Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 51
Capítulo 49: Rhaego & Mary Lane




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Rhaego Targaryen

Desde que Khal Drakon o nomeara seu Khallaka, Rhaego fora preparado para seu futuro como Garanhão que Monta o Mundo. Ele aprendeu a lutar da forma dothraki, westerosi, braavosi, e mesmo valyriana, sabia usar quase todos os tipos de armas, conhecia a arte da estratégia e do comando, mas ainda assim não pode deixar de sentir certo nervosismo enquanto liderava seu povo para Mantarys.

Era um exercito grande e uma longa marcha que demorou dias, no decorrer deles estivera sob a constante companhia de Raven e das do sangue de seu sangue, embora apesar de está cumprindo todos os seus deveres com maestria Jhade estivesse passando grande parte do tempo com seu filho. O menino se chamava Zhaerho, tinha seis anos e apesar de ter sido escravo toda a vida guardava grande ferocidade em si, Rhaego gostava da criança, afinal tinha muito em comum com ela.

Quando finalmente chegaram à Mantarys ele subiu sob o dorso de Valyria, Raven o acompanhou. A mercenária tinha se tornado uma constante companheira de lutas e de acordo com Jhiqui, o seu povo já a considerava sua Khaleesi. Rhaego sorrira ao ouvir aquilo, de fato pretendia transformar a guerreira em sua Khaleesi, mas isso apenas depois de passada toda essa tempestade, depois do grande inimigo ser morto e ele ter cumprido seu destino, só então poderia se dá o luxo de unir-se de tal forma a uma mulher e providenciar um Khallaka.

Ao som de seu comando Valyria cuspiu um gigantesco jato de fogo contra as muralhas da cidade, gritos de homens queimados subiram aos céus misturados aos urros de euforia dos dothraki. Raven segurou-se firmemente nos ombros de Rhaego e sussurrou ao seu ouvido.

– Me leve até a cidade e depois mantenha o Filho da Harpia no céu. Irei abrir as portas para o seu povo e tomar conta das coisas lá em baixo.

Ele assentiu para ela. Em um movimento súbito Valyria, desceu em direção a cidade soprando chamas tão quentes quanto o sol. Quando estavam o mais próximo possível do chão Raven saltou em direção ao telhado de uma casa, agarrando-se habilidosamente à uma estátua, com uma pericia felina ela desceu até a ruas e correu em direção as portas da cidade. Rhaego viu a águia que lhe pertencia acompanhar do céu.

Um ressoar de asas chamou sua atenção, às suas costas estava o albino, montado em seu híbrido, e às suas costas um exercito de harpias planando no céu. Rhaego desembainhou a espada que fora de seus ancestrais, Blackfire e segurou-se firmemente em Valyria. O híbrido do albino tinha quase o dobro do tamanho de sua dragão. O inimigo contava com o auxilio de uma deusa e de um exercito de monstros. Porem Rhaego tinha a força de milhões de dothraki ao seu lado, além do apoio do Grande Garanhão e mesmo dos deuses Valyrianos. Era o Garanhão que Montava o Mundo e não tinha nada à temer.

Porem ao contrario do que esperava, não foi o hibrido que atacou, e sim todas as harpias em conjunto. Valyria soprou fogo mas isso não pareceu produzir efeito nenhum, elas atacaram como piranhas áreas, ferindo sua companheira e recuando rapidamente, Rhaego cortou a cabeça de algumas, Valyria derrubou outras do céu, mas para cada uma que derrotavam outra surgia no lugar.

Enquanto isso, metros a baixo deles os dothraki preenchiam as ruas fazendo o que sabia fazer de melhor, eliminando cada inimigo que pusessem os olhos e reclamando suas posses como recompensa.

– Achastes mesmo que eu permitiria que escapasses tão fácil? – riu a Mãe Harpia em zombaria enquanto suas filhas atacavam Valyria e Rhaego – Tudo o que agora acontece foi previsto séculos atrás, quando a Antiga Valyria sequer havia nascido e minhas antepassadas reinavam como únicas deusas.

Suas asas negras batiam com quase suavidade enquanto ela rodeava Valyria com um sorriso vitorioso. Rhaego sequer a encarava, apenas matava maior numero de bestas que conseguia. O albino estava montado em seu monstro há poucos metros e observava tudo impassível.

