Pretending escrita por yris


Capítulo 13
13. Desavenças


Notas iniciais do capítulo

Voltei! :D



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ISABELLA

Isabella não se lembrava de se alguma vez já tivera uma noite tão perfeita como aquela. Parecia um sonho estar com Harry naquele momento, vendo-o sorrir tão de perto, só para ela. Aliás, desde que conhecera os garotos da One Direction, ela acha que sua vida é um sonho e toda vez que Harry se aproxima, Isabella morre de medo de acordar em sua cama vazia. Por mais que parecesse estúpido, ela não conseguia assimilar o fato de que estava se aproximando demais dela, porque era tudo muito perfeito – e sua vida nunca fora assim antes.

E nos dias que Isabella passou sem vê-lo, ela ficou completamente perturbada. Sempre achava que Harry nunca mais ligaria para ela, e evitava a qualquer custo entrar em algum site de fofoca para não ouvir notícias sobre ele. Isabella tinha medo do que poderia ler, então achava melhor evitar. E Tami concordara com decisão dela, e escutava Isabella desatar a falar sobre Harry. Sobre o Harry que ela estava conhecendo, não sobre o Harry que as pessoas julgavam praticamente todos os dias nos tabloides.

Mas estar ali com ele novamente compensara toda saudade que ela sentiu. Isabella se sentia em casa com Harry. Ela se sentia completamente feliz e tentava não parecer tão idiota perto dele... E sentia vontade de beijá-lo toda vez que aquele sorriso marcava as covinhas da bochecha dele. Ela estava com tanta saudade de ouvir sua voz baixa e lenta próxima de si, daqueles cachos bagunçados, daqueles olhos que mais se pareciam com esmeraldas que iluminavam todo ele. Isabella se sentia nas nuvens.

E naquele jantar, eles mais conversaram do que realmente comeram. Falaram sobre quase tudo, e Isabella se perguntava como poderia existir alguém tão incrível assim como ele...

Depois desses dias longos que tivera, sua mãe realmente telefonara e as duas passaram horas conversando, e por mais que ela tivesse morrendo de saudade de sua família, Isabella ficava imaginando como era voltar ao Brasil depois de conhecer Harry, e isso era uma ideia preocupante. Mas ela teria que voltar pro seu país, e não tinha compromisso nenhum com ele – ela evitava pensar muito sobre isso a qualquer custo, não queria se preocupar com o futuro deprimente enquanto estava tendo um presente dos sonhos.

– Então, os garotos realmente gostaram de vocês depois daquele dia no estúdio! – Harry contou com um sorriso lindo. – Talvez você e Tami queiram sair com a gente qualquer dia desses, o que você acha?

– Pode ser, sim, eu convenço a Tami a ir, pode deixar!

– Convencer? – Harry franziu as sobrancelhas. – Eu pensei que ela fosse fã da banda...

– É, tipo, ela é louca por vocês, só que tem um “porém” nessa história. Ela também é muito, muito preocupada e responsável. E também depois daquele Stereo Hearts ela está diferente...

– Diferente como? – Harry perguntou rapidamente. – Se não quiser falar, tudo bem...

– Não, quer dizer, ela tem estado mais triste esses dias... Ontem à noite eu fui na casa dela e ela estava chorando, e quando eu fui falar sobre vocês ela me mandou parar no mesmo momento... Ela está se sentindo horrível, e eu estou péssima por não conseguir fazer nada que a faça voltar ao normal... – Isabella falou num sussurro sentido.

– Isso tudo é pelo...? – Harry parecia não acreditar naquilo.

– Você não faz ideia... – a garota disse assentindo com a cabeça. – A única coisa que a deixa animada é a primeira grande campanha que vamos fazer pra H&M, semana que vem vamos começar o ensaio.

– Então quer dizer que eu vou passar a te ver em outdoors?

– Acho que sim!

– Que tipo de roupa é?

– Porque está preocupado com isso?

– Então é lingerie.

– É.

Isabella apenas observou Harry fazer um bico em desaprovação. Ele havia ficado sério.

– Harry... – ela chamou e ele o olhou meio triste. – É a campanha da coleção de inverno... – ela sorriu.

– Sabia que é feio mentir? – sua expressão voltou a ser iluminada por um sorriso.

– Eu não resisti, desculpa! – ela disse rindo – Mas e se fosse de lingerie, qual seria o problema?

– Não gosto da ideia de outras pessoas te verem de lingerie, pronto, é isso. – Harry disse aquilo mais rápido do que costumava falar.

– Awn seu bobo.

– Eu falei sério.

– Não disse que você estava brincando.

– Okay, ainda não me acostumei com o seu jeito, você muda muito rápido... uma hora tá séria, outra hora brinca... eu penso que você está falando sério, mas você está sendo irônica... isso é confuso, sabia?

