- Precisamos ir princesa, já está tarde. – falei no seu ouvido e ela acordou com o rosto mais lindo do mundo.

- Já? Que horas são?

- São oito, Charlotte deve estar dormindo.

- Olhe meu celular.

E me levantei e peguei sua bolsa na sala. Ela estava sentada na cama quando cheguei e entreguei a bolsa. Ela pegou o celular e me mostrou as mensagens.

“Charlotte almoçou bem. Perguntou e disse que vocês foram resolver alguns problemas.”

“Ela dormiu um pouco de tarde, lemos um livro e brincamos com o cachorro de tarde.”

“Lanchou e jantou muito bem.Pegamos um DVD no carro e ela assistiu até dormir.”

“O jantar está na geladeira. Fiquem onde estão até quando acharem melhor, estou dormindo com ela.”

- Ela é muito competente.

- É sim, eu sabia que se algo acontecesse ela ligaria, mas se está tudo bem ela só manda mensagens. Informando.

- Ela fazia isso com Brian?

- Sim, eu sempre fui muito controladora e bom... ela deve ver como vejo Charlotte.

- E como você a vê?

- Bem... como filha. – ela corou.

- Sim... eu também a veja como mãe. É estranho não é? Sinto um estranha ligação desde que chegou.

- Eu também, achei no inicio que te amar era trair Michael. Mas depois não. – ela falou e eu admirei sua certeza.

- Um dia nos casaremos não?

- Isso é um pedido?

- Sim, não vou ficar esperando e esperando Bella. Não tenho motivos para isso.

- Não temos. Quero ser feliz.

- Seremos.

E voltamos a nos beijar e voltamos a nos amar intensamente até a madrugada.  Não dormi pensando e olhando para Bella nos meus braços. Eu tinha tantas coisas que queria fazer com ela, tantas coisas que eu queria proporcionar a ela. Dormi e acordei com um cheiro bom vindo da cozinha. Olhei para o lado e não a vi. Levantei e a vi com um vestido curto e descalça na cozinha. Sorri, poderia viver assim para sempre. Estava no céu?

- Bom dia. – disse dando um beijo na sua nuca, arranquei arrepios dela e sorri.

- Bom dia.

- Comida?

- Pedi pelo celular. Supermercados entregam sabia?

- Hum... qual o menu?

- Panquecas, ovos e bacon. Tem suco de laranja.

- ótimo!

Comemos e depois tomamos banho juntos e apaixonadamente. Ela estava entregue, ela era minha e eu totalmente dela.

- Bom... vamos? – ela falou. Ela não queria voltar.

- Vamos ter mais tempo assim, não se preocupe.

E assim que voltamos para casa Bella estremeceu ao ver uma Mercedes parada na frente de casa. Ela mandou eu entrar rápido. O portão fechou e ela correu para dentro.

- Onde está Charlotte? – ela parecia preocupada quando perguntou para Marta.

- Ela está na varanda, o cachorro está todo molhado e ela está secando. O que aconteceu?

- Leah, o carro dela. Não tire os olhos de Charlotte! – Marta correu para ficar com Charlotte e eu estava esperando uma explicação.

- O que foi?

- Leah, era o carro dela.

- O que isso tem haver com Charlotte?

- Ela é má Edward, ela e a mãe.

Nessa hora a campinha tocou e Bella estremeceu.

- Se não quiser mande ela para...

- Não, eu sei o que ela quer.

- Te infernizar? – falei irritado com a situação.

- Não... ela quer..

- O que meu amor? O que esses loucos podem querer?

- Preciso atender, mas fica do meu lado sim?

- Claro... não pretendia ir a lugar nenhum. – Nunca vi Bella tão pensativa, tão estranha. Era medo ou insegurança?

Ela acionou o botão da cozinha e o carro entrou uma Mercedes preta e de lá saiu uma mulher morena, parecia com Jacob. Era magra e alta. Ela tirou os óculos escuros e veio em nossa direção, Bella a bloqueou na porta.

- Leah, bom dia. – Bella a cumprimentou.

- Isabella, quantos anos...

- É mesmo. E a família?

- Bem. Aumentou a sua pelo que vejo.

- Estou seguindo. O que faz aqui?

- Vim pegar o que me pertence.

- Não, sabe que Michael não te deu isso. É meu e vou guardar não se preocupe.

- Isabella... nós podemos resolver isso de uma maneira melhor não?

- Elias sabe que está aqui? – Bella parecia preocupada.

- Não. E não me trato mais com ele.

- Com quem está? – perguntou tensa.

- Ninguém, me dei alta.

A mulher era louca, ótimo.

- Precisa se tratar.. não pode parar... estava indo tão bem...

- ME DÊ ISABELLA!

- Saia ou chamo uma ambulância.

- UM DIA ISABELLA EU VOU PEGAR E AÍ MINHA QUERIDA...

-Ameaças? Tenho testemunhas... quer ir por esse caminho?

- Isabella... ainda não viu nada.

- Espero que continue se tratando. – ela disse num tom sincero.

- Não, eu vou reaver cada papel que está naquele cofre e vou realmente acabar...

- Ameaças?

Ela se virou e foi embora no seu carro.

- O que aconteceu aqui?

- Leah tem problemas Edward, ela é psicótica.

- E o que essa maluca faz aqui?

- Bom... eu tenho as ações que deveriam pertencer a ela. Michael ....e... ele me passou essa responsabilidade. Ninguém mais queria cuidar da parte dela, então ele assumiu.

- Ela... ela está nas suas mãos? É isso? – disse desesperado.

- Mais ou menos, Jacob que administra. E eu repasso o dinheiro para ela, mas seus gastos são controlados e seu dinheiro não é gasto sem consentimento.

- Como você faz isso? Bella você não sabia de na da até uns dias atrás...

- Uma empresa especializada, ela não pode gastar nada que não se pré-aprovado antes. Mas eu não precisei fazer mais nada, já era assim quando ele estava vivo. Eu só continuei pagando.

- Bella você precisa se livrar dessa gente.

- E vou, mas prometi a Michael cuidar dela. Ele a amava apesar de tudo. Sue que a colocou contra mim, éramos amigas....

- Não são mais, ela não está se tratando e quer papéis que estão aqui em casa... O que Charlotte tem haver com isso Bella?

- Ela perdeu uma filha da idade de Charlotte a uns anos atrás, antes de Brian ou Michael morrerem. Isso agravou tudo, se ela visse Charlotte acredite.. as coisas iam ficar feias.

- Ela pode fazer mal a Charlotte?

- Não, mas eu não sei a reação dela. Ela tentou seqüestrar Brian uma vez... quando ele nasceu.

- ESSA MALUCA E PERIGOSA ASSIM E FICA ANDANDO PELA RUA?

- Quem pode internar ela são os pais ou o marido, ninguém quer assinar a papelada.

- E o que a polícia acha disso?

- Ela nunca cometeu nenhum delito para ser presa, perante a lei ela é uma cidadã exemplar.

- Merda Nenhuma! Estou cansado desses Black... vamos para casa hoje ainda.

Ela só me seguiu até o quarto triste. Realmente a vida dela não era fácil e eu precisava me livrar desses abutres ao redor dela. A empresa, precisava saber a que pé andava aquilo. Meu próximo passo seria esse.