Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 35
Capítulo 33: Gyles & Raven


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/271309/chapter/35

Gyles Tyrell

O palácio era de marfim e tal como toda a cidade, branco. Havia guardas mulheres em cada porta, e mesmo nos portões, que eram feitos de um metal também branco. Eles caminharam pelos longos corredores, nas paredes havia tapeçarias com imagens de mulheres. Algumas usavam vestidos estranhos, outras se vestiam como guerreiras, do mesmo modo que a princesa à sua frente.

Gyles supôs que se tratava de todas as governantes daquela estranha cidade. Era um local muito estranho, nunca ouvira falar de uma sociedade assim. Não que achasse que mulheres eram incapazes de governar, afinal Westeros era governada por uma rainha que findara a guerra trazendo paz, colheitas e felicidade para o seu povo. Mas também não achava certo aquela total submissão masculina.

Submissão não era boa em nenhum lado, uma mulher totalmente obediente estava longe de ser uma esposa ideal. Ele queria ao seu lado uma companheira, não uma serva. Suas memorias se voltaram para Rose, ela era uma perfeita lady, casta, dócil... Se Lord Willas ordenasse que ela casasse com Gyles ela obedeceria sem questionar, na verdade dificilmente ela questionaria qualquer coisa. Mas o que estava pensando? Seu pai jamais ordenaria que Rose casasse com ele. Ela está prometida ao seu irmão, seu idiota! Gerold providenciou para que assim fosse.

Observou Melony, ela não tinha o espirito guerreiro da maioria de suas companheiras. Mas Gyles duvidava que obedecesse à qualquer tipo de ordem, como uma vez ela dissera ao seu irmão nunca recebera uma. Ela era mais baixa que Rose, e também tinha menos curvas, apesar de ser mais velha, entretanto seu rosto era mais belo e os olhos... Como você acabou comparando Melony e Rose? Rose é o amor de sua vida! Melony é apenas uma criança que precisa de proteção! Foco, Gyles.

Sacudiu a cabeça, como se para afastar aqueles pensamentos. Logo eles chegaram ao que aparentemente era a sala do trono. Era um espaço grande, no qual não havia nenhuma cadeira senão a que pertencia à rainha. Era feita de prata e nela estavam esculpidas inúmeras cenas de batalhas a muito travadas. A mulher sentada no trono devia ter por volta de seus quarenta anos, tinha as feições parecidas com a de Yuki-hime, os mesmos cabelos negros e lisos, porem sobre eles havia uma coroa de ouro. Aos pés dela havia um gigantesco felino de listras negras e laranjas. ‘Um tigre’ compreendeu Gyles, Yuki caiu de joelhos e ele soube que devia fazer o mesmo, seus companheiros o imitaram.

- Joo-sama – disse Yuki – trago à sua presença onze dos doze predestinados. O outro foi picado por um basilisco. Está agora sendo tratado por Aya-sama.

- Devem está confusos – disse a rainha com um sotaque tão forte quando o da filha – Sejam bem vindos à Kokuren Josei. Creio que minha filha já explicou um pouco de nossos costumes?

- Sim, hahaue – respondeu a princesa

- Então são meus convidados. Vinho e carne para os estrangeiros.

Imediatamente um grupo de cinco homens entrou servindo carne e vinho. Tal como todos os outros que tinham visto, estes fitavam os próprios pés e pareciam mudos.  As leis de hospitalidade são universais por isso aceitou tudo que lhe foi oferecido. O gosto não era estranho como ele imaginou inicialmente, diferente mas não ruim. Depois que todos haviam comido a rainha se pronunciou novamente.

- Seu líder por favor dê um passo à frente. – pediu ela

Rhaego obedeceu. Ambas as mulheres, mãe e filha franziram o cenho.

- E a sua líder? – perguntou Yuki-hime

As mulheres se entreolharam. Narcysa Lannister parecia está disposta ase anunciar, mas graças aos deuses a mercenária foi mais rápida, e deu um passo a frente.

- E o que faz de você nossa líder? – rosnou a loira segurando Raven pelo braço

- Sou a mais velha – respondeu Raven se desvencilhando do aperto da Lannister – Mais experiente. E mais forte. Portanto recolha-se à sua insignificância, criança de verão.

O rosto da loira corou em fúria, Gyles já estava prevendo o quão aquilo poderia ficar feio. Esperava que uma das outras garotas manifestasse sua opinião, mas nenhuma delas se pronunciou, exceto Melony.

- O dragão e a águia devem nos liderar – disse ela com sua voz de trinado – Eu vi isso em meus sonhos.

