Eu sabia que estava sonhando, já tinha tido a mesma sensação antes e inexplicavelmente eu abri os olhos. E o vi sentado do meu lado em um banco. Numa linda campinha.

- Oi. – Sorri com a presença dele ali do meu lado. E nessa hora eu percebi a saudade que estava dele.

- Michael!

Abracei ele e ele sorriu para mim.

- Também senti sua falta!

E recebi ali o carinho dele. Mas nos separamos e olhei ao redor, não reconheci o local. Nunca tinha ali com ele ou com Edward tinha certeza. Ouvi algus barulhos de árvores e pássaros e era tão bom, tão pacifico.

- Eu morri?

-Não meu amor, você ainda tem muitos anos pela frente.

- Então o que eu faço aqui?

- Precisamos conversar. Mas não é nada demais. Primeiro queria te mostrar uma coisa.

Ele se levantou e me ajudou a levantar. Nessa hora eu percebi a barriga. Meu Deus eu devia estar de uns sete meses. Andei e olhei um espelho que havia não muito longe. Ele me colocou em frente ao espelho e contemplei a barriga por coima do vestido. Respirei fundo e soltei algumas lágrimas.

- Ele está aqui... eu pensei que ia perdê-lo...

- Como perdeu Brian? – ele disse passando a mão na barriga sorrindo. – Você ainda está mais linda do que na primeira vez querida. Está mais linda.

- Brian foi...

- Bella me escute porque não posso vir aqui mais do que o necessário. Brian foi nossa luz, nosso mundo. Amamos ele com todas as nossas forças e ele soube disso. Esse bebê é seu futuro... sua recompensa... Ele virá e não tenha medo de amá-lo porque ele será fruto do seu amor por Edward.

- Temo por ele...temo por Edward... não agüentaria perder mais ninguém... – as lágrimas escorriam e ele me abraçou. Forte. Era tão real que chegava a ser assustador.

- Me escute, eu sei o que você pensou quando pegou o resultado. Eu sei que você prefere uma menina para não lembrar ele, para doer menos... mas amor. Ele não merece levar o peso do nosso passado.

E nessa hora eu percebi que estava colocando em meu filho os meus medos e carregando mais do podia nas costas.

- Ele vai ser lindo. – disse passando a mão na barriga. – Ame-o Bella sem medo, nada vai separar vocês  porque não é esse o plano. Eu e Brian tínhamos um tempo e ele se esgotou. Não foi sua culpa, não foi descuido meu ou mais nada além de uma fatalidade. Amor, viva e sinta-se completa com sua filha e seu filho.

E lembrei de quando ouvi Charlotte me chamar de mãe e de como eu pensei que aquilo nunca se repetiria na minha vida e que eu sentiria o luto para sempre. Vi Michael sorrir.

- Eu sei que pensou que nada iria muda, mas mudou e você precisa acompanhar essa mudança. Ele não é Brian, mas vai ser seu filho. Vai te chamar de mãe, vai te dar trabalho com as meninas e você vai rir e chorar com ele e por ele Bella.

E em vez de dor eu estava feliz. Desde que eu soube que estava grávida eu me sentia traindo Brian e sua memória e de certa forma eu estava com medo de ser menino por ele. Só que Michael tinha razão, ele não era Brian e aquilo não se repetiria porque já tinha cumprido minha cota de dor nesse mundo. Eu precisava ser feliz nessa gravidez e me entregar a ela. Amar esse ser que queria ser amado e lutava pela vida dentro de mim.

Michael sorriu novamente.

- Que bom que você entendeu meu amor. Agora volte para os seus e seja feliz.

- Ele está bem? – eu tive que perguntar.

- Estamos bem.

Respirei fundo e senti meus verdadeiros sentidos voltarem. Pude ouvir o barulho do monitor cardíaco. O corpo pesado talvez por estar muito tempo deitada.

- Pai ela não acorda, isso não pode der normal. – Meu Edward estava aqui.

- Filho ela precisa de um tempo.

- Ela está dormindo a vinte quatro horas!

- Cada um reage como deve nesses casos. Os médicos falaram que as funções neurológicas estão normais então é esperar o corpo dar sinais.

Edward respirou fundo, pude ouvir seus passos pelo quarto.

- Charlotte está com Esme e ela disse ela quer te ver.

- Não posso deixa Bella e nosso filho... não agora... talvez quando ela acordar... pai eu estou fazendo o certo? Não sei como... ela... Charlotte.

- Filho não somos deuses. Precisamos escolher. Pára de se culpar.

