Rachel P.O.V

Um dos advogados do Sr. Puckerman estava na sala, esperando por nós. Sam e Santana estavam sentados com um copo de uísque cada e Noah e Quinn vinham do jardim, ambos parecendo perturbados.

_ Sr. Puckerman, Srta. Berry, temo haver um pequeno empecilho com os documentos para seu casamento. – explicou o advogado, abrindo sua pasta.

_ Empecilho? – questionei surpresa – Que tipo de empecilho?

_ Um casamento anterior da senhorita. – disse ele – Srta. Berry, conhece Finn Allan Hudson?

Gelei, empalidecendo, enquanto todos me encaravam.

_ Rachel, que merda é essa? – rosnou Noah, irritado.

_ H-h-há alguns anos atrás, quando eu ainda estava com o Teo, na verdade quando rompemos em Vegas, eu bebi muito, muito mesmo. – tentei explicar – Eu não me lembro de nada, só de acordar na manhã seguinte na cama com um homem, esse tal de Finn e ele dizer que estávamos casados. Mas eu estava confusa, de ressaca, tinha 18 anos. Poucos dias depois, Quinn disse que estava grávida e tudo pareceu simplesmente tão idiota, tão sem sentido... E além do que, casamentos em Vegas ficam em Vegas, não?

_ No estado de Nevada. – corrigiu Sam, lendo os documentos – E infelizmente Rachel, mesmo que em um Estado apenas, você não pode se casar com Noah. Parte da empresa passará a ser sua e, pelo menos em Nevada, Finn poderá alegar que parte da empresa é dele.

_ E o que fazemos a seguir? – perguntou Noah, trincando os dentes.

_ Bom, de acordo com os registros do Sr. Hudson, a última notícia que se tem dele, foi um visto para a Alemanha dois anos atrás. – leu o advogado – Mas não há previsão de volta.

_ Mas o casamento é em duas semanas. – gritou minha mãe – Temos figurões a caminho de Nova York para o casamento.

_ Lamento sra. Berry... – disse o advogado, apanhando suas coisas, mas deixando alguns papéis – Eu posso providenciar a documentação, mas se até o dia do casamento não obtivermos a assinatura do Sr. Hudson, não poderemos realizar o casamento.

Noah P.O.V

Casada. Eu não acredito que ela seja CASADA. Ela dormiu com um cara e em tanto tempo de namoro ela está segurando para mim. Puta que pariu Srta “quero-ser-virgem-até-o-casamento”.

Entrei no escritório de meu pai batendo a porta, irritado demais para conversar com qualquer um, sabendo que se eu fizesse algo, acabaria machucando alguém.

_ Sr. Puckerman? – ouvi uma voz fininha da porta e me virei, deparando com Charlie. pela primeira vez pude prestar atenção de verdade nela e ver que, apesar de ter muito de Quinn, eu também estava ali – Posso entrar?

_ Claro. – assegurei, minha voz ficando mais dócil de repente – Venha cá Charlie.

Ela se aproximou envergonhada, mas se sentou em minha perna, como as crianças dessa idade costumam fazer. Admirei-a, sem conseguir acreditar que havia perdido seis anos de sua vida e tentando imaginar como teria sido Quinn grávida. Logo espantei esses pensamentos, ciente de que tinha outras preocupações mais urgentes.

_ O que você quer pequenina? – perguntei, encarando-a.

_ Não fica brava com a titia Rachel. – pediu ela, suplicante – Ela é uma pessoa boa e gosta de você. Ela apenas cometeu um erro. Todos cometemos.

_ Você é muito nova para ter cometido erros tão grandes. – brinquei, fazendo cócegas na barriga dela, que riu.

_ Mas a mamãe cometeu. – resmungou ela, abaixando o rosto.

_ Hei, olha para mim. – pedi, erguendo seu rosto – Sua mãe fez o melhor que podia para cuidar de você, e o que aconteceu entre ela e seu pai... Você não deve julgá-la.

Ela me olhou com os olhos brilhantes e, em uma atitude inesperada me abraçou. Eu parei estático, antes de abraça-la de volta. Fazia apenas trinta minutos que eu tinha noção de ser seu pai e menos de trinta minutos que a conhecia, mas já sentia um amor tão profundo por ela, que não sabia como explicar.

_ Charlie, o que você... – ouvi alguém abrir a porta e Sam entrou, parando e nos encarando – Está tudo bem querida?

_ O que você quer Sam? – rosnou ela e eu ri de canto.

_ Sua mãe está com Rachel, vim ver se você está bem. – explicou ele.

_ Eu estou na casa da minha madrinha, conversando com meu futuro tio. – explicou ela – O que pode me acontecer?

_Calma, eu só fiquei preocupado. – pediu ele.

_ Se preocupe com o que é seu e me deixa em paz. – pediu ela – Tio Noah, podemos comer algo? Estou com fome.

_ Claro. – concordei, me levantando com ela no colo.

_ Quer que eu vá junto? – ofereceu Sam.

_ Não, pode ir cuidar da sua vida. – pediu ela, com um sorriso torto que reconheci como meu – Vamos tio Noah?

Concordei, me dirigindo a cozinha com ela no colo e me sentindo feliz por ela gostar de mim.