Dante acordou num lugar estranho, era uma caverna, pelo menos era o que ele achava, por que aquele era um local rochoso de pouca aluminação. Ele espremeu os olhos e olhou o teto, achou estranho, por que parecia o chão, mas logo percebeu que estava pendurado de cabeça para baixo. Era mesmo o chão.

Sentiu uma dor na nuca, onde foi atingido por algo paralisante. Olhou para os lados e viu os outros pendurados também. Tomou um susto. Lisa não estava lá. O anão ainda estava desacordado e Zack parecia estar desmaiado sangue escorria de sua testa. Devia ter lutado antes de ser capturado.

Dante tentou mexer a boca, mas seu corpo ainda estava dormente, seus lábios não se mexiam. Olhou para cima pro seu corpo e não viu as suas espadas. Gritou de raiva por dentro, mas na caverna não se ouviu nenhum som.

Logo o anão acordou.

-Malditos elfos! –exclamou ao se ver de cabeça para baixo – é um crime de pena de morte por um anão de cabeça para baixo, vou matá-los quanto sair daqui!

-Fique quieto – Dante conseguiu mexer os lábios e soltar as palavras.

-Você esta aqui também garoto – o anão esqueceu de chamá-lo de mestre, o sangue na cabeça o impedia de pensar direito.

-Sim, só quem não esta aqui é Lisa – Dante rangeu os dentes – e se acontecer alguma coisa com ela, quem vai matar quem nos prendeu vai ser eu!

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Lisa estava amarrada perto de uma fogueira, ao lado amarrada também estava uma mulher. Não, não era uma mulher era uma elfa.

A elfa tinha um corpo volumoso, os seis eram tão grandes que dava dor na coluna dela. Os cabelos eram longos e loiros, parecidos com os de Lisa, mas eram mais claros ainda. Tinha curvas lindas, era muito bonita, seus olhos estavam fechados. As roupas eram velhas e deixava a mostra o corpo sedutor.

-Ei – Lisa tentava acordar a elfa.

Ao ouvir o som, a elfa se mexeu, estava desmaiada, mas recobrou a consciência aos poucos. Abriu os olhos de cor verde e se assustou ao ver onde estava.

-Você sabe onde nos estamos? – Lisa perguntou com cuidado para não assustar a recém acordada.

-Não – a elfa estava tremendo – mas sei que não deve ser um lugar bom – ela era desengonçada as palavras saiam desorganizadas, ela estava tremendo.

-Não precisa ter medo – Lisa tentou confortá-la – uns amigos meus devem estar me procurando, e ele vai vir me salvar – Lisa falava de Dante e agora mais de nunca confiava nele.

-Espero que você esteja certa – a elfa sorriu – meu nome é Irian, qual é o seu nome?

-Lisa Heart, desculpe por não cumprimentá-la, minhas mãos estão presas – Lisa disse.

-Não é nada, também estou amarrada – a elfa sorriu mais uma vez.

-Eu poderia nos tirar daqui se pude-se usar minhas mãos, sou uma maga – Lisa acabou por contar sobre sua habilidade.

-Eu também, mas para falar a verdade, sou mais uma cleriga do que uma maga – Irian falou com um pouco de arrependimento – nunca conseguiria sair daqui sozinha, sou muito fraca, minha magia só serve para ajudar os outros, nunca para ferir.

-Você não é fraca, é forte do seu jeito – Lisa tentou confortá-la de novo. 

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Duas criaturas pequenas apareceram. Eram goblins. Criaturas feias vestidas de apenas farrapos sujos. Humanóides não muito inteligentes.

Os goblinoides cutucaram Dante com uma vara para ver se ele estava vivo e sorriram ao ver que ele não havia morrido. Um estava com as espadas de Dante e isso o deixou mais do que furioso. Com um olhar de assassino.

-Se vocês machucaram Lisa – Dante emanou aquela aura negra – vão pagar caro.

Os goblins pularam para trás com medo. Conversaram algo em sua língua e saíram do local.

-O que eram eles? – Zack acordou súbito, sem saber onde estava.

-Não pode ver, eram goblins – o anão cuspiu ao falar – idiotas que se aliaram ao submundo.

-Não importa a raça – Dante emanava ódio – ele estava usando minha espada.

A aura de Dante se acumulou nas cordas e logo elas se romperam. E Dante caiu no chão.

-Ele sujou minha espada – os olhos de Dante tinha chamas negras – ele colocaram Lisa em perigo.

Dante já ia saindo. Quando o anão riu.

-Nos tire daqui pelo menos – o anão estava rindo sem parar – vamos assuma que sente alguma coisa por ela?

-Não sinto nada por ela, estaria com raiva se fosse qualquer amigo meu, ela não é especial – Dante mentiu.

