contornou a bancada e levou consigo um pedaço de torta em um garfo.

Juvia hesitou ao perceber que ele queria lhe dar a torta. Após observar o garfo por alguns segundos e garantir uma distância segura, ela abriu a boca, dando o espaço necessário para o rapaz lhe servir.

– Gray fez um ótimo trabalho com o recheio. - ela elogiou ainda degustando a torta.

– Eh? - ele indagou desacreditado. - No final eu só fiz como você mandou.

– Juvia achou que ficou melhor do que as outras vezes. - ela sorriu sentando do outro lado da bancada americana.

– Você só diz isso pra me deixar feliz. - Gray passou as mãos no cabelo, encabulado.

– Nunca irá saber. - a maga riu quando o viu soltar um muxoxo.

Juvia tinha que admitir que passar aquele tempo na companhia Fullbuster havia sido bastante divertido. Ele estava se mostrando uma pessoa completamente persistente de admirável. Poderia até dizer que o jeito que agia estava se tornando um pouco, hm, fofo.

Gray sorriu e continuou a fitá-la. Seus traços eram tão delicados, tão simples e ao mesmo tempo tão exuberantes. Amava o modo como ela torcia o nariz, ou como aqueles olhos azuis pareciam ser sempre tão curiosos, igual uma criança explorando um novo lugar.

Sorriu ao ver suas bochechas pálidas e seus lábios tão rosados formarem um singelo sorriso.

– Você é linda. - sua voz saiu quase como um sussurro, de uma forma inconsciente.

Juvia o encarou sentindo as bochechas esquentarem. O que havia dado nele? Não podia simplesmente sair por aí deixando ela sem jeito. Ainda estava chateada com ele, só era muito legal para deixá-lo deprimir-se.

– Juvia agradece. - a azulada respondeu tentando se manter imparcial.

– Adoro seus olhos. - ele murmurou novamente. - O modo como eles brilham quando você fala algo que lhe é interessante.

Gray a fitou longamente e ela também sustentou seu olhar. E ele pode se afogar naquele mar imenso por alguns segundos que lhe parecerem eternidades.

– Juvia não entendendo porque Gray est-

– Eu apenas disse o que passou pela minha cabeça. - ele escondeu o rosto nos braços e Juvia teve certeza que ele estava rubro. - Desculpe se te incomodou.

– Juvia só não está acostumada com elogios. - ela suspirou longamente.

– As pessoas geralmente esquecem que as coisas mais especiais são sempre as mais bonitas. - sua voz saiu abafada e a maga pode escutar uma risada seca. - Digo por experiência própria.

Juvia bateu levemente uma das xícaras no topo da cabeça do moreno, ele a ergueu e surpreendeu-se ao fitar o sorriso que a maga lhe lançava.

– Nunca é tarde para dizer a lua que seu brilho é encantador, mesmo que ela esteja lá todas as noites.

Gray assentiu e observou a azulada voltar a realizar suas tarefas.

– Hm... Er... - ele pigarreou. - Se você precisar de um ajudante na cozinha da próxima vez seria um prazer ajudar.

– Juvia conta com seus esforços Gray. - ele sorriu abertamente e levantou, pegando a esponja e lavando algumas panelas.

Juvia sorriu e sentiu-se aquecida por dentro, agora tudo estava caminhando bem.


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Notas finais do capítulo

Ihuul, e então? Bom espero que tenham gostado. Isso foi um pouco de caridade ao Lyon, não queria que ele ficasse chupando dedo coitado. E seria até engraçado sabe? Ele ignorando a Chelia e a tratando como um estorvo como o Gray. Mas ele não é tão bundão. Eu não sei se irei postar antes do Natal mas acho que postarei antes do ano novo. Enfim, espero que tenham gostado. Não sei se vocês repararam, que eu mudei os nomes dos capítulos para versos de música que tem alguma coisa haver e que eu gosto. ( LH ❤️ huehue)



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