– Isso é muito ruim?! – Isabella perguntou franzindo as sobrancelhas.

– Não... isso é bom. Não torna as coisas previsíveis, é legal!

– Ah, que bom! – Isabella limpou a boca com o guardanapo – vou ao toalete rapidinho, ok?

– Vou pedir a sobremesa enquanto isso. O que você quer?

– O mesmo que você. – Isabella disse.

Ela sorriu e Harry devolveu uma piscadela.

Isabella se levantou com passos firmes para não se desequilibrar, ela estava morrendo por dentro depois daquela piscadela de Harry. Ela seguiu para uma porta que indicava ‘mulheres’ e entrou no recinto iluminado e limpo. Foi para frente do espelho, apoiou as mãos no balcão das várias pias, e suspirou olhando para si mesma. Queria conferir se havia algum fio de cabelo fora do lugar e ter certeza que aquele momento era verdade.

A garota passou as mãos no cabelo, e tentou conter o sorriso que não ia embora. Ela estava bem, estava feliz. E ficou aliviada ao saber que a maquiagem não precisava de retoque também. Ela ficou mais uns segundos respirando lentamente de olhos fechados e colocando na cabeça que não iria ficar paranoica e que ia deixar as coisas acontecerem naturalmente, como estava sendo. Sem pressa nenhuma.

Até que abriu os olhos e se assustou com o que parecia o reflexo de um fantasma ao seu lado. E Isabella imediatamente reconheceu quem era a assombração. Era Cara Delevigne. E Isabella revirou os olhos, era só aquilo que faltava pra ela. Isabella sabia da história de meses atrás de Cara com Harry – um rolo que não durou mais que três semanas. E assim como todas as outras Directioners, não suportava olhar para aquela garota metida.

– Então agora é você... Que mau gosto que o Harry tem.

– Verdade, você é a prova de que ele realmente não sabe escolher. – Isabella disse impassível.

– Muito engraçado, querida. Com certeza você fugiu de algum circo, não é?

– É, eu era adestradora de cães, por isso estou conseguindo te entender, sua cachorra.

Os olhos de Cara faiscaram, e Isabella sorriu como se estivesse lamentando a cena.

– Você é completamente desclassificada, aposto que isso não dura mais que um mês.

– Cuidado, eu sou conhecida por vencer apostas... – Isabella arqueou as sobrancelhas.

E as duas trocaram um olhar hostil.

– Okay, tenho que voltar pra minha mesa, tem alguém me esperando. – Isabella disse olhando secamente para Cara.

E saiu com passos firmes deixando a loira sozinha e parada. E Isabella não estava contente com aquela cena do banheiro. O que aquela Cara pensou? Que iria provocar e ficar assim? Não, Isabella não era do tipo que provocava briga, mas quando alguém vinha desse jeito, ela não gostava ser a coitadinha. Era tudo uma questão de não se rebaixar.

Isabella voltou e se sentou como se nada tivesse acontecido. Ela sorriu calorosamente para Harry, e era um sorriso verdadeiro. Não havia Cara no mundo capaz de estragar o dia ou fazê-la ficar com raiva de Harry.

– E aí, o que você pediu? – Isabella perguntou encarando-o.

– Uma torta com sorvete de creme, tenho certeza que você vai gostar! – ele respondeu com um sorriso no canto dos lábios.

E ficaram em silêncio. Harry parecia estar normal, mas Isabella achava que ele estava um pouco estranho, e ela pensou que ele estava assim por causa de Cara. Mas Isabella não falou nada, não tinha porque tocar nesse assunto, não fazia sentido. Entretanto, Harry estava incomodado. Ele sorria, mas não era o mesmo sorriso despreocupado de antes.

Até que Isabella viu Cara sair do banheiro e vir em sua direção. Ela ainda vinha com um sorriso provocativo. Ah, não...

– Tudo bom com vocês? – Cara chegou como se fosse a pessoa mais simpática do mundo.

– Estava até alguns segundos atrás. – Isabella devolveu o sorriso.

– Harry, você não vai me apresentar? – Cara perguntou indicando Isabella.

– Acho que não precisa. – Harry falou secamente.

– Ah, querido, você não vai me tratar como antes? – Cara perguntou para Harry.

– Que antes? Nós não tivemos nada. Não tem alguém te esperando agora na sua mesa? – Harry parecia estar se controlando para não falar besteira.

– É, você não tem nada melhor pra fazer? – Isabella incitou.

– Só estou sendo educada, ao contrário de vocês dois. – Cara sorriu falsamente, e se virou para Isabela: – Você só está tendo a sua vez na fila do Harry, vai ser a próxima que vai ouvir que nunca teve nada com ele. – Cara falou duramente e se retirou.

