Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 34
Capítulo 32: Renly & Mary Lane


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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Renly Lannister

Ao menos um deles iria morrer antes de retornar à Westeros. Lembrar-se disso agora não fazia com que se sentisse temeroso, como quando escutara as palavras pela primeira vez. E sim absurdamente tentado a torna-las verdade a cortar a cabeça de Aemon Martell. O dornes era absurdamente irritante, tanto quanto Narcysa. Renly franziu o cenho, a irmã era a única pessoa que ousava provoca-lo, mesmo quando criança os outros garotos respeitavam-no por conta de seu tamanho.

Em comparação a ele próprio, o Martell era baixo, e também magro. Renly poderia com facilidade esmagar sua cabeça. Mas reconhecia que o dornês tinha mais agilidade e equilíbrio. Perguntou-se se em uma luta isso seria o suficiente para lhe salvar a vida. Como a maioria no navio, o Martell era uma criança de verão, nunca tinha precisado lutar pela vida. Na verdade nenhum deles tinha tido, exceto por Raven, pelo Príncipe Rhaego, e pela Capitã Greyjoy.

Frustrado por que a maioria de seus companheiros concordou em aportar nas Basilisk Isles, Aemon vinha o provocando desde a reunião. No inicio o Lannister apenas ignorara, tentava se lembrar dos ensinamentos do tio Tyrion e da mãe, Brienne. Ambos haviam suportado zombarias por toda a vida, se eles eram capazes de superar ele também o seria. Porem à medida que os comentários pejorativos sobre o ‘Regicida’ iam ficando cada vez mais ofensivos, Renly ia perdendo a paciência.

Fora somente graças a Drogo e Ned que nenhuma luta acontecera no convés. Os dois amigos haviam segurando Renly quando este avançara furioso contra o dornês, eles conseguiram segura-lo por poucos minutos, teria sido o suficiente se Aemon tivesse tido o bom senso de se afastar, mas o dornês apenas riu e continuou a soltar comentários cada vez mais irônicos e revoltantes. Nem Drogo, nem Eddard eram fortes o suficiente para conte-lo por muito tempo, ele conseguiu se libertar, mas foi novamente impedido por Gyles e Rhaego que se interpuseram em seu caminho.

O Tyrell conseguiu com algum esforço segura-lo, já que os dois tinham praticamente o mesmo nível de força, enquanto Rhaego expulsava o dornes de suas vistas. Os olhos do Martell brilharam em desafio quando o Príncipe Perdido ordenou que voltasse à cabine masculina. Mesmo em sua ira Renly pode ver o sorriso malicioso de uma cobra que prepara o bote brotar no rosto do dornes. Não soube o que teria acontecido á seguir, mas um rugido estrondoso os interrompeu.

Metros acima deles voava a dragão do Targaryen, a visão dela foi o suficiente para Aemon recuar. Porem ainda não havia acabado, nem para o dornês, nem para Renly. Um Lannister sempre paga suas dividas.

Ao menos um deles iria morrer antes de retornar à Westeros. Agora essa lembrança fazia seu coração acelerar novamente, enquanto olhava para o corpo desacordado de Eddard Baratheon. Narcysa Lannister tivera a imprudência de pisar em um basilisco, e quando a serpente preparou-se para mordê-la Ned interferiu, salvando a vida da Lannister e pondo em perigo a própria.

Lailla Baratheon chorava como uma criança, Renly sentiu seu coração se apertar. A garota tinha um coração de guerreira, tal qual sua mãe, Brienne. Não pensou que chegaria o dia que a veria chorando como uma garotinha.

Seu olhar se dirigiu para Jaime Lannister que observava preocupado o jovem caído a sua frente. O coração de Renly batia freneticamente pela simples presença do idoso. A descrição que Brienne lhe dera fora de um guerreiro belíssimo, de cabelos dourado e olhos verdes; com uma habilidade lendária, mesmo após perder a mão, aprendeu a lutar com a outra.

O que via a sua frente era um idoso com uma boa forma, rugas cobriam a face que alguma vez fora bela. Os cabelos outrora loiros agora eram brancos. Apenas os olhos permaneciam verdes. Renly tentou respirar ritimadamente. Desde o momento em que o vira o reconheceu pelo que era, não pela aparência ou pela mão faltante. Mas pelo brilho que os olhos verdes adquiriram quando ele o viu.

Gostaria de ter uma conversa em particular com ele, porem agora não parecia o momento certo. Seu amigo Ned estava morrendo. E nada do que o inútil dornes fazia parecia surtir algum efeito.

- Acalme-se milady, ele não está morto apenas inconsciente – disse o Martell – Isso é bom. O veneno de basilisco é o mais doloroso e lento. Se ele está desacordado não sente dor...

- E nos temos tempo para arranjar o antidoto – completou ela limpando as lagrimas – Você não tem nada naquela sua caixinha magica?

