– Eu tenho uma proposta para te fazer: Eu quero que você venha para a Grécia para morar comigo! – Ela disse e eu aceitei. Ficar aqui só iria aumentar minha mágoa. Fomos para a casa em que eu morava com meu pai, minha madrasta e meus irmãos e combinamos que iríamos ir para a Grécia no outro dia, dormiríamos ali e não venderíamos a casa. Eu avisei para Luke e ele disse que avisaria o pessoal para se despedirem de mim no aeroporto.

Antes de dormir, eu pensei na confusão que estava minha vida. Pensei tanto que só consegui dormir quando já eram cinco da manhã.

Capítulo 15 – New Letter

Entrei no avião com lágrimas nos olhos. Todos os meus amigos se despediram de mim no aeroporto, menos o Percy. Ele nem apareceu. Eu e minha mãe nos sentamos nos assentos do avião [n/C: Não, Charlotthy, ela sentou no chão -.-‘]. O meu era ao lado da janela e da minha mãe era do meu lado. Seriam longas horas de viagem. Suspirei e coloquei as mãos nos bolsos do meu casaco. Tinha alguma coisa lá dentro. Retirei. Era uma carta. Provavelmente Luke colocou lá quando me abraçava. A carta não tinha nome.

 - De quem é? - Minha mãe perguntou.

 - Não sei. – Murmurei. Abri o envelope e li a primeira frase. “Querida Annie,”. Só essa frase deixou lágrimas nos meus olhos. A letra era do Percy. Eu não queria ler a carta perto da minha mãe. Eu choraria e ela se preocuparia, se culpando por ter me convencido a me mudar para a Europa . Resolvi esperar o avião decolar e eu leria no banheiro.

                                            ***

“Querida Annie,

  Desculpe-me por não ter ido me despedir de você no aeroporto. Eu realmente queria ter estado lá, te impedido de ir e ficaríamos juntos para sempre. Ok, isso só acontece em filmes. Mas eu estaria lá, se não fosse pela Alice. Ela é ciumenta demais! Eu escrevi a carta escondido. E outra pessoa também me impediu de ir lá. Eu tinha que te dizer algumas coisas.

Primeiro, nunca daria certo entre nós. Mesmo depois do acidente, você é muito meiga, inteligente, bonita (apesar de você não se achar), bondosa e outras coisas que eu podia ficar por horas, dias, meses e anos falando na carta, mas não sobrariam árvores nem papel na Terra. Enfim, você é boa demais para mim. Eu não suportaria ver você com outra pessoa, mas eu tenho que ver, porque eu quero você feliz. Eu quero ver você dando todos esses sorrisos típicos seus, aqueles meigos e sinceros. Eu me mato todos os dias na minha mente por ter te magoado e te abandonado. Me disseram que você ficaria melhor sem mim. E você vai ficar melhor sem mim. Eu realmente quero que você seja feliz, mesmo estando em outro continente, com caras que vão te dar muito mais valor que eu.

  Eu queria ter dito isso pessoalmente, pois dizer por carta é muita covardia, mas aí vai: Eu te amo. E agora que eu percebi isso, eu poderia ficar te dizendo isso por horas.

  Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo... Droga, eu odeio te amar tanto assim!

  Segundo: Eu sei que nunca vou te esquecer. Você é a única que me fez realmente feliz. Todos os dias, irei acordar e me lembrar de você, de como me fez feliz. Mas serão apenas lembranças. Lembranças que me farão seguir em frente. Eu queria ter lutado por você, mas não pude. Talvez, quando você vier visitar nossos amigos, nos esbarremos e você nem se lembre mais de mim. Mas eu vou me lembrar de você. Eu prometo.

                                                                             Com amor,

                                                                                                     Percy.

PS.: I Love You To The Moon And Back (Eu te amo até a lua e de volta).”

Terminei de ler a carta chorando. Percebi que fiquei tempo demais no banheiro, existiam mais pessoas que queriam usá-lo. Lavei meu rosto e saí do banheiro. Sentei na poltrona ao lado de minha mãe e não releria a carta, pois eu iria chorar de novo.

Percy me ama. Eu também amo ele. Talvez um dia ele saiba, mas por enquanto eu vou seguir o conselho dele (mesmo que não esteja muito claro): seguir em frente. Como ele seguiu.

P.O.V. Percy:

Ela tinha ido. Não tinha mais volta. Suspirei e levantei da minha cama, onde estive deitado por horas. Peguei meu celular e me sentei na cadeira da escrivaninha. Havia três mensagens de Alice. Respondi-as de qualquer maneira, suspirei de novo (isso de suspirar já ‘tá virando um hábito, um hábito que é de gay) e meus olhos se encheram de lágrimas. Annabeth Chase, a garota dos meus sonhos, a mulher da minha vida, a inspiração para as minhas músicas, tinha ido para a Grécia. GRÉCIA!

Acho que a essa hora ela já tenha lido a minha carta. A carta em que eu disse que a amava, em que eu peço para ela seguir em frente. Acho realmente que ela vai seguir o meu conselho.

                       1 ano e alguns meses depois

Thalia, Luke, Nico, Clarisse, Chris e Tyson iam se encontrar numa cafeteria perto da minha casa, depois que todos descobriram que passaram de ano (Tínhamos acabado o 3º ano do ensino médio). Iríamos para a faculdade no ano que vem. Eu já estava namorando a Alice há 9 meses. Eu estava conseguindo esquecer a Annie.

O pessoal disse que tinha uma surpresa para mim. Que surpresa? Estou curioso...

Assim que cheguei à cafeteria (Starbucks, por acaso) vi o pessoal sentado, rindo e conversando animadamente na mesa ao lado da vitrine do Starbucks. As pessoas que passavam pensavam que estavam assaltando a loja, mas era só um bando de adolescentes de 17 anos comemorando por ter passado de ano.

