Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 50
O show




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“Alô?” – Atendi.

“Pode falar comigo?” –Ele perguntou.

“Que tal falar comigo quando a sua linda amiga se sentir melhor?” –Perguntei.

“Então nunca, né? Porque ela per-“ –Teddy falou até eu interrompê-lo.

Desliguei  a ligação e olhei para Ethan.

“Está tudo bem?” –Ele perguntou.

“Sim, está tudo ótimo!” – Eu disse sorrindo.

Ethan me olhou desconfiado, mas permaneceu calado. Vinte minutos depois, enfim, terminamos as compras e fomos embora. Ethan morava perto do mercado e eu um pouco mais distante, como prometido, Eunice me deixou na porta da minha casa. Ethan saiu do carro e sai em seguida.

“Nem sei como te agradecer! Muito obrigada mesmo.” –Eu disse.

“Não precisa agradecer, amigos são para essas coisas.” –Ele disse.

“Isso... amigos...” –Eu disse forçando um sorriso. –“Bom, então tchau.” –Completei.

Fiquei na dúvida se o beijava no rosto, se o abraçava ou se simplesmente ia embora, mas antes que eu tomasse minha decisão, Ethan me abraçou, retribui seu abraço e de certa forma, aquilo me confortava. Ele entrou no carro e caminhei até a porta do motorista.

“Muito obrigada mesmo, Eunice.” –Eu disse.

“De nada, querida! Conte sempre comigo.” –Ela disse com um sorriso simpático.

Caminhei em direção a porta de casa e acenei para eles, que retribuíram e foram embora. Entrei em casa e Mary estava sentada no sofá, assistindo um programa de notícia. Fui até ela e beijei sua cabeça. Mary se virou para mim e deu um leve sorriso, mostrando um pouco dos dentes. Subi as escadas correndo e me taquei na cama, como eu estava exausta.

SÁBADO.

Já era sábado, Teddy e eu não nos falamos desde o dia do hospital. Acordei as 7:25 a.m e não conseguia dormir novamente. Em algum momento do meu sono, a ideia de ir ao show do Teddy martelava em minha cabeça e a dúvida se eu deveria ir ou não ecoava em minha mente. Eu rolava pela cama e nada do sono voltar, eu só pensava em como seria o primeiro show do Teddy após o lançamento do CD. O tempo estava totalmente nublado e ainda pareciam ser 4 a.m, eu não queria me levantar, eu queria dormir, ainda estava cansada, mas me sentia culpada por ter parado de falar com Teddy por um tempo. Não que eu tenha me recusado a conversar com ele, ele nem ao menos me procurou e não seria eu que ia fazer isso. April faltou a escola por dois dias, dizendo ainda estar muito deprimida com o que havia acontecido com sua mãe. Eu achei que essa seria a chance para eu parar de odiá-la mas, ela fez tudo errado e todas as conversas com ela que imaginei na minha cabeça, foram jogadas foras, ela não seguiu meu roteiro. Me levantei e fui para a mesa escrever em meu caderno. Eu ainda não havia encontrado o livro e não queria me desesperar com isso. O fato de ter sido semana de prova, a gente ganha mais uma semana para entregar o material para a biblioteca e eu tinha que achar até segunda antes da aula. Abri meu caderno e pude notar que o mesmo já estava acabando.

“Você engana a vida e ela te engana de volta, você se esforça para tudo dar certo e seu trabalho de dias, se vai em segundos. É errado imaginar um futuro, ele sempre dará errado, ou 99% dele. Estou em uma fase da minha vida a qual não me permito sentir tristeza, lutei para estar aqui, sofri para estar aqui e não seriam pequenas coisas que me machucariam novamente, minhas cicatrizes ainda estão sensíveis.”

Enquanto eu escrevia em meu caderno, senti meu cabelo mexer do lado direito, me virei a porta estava fechada e ninguém estava no quarto, além de mim. Me voltei para a mesa novamente e notei que a janela também estava fechada. O vento era localizado, como se fosse a respiração de alguém movimentando meu cabelo. Não me importei muito com o que havia acontecido. Me levantei e fui em direção ao guarda-roupa, o abri e um livro caiu no chão. Seu barulho foi tão grande, mas mesmo assim, Mary não acordou, pois não entrou em meu quarto. O livro caiu próximo ao meu pé e era ele, o sumido. Por que ele foi parar no guarda-roupa? Ele não estava ali antes. O guardei em seu devido lugar, debaixo da cama e voltei para o guarda-roupa. Enquanto eu ia passando as roupas, penduradas no cabide, para o lado esquerdo, eu olhava algumas vezes para a cama, o fato do livro ter aparecido ainda me intrigava, mas agora era o momento de imaginar uma roupa para o show, o qual ainda não estava muito motivada a ir.

Tirei todas as minhas roupas do armário e as joguei na cama, nada se encaixava no conceito de “o primeiro show do Teddy”, o qual eu deveria ir devidamente bem. Já passavam das 9 a.m e Mary entrou no quarto, sem bater.

“Achei que estivesse dormindo ainda e...” –Ela disse parando de falar ao ver a bagunça sobre a cama.-“O que significa isso?” –Ela perguntou.

“Significa que todas as minhas roupas boas estão sobre a cama.” –Eu respondi.

“Mas para que isso?” –Ela perguntou.

“Hoje é o primeiro show do Teddy e ...” –Fui interrompida por Mary.