E nessa hora eu queria abrir os olhos e mostrar que eu estava bem. Que estávamos bem. E fiz um esforço e abri os olhos. Tudo estava muito claro. Era dia e a luz invadia o quarto. Coloquei a mão nos olhos e gemi por causa da claridade que incomodava demais.

- Bella! – ela falou correu para o meu lado e senti seu cheiro, seu carinho.

- Oi amor.

- Bella.. está sentindo alguma coisa? Carlisle chame o médico...

E o pai de Edward saiu e ficamos só nós dois ali e sorri ao vê-lo.

- Estou bem... só... feche as janelas...

Edward correu para atender meu pedido e voltou rápido.

- Estou com sede amor. Muita sede.

- Vou ver... – ele olhou ao redor e não encontrou nada e a porta abriu. Era o Dr. Sullivan entrou sorrindo com Carlisle.

- Vejo acordou! – ele disse vindo perto e medindo minha pressão, olhando os monitores.

- Estou bem.

- Vejo que sim, tome cuidado na hora de sentar, pode se sentir tonta.

- Estou com muita sede.

- Edward chame uma enfermeira e peça água.

- Ela pode comer...

Disse Edward preocupado.

- Pode sim, mas vamos começar com água. Vou refazer a ultra amanhã Sra. Cullen e dependendo dos resultados vamos liberá-la tudo bem? Por Hora descanse e receba o carinho de sua família.

Dizendo isso ele saiu e Edward foi procurar a enfermeira com água e comida.

- Está tudo bem mesmo Bella?

- Nunca estive melhor. Como está Charlotte?

- Sentindo sua falta... Esme explicou... acho que ela entendeu.

- Ela entendeu eu tenho certeza.

E o dia se passou com Edward do meu lado e a visita da minha linda Charlotte que me mostrou sua mais nova boneca e me contou tudo que eu perdi. Era maravilhoso não ter peso nenhum. Pensamentos negativos. Estar livre de muitas formas e conseguir enfim, aproveitar minha gravidez.

- Mamãe a vovó falou que eu tenho que cuidar de você e do bebê.

Sorri com ela.

- Você vai ser uma ótima irmã Charlotte. Eu tenho certeza.

- Mãe se for menina posso escolher o nome?

- Pode sim meu amor.

- E papai escolhe se for menino.

Edward sorriu com aquilo.

- Mamãe precisa descansar e amanhã ela volta se o bebe estiver bem Charlotte.

- Mãe leva meu irmão direitinho. – ela beijou a barriga e passei a mão em seus cabelos.

- Pode deixar.

Depois que toda a agitação da tarde passou eu fiquei com Edward no quarto. Eçe tinha aproveitado que Alice veio para voltar para casa e tomar um banho. Ele voltou  rápido e na hora exata que ela estava indo embora.

- Deita aqui meu amor.

Ele não hesitou e ficou deitado do meu lado passando a mão na barriga. Me aconcheguei a ele e me tranqüilizei com tudo.

- Edward é um menino. – disse.

- Sério? Instinto maternal...

- Não, meu amor é um menino. Eu sei. Não sei como explicar, mas eu sei.

- E você está feliz com isso?

- Muito. Obrigada porque eu sei que isso só foi possível porque você lutou também.

Ele me olhou emocionado.

- Anthony... nosso Anthony.

- Lindo... amei.

- Meu avô se chamava Anthony e achei que poderíamos usar caso fosse menina. Mas não conte para Charlotte ainda, ela vai querer esperar a ultra... e também ela e Alice estão se divertindo com nomes...

-Daremos uma irmã para ela numa próxima vez.

- Próxima? – ele perguntou surpreso.

- Vamos encher aquela casa de crianças Edward, eu as amo e quero que Charlotte tenha irmãos para cuidar.

- Eu trouxe algo para você... eu tinha certeza que era menina.. só que agora meu presente furou.

Ele se levantou e foi até seu casaco e pegou uma caixa azul. O que ele tinha aprontado?

- Bom, não é uma menina e acho que vou mandar trocar a pedra... – ele estava com seu rosto tomado pela dúvida.

- Eu quero do jeito que está.

Ele abriu a caixa e vi um cordão de ouro branco fino e o pingente era de um coração com uma flor no meio.

- Diamante rosa... eu pensei que fosse outra menina.

Sorri com aquilo.

- Edward é lindo e isso aqui é...

- Mais uma para você colocar na sua caixa. E toda vez que a ver é para lembrar que superamos mais um desafio. E vamos superar tantos outros que vierem  Bella.

Ele colocou o cordão em mim e deitou novamente. Eu sabia que íamos superar, agora eu tinha muita certeza disso. E meu filho, meu Anthony estava crescendo dentro de mim e a vida não ia tirar ele de mim. De nós.