Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 128
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Camilla chorava ao telefone, disse que já estava sentindo saudades. Seu choro não demorou muito e logo já estava contando sobre os desejos que sentia. Na última noite, disse ter sentido vontade de comer cuscuz com leite condensado e pela manhã, Joana comprou pra ela, só que sua vontade já havia passado, mesmo assim comeu.

“Meu filho vai nascer com cara de cuscuz.” –Ela toda hora repetia, angustiada.

Conversamos durante horas, todos os convidados já haviam ido embora da casa de Imogen quando Camilla resolveu desligar. Ela contou sobre Marcela, que estava dormindo na minha antiga cama e fazia tudo pelo bem estar do apartamento. De certa forma, eu estava orgulhosa de todos nós, por termos confiados em Marcela.

“Acho que sua amiga não gostou de mim.” –Eu disse para Teddy.

“Por que diz isso?”

“Intuição feminina.” –Eu disse.

Ajudei Imogen a guardar as coisas. Incrível como a casa estava impecável, mesmo depois de um excelente almoço de natal.

“Nunca me esqueci de você.” –Comentou, Imogen.

Ela tinha um sorriso que por mais que você estivesse triste, sorriria junto com ela. Uma pessoa incrível que, mesmo não te conhecendo muito bem, sabe o que seus olhos estão dizendo. John, Matt e Imogen, eram os únicos que nos faziam companhia no dia frio de natal. Imogen deixou minhas malas no seu quarto e pedi para que Teddy fosse me acompanhar até lá, pois não me sentia confortável entrando no quarto de outra pessoa.

“Tem o seu presente.” –Eu disse.

“Achei que fosse o útil dicionário.” –Ele disse.

Neguei com a cabeça e deitei as duas malas. O presente era a primeira coisa da segunda mala. Me levantei e entreguei o embrulho prateado amarrado com uma fita azul, para Teddy. Ele balançou o presente, para ouvir o que tinha dentro. O presente não fez muito barulho, o que atrapalho na dedução dele. Teddy se sentou na cama de seus pais e desamarrou a fita. Uma caixa branca fora retirada do papel. Teddy sacudiu novamente e não arriscou dizer nada. Quando ele ia abrir a caixa, sua mãe entrou no quarto e pediu desculpas, caso tenha interrompido algo. Ele pediu para que fossemos até a sala, pois algo muito importante estava acontecendo. Teddy deixou o presente sobre a cama e saiu do quarto lamentando. Ao chegar na sala, pude notar que o que passava na televisão era um show de Teddy em um festival. Nos sentamos no chão e encostados no sofá, onde estava Matt e Imogen.

“Já tinha visto algum show antes?” –Teddy perguntou.

Neguei com a cabeça. Ele estava surpreso com o fato de eu saber cantar todas as músicas que tocavam. Perguntou como eu sabia de tudo e contei sobre o fanatismo que Camilla tinha por ele. Ela conseguia se manter bem reservada, pois não queria assustar Teddy com seus escândalos e estragar o momento que tinham juntos. Ele lamentou por não saber disso antes e decidiu mandar uma mensagem para Camilla.

“Olá, Camilla! Só queria saber como você está. Abraços, Teddy. Xx”

“Ela vai surtar um pouco.” –Comentei.

Imogen estava separando algumas miçangas para as suas novas pulseiras enquanto acompanhava a canção de seu filho.

“Estou curioso para abrir o presente.” –Ele sussurrou.

“Não é nada demais, tenho que confessar, fiz um suspense só para parecer mais especial do que é.” –Eu disse. -“E agora estamos assistindo ao seu show.”

“É estranho se assistir na Tv.” –Comentou Teddy.

Ficamos por alguns minutos e Teddy não conseguiu segurar sua curiosidade e me levou até o quarto. O presente não estava mais sobre a cama e começamos o procurar. Teddy começou a ficar impaciente e começou a acusar todo mundo por ter levado o presente. John apareceu no quarto, querendo saber sobre a bagunça que Teddy estava fazendo.