Enquanto eu estava saindo, uma pessoa estava saindo com um café para a viagem e um cupcake embalado, mas, como eu sou muito azarado, acabei esbarrando nela e derrubamos o café no chão.

 - Me desculpe, eu estava distraído! – Eu disse me abaixando para pegar o cupcake azul, eu adoro azul, já disse? Bom, peguei o cupcake, que não sofreu danos, e o copo descartável do café, pois o café havia se espalhado no chão. – Quer que eu te pague outro? - Eu disse entregando para a pessoa, mas olhando para baixo, constrangido.

 - Não precisa Percy, eu já estou indo. – Essa voz, eu conheço essa voz, principalmente quando fala o meu nome. Olhei rapidamente para cima. Os cachos loiros continuavam os mesmos, os olhos continuavam os mesmos, apesar de que ela estava usando lentes de contato ao invés de óculos, o sorriso doce continuava o mesmo, as bochechas coradas continuavam ali, agora ela devia ter somente uns cinco centímetros a menos que eu (antes ela era 10 centímetros menor que minha pessoa). Ela estava linda. Um sobretudo preto por cima de uma calça cinza, botas cano alto e o cabelo estava solto. Estava frio em NY.

 - Annabeth. – Eu disse de olhos arregalados. Meus sentimentos vieram à tona. Eu não havia esquecido ela. Eu ainda a amava. – Não sabia que estava de volta.

 - Não estou. Só vim para passar a semana. Tenho que passar o Natal em New York, se não o pessoal lá dentro me matava.

 - Eu acreditaria nas ameaças deles. Um dia eu acordei acorrentado em minha própria cama com Tyson, Luke, Nico e Chris dançando poli dance. Nem tente imaginar a cena. – Eu disse e ela riu. Como foi bom ouvir a risada dela. E sabia que eu ainda a fazia rir. Eu ri junto com ela. – Ainda é minha vizinha¿ - Eu perguntei, após os risos terem cessado.

 - Sim. – Ela disse, com os olhos brilhando mais que nunca. – Eu tenho que ir. Beijinhos. – ela se despediu me dando um beijo no rosto, mas eu virei o rosto sem querer (foi SEM QUERER mesmo) e acabamos dando um selinho. Nós dois coramos e ela saiu quase correndo. Eu fiquei paradão lá. Aí me lembrei de que meus amigos estavam lá dentro e entrei. Eles haviam visto a cena, mas nem comentaram.

Meus lábios estavam formigando. Eu queria poder beijá-la de verdade, mas eu não posso. Eu tenho namorada. Não posso me esquecer disso.

Sai dos meus devaneios quando ouvi Nico comentar algo.

 - Espera! O que você acabou de dizer? - Eu perguntei, pensando se foi coisa da minha cabeça o que eu tinha ouvido.

 - Perseu, - Nico disse. Coisa boa não é. Ele me chamou pelo meu nome verdadeiro, então é coisa séria. – Annabeth nos disse agora a pouco que estava saindo com alguém.

 - Com quem? - Eu perguntei, olhando para o nada, sem reação.

 - Com o Douglas. – disse o Luke.

Continua...

Brink’s eu ‘tô inspirada então vou continuar.

Eu não conseguia acreditar. Ela estava saindo com o cara que tinha acabado com tudo (se ele e eu não tivéssemos brigado o acidente não teria acontecido e eu e a Annie estaríamos juntos. Me culpo até hoje.).

Mas ela seguiu o meu conselho. Ela seguiu em frente. Mas eu precisava saber.

 - Como?

 - Facebook, Skype, sms... Os dois estão meio que “juntos” há um tempo já. – Tyson disse.

 - Quando?

 - Desde que ela chegou à Grécia, afinal ele tem parentes lá... – Clarisse respondeu.

 - Por quê?

 - Ela viu que ele mudou... – Chris começou e olhou para Thalia, pedindo com os olhos para que ela continuasse.

 - E os dois tinham muito em comum. – Thalia continuou.

 - E vocês sabiam desde...?

 - Desde o começo – Eles responderam juntos. – Chega de perguntas! – Disseram juntos de novo, jogando comida e alguns itens da mesa em mim.

 - Uma última... Vocês combinaram em falar juntos né? - Eu perguntei rindo e eles riram juntos comigo, assentindo com a cabeça. Nem comi nada, nos expulsaram do Starbucks por fazermos bagunça demais.

Depois demos um rolé pela cidade e cada um foi para sua casa. Eu e Tyson fomos conversando sobre assuntos aleatórios até chegar em casa. Quando chegamos, vi Douglas e Annabeth se beijando no jardim dela. Logan aparentemente não gostou de Douglas, pois começou a latir. A mãe de Annie me pediu para cuidar dele e me deu a chave da casa. Parece que agora Atena gostava mais de mim. Claro né, depois de me obrigar a parar de falar com a filha dela com uma conversa de duas horas [n/C: ele vai contar a conversa toda mais para frente].

Annabeth parou de beijá-lo, mas ela não tinha me visto, ela estava de costas. Já Douglas viu tudo e resolveu me provocar. Ele deu um sorrisinho para mim e agarrou Annabeth, praticamente dizendo “Agora ela é minha”.

Resolvi entrar logo em casa. Tyson foi para seu quarto e eu fui para o meu. Liguei o meu computador e abri a pasta em minha área de trabalho que dizia “FOTOS”. A maioria delas era da Annabeth, e é claro que a Alice não sabia disso. Passei todas as fotos. Algumas eu havia achado no quarto da Annabeth, outras no facebook, outras fui eu que tirei. Ela nem deve saber da existência dessas fotos.

Ah!, Como eu a amo...

Continua...