Akai Ito escrita por Ushio chan


Capítulo 29
Revelações parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá... Não, não tem nenhuma outra grande revelação neste capítulo, é só a continuação do cap passado, que tinha ficado originalmente com 5000 palavras... É, está uma merda, eu sei. Desculpa. Bem, notícias: Para quem lê em inglês, estou postando "novos gênios" em inglês no Fanfiction.net. Na minha opinião está melhor que a primeira versão...
(LINK: http://www.fanfiction.net/s/8935443/1/From-Katherine-to-Kim )
boa leitura, minna-san.



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•••PDV NEAR•••

Kim saiu com Íris, Mello e Matt foram fazer alguma coisa por aí, Ushio e Ino foram viajar e disseram que não queriam ninguém para levá-los para o aeroporto, L e B foram a uma loja de doces... Enfim, é um dia perfeito para eu passar com Leila.

Eu e a ruiva estamos andando pela rua de mãos dadas. Agradeço a todas as forças do Universo, como por exemplo os Orixás, Deus, Alá, o Destino e a Ciência, por Leila parecer mais velha e ser um pouco mais alta do que uma garota de doze aos deveria ser, o que faz parecer algo completamente comum estarmos juntos, nada de especial ou estranho.

As ruas de Tóquio são bonitas, mais do que eu esperava. Do jeito que Kim falava daqui, eu comparava este lugar ao inferno, mas entendo que ela se sentisse assim. Eu também me sentia.

- Aqui é bonito. – Sussurra Leila

- Estava mesmo pensando nisso. A Kim sempre dizia que aqui era um inferno e que ela era infeliz, que sentia saudades... E eu via o estado dela e achava que devia ser um lugar horrível, mas não.

- A sua irmã gosta do Japão, ela apenas não gostava de ficar sem vocês. É completamente normal. – Ela sorri.

- Leila, eu tenho a forte sensação de que temos um cérebro compartilhado. Isso está me preocupando. – Estamos pensando exatamente as mesmas coisas ao mesmo tempo! Isto é completamente bizarro.

- Estamos pensando as mesmas coisas ao mesmo tempo hoje, não?

- Pare com isso! Está me assustando! – Finjo uma carinha assustada que sempre a faz me abraçar e gritar que eu sou fofinho. Ela me abraça e aperta minhas bochechas. Meu coração tem reações estranhas aos toques de Leila. Reações que não entendo e não posso prever. Nunca sei quando ele vai acelerar ou parar, apenas acontece. Por algum motivo eu gosto disso, ainda que raramente me sinta atraído por coisas novas e desconhecidas. Meu corpo simplesmente confia neste novo sentimento em mim, o que é completamente absurdo.

- Fofinho. – Ela me olha de um jeito quase acusador. – Você é brincalhão comigo. Isso é divertido. É divertido passar o dia com você desse jeito, eu simplesmente não entendo por que você não é assim com todos. São seus amigos, Near... Você pode confiar neles.

 - Bem... Eu fico assim com você porque você é uma pessoa muito especial para mim e eu me sinto relaxado com você. Eu preciso pensar menos, então posso brincar. Mas com os outros... Mello é uma pessoa estressada, ele me deixa estressado. Ainda por cima é o namorado da minha irmã... Quer dizer, ele transa com ela e eu não quero ter uma relação especialmente forte com Mello, ainda que realmente o tenha em alta conta. O Matt... Eu confio no Matt e o acho uma boa pessoa. Gosto muito dele, mas isto é tudo. Eu nunca senti que realmente conheci Ino e Ushio, porque eles são ainda mais fechados do que eu. Ela mostra que é uma fujoshi, J-Rocker e Otaku, mas o que eu sei sobre ela? – Leila apenas me observa enquanto falo, mantendo-se quieta e escutando. - Nada! Não sei nem o que aconteceu com os pais dela. O Ino é a mesma coisa. Ele basicamente só conversa com ela e ela com ele, menos durante investigações e em momentos menos sérios. Íris é uma garota boa, uma boa amiga, mas me sinto distante dela. – Paro de falar, como se tivesse concluído a lista. Mas Leila me  manda continuar falando.

- E quanto a L e B?

- L e Beyond... L é meu mentor e amigo, eu me sinto mais próximo dele do que de qualquer um dos outros, mas ainda assim eu não me sinto solto para dizer coisas mais estúpidas... Para realmente ser um adolescente. Beyond me dá um certo medo, sabe? Ele é meu amigo, claro, mas... Eu não me sentiria seguro para, por exemplo, ficar sozinho com ele no mesmo ambiente nem que ele estivesse algemado. Com L por perto tudo bem, mas... Você entendeu.

Uma curta pausa se faz, um silêncio constrangedor se formando por alguns instantes enquanto caminhamos, ela com os braços cruzados e eu com as mãos nos bolsos. Seus cabelos ruivos são jogados em seu rosto pelo vento. Nós dois sabemos que eu serei forçado a dizer isso, mas ninguém quer se arriscar a começar. Por fim, Leila cede e pergunta.

