Jane voltou para casa, mal entrou quando foi recepcionada por seu irmão.

— Estava brigando, não estava Jane?

— Sai do meu caminho Alec, me deixa em paz.

— Você não vê? Enquanto você se importar dará motivos à todos.

— Você diz isso porque não é com você! Minha mãe era a única que me queria viva, é o unico motivo do porque eu não fui morta quando criança. Ninguém pode ousar chamá -la de bruxa.

— Ela era minha mãe também Jane – Alec respondeu cansado - Eu desprezo as pessoas dessa vila assim como você, só que eu não me importo com o que elas pensam, e você também não deveria.

Jane encarou o irmão poucos minutos mais velho que ela. Às vezes desejava ser como ele, calma, controlada, Alec parecia nunca ter sentimentos fortes, ao contrário dela que explodia com as menores coisas. Eles eram diferentes, bem diferentes, mas ele era o único que a entendia, era o único que também era rejeitado pela vila.

— Eu vi uns homens de preto na floresta – Jane disse por fim – Não sei se é coisa da minha mente mas...

— Eu também os vi – Alec respondeu a cortando – eles tem nos vigiado há algum tempo.

— Acha que eles estão atrás do quê? Saber se essa história que eu sou filha do demônio é verdadeira?

— Eu não sei, mas é melhor tomar cuidado, tenho a impressão que eles podem ser perigosos.

Jane concordou, os dois irmãos se encararam sem dizer mais nada. Estranhamente os dois se completavam, se entendiam. Jane agradecia sempre por ter um irmão como Alec, não sabia se conseguiria passar por tudo sozinha.

— Eu quero ir embora Jane – Alec disse depois de um tempo – ter alguma coisa nessa vida vazia, essa vila não tem nada a me oferecer, e nem a você. Jane, logo você tera sua menarca e deverá se casar. Mas sejamos honestos, quem casaria com você?

— E nosso pai? Sei que ele me odeia, mas temos um dever com ele, não podemos deixá-lo sozinho.

— Eu ainda não sei, preciso pensar nisso. Nunca nada me incomodou, mas esses homens de preto... tem alguma coisa errada, eu posso pressentir. Tem alguma coisa muito errada com eles.