– Foi prevenido, Rhaego Targaryen – pronunciou-se o albino cuspindo seu nome como uma praga – Os doze nada podem fazer contra mim. Fizeste tua escolha e agora deves pagar por ela. Deves assistir de longe enquanto todo teu povo é massacrado, assim como teus ancestrais assistiram de longe quando a Antiga Valyria foi destruída.

Ele impulsionou seu híbrido para o chão. O monstro abriu a bocarra e mesmo de tal distancia Rhaego pode sentir o cheiro fétido de enxofre e carne em decomposição, um jato de fogo negro saiu da garganta da besta enchendo as ruas de Mantarys e cozinhando dezenas de dothraki vivos. Rhaego gritou e tentou impulsionar Valyria naquela direção, porem as malditas harpias o impediram, ele lutou o máximo que pode, mas apenas assistiu impotente enquanto o maldito dizimava o seu povo.

A fumaça bloqueou-lhe a visão, mas ainda podia ouvir os gritos de suplicio erguiam-se altos como as construções de Mantarys. Graças ao Grande Garanhão, tanta fumaça deixou as harpias confusas de modo que ele pode escapar de seu cerco e descer ao chão. Porem assim que pousou seus pés nas ruas de Mantarys soube que era tarde. Os edifícios estavam em ruínas, alguns ainda queimavam, outros tinham sido derretidos, tal como o grande castelo de Westeros em que conhecera sua mãe.

Culpa não era um sentimento habitual para um dothraki. Quando cometiam um erro aprendiam com ele e seguiam em frente, sem remorso, sem pensar no assunto, porem o erro que cometera era irremediável. Era o líder de seu povo, o primeiro entre milhares de anos, mas ainda assim levara-os apenas para a morte. Ele sabia que cada um dos guerreiros caídos hoje iriam para as Terras da Noite, reunir-se com seus antepassados e com os grandes Khals. Mas ainda assim...

– Sangue do meu sangue! – ecoou uma voz conhecida

Era Jhoria, ela tinha alguns ferimentos leves pelo corpo, mas parecia relativamente bem.

– A sua Khaleesi – disse ela parecendo dividida entre a raiva e o nervosismo – Ela foi ferida.

Rhaego correu o mais rápido que pode na direção indicada pela companheira de sangue. Raven estava deitada no chão, Jhade e Jhiqui estavam ao seu lado examinando o ferimento na altura do ombro da mercenária. Apesar de obviamente não ser fatal parecia profundo, ele se ajoelhou ao lado da morena a analisando atentamente.

– Francamente eu estou bem – murmurou ela parecendo irritada – Foi apenas um arranhão.

– Não parece apenas um arranhão – pronunciou-se Jhiqui com um forte sotaque – Devemos tratar disso, curandeiras e eunucos.

– Eu preciso apenas de um pouco de descanso e da cabeça de Aemon Martell. Eu me distraí por apenas um segundo – praguejou ela – Pensei que estava do meu lado... Ele estava mirando aquela sete vezes maldita lança no meu coração, graças aos sete consegui desviar.

Um ódio crescente correu nas veias de Rhaego. Todas as provocações do dornes vinham à sua mente mistos ao desejo de vingança, por Raven e por cada um dos seus companheiros caídos. Eles iriam pagar por aquele dia, o maldito e o traidor, ambos iriam pagar com a vida, nem que fosse a ultima coisa que ele fosse fazer antes de morrer.

Mary Lane Greyjoy

Não fora tão difícil o quanto o esperado escapar de Mantarys. Eles tiveram que tomar o caminho mais repugnante, os esgotos. Mary Lane se encolhia a cada vez que passavam por algum inseto particularmente nojento, aos olhos dos outros poderia parecer loucura, uma vez que ela tivera uma barata de estimação, mas Crack fora um inseto limpinho e dócil, nada como aquelas baratas selvagens.

Pensar em Crack a deixava triste, sua minúscula amiga lhe fora fiel até o fim, e tentara, à sua maneira, parar o Ultimo Filho da Harpia. Fora doloroso assistir impotente enquanto ela era esmagada, porem Mary Lane jurava que iria se vingar. Sua mente divagou até Aemon Martell, e uma tristeza que não lhe era habitual lhe preencheu. Mal podia acreditar que ele realmente havia traído-os. Ela fora tola de confundir o tipo de relacionamento que tinha, fora tola de confiar no dornes.