- E a sua irmã? Você não é assim com ela nem quando estão sozinhos. Quer dizer, quando é assim vocês grudam feito chiclete, mas sempre parecem meio tristes...

- A Kim... Ela é uma pessoa triste. Às vezes não parece, mas você mesma já testemunhou como as coisas explodem quando algo sério acontece. Ela ficou cinco anos em um estado semivegetativo, isso não é normal. Eu me preocupo muito com a Kim, porque eu sei que, se algo der errado... Ela se cortava, Leila! Ela chegou ao ponto de causar dor física a si mesma para aliviar a situação emocional! Por que o Mello foi embora! – Eu menciono os fatos um a um, acentuando o quanto é absurdo o que acontece com Kim quando sua situação fica séria. Isso é uma das coisas que eu preferiria que ela tivesse mantido da Katherine.

- Você não contou isso. Por quê?

- Ela pediu para eu não falar. Pediu para eu deixar vocês pensando que era só o mal estar que a estava afetando, mas ela estava alterada psicologicamente... Ela estava em uma situação de depressão na qual nós dois sabíamos que ela podia tirar a própria vida a qualquer momento. Ontem, quando eu e Mello estávamos falando com ela sobre o que aconteceu... A Kim perdeu o controle. Ela gritou conosco e disse coisas horríveis, Leila, horríveis!

- Como o quê?

- Ela disse que, na época, ela queria morrer. Ela disse que torcia internamente para não acordar no dia seguinte. E eu sei que é verdade porque vi acontecer. É um milagre que ela tenha ficado com Mello outra vez, porque isso estabilizou ela. Não é como se ela fosse obcecada, porque ela não é muito possessiva ou o forçaria a ficar com ela... A Kim apenas não está pronta para se magoar outra vez. A morte dos nossos pais a abalou muito, embora ela tenha escondido bem. Depois houve a adoção e Yukiteru morreu e ela voltou... E eu acho que ela era nova demais para tantos sentimentos, de forma que ela se tornou uma bomba e, quando Mello a magoou de novo, foi como se apertasse o botão do detonador. Foi o limite dela.

- Eu sei. Mas ela está feliz agora, certo? Não há mais preocupação, a Kim está contente, saudável...

- Sim. E não acho que Mello vá magoá-la outra vez. – Paramos de falar por outro instante, preparando-nos para a troca de assunto. – Chega de falar disso. O que quer fazer hoje? Cinema, almoçar... Os dois... Qualquer outra coisa no mundo, desde que seja viável...?

- Vamos ver um filme, depois podemos comer alguma coisa. – Ela sorri e abraça meu braço enquanto caminhamos. Leila é hiperativa às vezes, mas isso é uma das coisas que me encantam nela. Dou-lhe um beijinho nos lábios, algo bem raro entre nós.

•••PDV MELLO•••

Hoje é um dia interessante. Passarei a tarde toda com Matt e, talvez, todos  nós tenhamos que nos hospedar em um hotel, para o caso de Yue resolver passar a noite. Pessoalmente, torço para que dividam os quartos por casal e não por pessoa ou gênero, assim eu poderia passar a noite toda conversando com Kim. Ultimamente, mesmo juntos, não temos dialogado tanto quanto eu gostaria, e sinto que também não é agradável para ela. Não quero que a nossa relação se torne apenas beijos e sexo. Kim é a minha namorada, mas também é minha melhor amiga. Eu gosto de falar com ela, discutir tanto assuntos importantes quanto bobeiras... Colocar apelidos estranhos ou fofos, como “Floquinho” ou “Snowdrop”, são a minha especialidade.

Com o aniversário de Íris se aproximando Matt quer lhe dar um presente especial, de forma que vamos ao shopping.

- Certo... Bem, eu não sou bom com presentes. Mas o que você quer dar para a Íris?

- Eu não faço ideia. Ela gosta de desenhar, mas não sei se gostaria, por exemplo, de uma aquarela ou lápis de cor bons... Pergunto-me se ela preferiria um colar ou pulseira, ou uma roupa. O que você daria para a Kim?

- Bem, a Kim é uma garota delicada. Eu provavelmente daria um colar bonito e um apelido novo. – Rio. Eu gostaria de ter passado o aniversário de Kim com ela, para ser sincero. Se a data ainda estivesse se aproximando, eu não sei se teria dinheiro para lhe comprar um presente, porque gastei basicamente todas as minhas economias com a aliança que lhe dei. Valeu a pena, uma vez que ela aceitou se casar comigo. – Embora eu infelizmente fosse ter que lhe dar algo bem mais barato do que o que ela merece.

- Gastou tudo com chocolate, Mello? Não guardou nada nem para a sua namorada? – Pergunta meu amigo, completamente chocado.

- Não. – Começo. – Eu gastei tudo com uma coisa que é tanto para ela quanto para mim.

- O que seria isso, Mello? Camisinhas? – É incrível como Matt não tem medo de mim. Ele me chama de ninfomaníaco e minha namorada de vadia, mas ainda assim eu não me zango com ele.

- Não, um anel. – Dou um meio sorriso, tentando dizer-lhe sem falar.

