- O que foi Bella? - Rose perguntou ao ver a amiga tão calada.

- Não consigo acreditar que perdi todo esse tempo... Vou perder o Edward. - Ela disse tentando impedir que um beiço tipico de choro se formasse em seu lábios.

- Edward apenas quer que os filhos tenham uma mãe presente, você sabe o quanto ele presa a família. - Leah murmurou ganhando uma olhar reprovador de Rose.

- As vezes pode acontecer de uma casal se afastar um pouco... - Rose começou.

- Mas não dessa forma, e não foi apenas dele que me afastei... Meus filhos, eu deixei meus próprios filhos de lado, vocês conseguem entender isso? Eu deixei meus filhos em segundo, terceiro, quarto ou até mesmo quinto plano.Leah resolveu ficar calada nesse assunto, ela não era mãe, pelo menos não ainda, mas não era necessário ser mãe para saber que era importante o carinho materno.

- Não entendo muito isso em você, admito. Não consigo não dar atenção a Nessie, quando ela chega da escola ela me conta absolutamente tudo o que aconteceu, e eu até que gosto disso. Gosto de saber que sei tudo sobre minha filha, isso me faz ser uma boa mãe, é tão bom saber que a conheço, cada pequeno detalhe faz diferença.- Rose deu um sorriso doce ao lembrar da filha, depois de alguns meses de tentativas para engravidar... Qualquer coisa que fosse relacionada a sua filha, a fazia feliz.

- Que tipos de detalhes? - Bella perguntou, parecendo realmente interessada no assunto, Rosálie sorriu novamente.

- Hum... Coisas simples, eu sei que  filme favorito dela é Tinker Bell, que ela possui uma paixão louca por uma ator chamado Robert Pattinson, que é bem gato alias, sei que a cantora favorita dela é a Taylor Swift, ao contrario das outras meninas ela não gosta de rosa, o sonho dela é conhecer a Africa, toda a Africa na verdade, apesar de ter apenas seis anos ela quer ser veterinária por que ela não gosta de ver os animais machucados na rua... Esses detalhes  podem parecer bobos, mas não são, as pequenas coisas são as que mais contam. - Rose piscou sorrindo.

- Acho que não sei nada dos meu pequenos... Isso é idiotice de minha parte, por que eu estou pensando nisso, unica e exclusivamente por que o Edward que a separação, não me toquei por conta deles, da para entender isso?

- Não dá não. - Leah começou, Rosálie até abriu a boca para dizer algo, mas voltou a fechar depois de hesitar um pouco. - Quando estávamos na faculdade a única coisa que você pensava era no Edward, era simplesmente o típico namoro da faculdade... Uma melação só. Ele te pediu em casamento, você aceitou, você conseguiu o emprego dos sonhos no escritório dos sonhos, engravidou e teve gêmeos, meninos lindos, com saúde e muito espertos... O que te falta? Por que se privar de ser mãe e esposa? Ainda não sou mãe, mas poxa Bella, você estaria onde está se não fosse o incetivo de sua mãe? - Leah falou tudo seguramente e olhando nos olhos da amiga, falou de um jeito suave para não parecer grossa, ou muito grossa.

Bella abaixou a cabeça, no fundo ela era assim.No trabalho uma mulher forte  decidida, implacável até, mas quando ela retirava a capa de "super advogada" a única coisa que restava era: ela.Talvez por isso ela estava sempre apta a ser a advogada, ela gostava de o ser.

- Não me falta nada, gosto muito do que faço.

- Sinceramente não é Bella? Eu também gosto do que faço, mas levanto as mãos para o céu quando estou de folga, e tenho minha vida profissional e minha vida pessoal, trabalho não é tudo, chego mais cedo que o Jack quando tenho paciência eu até faço o jantar, quando não tenho peço algo, no fim sempre transamos... Quanto tempo que você e o Edward...? - Leah questionou porém sem conseguir concluir a pergunta, primeiro por que sua voz sumiu e segundo por que Rosálie a cortou.