- Não para o veneno dessa espécie – respondeu ele

Ela tirou a cabeça do irmão com delicadeza de seu colo, e se levantou indo em direção à Jaime.

- Você passou sabem os deuses quantos anos nessa ilha! Qual o antidoto?

- Sangue de basilisco fervido por uma volta inteira de lua e mais algumas ervas que desconheço. – respondeu o idoso – Não importa. Antes que consiga todos os ingredientes ele estará morto, calculo que tenha apenas uma semana de vida.

- Ele não vai morrer! – rosnou Lailla se distanciando, suas mãos apertavam com força o Martelo de Guerra, como se apenas o brandindo pudesse conseguir o antidoto.

- Ela está vindo – sussurrou Jaime Lannister para si mesmo – Ela tem o antidoto.

- Quem em sete infernos é ela? – ouviu-se perguntar

- Yuki-hime – respondeu observando o leste – Ela estará aqui em breve.

- Quem é ela, pai? – insistiu

Um sorriso cansado surgiu no rosto do idoso ao ouvi-lo chama-lo assim.

- Você tem os olhos da sua mãe – sussurrou sorrindo

O barulho de passos ecoou pela praça. Os heróis se retesaram a espera de alguma ameaça. Estava sozinha, vestia uma armadura estranha feita de um material diferente, e de uma maneira diferente. Tinha os cabelos negros e lisos, mais compridos do que o de qualquer donzela que já vira, ela os usava presos atrás da cabeça, em um rabo de cavalo. Os olhos eram estranhamente puxados nos cantos, possuindo um formato singular, a cor era de um azul turquesa. E a pele era de um pálido amarelado. A espada que ela trazia nas mãos tinha o formato impar, sendo muito cumprida ligeiramente curvada, não possuía botões e o punho era da mesma espessura que a lamina.

Renly notou que não apenas ele, mas todos os outros olhavam aquela recém-chegada com estranheza, como se tal como ele, nunca tivessem visto outro ser humano com uma aparência como essa.

- Yuki-hime – cumprimentou Jaime com um aceno de cabeça

- Gaikoku no – respondeu ela, então se voltou para os doze e acrescentou em um sotaque ainda mais forte do que o de Rhaego – Vejo que finalmente chegaram. – Seu olhar se dirigiu à Eddard que tremia no chão – Ele não tem muito tempo. Sugiro que me sigam, em minha cidade teremos a cura.

Mary Lane Greyjoy

Observar o reencontro dos Lannister com o Regicida fez o peito da Greyjoy doer de inveja. Ela reencontrara o pai também, mas não da maneira que esperava. No fim seus temores se realizaram, Theon Greyjoy enlouquecera permanentemente, e nada no mundo o traria de volta. Ela tomara a melhor decisão, sabia disso, Aemon estava certo, fora misericórdia. Porem isso não deixara de ser difícil e doloroso, supunha que em nenhuma circunstancia matar o pai não fosse difícil e doloroso, exceto é claro se o pai fosse Tywin Lannister.

Ela seguiu junto com os outros a estranha mulher.  Cortando a floresta havia uma pequena estrada, cercada por árvores altas. Às vezes surgia alguma criatura no caminho, se fosse hostil a mulher usava sua estranha espada para lhe cortar habilmente a cabeça. Olhou para traz Rhaego e Renly carregavam o corpo inconsciente de Eddard, Aemon seguia os dois de perto estranhamente calado.

Mary Lane xingou silenciosamente o Baratheon, o que dera em sua mente para que pegasse naquele maldito basilisco? Que deixasse a Lannister morrer! Ninguém sentiria falta dela. Por que tivera a estupidez de bancar o herói?

- A primeira coisa que devem saber sobre o meu reino é que há regras – disse a estranha em um sotaque muito forte – Enquanto permanecerem nas minhas terras devem respeita-las.

- Não iremos trazer nada de ruim para o seu reino, milady – disse Gyles educadamente.

- Acaba de quebrar uma de nossas mais importantes leis meu caro – retrucou ela, seu tom não havia censura apenas constatava um fato – Homens não tem permissão para falar a menos que lhe seja requisitado.

Mary Lane sorriu, estava começando a gostar desse reino. Gyles pareceu encabulado porem não disse nada, por isso a garotinha selvagem ao seu lado perguntou em uma voz tintilante.

- E qual o nome do seu reino?

- Kokuren Josei – respondeu a mulher – E eu sou Yuki-hime, herdeira de Joo-sama Yuri. Minha antepassada Ayame-sama fugiu do leste, de além de Asshai. Aqui fundou nosso reino, e desde então recebemos refugiadas de cada canto do mundo e nossa cidade prospera.

- Por que os homens não podem falar? – perguntou Shiera timidamente

- A sociedade das terras do poente assim como a maioria do mundo é patriarcal. Até mesmo uma rainha está abaixo dos homens. Na nossa é o contrario. Somos matriarcais. Mulheres governam, homens servem.