Justamente ela, que tinha uma experiência tão vasta no que tangia aos homens e seus desejos... Desde o inicio fora claro que o que havia entre eles era apenas sexo, apenas a satisfação de uma necessidade do corpo. Porem ela não podia esquecer que depois de sua partida de Ibben Aemon a ajudara, fizera algo por ela sem segundas intenções... E no decorrer da viagem dera pequenas provas que se importava. Ela até considerara torna-lo seu consorte permanente.

Mas no fim nada disso impedira que o dornes os traíssem. Mary Lane entendia bem a autopreservação, mas de uma vez considerara abandonar toda aquela loucura e voltar para Pyke, ou ainda se Daenerys a exilasse tornar-se uma corsária, como o primo. Mas nunca, em hipótese nenhuma ela pensou na possibilidade de se juntar ao inimigo, ainda mais sendo ele tão insano e asqueroso.

Seu olhar se desviou até a garota Lannister, ela estava estranhamente calada, e escondia seu rosto sob um capuz. Mary Lane conhecia o motivo, havia visto, ainda que de relance a ruina que se tornara seu rosto. O que tanto fora motivo de orgulho para loira agora era apenas vergonha, aquilo fora alegria agora era luto do que havia perdido. A garota não fora em momento algum sua amiga, Mary Lane não tinha por que ser solidária, não tinha por que ser gentil. Entretanto, no funeral de Theon a loira teve uma chance de atacar, Mary Lane estava ferida e praticamente indefesa, mas Narcysa teve a dignidade de não chutar o inimigo caído, agora que a situação se invertia Mary Lane podia lhe estender a mesma cortesia.

Havia um barco os esperando em The Sea of Sighs, ele os levaria para o extremo sudoeste do lago, onde após uma faixa de terra o Black Kraken e a tripulação os esperava. Nikky conversava com o estranho em alto valyriano, eles pareciam combinar algo, por fim se viraram para o grupo e a mercenária disse.

– Jaqen vai leva-los a partir daqui – informou ela – Eu ficarei à espera de Raven, nos os atrasaremos o máximo que pudermos. Boa sorte.

Eles se foram. Dias se passaram até que chegassem à terra. Dias se passaram até que chegassem ao mar novamente. A visão de seu navio encheu o coração de Mary Lane de alegria, ela foi recepcionada com urros de regozijo da tripulação, cada um dos homens de ferro a saudou com júbilo e felicidade.

Os rapazes agora passavam o dia treinando, dando instruções de luta à Shiera e Melony. Narcysa entretanto confinara-se novamente em sua cabine, por motivos diferentes do que a da ultima vez que tivera no navio. Antes era apenas uma demonstração natural de sua arrogância, agora era vergonha de sua atual aparência. As pessoas com quem tinha mais contato eram o irmão, Renly. E Eddard.

Esse agora nunca sorria. Mary Lane supunha que era luto pela irmã. Ela vira o quanto eles eram próximos. A perda da garota fora algo triste. Porem Mary Lane tinha certeza que o rapaz iria vingá-la ou morrer tentando, tal como ela própria o faria por Crack.

A silhueta da terra começou a se formar no horizonte, mas a medida que se aproximavam ela franziu o cenho, havia algo errado. Já vira Volantis ao horizonte antes, sabia como deveria parecer.

– Rat! – chamou com uma voz imperiosa

O marinheiro caiu à sua frente, pendurado nos cordames com um sorriso travesso no rosto

– Sim, capitã – disse ele com um brilho divertido no olhar

– Suba ao mastro e me diga o que há ao Norte – ordenou

Os seus companheiros de viagem se aproximaram curiosos. Curiosamente Melony foi a primeira a entender, a menina arregalou os grandes olhos castanhos e recuou como se amedrontada, Gyles colocou as mãos no ombro delas na tentativa de conforta-la, mesmo sem entender o por que. Mary Lane observou o horizonte, onde Volantis ficava maior a cada minuto. Silhuetas minúsculas se moviam no céu e tarde demais ela entendeu o significado.

– Capitã... – gritou Rat no mastro, sua voz parecia estranhamente hesitante

– Eu sei. – sussurrou para si gritando em seguida ordens em seguida – Virar toda à estibordo! Soltar velas! Definir rota para Westeros! Andem bando de cães sarnentos, nos tirem daqui!

– Greyjoy! – exclamou Renly Lannister com uma expressão de pura confusão – O que está fazendo? Volantis...

– É tarde demais para Volantis – respondeu ela com uma voz monocórdica – O maldito já chegou aqui.

Atrás de si podia-se ver claramente a cidade em sendo consumida por chamas negras.


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