- Leah, isso lá é pergunta que se faça? - Rose perguntou ligeiramente corada, porem ela também havia ficado curiosa sobre o assunto.

- Ah vá? Vem dizer que você também não quer saber? - Perguntou ironicamente. - Responde Bella.Bella mordeu o lábio inferior corando.

- Hum... Eu não sei bem. - Admitiu por fim. Leah abriu a boca, mas sem emitir nenhum som.

- Ok, informação concedida.

- Não conseguiria... Você dorme no mesmo quarto que ele? vocês dormem juntos? - Rose perguntou depois de alguns segundos.

- Sim. 

- Como é que isso funciona? Vocês deitam, viram de costas e dormem? - Leah voltou a perguntar.

- As vezes eu pego no sono no escritório la de casa e...Ela parou para pensar um pouco, várias vezes ela dormia na poltrona macia de seu escritório revisando algum caso, e acordava na cama, e mesmo depois de  tentar se lembrar ha que horas ela havia ido ao quarto, ela não se recordava de forma alguma. Ela fechou os olhos reprimindo as lagrimas novamente. Obvio que era ele.

- Deixei-a pensar. - Ela escutou a voz baixa de Rose.

- Já pensei demais, e a cada pensamento eu vejo como eu agi errado esse tempo, fui injusta com Edward, com meus filhos e até mesmo comigo, me negando a felicidade de ter uma família.

- Edward te ama. - Rose disse, ela falava a verdade porém, as vezes, a verdade nem sempre é o suficiente para acalmar algo.

- Ele agora quer ser feliz Rose, de que importa amar alguém se é para sofrer? - As duas amigas ficaram caladas.

- Talvez seja melhor assim, ele pode encontrar alguém que dê o valor que ele merece. - Disse tentando não pensar em nada.

- Serio que você disse isso? Não parece a implacável advogada Isabela Cullen. - Leah disse seria.

- Não tem um motivo para ele insistir no erro Leah, ele já decidiu.

- Tente. Recupere o tempo perdido, nunca ouviu a frase: O jogo só termina quando acaba? Você ainda tem a prorrogação. - Leah sorriu para a amiga.

- A prorrogação, é muito curta. - Bella rebateu.

- Mas o suficiente para virar o jogo, e se der empate tem o penalte. Se você for competente, como eu sei que é, não vai precisar do penalte não, luta com garra e vira o jogo, não espere o apito soar para fazer um gol, por que ai ele ja não terá mais importância. - Rose disse, Bella olhou o rosto das duas.

Ela não sabia o que fazer.                                 

                         *~~~~~*

Ela caminhou decidida para o segundo andar de sua casa.

Ok, ela não estava muito confiante, seria difícil mudar e ela não era ingênua a ponto de achar que conseguiria equilibrar tudo logo no inicio, mas estava convicta de que com o tempo, ela conseguiria.abriu a porta do quarto que sabia ser o dos filhos, ela contestou um pouco quando Edward quis que os dois ficassem no mesmo quarto, mas depois entendeu, eles eram pequenos, não havia por que separa-lós agora.franziu a testa ao não ver nenhuma curvatura sobre as camas, acendeu a lampada e piscou forte.

Seus filhos não estavam ali. Foi calmamente até seu próprio quarto e suspirou ao ver que não havia sinal de Edward nem dos meninos ali.Agindo racionalmente ela tentou não pensar em nenhum tipo de bobagem.

- Edward não é idiota, ele não fugiria com nossos filhos sabendo que sou uma ótima advogada.- Ela disse a si mesma.

Edward não havia dormido com ela, procurou em todos os quartos de hospedes e nenhuma sinal dele.desceu ao segundo andar e encontrou com Anne a senhora de rosto bondoso e gorducho, que trabalhava para ela e Edward desde que eles haviam se casado.

- Boa noite, Sra. Cullen. - Ela cumprimentou a patroa formalmente.

- Boa noite Anne, você saberia me dizer onde Edward está? - perguntou tentando soar natural.

