And every time I think of you

I think of how you pushed me through

And show me how much better I could be

(What You Mean to Me – StarStruck)

 Já haviam se passado três semanas, sim três. O que totalizava que restavam apenas mais uma, eita to boa de matemática hoje, parou! Já que na semana que resta de janeiro temos que nos organizar em relação à escola.

Há duas semanas uma semana foi o ano novo, pois é. Já estamos em dois mil e treze.

Flashback ON

- Acorda filha – Minha mãe me balança levemente.

- Só mais cinco minutos mãe – Arrastei o som do a para fazer uma voz meiga, que deu totalmente errado.

- Saí logo da cama pirralha – Sim, meu querido – sinta a ironia – irmão voltou pra casa.

- Falo o que lembrou que tem casa agora – Digo sacaneando.

- Cala boca idiota – Ele diz, revoltadinho.

- E tu vai fazer o que revoltadinho? – Pergunto-o encarando-o.

- Ah o que eu vou fazer? Você vai ver – Ele veio chegando mais perto e logo entendi a sua intenção, cócegas. O peste voltou com tudo mesmo. E eu pensei que ele ia gastar todas as energias – malicia. Risos – Saí correndo pela casa, sem me importar com o tamanho do pijama, quer dizer... Eu nem tinha lembrado, só sai correndo.

Quando passamos pela sala foi que eu percebi, todos estavam lá menos nós dois. Senti o olhar de Lucas sob as minhas pernas, mas foi muito rápido já que eu continuei correndo com o Pedro no meu enlaço.

Depois de corremos mais um pouco e ele acabar me derrubando na água, sim, eu muito inteligente corri em direção à praia, sem perceber, quando nós submergimos da água todos estavam parados na porta da casa, a blusa do pijama estava totalmente colada ao meu corpo, ainda bem que ontem a preguiça foi tanta que eu não tirei o biquíni já que eu não tinha usado.

Em compensação, eu voltei pra casa montada de cavalinho no Pedro, o meu namoro com o Lucas não é mais tão motivo de brincadeirinhas, aguentamos aquilo por uma semana, sem descanso!

- Bom dia né?  - Meu pai diz rindo. – Ou deveria dizer boa tarde bela adormecida?

- Bom dia pai lindo – Arrastei o “o”, estou com uma sensação boa para hoje. Senti que ia ser uma no bom.

- Alguém acordou de um ótimo bom humor – Ele diz sorrindo.

- Nem me pergunte o porquê eu também não sei, e ainda mais com esse cabeçudo me acordando – Digo empurrando a cabeça do Pedro. Que resmunga algo impossível de ser escutado.  – Se me dão licença agora eu vou me arrumar, noite de ano novo. FESTA! – Gritei empolgada fazendo todos rirem.

Quando entrei no meu quarto, permite-me sorrir, tudo andava tão bem na minha vida, que eu estava começando a achar que era um sonho, da última vez que tudo estava tão bom, aquilo aconteceu.

Tentei me livrar logo dos pensamentos. Fui separar a roupa que usaria de noite, era um vestido de renda branco, que ia até a metade das cochas, Lu tinha me dado assim que contei do meu namoro com o Lucas, segundo ela foi o meu presente de natal pra seduzir de vez aquele menino, quando eu digo que a garota é louca ninguém acredita.

- Vem almoçar Bru – Fui almoçar, já era quase três horas da tarde, depois fui caminhar com o Lucas pela praia.

Passamos a tarde inteira juntos, a cada segundo eu me apaixono mais, tanto pelos seus olhos azuis que tanto brilhavam, a sua boca que tanto contrastava contra a minha e que cada vez eu a queria mais pra mim, sem dúvida não tem mais volta, NUNCA mais esse garoto vai sair dos meus pensamentos e se Deus quiser nem da minha vida.

Estava perdida em pensamentos então não fazia a menor ideia do que ele estava falando, quando parei o assunto brutamente.

- Promete uma coisa pra mim – Encarei seus lindos olhos brilhantes azuis, que me fitavam com preocupação.

- Prometo qualquer coisa, meu amor -                 Ele respondeu prontamente, me passando segurança.

- Promete que vai estar comigo, pra sempre, sempre – Perguntei-o encaixando-me perfeitamente no seu peito. Consegui perceber que ele se remexeu, provavelmente estranhando a pergunta.

- Claro que sim meu amor, juntos para sempre! – Ele afirmou sorrindo, meu sorriso só se alargou.

Eu o beijei, como se não houvesse amanhã, eu não sei o que houve, mas só precisava fazer isso.

A noite foi chegando e nós voltamos e logo fomos nos arrumar  para o fim de ano, quando deu a hora, montamos a tão já conhecida tenda na praia e ficamos todos lá, quando olhei para o meu relógio quase meia noite, dei uma corridinha básica atrás do meu violão. O peguei e sentamos em uma roda. E começamos a cantar.

 “Estou vendo filme

Cada estrada que passei

Cada história que eu vivi

Os futuros que sonhei

Cada dia, cada mês

Cada estação que eu dividi com vocês

Abri meu coração

Se um dia alguém falou

Que o que foi não volta mais

A vida continua a escolha é sua

Sou feliz de olhar pra trás

Como não lembrar de vocês

Como não chorar outra vez

Só de lembrar

Poder te abraçar

Se a estrada se abrir

E eu tiver que seguir

Vou levar comigo cada amor de amigo

Como não querer de novo

Posso até ser bobo com vocês

Viveria tudo outra vez

Portas se abriram

Tive dias de frio

História surgindo

Corações se unindo

Cada choro

Cada riso

Cada emoção que eu dividi com vocês

Abri meu coração

Se um dia alguém falou

Que o que foi não volta mais

A vida continua a escolha é sua

Sou feliz de olhar pra trás

Como não lembrar de vocês

Como não chorar outra vez

Só de lembrar

Poder te abraçar

E os laços que eu plantei

Que formaram raízes no meu chão

Vou colher por toda vida amigos do meu coração

E se o mundo te esquecer

Quando o dia amanhecer

Quero estar aqui também

Vamos juntos pro ano que vem

Como não lembrar de vocês

Como não chorar outra vez

Só de lembrar

Poder te abraçar

Se a estrada se abrir

E eu tiver que seguir

Vou levar comigo cada amor de amigo

Como não querer de novo

Posso até ser bobo com vocês

Viveria tudo outra vez”

Começamos a contagem regressiva de dez segundos.

E os fogos rasgaram o céu, uma das visões que eu mais gosto.

Logo todos começaram a se desejar feliz ano novo.

- Meu amor, feliz ano novo, tudo de bom, e que esse vai ser o nosso ano – Lucas diz sorrindo para mim.

- Faço minhas as suas palavras – Digo o beijando-o.

Claro que eles não perderam a oportunidade de nos zoar. E foi assim o meu ano novo.

Flashback OFF.