Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 9
Capítulo 7: Aemon Martell


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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Aemon Martell: O Víbora Dourada

Um sorriso falso enfeitava seu rosto, em seu interior ele rosnava de fúria. Odiava a si mesmo quando bajulava a rainha e seus dois amantes, odiava a ideia de se casar com a princesa Rhaenys em um futuro distante e odiava mais do que tudo a praga dos dragões.

É claro que não ousava dizer isso em voz alta, mas seu maior desejo era ensinar aos Targaryen o significado do lema de sua casa, mostrar a eles que o sangue roinar da grande rainha-guerreira Nymeria ainda queima em um Martell. Dorne nascera independente e assim deveria continuar sendo. Seus ancestrais haviam sido tolos, haviam cedido aos dragões através de casamentos, a recompensa havia sido cruel, Ellia e sua filha eram as provas de o quão traiçoeiros os Targaryen podiam ser.

Seus olhos castanhos dourados pararam por um segundo no palanque real, onde a rainha estava acompanhada de seus dois amantes. Aegon era a cópia viva de Rhaegar, segundo diziam, o príncipe dragão que desonrara a esposa por luxúria e desgraçara sua família. Enquanto o irmão Jon, era a prova viva de toda a traição, um bastardo, filho de Lyanna e Rhaegar, o motivo de toda aquela maldita guerra.

Aemon era um homem de muitas mulheres, os bordéis de Dorne sabiam bem disso, mas também não era estúpido, jamais trocaria a segurança de toda a sua família e o orgulho de sua casa por uma maldita noitada. O sorriso falso jamais deixou seu rosto enquanto caminhava para longe das justas, ouviu um pipilado agudo e levantou a cabeça, no céu azul de Harrenhall voava, tão alvo quanto as nuvens, um corvo branco.

Se houvesse alguém ali disposto a notar teria visto o sorriso falso no rosto do Dornês mudar para um verdadeiro. Ele estendeu o braço e o corvo ali pousou. Aemon acariciou as penas de Egg, fora um presente de Meistre Baelor, que fora seu tutor em Citadel sobre a arte dos corvos, naquela época o corvo branco não era maior que seu punho, um filhote que acabava de sair do ovo. Desde então o animal jamais o deixara.

Os olhos castanhos do dornês deixaram o corvo e se dirigiram à multidão. Imediatamente seu olhar se focou em uma peculiar mulher, ela parecia ter saído de seus sonhos mais eróticos exclusivamente para tentá-lo. Tinha um corpo escultural e quase que totalmente exposto por roupas curtas e tipicamente piratas que deixavam muito pouco trabalho para a imaginação completar nas fantasias. Os olhos verdes dela se cruzaram com os seus e ele não pode impedir que seu sorriso sedutor preenchesse sua face.

A mulher sorriu de volta, mas não veio até ele, como seria o esperado. Aquele sorriso costumava fazer com que as mais teimosas das dornesas se dirigissem para sua cama surgiu em seu rosto. Aemon tinha avaliado-a pelas roupas, pensara que ela não era mais que uma mulher de porto, que em troca de alguns trocados, ou mesmo por peixes, abriam as pernas para marinheiros, pescadores e piratas. Ele mesmo já estivera com uma dessas em Sunspear. Porém se enganara, ao que parecia, para tê-la em sua cama teria que fazer mais do que chacoalhar uma bolsa cheia de moedas. Aemon sorriu, o sabor do desafio fazia apenas com que o prêmio fosse mais desejado.

Seguiu a garota de longe, notou que havia uma barata em seu ombro, que logo subiu pelo seu pescoço e se alojou na aba de seu chapéu. Franziu o cenho confuso, metade das mulheres que conhecera daria um grito histérico e chamaria por socorro, a outra metade esmagaria o inseto sob seus pés, mas aquela mulher não parecia nem um pouco incomodada com a presença da barata, pelo contrário, parecia apreciá-la. Aquela sem duvida era a mulher mais peculiar que o dornês já vira, seria ela igualmente peculiar na cama?

Lambeu os lábios, há muito que não tinha o sabor de carne nova em seus lençóis. O rosto dela estava estranhamente concentrado na justa que se passava a sua frente, Aemon seguiu seu olhar desinteressado, era um exímio lanceiro, capaz de derrubar qualquer fidalgote do cavalo, mas a pedido da mãe não participara do torneio. Por algum motivo desconhecido a ele, Arianne Martell não desejava expor em batalha as habilidades do filho.

“Como se fossem só essas as habilidades que possuo” pensou com amargura, tocando a longa corrente que circundava-lhe o pescoço. Dos 19 anos que vivera, nove foram passados em Citadel, por insistência de Doran Martell, e durante esses nove anos forjara quase todos os elos conhecidos, exceto o de aço valiriano. Cansara-se da vida confinada, sem nenhuma mulher disposta a abrir as pernas na redondeza, e partira de Citadel antes mesmo de findar o ritual que lhe daria o status de Meistre.