- E em que seus sonhos me interessam, pirralha selvagem? – vociferou Narcysa avançando ameaçadoramente na direção de Melony, Gyles se interpôs em seu caminho – Saia do meu caminho, florzinha, meu negocio é com a selvagem.

Gyles sentia o olhar firme da rainha e da princesa a suas costas. Era a cidade delas, a lei delas, por isso permaneceu calado, porem não fez nenhuma menção de sair do caminho da Lannister. Se interpondo toda vez que ela tentava dá a volta.

- Desista, gata escaldada – disse Mary Lane para a Lannister – Você não será a minha líder.

Lailla deu de ombros.

- Melhor que seja, Raven. Ela é mais velha e mais experiente. – falou com a voz monocórdica

Todas se viraram para Shiera, que se encolheu sobre o olhar ameaçador de Narcysa. Imediatamente Sor Astor colocou-se a frente dela protetoramente, tal qual Gyles fazia com Melony.

- Por que precisamos de uma líder, Vossa Graça? – perguntou a Tully educadamente para a rainha

- Antes de lhes entregar o que lhes foi destinado temos que ter certeza que são quem afirmam ser. Não seriam os primeiros impostores a almejar aquilo que pertence aos doze. Devem escolher uma líder forte, capaz de enfrentar o teste que lhe propusermos. – respondeu a rainha acariciando as orelhas do tigre

O olhar de Shiera hesitou novamente porem ela respondeu

- Raven.

- Sendo assim dê um passo adiante, Raven-san.

Com o cenho levemente franzido a mercenária obedeceu. A rainha assentiu satisfeita e fitou os jovens a sua frente. Seu olhar, tão azul quanto o da filha se demorou em Melony, o que fez Gyles ficar tenso, mas a rainha não lhe deu atenção, o curto olhar que ela dirigiu a ele poderia ser semelhante a que lançaria a um inseto.

- Tem sonhos proféticos, musume? – perguntou a rainha

- Sonhos verdes – respondeu Melony assentindo

- Em nosso povo os chamamos de Toque de Megami – disse Yuki – Apenas aos membros da família real, e às sacerdotisas é dado essa dadiva, e não à todas.

- É o sinal que esperávamos. Os lideres se adiantem. – falou a rainha se recostando ao trono

Quando Rhaego e Raven obedeceram ela prosseguiu

- Temos para vocês as armas mais poderosas da terra – disse Yuki – Mas ambos devem se provar dignos delas. Seu sucesso ou fracasso trará consequências para todos os seus companheiros. O perigo é mortal, o preço é caro, mas temo que não poderão vencer sem o que temos à oferecer.

- Todavia são livres para decidir. Recuem e poderão partir em paz. Ou fiquem e arrisquem. – disse a rainha

Gyles não gostou do jeito que àquilo soou. Melony apertou sua mão em busca de conforto, ela também se sentia desconfortável.

- Enfrentaremos o que quer que tenha em mente, Vossa Graça. – disse Raven

- Que assim seja – disse a rainha assentindo – Que o primeiro desafio comece.

Raven Arryn

- São três tarefas mortais, cada uma pior que a outra. Devem enfrenta-la juntos. E ao final terão sua recompensa. – disse Yuki enquanto guiava Raven e Rhaego até a arena

- E se falharmos? – perguntou Raven

- Melhor que não falhem – disse Yuki abrindo as portas.

Tal como todo o resto da cidade, a arena era branca, feita de mármore. Era circular e haviam arquibancadas por todos os lados, lotada de espectadores. O palanquim da rainha se destacava, mais alto do que todos os outros assentos, ao lado dela, em local de honra estavam seus companheiros de viagem. Se eles eram reféns ou convidados não importava, a diferença era mínima.

As companheiras de sangue de Rhaego se destacavam, mesmo daquela distancia, elas pareciam ainda mais tensas que Raven. Ela não duvidava que as trigêmeas pulariam para arena armadas com seus chicotes, adagas e arakhs se Rhaego estivesse em perigo mortal. Olhou para o céu à procura de Sky, não havia nenhum sinal de sua companheira. Mas Raven podia ‘sentir’ sua presença, ela não estava longe, viria se a Arryn precisasse, provavelmente era o mesmo para Valyria.

Engoliu em seco, não era nenhuma donzela casta e indefesa. Matara inúmeros homens para sobreviver. O que quer que essas mulheres tivessem reservado para ela não seria nada comparado ao que já passara. Não houve nenhum anuncio para a plateia, Raven supôs que a rainha já havia dito algo ou não havia necessidade de explicações.

Sacou lentamente Peacemaker. Não importa o que fosse enfrentar, sempre se sentia segura quando pegava a lamina que ela mesma forjara. Olhou com o canto do olho para Rhaego. O Príncipe Perdido tinha uma expressão séria, em suas mãos havia uma longa espada de duas mãos. Era aço barato, nada comparado à Peacemaker.