“Voltaram a se falar?” –Mary Perguntou.

“Quantas perguntas! E não, não voltamos mas... eu queria ver o show.” –Eu respondi.

“Quer ajuda?” –Ela perguntou.

“Mais perguntas...”-Eu disse rindo.

“Eu gosto dessa...” –Ela disse indo em direção a cama.

Mary pegou uma blusa preta, que abotoa na parte da frente, toda com flores médias nas cores vermelha e amarela, ela também pegou uma calça jeans escuro e me entregou a combinação.

“Use esta roupa no show.” –Ela disse.

“Mas eu nem sei se...” –Fui interrompida novamente.

“Vá ao show.” –Ela disse.

Mary sorriu e saiu do quarto. Olhei para a roupa notei que eu não precisava ir super arrumada, eu iria parecer a “Yolanda” indo assim, simples. Coloquei a roupa sobre a cadeira da mesa de estudos e guardei todas as roupas que estavam jogadas. Ainda era possível ler as escrituras no fundo do armário.

Faltava uma hora e meia para o show e Mary estava terminando de pentear meu cabelo. Ela o jogou para o lado direito e o prendeu, fazendo uma pequena trança também. Estava com a roupa escolhida por Mary e uma sapatilha preta. Mary me acompanhou até o ponto e de lá parti sozinha até o show. Me sentei atrás do motorista e o ônibus permaneceu vazio até o local do show, e conforme ia se aproximando, as pessoas iam descendo.

Enfim, cheguei ao ponto correto e desci. Olhei para o relógio dourado no meu pulso esquerdo e já haviam passado quinze minutos do horário previsto para o início do show. Caminhei até o local, que ficava a dez minutos do ponto. Ao me aproximar da porta, pude ouvir um som de violão saindo lá de dentro, abri a porta e logo vi o pequeno palco e Teddy sentado em um banco alto, tocando seu violão e cantando. O lugar estava congelante. Estava consideravelmente cheio e de vista, eu conhecia grande parte do público. Teddy estava cantando “Misery”, segunda faixa de seu EP. Permaneci de longe olhando sua apresentação, enquanto ele cantava, eu o acompanhava, cantando baixo, eu era a única que sabia a letra, mas ao final de “Misery”, muito pegaram o refrão e cantaram junto.

Teddy já estava em “Addicted”, penúltima faixa do EP e decidi me aproximar mais do palco. Quando Teddy começou a cantar “I love you”, última música do EP, parei de andar e pedir licença para as pessoas para deixarem eu passar. Parei ao lado de um homem bem mais alto que ele e me escondi um pouco atrás dele. Era a vez do refrão, Teddy parou de cantar, respirou fundo, parecia decepcionado ou triste, o sorriso que eu tinha em meu rosto, fora sumindo aos poucos. Teddy enfim, voltou a cantar o refrão, de cabeça baixa, olhando para seu violão. Na hora de sussurrar o “I love you” do refrão, Teddy levantou a cabeça e olhou para a plateia, me escondi atrás do homem que estava ao meu lado. Em um momento da música, Teddy parou de cantar, onde não era pra parar, sai de trás do homem e Teddy olhava em minha direção e me escondi rapidamente. No fim de “I love you”, Teddy acrescentou.

“Essa deveria ser a minha última músicas mas... temos uma presença a qual eu tinha medo que não viesse e vos apresento...Autumn Leaves.” – Ele disse.

Teddy começou a tocar a introdução da música e fui saindo aos poucos de trás do homem e Teddy olhava fixamente em minha direção, mas eu não tinha certeza se era exatamente para mim, dei um leve sorriso e Teddy acabou fazendo o mesmo e tive certeza que era comigo. Eu o olhava e deixava que ele me dublasse. Enquanto cantava, eu sorria e na hora de “how I miss you”, pude sentir uma lágrima descer pelo meu rosto e chegar até o queixo e simplesmente cair. Teddy terminou a música e se levantou, todos o aplaudiram, inclusive eu, e Teddy se curvou no palco, agradecendo. Ele deixou seu violão no apoio e desceu do palco e veio em minha direção. Permaneci em meu lugar e durante seu percurso, pessoas iam parando ele, para cumprimenta-lo, Teddy falava rapidamente com eles. Ele finalmente parou na minha frente.

“Não achei que viria.” –Ele disse.

“Não deveria...” –Eu disse.

Teddy nada disse, apenas segurou meu rosto com ambas as mãos e me beijou. Durou tempo o suficiente para esquecer o motivo pelo qual eu estava zangada com ele. Teddy olhou para mim, ainda com as mãos segurando meu rosto.

“Nunca mais faça isso.” –Ele disse.

“O que?” –Perguntei.

“Simplesmente sumir.” –Ele disse.

“Você sabe onde eu moro, não sumi.” –Eu disse.

Teddy ficou em silêncio e sorriu. Quando eu ia abraça-lo, senti uma mão tocar meu ombro direito.


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Notas finais do capítulo

NOVAMENTE, me desculpem a demora por postar. Aos poucos estou me livrando da faculdade e terei mais tempo para escrever. ♥
>> Criaram um nome para os fãs, admiradores ou leitores da minha fanfic, criaram um FANDOM chamado de "Little Leaves". Estou simplesmente apaixonada pelo nome, muito obrigada por criarem o nome do fandom, meninas!
OBRIGADA POR AINDA ESTAREM LENDO A FANFIC. ♥
@eddictedhoran



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