- O que faz aqui? – perguntei ainda mantendo Edward atrás de mim, eu não sabia o que ele sabia da minha história com Jacob e nem todos sabiam de todos os detalhes. Por isso mente-lo atrás de mim era mais seguro.

- Não me avisou que estava na cidade Bella. – ele falou calmamente, eu sabia que ele estava tentando manter o controle. Via a tensão nos olhos.

- Vim resolver algumas coisas.

- Foi no banco? – ele sabia que eu tinha ido. Sempre o mesmo.

- Você sabe que sim.

- Bella é muita coisa, deixe-me ajudar.

- Edward está fazendo isso.

- Bom, ele não é a pessoa mais indicada. Sabe...

- Nem você. – falei ofender ele não me deixou com um humor melhor.

- Bella entenda, tudo ficou para trás. Michael e Brian..

-Não falei neles! – eu gritei  - Eles são muito melhores que você Jacob!

- Eu não quis falar nada demais. – Olhei para Edward, ele estava visivelmente nervoso.

- Sai Edward, está na hora da janta de Charlotte e eu preciso falar com Jacob.

Ele me olhou e eu apenas assenti. Assim eu muito contrariado ele saiu eu sentei no sofá.

- Não sou seu inimigo.

- Nem meu amigo. Temos negócios e é só.

- Não venha com isso Bella. Somo muito mais eu isso.

- Não somos... deixamos de ser a muito tempo.

- Bella Michael...

- Ele morreu, eu sei. Eu o enterrei Jacob. Eu sou sua viúva.

- Bella, você acha eu poderíamos nos dar melhor?

- Se parar de me seguir. Vigiar meus passos, com certeza.

- Bella...

- Jacob se continuar me seguindo dou parte na polícia. Minha privacidade não vai ser invadida por um ex-namorado maluco ouviu?

- Ele... vocês..

- Sim. – a resposta me surpreendeu, mas sei lá. Eu falei e não me arrependia.

- Bella você mal conhece ele.. e pelo eu sei é babá da filha dele.

- Parei de ser babá a muito tempo, virou pessoal.

- Está apaixonada? E Michael e Brian? Os esqueceu Isabella?

A máscara caiu antes mesmo do que tinha previsto.

- Não esqueci, os amo. Sempre os amarei, mas duvido eu meu marido iria querer um luto eterno. – Olhei para o grande quadro com um foto nossa na parede, Jacob acompanhou meu olhar. – Vê aquele sorri? – disse falando de mim – Ele lutou tanto para mantê-lo que eu preciso me esforçar para continuar tendo. Edward e Charlotte são uma oportunidade.

- E se não der certo?

- Vai dar. – a confiança que tinha quando conheci Michael, precisava me apegar a ela.

- Não tem certeza, não o conhece.

- Posso lidar com o passado e o futuro dele. Farei um bom papel.

- Bella! – ele gritou e eu não m,e assustei com seus ataques. Edward a apareceu por trás de nós. Ele estava nervoso. Olhei para ele transmitindo calma, Jacob latia, mas não mordia.

- Já terminamos Jacob, alguém vai entrar em contato. Temos muito a tratar sobre a empresa e não tenho interesse nenhum em abandonar meus interesses de novo.

- Como quiser, mamãe e Leah pediram para mim mandar um abraço.

- Mande elas para o inferno! E não se faça de desentendido, elas me odeiam! Sempre me odiaram, detestavam Brian. Mande sua família para o inferno Jacob!

- Bella elas..

- Saia da minha casa e diga para elas contratarem o melhor advogado do país porque se entrarem na justiça eu acabo com elas!

- Isso é uma ameaça? – ele disse sério.

- Uma constatação. Não vão tirar nada de mim por puro interesse! 

- Elas só acham...

- Elas acham eu não era digna do seu irmão, que deveria ter terminado quando me ameaçaram de morte. Que é por minha causa que vocês ficaram sem se falar. Elas acham muitas coisas que não são verdades Jacob, principalmente que Brian nasceu autista por minha causa. Que o herdeiro da fortuna Martin não poderia comandar nem aproveitar tudo que lhe era de direito, não foi isso que sua mãe falou na festa de dois anos de Brian?

- Elas só queria,,

- Infernizar a minha vida e a de Michael, mas nunca conseguiram. Agora Jacob Black, saia da minha casa.

E ele saiu derrotado, sua expressão de calma era uma fina camada comparada ao ódio eu ele deveria estar por dentro. Assim que ouvi o carro dele sair respirei aliviada.

- Está bem? – Tinha me esquecido de Edward.

- Sim. Mas preciso descansar.

Subi e deixei Edward para trás. Vi nos seus olhos toda a dúvida de uma conversa mal explicada, mas tinha que subir e talvez sonhar com meu menino ou Michael. Ao invés disso sonhei com Edward e Charlotte e acordei lembrando da frase eu tinha tido para Jacob, eles são a minha oportunidade de sair do meu luto. Olhei para o lado e vi mais uma vez Edward deitado na poltrona, não vi quando ele entrou e isso deveria me dizer muitas coisas sobre ele. Ele se preocupava comigo. Ele estava se dando melhor com Charlotte. Tínhamos alguma chance afinal.

A casa já não era um lugar tão triste. Charlotte corria atrás de um cachorro que encontramos na rua a uns dias atrás e Edward me fez levá-lo no veterinário para fazer exames e saber se o bicho era realmente saudável, ri com a lembrança dele preocupado com Charlotte e comigo.

- Não toquem nesse bicho! – ele falava enquanto eu acariciava o bicho e Charlotte ria da cara do pai.

Ela riu e sua gargalhada era o som mais lindo do mundo. E tudo isso aconteceu no dia seguinte em que Jacob foi embora. Eu escolhi um vestido azul e ela quando entrei na cozinha estava com uma mine-versão de meu vestido e eu fiz cócegas nela brincando que ela me copiou e então ela riu. Depois os sons foram aparecendo com mais tranqüilidade e ela gargalhou, falei para Edward encarar aquilo com normalidade, mas para ele foi difícil controlar todas as emoções que fluíam e ele abraçou ela apertado por longos momentos.

Resolvemos passar alguns dias ainda na casa, já que os carros tinham compradores interessados e queríamos estar presentes para efetuar a compra. Contratar alguém não seria justo com as minhas lembranças  e agora eu estava ali, deitada na grama com um exemplar de O pequeno Príncipe olhando Charlotte e o cachorro. Edward usava meu escritório para seus negócios e hora e meia aparecia para nos acompanhar em alguma brincadeira. Eu estava feliz, muito feliz. Completa e sem meu preto do luto. As cores voltaram quando Edward entrou na minha vida e gostar dele não já era mais um peso porque eu sabia que era isso que Michael queria. Meu sorriso. Mas Edward não dava nenhum passo e eventualmente eu não ia ficar andando por ele, ele precisar fazer alguma coisa, me dar algum sinal. Não conseguíamos fazer isso andar e era porque nosso passado apesar de longe nos impedia de muitas formas. Ele tinha medo por Tânia e Charlotte, eu sabia disso. Ele tinha grandes expectativas quanto a um novo relacionamento, essa parte era uma suposição e eu estava gostando dele mais do que minha sanidade permitia.

- Esse livro de novo? – ele disse sentando-se ao meu lado.

- Edward eu gosto de você. Queria que soubesse isso.

- Também gosto de você Bella. – ele não tinha entendido.

- Não, eu gosto de você como mulher e espero que como homem você faça alguma coisa.

Levantei e fui para o meu quarto. Não tranque a porta.