“Estou procurando meu presente.” –Disse Teddy.

Eu parei de procurar sobre a mesa de cabeceira e olhei para John. Me aproximei de Teddy e apontei para o pescoço de seu pai.

“Aquele é o presente.” –Sussurrei.

“Tire este colar, pai.” –Disse Teddy.

“Mude seu tom comigo.” –Disse John.

“Gente, calma. É que, desculpa, senhor John, mas eu dei este colar para Teddy e quando ele ia ver o presente, Imogen nos chamou para a sala e ele acabou deixando sobre a sua cama.” –Expliquei.

John ficou nos olhando e lentamente tirou o colar. Se desculpou pelo ocorrido e me abraçou, dizendo ser um lindo presente. John colocou o colar em minha mão direita e saiu do quarto.

“Surpresa!” –Eu disse, sem graça.

Teddy começou a rir e pegou o colar de minha mão. Era uma nota musical e abaixo uma pequena frase.

“Minha música é nosso amor.”

Eu mandei a joalheria escrever a frase e Teddy ficou encantado e disse que usaria tal frase em uma futura música. Enquanto nos abraçávamos, o celular de Teddy apitou.

“OMG, você ainda se lembra de mim!” –Dizia a mensagem enviada por Camilla.

Ela já conseguia se virar um pouco com o inglês, só não conseguia ter uma boa conversação, mas sabia escrever textos muito bem. Eu estava com medo da vida descobrir que eu estava feliz e de repente acabar com tudo em segundos. Parecia que eu tinha acordado de um longo pesadelo e nada havia me acontecido, parece que eu nunca sai da Inglaterra e que estava ao lado do Teddy durante toda sua carreira. Mas a vida não é tão simples assim.

“Ainda não acredito que estamos juntos novamente.” –Disse Teddy.

Seu beijo estava com gosto de cigarro, o que me obrigou a bater nele.

“Por que ainda fuma?” –Perguntei.

“Eu, sinceramente, não sei. Só sei que não consigo parar.” –Ele disse.

“Consegue sim.” –Eu disse.

Isso me deixava triste. Teddy era saudável por natureza, porque iria contribuir para o organismo o mate lentamente? Ele tinha que largar esse vicio o qual vem matando pessoas todos os dias. Não posso julgar quem fuma, mas é errado. Uns começam porque acham legal, outros porque acham chique, outros simplesmente não tem motivos. O grande problema é o primeiro cigarro, o que vier depois é consequência. Meu discurso deixou Teddy confuso e nervoso. Ele não queria que eu me metesse em sua vida desta maneira. Ele iria continuar bebendo, comendo e fumando, como ele sempre fez depois de completar dezessete anos. Essa era sua vida, ele quem mandava nela e sabia o que era o certo a se fazer. Teddy entrou em contradição ao dizer que poderia parar quando quisesse e tudo não passava de uma desculpa para continuar fumando. Ele começou a ficar furioso com a conversa sobre o que era certo ou errado a se fazer. Passei a mão direita em seu rosto e estava quente. Seu cabelo ruivo estava completamente bagunçado, e exatamente isso o deixava mais bonito. Sua barba estava crescendo e sua pele branco se misturava com a cor laranja. Ele realmente havia mudado desde a escola. Não tenho uma opinião formada para dizer se mudou para melhor ou pior. Sei que o Teddy que tenho em meus braços agora é o ideal para mim e o Teddy de 2005 era o que eu precisava na época. Cada mudança foi necessária para construir um ser humano confiante sobre o que ele planeja em seu futuro. Teddy, agora, era inspiração para milhares de pessoas e as vezes eu esquecia disso. Eu ainda estava vivendo em um mundo onde Teddy era apenas meu.


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Notas finais do capítulo

MIL DESCULPAS, novamente, pela demora em postar. Cês viram que surgiu uma fanfic que consideram um plágio de folhas de outono? Quando encontrarem uma também, por favor, me mandem, pra eu denunciar!
Muito obrigada por lerem a verdadeira folhas de outono. ♥
Jenny, thewalkingteddy



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