- Ele está na academia, Sra. - Respondeu rapidamente.

- Hum... Os meninos estão com ele? - Perguntou.

- Não Sra. Os meninos foram dormir na casa de um dos amiguinhos, Seth se não me engano. Deseja algo a mais? - Perguntou.

- Não, pode ir para seu quarto. - Respondeu automaticamente, enquanto a mulher seguia para a cozinha, talvez concluir algo para amanhã, ou seguir o corredor e ir para seu quarto descansar depois de um dia de trabalho, deixando a patroa pensante na sala.

Ele havia permitido que os meninos dormissem fora mesmo eles sendo tão pequenos? e o pior... Sem a consultar.

Rumou para fora da casa, e seguiu a lateral da mesma pela direita, ao lado da casa da piscina ficava a academia.Encontrou o marido muito concentrado na barra de ferro com vários pesos. Não era muito frequente ele estar ali, as vezes para desestressar, ou por que simplesmente queria cuidar de si mesmo.

- Você poderia ter ao menos me avisado. - A voz da mulher não foi o suficiente para fazer Edward largar a barra que erguia até a altura do peito voltando a abaixá-la, deixando os músculos dos braços evidentes. Ele simplesmente continuou a fazer sua terceira serie de vinte e cinco repetições.

- Não sei do que esta falando. - Falou entre arfadas, devido ao esforço que fazia para terminar a serie.

- Estou falando dos meninos, como pode deixa-los dormir fora sem sequer me perguntar sobre isso? Por algum acaso eu deixei de ser mãe deles? - Perguntou seriamente com as mão na cintura, ela estava com ainda mais raiva por que ele parecia simplesmente ignorá-la.Edward completou as vinte e cinco repetições e deixou a barra sob o apoio, esticou o braço e pegou uma toalha branca, passando-a em seu rosto e logo depois nos braço e no tórax.Se apoiou no chão e começou a fazer flexões.

- Não sei o por que de agora você esta preocupada com isso, nunca se interessou por assuntos que não envolvessem clausulas, contratos e todo o resto. - Murmurou.

- Pare de ser debochado, Edward. Não foi você que ontem mesmo estava reclamando que não sou uma mãe presente? Que não dou atenção aos meus filhos? - Ele parou as flexões e levantou chegando perto dela.

Olhos nos olhos, verdes e chocolates eles se encararam.Naquele momento ambos perceberam quanta saudade sentiam um do outro, Edward ja tinha noção disso, mas por conseguir identificar algo novo nos olhos dela ele ficou feliz ao ver que ela sentia falta também.Se para ele a saudade bateu forte para ela foi muito mais, ali de pé estava o homem que ela amava, que ela ama, e nesse momento eles estavam brigando.

Por que as coisas eram tão complicadas? Por que a vida não pode ser o conto de fadas que eramos acostumadas a ouvir desde criança? As pessoas deveriam então, criar estorias infantis com a realidade para nos preparar, a branca de neve não deveria ter acordado com um beijo do príncipe, só assim para que nós entendêssemos que ao fazer algo errado não ganharíamos um "feliz para sempre" e sim a realidade.Chocante, porém realista, e talvez uma boa dose de realidade seja o que falta em muitas pessoas.

Ou talvez não...Talvez as estorias tivessem seu lado bom, ainda é possível ter seu final para sempre, no fim.

Contestável? Controversil? Pode até ser, mas quem liga para isso agora?Tanto tempo sem se falar, e quando palavras são ditas, são como facas, flechas e balas, um contra o outro.

- Por que teve de ser assim? - Ele perguntou para ela.

- Por que isso aqui é vida real.Ele olhou tristemente para ela, " Não precisava ser assim" Ele pensou, mas decidiu ficar calado. Talvez não houvesse mais solução.Ele ergueu a mão lentamente e tocou o rosto dela com cuidado, carinho...

- Eu tentei. - Ele sussurrou para ela saindo da academia deixando-a lá.