Everything Can Change escrita por Sam


Capítulo 16
"Por que tantos sonhos?"


Notas iniciais do capítulo

Estou super feliz com todas as reviews/comentários! Muito obrigada mesmo! Boa leitura...



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- Acorda Stew! – Gritou Anne, pulando em cima de mim. – Ta na hora!

Não, tudo o que passei não havia sido um sonho. Depois que me disseram tudo aquilo e me fizeram escolher entre quatro seres diferentes, pedi um tempo, então eles disseram que iriam nos levar pra uma viajem, pra eu ver o que cada um podia fazer e poder escolher o que eu mais gostasse.

- Pleno domingo de manhã e eu tendo que fazer as malas pra ir pra sei lá onde. – Desabafei sozinha no quarto.

Coloquei tudo o que podia dentro da mala vermelha gigante, tomei um banho, me troquei e comi uma maça, aproveitando meus últimos momentos como uma humana normal. Eu queria comer tudo o que pudesse, pro caso de eu escolher ser uma vampira. Estava sentindo tanta falta da comida da minha mãe. “E minha mãe?”, pensei, indo pra casa dos meninos.
Quando cheguei lá, Anne e Rick estavam sentados no sofá. Ela, treinando alguns feitiços legais. Ele, assistindo Bob Esponja. Todos os outros estavam descendo com as malas nas mãos. Assim que chegaram na sala, perguntei:

- E a minha mãe? – Percebi que Anne havia derrubado algo que estava levitando, mas nem prestei atenção. Eu estava concentrada nas “aberrações” à minha frente. – Não vou poder vê-la mais, não é?

Os seis apenas concordaram e continuaram seus afazeres. Apesar de tudo, pareciam chateados, como se isso sempre acontecesse.
Anne voltou a levitar o controle remoto e eu pensei em como iríamos fazer pra nos afastar de nossos pais. “Será que vai ser como no filme Crepúsculo? Vamos ter que nos fingir de mortos?”, pensei.

“Se quiser, podemos encontrar uma maneira mais fácil, ou menos dolorosa.”, James estava na minha mente. “JP deve saber algum feitiço do esquecimento.”

Apenas concordei e me sentei ao lado de Rick. Nem prestei atenção no meu desenho favorito. Acho que não conseguiria prestar atenção em nada. Como eu deixaria minha mãe? O pai de Anne tinha Peter, mas minha mãe só tinha a mim. Eu nunca quis que ela ficasse sozinha, mas ela insistia em dizer que não queria um namorado, ou um marido novo, pois estava muito bem comigo. Além de tudo, eu era muito ciumenta com ela, e não deixava ela namorar quando eu era mais nova. Todos viviam me falando: “E quando você for embora, ela vai ficar sozinha?”. Isso estava me torturando.
James sabia o que eu estava pensando, então se sentou ao meu lado e me abraçou. Fiquei ali, chorando silenciosamente, até que saímos.
Entramos em dois carros. Anne, Rick, Willi, Elly e Mark foram no primeiro. Eu, James, Eddie, Jenni e JP, fomos no segundo.
Sentei-me na janela. James estava do meu lado, ainda me abraçando. Algumas lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto.
Encostei a cabeça no vidro e comecei a pensar em vários momentos só nossos. Como, por exemplo, quando ainda morávamos em Ibiporã, uma cidadezinha no Paraná. Fomos dar uma volta em Londrina pra comprar algumas coisas e, riamos de tudo. Ela era uma palhaça na minha vida. Era minha melhor amiga.
Dejávù. Eu estava na mesma posição do dia do acidente. Mudei de lugar rapidamente, me aconchegando em James, que me abraçou. Eddie estava digitando algo em seu celular super moderno. JP estava dirigindo e Jenni, conversando com ele.
Chegamos a um pequeno aeroporto. Estava deserto, não havia mais ninguém além de nós, e, apenas um jatinho particular na pista de pouso/decolagem. Parecia que nossa viajem iria ser de jatinho. Os garotos levaram todas as malas pra dentro e nós subimos. Era muito chique. Cada poltrona tinha uma mesa, onde havia um notebook. Além das poltronas, algumas camas estavam no fundo do pequeno avião. Me sentei em uma poltrona na janela e adormeci.

- Olá! – Abri os olhos. Uma garota loira e baixa subia as escadas. – Meu nome é Isabella Geysler. E o seu deve ser... – Ela se esticou para ler uma placa na porta atrás de mim. – Stew! Que nome interessante! Muito prazer. – Ela esticou sua mão em minha direção.

- Oi. – Apertei sua mão. – O prazer é todo meu... – Eu tentei disfarçar e ser simpática. – Onde estamos?