Um sorriso se expandiu no rosto da Greyjoy ao imaginar o primo Baelon e Aemon Martell a servindo. As outras mulheres pareceram chocada, exceto por Raven que tinha uma expressão de interesse. Os homens entretanto estavam divididos entre a surpresa e a revolta. Yuke-hime riu.

- Essa é a reação da maioria dos viajantes. Nos não temos escravos. Nunca o tivemos, nossos homens são livres para partirem, mas nesse caso jamais devem retornar. Eles nos servem, em todos os sentidos, mas devem ter sempre consciência de seu lugar. Devem manter os olhos baixos, obedecer às ordens de sua esposa e matriarca. Nunca levantar a voz. Nunca retrucar. São muitas as nossas leis, mas a essência é a submissão masculina.

- Não vejo como homens livres podem aceitar esse tipo de vida – disse Raven

- Eles crescem assim. Quando uma de nos espera uma criança já sabe qual o destino que lhe aguarda. Uma garota pode escolher entre o sacerdócio, a vida de guerreira, estudiosa, curandeira, politica, o que ela quiser. Aos homens cabe apenas servir, eles crescem com essa ideia. E quando chegam a maioridade devem escolher entre permanecer ou partir. A maioria fica.

- E quando os homens quebram as leis? – perguntou Narcysa

- Depende de qual lei, se for uma simples cabe à sua matriarca disciplina-lo. Se a infringência for grave o estado deve puni-lo. Mas isso é raro, a ultima vez foi à quase há meio século. O homem em questão matou sua senhora por ciúmes.

- E o que aconteceu com ele? – perguntou Mary Lane curiosa

- Foi punido severamente – respondeu Yuki misteriosa – Estamos chegando. Lembrem-se homens, mantenham os olhos baixos e fiquem calados. – ela sorriu e afastou uma enorme folha verde – Sejam bem vindos à Kokuren Josei.

A cidade atrás da planta era magnifica. Aa ruas eram de mármore e os prédios de madrepérola. Tudo era de um branco imaculado. Os homens vestiam uma toga de linho branco, e tal como Yuki lhes preveniu estavam sempre com os olhos baixos, concentrado em seus deveres. Apenas as mulheres tinham permissão para usar vestes coloridas.

Mary Lane notou que nem todas tinham a mesma aparência que sua guia, algumas tinham a pele escura das Summer Isles, outras tinham os cabelos loiros como as lysenas. Havia todo o tipo de gente ali, vinda dos mais variados cantos do mundo.

Os homens se ajoelharam assim que viram Yuki passar, Mary Lane entendeu que ela era como uma princesa. As mulheres apenas acenavam a cabeça respeitosamente. Yuki as guiou para um prédio, que tal como os outros eram brancos, havia alguns leitos espalhados pelo cômodo.

- Coloquem-no ali – disse sua guia apontando para um leito vazio

Gyles e Rhaego obedeceram. Não demorou muito para que uma mulher vestida de azul viesse, ela tinha os cabelos negros e a pele cobreada. Ela e a princesa conversaram em uma língua estranha e a mulher rapidamente começou a examinar o Baratheon, sua irmã, Lailla, não saiu de seu lado por nenhum segundo. Desde que haviam deixado Gogossos ela não dissera uma palavra.

A mulher de azul chamou por um homem que tal como os outros usava uma toga branca. Ela deu ordens na língua estranha ao qual ele rapidamente obedeceu, toda a postura dele era submissa e obediente. Aquilo de alguma forma excitou Mary Lane. Ela sempre gostara de mandar, de ser obedecida, até na cama. Imaginou como seria viver assim, ser obedecida em todos os aspectos.

Sentiu a púbis latejar dolorosamente, ontem mesmo havia se deitado com o Príncipe Bastardo, mas isso não lhe foi o suficiente. Estava novamente necessitada. Será que haveria algum bordel naquela cidade, feitos somente por prostitutos? A ideia lhe mandou mais uma dose de tensão para o meio das pernas.

A mulher de azul disse algo para Yuki que traduziu para eles.

- Seu amigo estará acordado amanhã pela manhã. Até lá são os meus convidados. Venham comigo para o palácio, minha mãe quer conhece-los.


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Notas finais do capítulo

E pegadinha do malandro!
Não, o Eddard não morreu. Pelo menos não ainda (sorrisinho cruel).
Confesso que demorei para postar esse cap apenas por medo. É, podem me chamar de covarde, pois eu realmente estou temendo o que vocês acharam desse cap... Kokuren Josei, é uma grande mistura, eu peguei um pouquinho da cultura oriental, misturei com a cultura Amazona (as antigas guerreiras gregas) e joguei no mundo de ASOIAF. Meninos, não fiquem com raiva de mim. Mas foi como a Yuki disse, é uma sociedade totalmente matriarcal. Isso será explorado melhor nos próximos caps. Mas garanto que essa visita não é à toa.
Então... O que acharam? Forcei muito à barra? Odiaram? Gostaram?
Eu realmente preciso das duas opiniões.
Beijinhos.



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