A MÚSICA DESSE CAPÍTULO É ESSA :

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Ártemis permanecia sentada no pufe roxo de seu quarto em frente a cômoda, passando os dedos finos e longos por suas jóias mais preciosas: um anel de platina e prata, sua tiara trançada para a caçada, um colar que tinha como pingente um diamante bruto... Eram tantas pra escolher que sentia que jamais sairia dali.

Ouviu alguém batendo a porta baixinho, e assumiu uma postura ereta imediatamente.

–Está aberta. - sussurrou. Não importa o quão baixo ela falou, já que Apolo adentrou seu quarto assim que suas palavras foram sopradas.

Ela o observou se aproximar pelo grande espelho em sua frente, e assim que chegou bem perto dela, este a beijou apaixonadamente.

Ártemis correspondeu, obviamente. Mas não fez nada mais do que isso.

Quando Apolo se afastou, ela voltou a olhar para seu reflexo no espelho, séria. Apolo tentava decifrar sua expressão olhando-a também pelo espelho.

–Temos que parar de fazer isso, Apolo. - disse ela.

Ele suspirou.

– E ontem? - pediu uma explicação. Ela se levantou rapidamente, sem se dar ao luxo de olhá-lo nos olhos.

– Ontem foi um erro. - afirmou.

O irmão voltou a se aproximar dela por trás. arrastou o nariz da clavícula até a orelha da irmã, sentindo-a se arrepiar. Sorriu levemente.

– Anteontem também foi um erro? Assim como no dia anterior a ele? - perguntou, provocando a irmã. Infelizmente, ela não se deixou levar por sua voz baixa e rouca. Voltou a caminhar pelo quarto, tentando se manter afastada dele.

– Cometi muitos erros essa semana... - respondeu.

– Não fale como se isso fosse um fardo que tem de carregar. - pediu, grosso. - Você fica aí, fazendo poco de mim como se eu fosse um nada, um zero à esquerda! E o tolo, o imbecil aqui, continua tentando... ! Continua fazendo de tudo para...! - as palavras lhe fugiram na hora do desespero. Sua boca encheu-se de coisas nada agradáveis para gritar para a irmã, mas lhe faltou coragem para dizê-las todas.

Era muito mais difícil agora que já tinha começado.

Respirou fundo, e tentou recomeçar. Agora finalmente tinha os olhos de Ártemis nos seus. Era essa sua deixa.

– Estou cansado de ser feito de idiota, Ártemis. Eu sempre soube o que eu quis... Mas e quanto a você? Você não sabe o que quer. Tanto não sabe que não resiste quando te beijo, e mesmo assim insiste em dizer que temos que "Parar de fazer isso."- Apolo se aproximou dela rapidamente, apoiando seus braços ao lado das cochas da deusa, e encarou-a. - Eu disse que a amava e juro que ainda amo... Mas eu devo realmente ter sido muito ruim nessa última semana se viver isso comigo tem quase te matado... Se essa última semana foi um "erro".

Ártemis abaixou o rosto, envergonhada.

Apolo tinha razão, mas ela sentia que algo a impedia de fazer o que estava prestes a fazer, e não era de seu feitio desculpar-se.

Ela se tornaria uma grande hipócrita se fizesse justamente o que aconselhara Thalia a não fazer. E isso não a agradava nem um pouco, mas...

Ela o queria.

Os lábios dele nos seus... Os braços quentes dele ao seu redor... Sua pele morena a irradiar o calor que a fazia corar imediatamente...

Seu cheiro impregnava todo lugar daquele maldito quarto! - deuses, aquele cheiro... - E quando chegava a conclusão de que, algum dia, aquele cheiro não estaria mais ali, ela temia ate mesmo respirar e acabar com ele mais rápido do que gostaria.

Apoiou a testa em uma das mãos. Precisava de uma resposta diplomática imediatamente, mas tudo que ela conseguia processar eram os olhos do irmão fitando seu rosto pelo espelho.

Ele estava complicando tudo não a deixando nem mesmo pensar.

Ela se levantou bruscamente, perdendo a graciosidade no meio do movimento. Atravessou o quarto marchando, e parou em frente ao irmão que a encarava assustado.

Será que havia falado demais? Que tinha sido rude o bastante para fazê-la se levantar e socar seu nariz para ele parar de ser idiota?

Eram tantas opções... E todas elas se esvaíram quando Ártemis levantou a mão, agarrou os cabelos da nuca de Apolo, e imprensou seus lábios nos dele.

Droga, ela estava perdendo o controle... Mas não tinha certeza se queria realmente recuperá-lo.

Ela era dele. Ele era dela.

E sempre foi assim.*