Spectres In The Fog escrita por Aislinn Adler
Eu ainda não tivera coragem de dirigir a palavra a ele quando ouvi a familiar voz a chamar-me:
- Milady, seu avô deseja vê-la na audiência com o Regente e seu filho. É melhor que sua alteza se junte à sua irmã para preparar-se em seu boudoir. – ouvi minha ama Leliniel dizer cuidadosamente, um pouco envergonhada pela situação.
Sem respondê-la, virei-me e fui para junto de Ivriniel e Imrahil, enroscando meu braço em seu. Não apresentara-me àquele homem, mas talvez tivesse sido melhor assim. A decepção de saber que aquele não era Denethor, filho de Ecthelion me fez temer o jantar que seguiria à audiência, naquela noite.
Há poucos passos do quarto que dividiria com Ivrin, Imrahil largou meu braço e despediu-se com um beijo em minha mão. “Tenha cuidado com o que faz, Fin. Muitos atos podem ser mal-interpreados quando observados pelas pessoas erradas.” – ele disse, antes de afastar-se. Haveria de ter sido tão claro o que eu fizera? Simplesmente teria eu encarado àquele homem como uma aldeã, uma campesina? Talvez nem elas pudessem ser tão indelicadas como eu acabara de ser.
- Milady, ficará pensando no cavaleiro ou se vestirá para encontrar o regente? – a voz fina de minha irmã cortou o silêncio no qual imergia meus pensamentos. Ela olhava para mim com um sorriso meio debochado, meio carinhoso. Ivrin, às vezes, era uma pessoa de leitura difícil. Não se podia dizer o que realmente significavam suas maneiras.
- Só estou esperando Lelis trazer-me a tiara – respondi, tranquila, enquanto fingia interesse em um de nossos vestidos.
- Ela já a trouxe, há alguns minutos – Ivriniel sorriu, desta vez gentilmente, e entregou-me a caixinha de madeira e veludo aonde confortava-se a joia de pérolas e mithril. – Preste atenção em seus deveres, Fin. Aquele homem, lá embaixo, não deve ser mais do que um vassalo. Não há nada de errado em observar, mas não deixe que o regente a veja.
Abotoei as vestes turquesa até que o vestido fechasse completamente. Ivriniel escovava meus cabelos com dedicação e carinho, como uma mãe que banha o filho. Ela trançara uma parte deles, e o resto deixara solto em um elegante penteado. Por último, ajeitou a tiara de prata e, pegando minha mão, levou-me ao encontro dos homens de nossa família, e daqueles que, em breve, talvez se tornassem uma nova “família” para uma de nós.
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