Dante já estava mais calmo, os olhos voltaram ao normal, à aura que emanava dele já não estava mais presente. Ele voltava ao que era.

-Se eram mesmo goblins, eles iriam separar as mulheres, costumam usar elas antes de matá-las – Zack disse.

Dante saiu do local com velocidade.

-Idiota! – o anão deu um pontapé em Zack – você só deixou ele mais nervoso.

Dante saiu em disparada, a caverna estava um pouco escura. Os goblinoides estavam espalhados pela caverna. Escondidos, já sabiam que o almoço tinha se libertado.

Dante poderia ser fraco sem a sua espada, mas não era. Não era tão forte desarmado quanto o contrario, mas era muito forte.

O primeiro goblin apareceu, Dante fez um sinal de negação com a cabeça, não era o que estava com a espada dele. A coisa fez um chiado e foi para cima do cavaleiro. Dante ficou em uma posição estranha com as mãos próximas ao rosto, a lança do goblin se aproximou. Dante girou o corpo para a esquerda esquivando e se aproximando, sempre com a mão esquerda próxima ao rosto. Desferiu um soco com a mão direita, que quebrou o nariz do pequeno humanóide. O goblin desmaiou.

-Que estilo de luta é esse? – Zack se aproximou – nunca vi alguém lutar assim antes.

-Um estilo de luta que só usa os braços e as mãos, chamado boxe – Dante explicou – não lembro de onde é, mas sei que aprendi numa viajem.

-Onde esta nossas armas? – Gandalfr veio logo atrás.

-Não sei – Dante respondeu – mas vamos encontrá-las.

Andaram mais um pouco e lá estava o goblin com a espada de Dante. Morreu.

Os três se separaram para encontrar suas respectivas armas e também achar Lisa.

Dante deixou um rastro de sangue verde pelo caminho. Fedia muito o sangue dos goblins. Deixava alguns vivos, Dante achava covardia matar um inimigo que estava no chão se não fosse necessário. Mas a maioria perdia a cabeça e morria na hora.

Já tinha perdido a conta de quantos goblins tinha tira a vida.

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-Como vamos sair daqui? – Irian perguntou apreensiva.

-Eu tenho uma adaga na coxa, mas não consigo pegar, talvez você consiga– Lisa disse.

Irian com muito esforço conseguiu pegar a adaga, e com mais esforço ainda soltou suas mãos.

-Consegui! – Irian pulou de alegria.

-Sim, muito bom, agora me solte também – Lisa achou ela um pouco imatura.

-Pronto – Irian soltou Lisa.

Dante já havia matado a maioria daqueles monstros, tinha conseguido de volta sua armadura quebrada e a espada curta. Viu uma bifurcação e entrou nela.

Seu corpo estava camuflado por sangue verde. E seu cheiro não era dos melhores, os cabelos estavam por cima do rosto. Entrou viu Lisa e uma elfa, as duas não pareciam estar presas.

-Foi ele! – Irian assustada jogou pedras no homem que havia acabado de chegar – foi esse goblin.

-Ai! – algumas pedras pegaram na cabeça de Dante, os sentidos dele não estavam muito aguçados e ele estava cansado.

Lisa começou a rir em voz alta.

-Me ajude Lisa por que você esta rindo? – a elfa perguntou.

-Ele não é um goblin, é meu amigo, mas esta fedendo como um. – Lisa não conseguiu segurar a gargalhada.

A elfa se aproximou de Dante e começou a dar uma serie de desculpas. Dante coçou a cabeça um galo havia subido na sua testa.

-Não vai parar de rir? – Dante falou mal humorado – eu vim aqui te salvar e isso que eu recebo, pedras na cabeça.

-Desculpa, eu não consegui me segurar – Lisa finalmente fechou a boca – onde estão os outros?

-Eu falei para eles saírem da caverna – Dante ficou serio – ainda tem goblins aqui, quanto mais eu derroto mais aparece, e sem falar que eu não consigo enxergar direito.

-Desculpa – Irian ainda se curvou – eu não sabia...

-Tudo bem – Dante se aproximou dela e afanou sua cabeça, bagunçando seus cabelos – você fez certo, poderia ser um goblin.

-Já começou? – agora Lisa é que estava de mau humor – não pode ver uma mulher, que já fica se insinuando, se afaste dele Irian, ele é nojento.

-Não escute o que ela diz, eu só acho que as mulheres são preciosas, claro tirando Lisa – Dante acabou por tomar uma outra pedrada – sua ogra!

-Seu pervertido! – Lisa fez uns gestos arcanos e plantas saíram do chão, amarrando os pés de Dante.

-Vamos, não precisamos dele – Lisa chamou Irian.

-Vai me deixar mesmo aqui? – Dante pediu uma trégua.

