Bella acordou sorrindo naquela linda e ensolarada manhã de domingo, também pudera, havia dormido muito bem, e agora ao olhar para o lado, via os filhos dormindo como dois perfeitos anjinhos, e não menos lindo e perfeito estava o seu marido, Edward.

Cuidadosamente ela levantou-se tentando não fazer muito barulho ou movimentos na cama, para que eles não acordassem. Quando levantou-se parou aos pés da cama e ficou observando o marido. Poderia facilmente ser considerado pecado ela ter negligenciado aquele homem.  Ela queria se jogar naqueles braços fortes, queria beijar-lhe todo o rosto, puxar-lhe os fios de cabelo e gritar para que toda a merda do mundo ouvisse que ela o amava.

Chegou a suspirar ao pensar nisso. Ela sentia seu coração palpitar de felicidade e, como qualquer pessoa ambiciosa ela queria mais, muito mais. O mais leve que os seus pés podiam ser, ela andou até a outra beirada da cama, do lado que Edward estava.

Ela ajoelhou-se perto dele, as mãos foram para o cabelo dele puxando os fios delicadamente, apreciando a textura dos fios sobre os dedos dela. Torcendo para que ele não acordasse ela aproximou o rosto do dele, e encostou delicadamente os lábios nos dele.

Isso deveria ser considerado um beijo roubado? Ou melhor um selinho roubado?

Antes que ele acordasse, ela retirou-se rapidamente e foi direto para o banheiro.

.....

Ela realmente havia demorado no banho, percebeu isso quando saiu do banheiro e notou a cama vazia, os lençois ainda embolados e parte da colcha quente no chão. Sentiu-se momentaneamente triste e logo depois sentiu-se idiota por sentir saudades de ver Edward e os meninos dormindo.

Colocou um pouco de perfume, um perfume suave que sabia que Edward adorava. Desceu calmamente para o segundo andar, ao chegar lá, notou que os meninos não estavam e Edward muito menos, não encontrou nem Anne nem  Camila, porém não se preocupou com isso.

Depois de um minuto de hesitação ela caminhou para o escritório, apenas checaria o e-mail. Sem contratos, sem relatórios, sem burocracia.

Curta seu marido e seus filhos. Ela ordenava a si mesma.

Então, como se fosse fazer um teste para ver até onde ia sua resistência, ela sentou-se na poltrona giratória, abiu o notebook e o ligou. Depois que o windows iniciou, ela abriu seu e-mail.

Algumas propagandas que ela não se deu ao trabalho de ler, apenas as deletou. Alguns do trabalho com o titulo: Relatório do caso 1589, e assim por diante. Resistiu ao impulso de clicar sobre qualquer um deles e fechou a pagina.

Respirou fundo e sorriu quando fez isso. Ela conseguiu.

Seus olhos pararam imediatamente na data no canto inferior da tela, e assim pode constatar um coisa: O Natal estava chagando!

E assim como se essa nova descoberta a contagiasse com o espirito natalino, ela se animou consideravelmente, fechou o notebook de qualquer modo e levantou-se rapidamente da cadeira.

Andou para os fundos da casa, onde ela sabia muito bem que encontraria o que estava procurando. Entrou no quartinho, que tinha muita coisa entulhada... Tinha de lembrar de mandar alguém jogar algumas coisas fora.

Viu a grande caixa verde e a pegou, estava um pouco pesada, mas não se incomodou, a levou para o canto da sala de estar e a deixou lá, voltou ao quartinho e pegou outra caixa, que estava mais maneira, porém também era grande.

Escutou os passos na escada e levantou o rosto, vendo Edward descer com os meninos um de cada lado.

Edward franziu a testa ao ver aquelas caixas no meio de sua sala, o que diabos era aquilo?

Os meninos correram para dar um beijo na mãe, enquanto Edward aproximou-se um pouco relutante.

- O que é isso, mamãe? - Isaac fez exatamente a mesma pergunta que o pai faria.

- Acabei de me dar conta, que o natal esta chegando, e não temos um árvore, então vamos decorar uma. - Ela disse verdadeiramente empolgada, os meninos aprovaram a ideia. - O que acha Edward? Quer nos ajudar?

- Ótima ideia, eu havia me esquecido completamente disso, claro que ajudo. Mas primeiro, vamos tomar o café da manhã. - Ele deixou claro para os meninos, que fizeram uma graciosa careta, porém assentiram.