Ele a fitou com aqueles olhos de ametistas decididos e solenes. Assentiu para ela e os dois avançaram juntos para o meio da arena. As portas do outro lado se abriram lentamente. Raven pensou que depois da harpia no torneio em Harrenhall nada mais poderia surpreende-la. Nenhum monstro poderia assusta-la. Se enganara.

A besta à sua frente era tão tenebrosa quanto à harpia, embora menor. Se tratava de um enorme leão, com asas de morcego e cauda de escorpião. Porém não era só isso, quando os olhos sem pupilas e completamente negros se encontraram com os dela, Raven sentiu sua pele se arrepiar. Havia um brilho inteligente naqueles orbes escuros.

- Uma manticora – sussurrou Rhaego

- Pensei que estivessem extintas

- Não nas Basiliskes Isles ao que parece.

O monstro avançou encerrando a conversa. Bateu as enormes asas produzindo um vento tão forte que quase derrubaram Raven. Todavia não pode voar muito alto, graças a uma grossa corrente que prendia sua pata traseira, investiu então por terra contra os dois, Raven pulou para esquerda e Rhaego para a direita, então como se lessem as mentes um do outro ambos atacaram os flancos do monstro. Porém suas ações não lograram êxito, o animal pareceu pressentir esse ataque duplo, pois investiu contra Rhaego enquanto usava o rabo para derrubar Raven, por muito pouco ela escapou do espigão que pingava veneno. Rhaego mantinha o monstro distraído, Raven avançou o ajudando. A besta recuou.

- Pontos fracos? – perguntou ela baixinho

- A garganta ou os olhos – respondeu Rhaego

- Fantástico!

O monstro avançou novamente rosnando ferozmente, Raven dançava ao redor dele, desviando, atacando e recuando. Rhaego fazia o mesmo, porem ele parecia se cansar mais rápido. A mercenária não se impressionava, a cota de malha o deixava lento. Mesmo assim era bom que ele estivesse com ela, se assim não fosse assim os dentes do monstro já teriam ferido-a.

Raven sentiu a dor no estomago antes de vê o monstro em cima dela, ele a derrubara com uma patada. E agora estava tão próximo que podia sentir suas baforadas quentes que fediam à morte, procurou Peacemaker mas a espada havia sido jogada para longe de seu alcance. O ferrão cintilava no rabo de escorpião, cheio de veneno, prestes a perfura-la.

Não fechou os olhos, não cederia tão fácil. Se a morte viesse ela estaria aguardando, de olhos abertos e sorriso nos lábios. Você me quer, desgraçada? Venha, estou esperando. Um segundo inteiro se passou e a morte perdeu sua chance. Rhaego atacara o monstro que agora recuava, Raven se pôs rapidamente de pé e correu até Peacemaker.

Sentiu uma dor súbita no ombro, havia deslocado-o. Pelo menos ainda podia segurar uma espada. Rhaego continuava lutando mantendo o monstro acuado, mas ele não duraria muito tempo. A mercenária rapidamente se pôs ao lado dele, pensou ter visto um vislumbre de sorriso em seu rosto, mas quando olhou novamente ele não estava lá.

Raven notou que a lamina de Rhaego havia se partido. Porem ele continuava a atacar como se não tivesse notado, ou como se isso não fosse mais que um contratempo. Ele também tinha um ferimento, quatro arranhões no rosto, provavelmente originados de uma patada da fera. O monstro brandiu o rabo como ela brandiria um chicote, Rhaego desviou, mas Raven foi ao chão novamente. Dessa vez caiu de joelhos, ainda com Peacemaker na mão.

O monstro rugia com os olhos fixos em Rhaego, olhava para cima e se preparava para saltar sobre o Principe Perdido. A garganta estava exposta. Raven não hesitou, cravou Peacemeker com toda a força no pescoço do animal, o rugido se transformou em um guincho de dor. Raven recuou puxando Rhaego pelo braço. O monstro agora moribundo tentava ferir seus assassinos, golpeando o chão com o rabo de escorpião, porem Raven e Rhaego estavam fora de seu alcance. Ele parou de se mexer e Raven suspirou aliviada. Haviam conseguido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hei guys.
Pois então, nesse cap ficamos sabendo mais um pokinho dessa cidade tão peculiar, bem como de sua cultura. Então o que acharam? Parece que fumei muita maconha ou ficou legal?
E os desafios começaram. O primeiro foi superado, mas o que se seguirá? E quanto à Ned?
O que esperam dos próximos capítulos?
Comentem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.