- Um anel... Tipo, simples um anel, ou algo que liga vocês de outro jeito?

- Ela aceitou se casar comigo. – Revelo. A expressão que Matt faz em reação a isso é simplesmente impagável. A boca entreaberta, os olhos verdes arregalados e a coluna se arqueia para trás, como se ele quisesse ter a visão de todo o meu rosto para ter certeza de que não estou mentindo.

- Caralho! Parabéns, chocólatra! Por que não disse antes?! – Pergunta, a voz exaltada de surpresa.

- Eu não sabia o quão secreto Kim quer manter isso. – Explico. – Mas você é meu melhor amigo, então... De qualquer forma, obrigado.

Continuamos a andar pelo shopping, buscando por algo que vá agradar Íris no dia de seu aniversário, 5 de Janeiro, no qual ela completará seus vinte e um anos.  Entramos em loja atrás de loja, somos atendidos por vendedora atrás de vendedora, as quais explicam para ele os motivos de dar a sua namorada aquilo que elas querem vender. Elas até mesmo vestem as roupas para que Matt as visualize em Íris. Entretanto nada parece agradar o ruivo. Entendo ele, para ser sincero. Quando fui comprar a aliança de Kim, nada parecia chegar aos pés do que ela merecia.

Por fim, entramos na loja certa. O “presente perfeito para Emmi”, como Matt o chamou, é um kit de aquarela o qual vem acompanhado de uma quantidade exorbitante de cores, pinceis dos mais variados tamanhos e formatos, um avental, três lápis H4 e um bloco de papel especial para o trabalho. O fato é que é realmente muito difícil de acreditar na possibilidade de a morena não gostar de seu presente. E, considerando que é algo vindo de Matt, isso é verdade.

Quando finalmente saímos do shopping, descobrimos que não temos sorte hoje. Kim e Íris saem do cinema, caminhando em nossa direção enquanto conversam. Com sorte ainda não nos viram. Matt me passa a sacola com o presente de Íris, nós dois na esperança de enganá-la. Continuamos caminhando, esperando que não nos vejam. Então ouço passos apressados e algo se joga sobre minhas costas e eu quase caio para trás enquanto Kim apenas ri e se agarra a mim com as pernas e os braços, beijando minha bochecha. Jogo os braços para trás, segurando-a pela parte traseira das coxas e mantendo-a sobre mim enquanto caminho. As atitudes de Kim são muito fofas e infantis às vezes.

- Ok! Eu me rendo, você me pegou. – Brinco. Um minuto se passa, mas ela nem se mexe. – Não vai descer?

- Implore. – Ordena a garota, ainda grudada a minhas costas como uma macaquinha.

- Nunca! – Respondo, deixando a sacola no chão e começando a pular, tentando derrubá-la de brincadeira. Brincar com Kim é sempre divertido.

- É a sua punição pelo que fez comigo hoje de manhã. Implore para eu descer. – Ela se agarra a mim, segurando-se ao meu redor como faria com um touro mecânico, e recusando-se a descer.

- Jamais! – Teimo. – Eu me recuso!

- Recuse-se e eu vou fazer você me carregar durante o dia inteiro. – Ela me dá um beijo no rosto. – Bobinha... Ela não sabe com quem está lidando. Ou melhor, sabe, mas não sabe do que eu sou capaz de fazer para removê-la de minhas costas sem machucá-la.

- Albininha... Eu posso te tirar daí em um segundo, se eu quiser.

- Eu duvido. – Desafia. Esta é minha deixa, de forma que passo a correr em círculos e me mexer tão rápida e bruscamente quanto consigo, tentando tirá-la de onde está. – Mello, peça logo, estamos fazendo papel de palhaços.

- Você começou, você termina. Eu não vou pedir, você saia quando quiser ou quando eu conseguir te tirar. – Digo a Snowdrop. Ela se recusa a descer, de forma que continuo a fazer loucuras na frente de todos até me cansar e desistir. – Muito bem, pequenininha, você ganhou desta vez. Por favor, oh pequena porém poderosa Snowdrop, desça das minhas costas e pare de me usar como touro mecânico.

- Obrigada. – Ela se mexe e o peso em minhas costas é aliviado. – Viu? Não foi tão difícil assim. Eu nem ofendi o seu orgulho... Enfim, oi, Mello. – Abraço-a e beijo sua testa.

- Oi, Kim.

- O que é isso, Mello? – Íris me cutuca, segurando a sacola do presente de Matt.

- Pare de xeretar, Íris. – Digo. – Mas você me pegou, é... Uma coisa para a Kim. – A albina troca um olhar comigo, escaneando minha expressão e lendo tudo o que se passa em meus olhos. Informo-a sobre tudo e ela sorri para mim, concordando  em se tornar cúmplice do segredo. Finalmente saímos do shopping e vamos comer em algum lugar. Já está ficando tarde e precisamos jantar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não, né? Tá uma merda do tamanho do mundo. Gomenasai. Proximo cap é de investigação.
Comentem aí.
KISSUS DAQUELA QUE AMA VOCÊS, A SHIO-CHAN!!!
jya ne!
- Ushio