- Eu não vi nem a Anne nem a Camila hoje. - Bella comentou seguindo junto com eles para a cozinha.

- Elas não trabalham nos  domingos, esqueceu? - Ele perguntou seguindo para a geladeira.

- Esqueci, quer ajuda? - Ela perguntou, e admirou-se ao perceber que fazia tempo que ela não cozinhava.

- Claro. Que tal  waffles? - Perguntou ao meninos que assentiram animados.

Então ambos seguiram pegando os ingredientes e os depositando sobre a mesa. Enquanto Edward jogava tudo dentro do liquidificador, Bella fazia o suco para os meninos.

Depois de aproximadamente quinze minutos, a mesa estava devidamente pronta e cada um tinha um prato com waffles e calda de chocolate ou mel.

Se não fossem os meninos que falavam do quanto queriam montar aquela árvore, o café da manhã teria sido muito silencioso.

                           ................

- E a azul vai aqui. - Ethan disse enquanto com todo cuidado colocava a bola azul brilhando em um dos galhos da árvore, que a essa altura já estava quase completamente decorada.

Edward que era o mais alto se encarregou de decorar a parte de cima, Isabella o meio e os meninos toda a parte de baixo. Bolas, laços, fitas, presentinhos e papais noeis, tinha de tudo ali.

Depois distribuíram o pisca-pisca por ela e admiraram o trabalho bem feito.

- Ficou linda. - Isaac soltou, o irmão e os pais concordaram com ele.

- Será que o papai Noel vem visitar agente? - Ethan perguntou com um cara adoravelmente fofa.

Edward sorriu ao escutar a pergunta inocente, sempre quis que os filhos tivessem esse tipo de inocência, que acreditassem no papai Noel e na magia do Natal.

- Claro que ele vem, você foram ótimos meninos, vão ganhar muitos presentes. - Ele disse, e se deu conta de que ele não havia comprado nada, absolutamente nada para os filhos.

- Vamos na casa do tio Emm hoje? - Isaac perguntou, fazendo a atenção de Bella redobrar para aquela conversa.

- Acho que sim, querem ver o tio Emm e a tia Rose?- Os meninos assentiram. - Então nós vamos.

  - Porque não vão ver um pouco de Tv enquanto a mamãe conversa rapidinho com o papai. - Bella sugeriu, levou os meninos até o sofá e ligou a tv em um canal de desenhos animados, bastou dois segundos e a atenção deles estava totalmente na tela.

Ela seguiu para o escritório e ele foi logo atrás tentando pensar no que ela poderia querer conversar.... E depois chegou a conclusão obvia que ele já sabia, ela queria falar do casamento. Ele não podia negar que estava exageradamente feliz ao ver o desempenho dela em acertar tudo com o ele e recuperar o tempo com os filhos. Se ela fazia isso, é por que se importava. Além do mais, ele ainda tinha muito vivido em sua mente a duas noites atras quando ela deixou escapar que o amava.

- Algum problema? - ele perguntou quando a viu parada apenas olhando-o.

- Qual é, Edward? Vai fingir que não estar percebendo o quanto estou diferente? - Ela perguntou se aproximando.

- Não estou fingindo nada, só não bato palmas quando você faz algo que não passa de sua obrigação.- Por que será que quando não queremos sempre terminamos dando um "fora" em alguém? E o pior, nem pensa em pedir desculpas.

Bella apesar do que ouviu, sustentou um sorriso tranquilo no rosto.

- Não quero aplausos, não sei por que mais fico envergonhada quando isso acontece, é estranho ser aplaudido se você nunca parou para pensar. Quero que você olhe para mim, nos meus olhos e diga que admira minha mudança, que apesar de ser necessário e ser algo que eu resolvi fazer, uma palavra de incentivo sempre nos estimula a continuar, sei que você ainda é turrão o suficiente para ficar calada fingindo que não percebeu nada, mas tenta dar um jeitinho nisso vai. Apesar de amar você e querer mudar por nossa família, acredite eu não vou ficar rastejando aos seus pés pedindo perdão o tempo inteiro, essa não sou eu, e se eu faço algo que não sou eu... Eu estou me traindo.

Ele arqueou um sobrancelha diante do que ela havia dito, um pequeno sorriso começou a se formar em seus lábios, essa era a sua Bella.