O pai não ficou muito contente com isso, O Príncipe Gerold Martell (outrora Dayne) assumira que o filho apenas deixara Citadel em favor das prostitutas de Sunspear. Era bem verdade que isso era parte do motivo, mas não em sua totalidade, um Meistre devia jurar servir o reino com suas ciências, Aemon entretanto usaria o conhecimento que acumulara em Citadel apenas em proveito próprio e de sua casa.

Um urro medonho o tirou de seus pensamentos, por um segundo ele supôs que as bestas da rainha haviam se soltado. Mas o monstro que emitiu aquele som não era nem de longe um dragão. Tinha a cabeça e tronco ligeiramente humanóides, entretanto o resto não tinha nada próximo a humano, possuía um par de asas recheado de penas negras, tão largas que a envergadura cobria o sol, sombreando todo o palanque da rainha. Não possuía braços ou pernas e sim um par de patas como as de uma águia, com garras longas e tão afiadas quanto espadas. Os olhos da criatura eram quase humanos, porém possuíam um tom vermelho claramente sobrenatural e, ocupando metade de seu rosto, no lugar do nariz e da boca havia um gigantesco bico, concurvo e de um negro reluzente.

O nome “Harpia” imediatamente veio à mente de Aemon, a criatura lembrava os desenhos da deusa que muitos povos de Essos cultuavam. A besta abriu o bico soltando mais um urro digno dos piores pesadelos. Aemon notou que cavaleiros e soldados se preparavam para a luta e sua mão imediatamente correu ao cabo da espada que carregava embainhada à cintura. Novamente o monstro abriu o bico, mas dessa vez não foi um urro que saiu, mas sim uma voz quase humana, porém ainda bestial.

– Covardes! Targaryens Covardes! Targaryens Traidores! ... A ruína dos Dragões se aproxima, sem sobreviventes dessa vez! Os dragões escaparam da maldição de Valyria, mas não voltarão a se esconder dos olhos da Mãe Harpia ou dos olhos 'dele'. - Um crocitar que mais lembrava o som de risadas ecoou do bico da criatura. O ser macabro pousou no telhado do palanquim real onde logo continuou a falar. - O tempo dos dragões se finda à medida que a Harpia se fortalece. Os doze nada poderão fazer se estiverem incompletos, A Segunda Era de Heróis jamais virá! - Subiu aos céus, voando alto e crocitando risadas sonoramente.

De repente o monstro deu um rasante em direção à multidão, foi muito rápido, alguns cavaleiros tentaram agir, mas espadas e flechas não pareceram fazer mal à harpia, que apenas voltou ao céu, porém, desta vez, trazendo alguém em suas garras. Uma garota, Aemon não pode identificá-la daquela distância. Ele viu um escudeiro passar com uma lança e arrancou-a da mão do rapaz, o qual sequer reclamou, apenas continuou a correr.

– E sabeis que o sangue desta – crocitou o monstro – Dará inicio à Tormenta que se aproxima. Uma tempestade que banhará vossas terras com sangue... Com vosso sangue!

Então segurou a garota com apenas uma das patas e levou a maior das garras ao pescoço dela.

Aemon atirou a lança.


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Notas finais do capítulo

Oi oi galerinha.Então o que acharam do cap?Finalmente dei alguns detalhes sobre o tal monstro, porem agora vocês tem novas perguntas à responder. Como o significado das palavras do monstro. E quem foi a garota que ele pegou. Vou dah apenas uma dica, eh uma das protagonistas. Mais que isso não digo. Outra coisa, eu também já decidi quais serão os dois personagens que terão um fim trágico. Mas continuo achando pouco, apenas dois... Eu, como autora, sou extremamente inconstante, no fim posso salvar todos, matar todos, ou ficar no meio termo, não sei... Estou sinceramente com medo de decepcionar vocês, meus caros leitores, temo que quando matar um dos protagonistas, o leitor que o criou irá deixar de ler a minha fic. Peço que tenham calma quanto esse assunto. O inimigo é muito poderoso para que eu salve à todos.Anyway, segue aqui um link de como eu imagino o monstro, na verdade é a imagem que eu achei mais aproximada, pois não tem um bico como o descrito, isso caberá a imaginação de vocês: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mitologia-grega/Centau41.jpgE aqui uma imagem do Aemon: http://ladyprongs15.deviantart.com/art/Aemon-Martell-344041680?ga_submit=10%3A1356134394Tenho notado que o numero de leitores da fic não bate com o numero de review. LEITORES ANONIMOS SE PRONUNCIEM.Abraços. Feliz Natal!Até semana que vem.