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Todos já haviam saído, e tinha um rio perto daquela caverna. Dante foi o primeiro a se lavar.

Alguns minutos depois todos estavam reunidos, em volta de uma fogueira.

Lisa estava muito amiga de Irian, ela pensava “é bom ter uma mulher no grupo!”, agora queria que Irian segui-se viajem com o eles. Estava até abraçada a ela. O tempo todo juntas.

-Dante, Irian poderia ir com a gente? – Lisa pediu, queria estar mais tempo com a elfa.

-Não, é perigoso – Dante falou sem olhar para ela, estava preocupado com a armadura em pedaços, vendo se estava tudo ali.

-Mas, eu sou a única mulher, seria bom ter outra... – Dante a interrompeu.

-Você veio por que quis, eu não pedi a ajuda de ninguém – Dante ainda não dava muita atenção a ela.

-Você sempre fala isso – o anão entrou na conversa – seu humano chato.  

-Eu só falo a verdade – Dante disse.

-Eu... se pudesse... – Irian falava um pouco atrapalhada, com vergonha, parecia uma menina mimada – eu queria viajar pelo mundo com vocês.

-Ta vendo, ela quer vir com a gente – Lisa insistia.

-Mas eu não estou indo conhecer o mundo – Dante falou.

-Dante! – Lisa falou como se fosse a mulher dele, com um tom de dona.

-Ta, tudo bem, nos vamos levar ela – Lisa sorriu ao ouvir Dante falar isso – de volta para sua casa.

Houve mais um pouco de discutição, mas no fim Dante conseguiu vencer, não era como se ele não gosta-se de Irian, mas ela parecia ser muito frágil, não poderia lutar, seria muito perigoso e algo em Dante achou que ela não era um elfa comum, parecia ser da realeza.

E era algo que Dante não queria, ser acusado de sequestrar uma princesa elfa ou algo assim. Os elfos não iriam escutar muito o que um humano iria falar.

O dia amanheceu, todos estavam se aprontando para seguir viajem.

-Você sabe como chegar à cidade élfica? – Dante perguntou a Irian, que parecia estar em outro mundo.

-Acho que sei, mas por favor não me leve para lá – Irian falou seria, uma das poucas vezes que estava seria.

-Por quê? – Dante tinha que perguntar.

Irian puxou Dante, para um lugar mais reservado, era melhor que só ele escuta-se.

-Eu vive minha vida toda presa, eu quero conhecer o mundo, viajar, quero ajudar as pessoas – Irian começou a falar com um brilho nos olhos – mas se eu voltar nunca poderei fazer isso.

-Não entendi, eu sei que é perigoso uma elfa andar sozinha, mas... – Irian interrompeu Dante.

-Eu sou uma princesa, se eu voltar nunca mais conseguirei fugir – Irian falou e Dante soube que estava certo.

Na verdade o nome dela era Stella Velisd uma princesa elfa. Passou a vida toda sendo mimada pelo pai Zuthon, sempre protegida por guardas. Algumas vezes conseguia fugir, mas era raro. Só conseguiu sair dessa vez por que o pai estava numa reunião de guerra. E provavelmente alguém seria severamente punido por não ter impedido essa fuga.

-Bom, eu não quero ser acusado de sequestro pelos elfos – Dante já ia saindo – vou te levar pra casa.

-Por favor, eu faço qualquer coisa – Irian disse.

-Qual quer coisa? – Dante ficou com um olhar estranho.

-Sim! – Irian estava decidida.

-Bem então, eu quero que você... – Dante iria terminar de falar, mas Lisa o interrompeu.

-Eu ouvi tudo, tire esse olhar pervertido da sua cara, você não vai fazer nada com ela – Lisa estava furiosa.

-O que você achou que eu ia fazer – Dante achou estranho – eu só ia pedir para ela concertar minha armadura.

-Bem – Lisa ficou vermelhar na hora – nada!

-Eu acho que consigo – Irian disse.

E ela fez isso. A armadura estava como antes, a magia de tempo era uma coisa incrível. Ela fez a armadura voltar no tempo, claro que só se podia fazer isso com objetos, não era possível fazer uma pessoa ficar mais nova.

-Obrigado, isso vai me ajudar muito – Dante agradeceu – mas antes de irmos, você vai ter que contar a verdade para todo mundo.

-Certo.

E ela explicou toda a historia, falou sobre a personalidade do pai. Depois que perdeu a esposa ele não queria de forma alguma perder a filha. Contou sorrindo como sempre.

-Bom, já que esta tudo esclarecido, nos não vamos mais parar na cidade élfica – Dante se levantou – Vamos seguir nosso caminho! 

-Posso saber para onde? – Stella perguntou para Dante.

-Eu não sei e tenho raiva de quem sabe.

Todos riram.