- Não pedi para que rastejasse aos meus pés.

- Me da a impressão que é isso o que você quer, em uma noite, nós estamos completamente bem, mais do que bem, estamos ótimos, e parece que quando o sol nasce você muda comigo, o que esta acontecendo com você? Fala que eu não dou atenção a família, que eu mudei, mas você também esta diferente. Você estava desistindo de mim, e eu tentei reconquistar você, não falta muito e será você que precisará me reconquistar.

                                               ..............

- Você realmente disse isso? - Rose perguntou com a boca, literalmente, aberta.

- Sim, vai ser bom para ele ver o que quer. - respondeu, olhando-o pelo canto do olho, ele estava conversando com o irmão e com Jacob, marido de Leah.

- Quer saber Bella? - Leah chamou sua atenção,- Você acaba de ganhar meu respeito. - Disse com um sorriso grande, o que fez Bella rir.

- Quer dizer, que eu não tinha o seu respeito? - Leah fez um gesto como se estivesse se desculpando.

- Sabe o que eu faria se fosse você? Comprava um monte de camisolas sexy e dava um jeito de mostrar para ele, queria ver ele resistir. - Ela deu um sorriso safado.

- Deus.... Você não mudou absolutamente nada.

A volta para casa havia sido muito silenciosa, os meninos que haviam brincado muito, estavam dormindo pesadamente no banco traseiro, o casal não se olhou, não se tocou e não disseram uma única palavra. Aquilo já estava ficando desconfortável para ambos.

Ao estacionar o carro na garagem, eles desceram do veículo, cada um abriu uma porta, Edward pegou Isaac, e Isabella, Ethan. Bella foi na frente com seu pequeno nos braços, sendo seguida por Edward, não querendo acordar os meninos, apenas tiraram os sapatos e as meias, a calça e a camisa, cobriram ambos e se retiraram. Edward pensou em falar algo, depois pensou no que falar, e por muito esperar acabou ficando sozinho, já que Bella já descia para o primeiro andar.

Ela foi para a cozinha, abriu a geladeira e pegou de lá uma jarra com água, no balcão pegou um copo de vidro transparente e se serviu. Escutou os passos leves de Edward e pensou se seria uma boa se retirar dali ou ficar e enfrentar.

Como ela nunca foi de fugir, ficou com a segunda opção.

- Desculpe. - Foi a primeira palavra que saiu dos lábios dele, quando depois de entrar na cozinha ele caminhou até ela.

- Queria que as coisas fosse como antes. - Ela soltou, colocando o copo, ainda com água sobre o balcão.

- Pode ser, eu garanto que pode. - Edward murmurou.

- Posso saber como? Se a cada vez que nos falamos, terminamos brigando, sempre tudo é motivo para discussão. - Ela deu um risinho triste.

- Só tem um único jeito. - Ele disse sério.

- Qual? - ela perguntou, sentindo-se um pouco tensa pela espera.

- Pare de trabalhar. - Ele disse. Não foi um pedido, nem uma ordem.

- Desculpe? Você só pode estar brincando. Não vou discutir com você agora. - Ela disse saindo da cozinha e subindo rapidamente para o segundo andar.

Na cozinha Edward discutia consigo mesmo.

Ok, ela e ele sabiam que o motivo do afastamento deles era o trabalho dela e sendo assim, se ela não trabalhasse mais, eles não teriam motivos para se afastar. Isso é o logico. Mas logo depois, ele percebeu o obvio, ele estava pedindo demais dela.

Não era como pedir para que ela não usasse determinada roupa, ou não saísse para determinado lugar. Ele estava pedindo para que ela abandonasse um sonho, um sonho de sempre e isso não era justo, por que se ela fizesse isso, ele tinha certeza de que ela não seria feliz.

- Você é um idiota. - Ele disse, e depois concordou com ele mesmo.

Subiu rapidamente para o segundo andar, e sem bater entrou no quarto dela, que levantou o rosto um pouco surpresa. Ela não viu muito, só pode identificar Edward ali, e depois dois braços se fechando em volta dela, depois os lábios quentes e macios cobrindo os seus. E logo em seguida escutou um sussurrar.

- Me desculpe, eu sou um idiota. eu amo você e vamos fazer isso dar certo, prometo. 

Ela sorriu, ele também, fecharam os olhos e aproveitaram o momento.