- Você é muito apressadinha! Uma coisa de cada vez! Primeiro temos que avisar aos outros. Vamos ter uma festa de boas vindas pra você, explicando tudo, mas pensamos que iria demorar a sair, então não tem nada pronto ainda.
Sem que eu pudesse dizer nada, ela puxou minha mão e saímos correndo.
Enquanto corríamos pela estrada de pedra em direção a uma floresta, fiquei a observando. Seu cabelo loiro enrolado flutuava, assim como seu vestido branco, pelo ar. Todo o seu corpo parecia flutuar. Sua pele era clara, destacando ainda mais as bolinhas coloridas de seu vestido. Ela calçava uma sapatilha prata e toda a sua aparência refletia seu interior. Ela parecia uma das pessoas mais simpáticas e gentis que eu já vi.
Ainda corríamos, mas, agora, mais lentamente. Passamos por várias casas, todas pareciam iguais, a única coisa que mudava eram os nomes nas plaquinhas. Não havia mais ninguém por ali, apenas eu e Isabella. Ao chegarmos à entrada da floresta, ela parou e me disse:

 - Sei que nunca viu nada igual ao que verá agora, mas peço que não se assuste, pois vai conviver com isso daqui em diante. Combinado?

- Ahm... Sim?

Eu estava confusa. Não sabia pra onde iria e nem de onde vim. Afinal, por que eu estava ali?
Isabella afastou algumas folhas grandes que estavam na sua frente e abriu o caminho para passarmos. Eu realmente me assustei, mas não tinha como gritar, eu não tinha mais fôlego para isso. Não sabia de onde vim, mas sabia que não havia essas coisas lá.

- O que você achou? – Perguntou Isabella, ansiosa por uma resposta boa.

Eu não consegui responder, apenas observei tudo com curiosidade e espanto. Era uma explosão de cores, texturas e movimentos. Isabella conversava algo com uma menina alta, o que me deu tempo para observar mais daquilo tudo. Havia algumas pessoas, todas diferentes umas das outras, regando algumas plantas gigantescas, coloridas e diferentes. Algumas eram cheias de pontas, outras ficavam se movimentando freneticamente. Seus galhos eram flexíveis e vermelhos, mas suas raízes, que saltavam pra fora da terra, eram duras e rosa. Alguns “animais” andavam pela clareira da floresta. Eram estranhos e dóceis, com cores exóticas. Eles eram diferentes de qualquer animal que eu já vi. Alguns tinham três pernas, outros, seis, mas o que mais me chamou atenção foram as cores. Lá havia todas as cores imagináveis e inimagináveis. Pra você ter uma noção do quão louco era aquele lugar, imagine as árvores vermelhas, a terra azul e os animais roxos. Deu pra imaginar? Agora multiplique isso tudo por cores que não existem. Eu fiquei impressionada com tudo aquilo, mas não consegui falar muita coisa. Quando ela voltou ao meu lado, consegui perguntar:

- C-Como?

- Como o que?

- Tudo isso, existe de verdade?

- É claro que sim, sua boba! Mas você só vai poder usufruir de tudo isso depois da festa. Tudo bem?

Fiz que sim com a cabeça e ela me puxou de volta para a estrada.

- Pra onde vamos agora?

- Vou levar você pra conhecer meu namorado.

Nós voltamos pela estrada de terra até a minha casa. Bom, acho que é minha casa. Logo depois, ela virou e entramos em uma estrada de areia. No final da estrada, havia uma passagem, que levava para a areia da praia. A areia era branquinha e o mar era completamente azul. Um menino muito bonito saia do mar azul. Ele tinha cabelos castanhos e ondulados, um pouco compridos, estava vestindo apenas um short e segurando uma prancha de surf.

- Oi amor! – Isabella correu em direção ao garoto, que jogou a prancha na areia para abraçá-la.

- Essa é a novata? – Perguntou ele, se soltando do abraço para me observar.

- Sim! Essa é Stew. – Disse ela apontando pra mim. – E Stew, esse é Jeorge, meu namorado.

- Muito prazer, Jeorge! – Disse e o cumprimentei.

- O prazer é todo meu.

- Jeorge! – Um garoto, também com cabelos cacheados, só que mais bonito e vestido, saiu de uma cabana ali perto. Eu o conhecia de algum lugar. – Willy está te chamando pras tarefas matinais.

- Valeu Eddie! – Eddie? Willy? Eu realmente os conhecia de algum lugar.

- Bom, eu tenho que ir. Depois a gente se fala. – Jeorge deu um beijo na testa de Isabella e saiu correndo em direção à cabana.

Enquanto corria, ele passou por Eddie e os dois trocaram toques de mão. Quando Jeorge entrou na cabana, Eddie parou à nossa frente.

- E aí garoto? – Isabella o cumprimentou e bagunçou seu cabelo.

Ele sorriu e meu coração disparou. Ele era um dos meninos mais bonitos que eu havia visto e ficava mais bonito ainda sorrindo. Mas a estranha impressão de já ter visto aquele sorriso me assustava.

- E aí baixinha? Novidades?

- Tem uma fresquinha bem na sua frente, não viu não?

Acho que ele nem tinha me percebido, pois ficou surpreso ao me ver. Ele soltou um sorriso maior, o que me fez corar.

- Oi. – Ele estendeu a mão. – Eu sou o Edward, mas pode me chamar de Eddie. – OK! Agora eu estava realmente intrigada. De onde eu o conhecia?


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Notas finais do capítulo

Então, o que estão achando? Preciso melhorar ou mudar algo? Deixem reviews!



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