E o silêncio voltou a reinar entre eles. Isabella não sabia o que falar, não sabia o que fazer. Mas desejou poder arrancar os cabelos daquela vadia loira esquelética com suas próprias mãos. Ela olhou para Harry, mas não conseguiu identificar o que ele estava sentindo. Ela nunca tinha visto ele tão sério.

Até que o garçom chegou com duas porções de torta com sorvete de creme e os serviu silenciosamente. Isabella olhou para a torta à sua frente e não sentiu vontade nenhuma de experimentar, por mais que parecesse apetitosa.

– Isabella... – Harry chamou.

Ela levantou o rosto para ele e esperou. Ela não queria parecer triste.

– Olha, me desculpa por isso. Desculpa por essa garota, ela é louca. – Harry falou com a voz arrastada.

– Não é sua culpa. Eu sei que não é...

– Eu não queria que nada estragasse essa noite... Não se importe com isso ou com nada do que ela disser.

– Ok, eu vou tentar. Prometo.

– Então não fica triste. – Ele falou com a voz tão sentida.

– Não vale a pena ficar triste – Ela disse e sorriu para ele.

E não havia mesmo porque deixar se abater por qualquer coisa, era tudo o que aquela Cara queria. E Isabella não queria estragar tudo, ela queria tentar.

– Então prova a torta! – Harry sorriu convincentemente.

– No três, nós dois juntos! Um... dois... três! – Isabella comeu um pedaço da torta.

E Harry acompanhou. Eles mastigavam meio que sorrindo um para o outro.

– Não pense que a minha mãe se esqueceu da receita do brigadeiro. – Harry disse após engolir.

– Foi ela que não se esqueceu ou é você que quer a receita? – Isabella estreitou os olhos num quase sorriso.

Ela comeu outra colherada de torta com mais sorvete.

– Não! Ela quer fazer quando pra Gemma quando ela voltar pra casa no final de semana! Imagina se eu ia querer que uma receita... – ele falou se fazendo de inocente.

– Aham, se eu não me engano, é você que fazia macarrão pro Louis comer... E cozinhava pra mãe...

– As revistas mentem muito, você não pode confiar nelas. – Ele respondeu na cara de pau.

– Harry...

– Ok, eu quero a receita mais que a minha mãe. – ele disse revirando os olhos querendo não rir.

Mas Isabella riu da expressão dele.

– Awn, só porque você foi bonzinho eu vou de dar a receita. – Ela sorriu complacente.

– Ah, mal posso esperar pra deixar o irlandês com inveja de mim!

– Que isso, menino! Querendo deixar o Niall triste... – Isabella balançou a cabeça em negação sorrindo.

– Só um pouquinho. – Ele riu como uma criança prestes a aprontar.

– Mas isso é segredo de Estado, não vai sair espalhando pra todo mundo. – ela falou e ele ficou sério. – E não esqueça que também é uma brincadeira!

Os dois riram e Harry pediu a conta e pagou.

Eles saíram rindo do tropeção que Harry deu na porta da saída. E andaram rapidamente até o carro, sem falar nada pra não chamar mais atenção. Harry falava de como essa cena teria piorado mil vezes se ele estivesse com algum dos meninos. E Isabella desejou que eles estivessem ali também, mas ela só falou que sabia das vezes que ele tinha caído no palco.

– Isso foi culpa do meu All Star! – Harry falou na defensiva. – Acho que ele já está um pouco gasto.

– Um pouco? – Isabella ironizou.

– É, ele já tem uma boa idade... – Harry disse abrindo a porta do carro para Isabella.

– Já tá na hora de começar a riscar esse All Star... – ela prendeu o cinto de segurança – Amo escrever em All Star! – Isabella disse assim que ele entrou no carro.

– Lá vem você querendo bagunçar meu bebê... – Harry riu colocando o cinto e ligando o carro ao mesmo tempo.

– Eu não disse que iria bagunçar seu bebê – ela o imitou – Mas se bem que ele é tão branquinho... dá vontade de riscar sim! – ela riu com ele – e você não tem moral pra falar de rabiscos.

– Por que não?!

– Harry, por favor... olhe pros seus braços e veja os rabiscos.

– São tatuagens. Você não gosta?

– Gosto sim, mas não tenho coragem de fazer. Sabe, quase toda vez eu voltava da escola com os meus braços riscados e minha mãe brigava comigo... aí eu fui crescendo e me acostumei a riscar meus All Star. Fica bem estiloso. – Isabella contou tentando fazer um trocadilho.

– Vou esconder ele de você quando chegarmos na minha casa!

– Nós vamos pra sua casa agora?! – ela perguntou surpresa.

– Você quer ou não ver o vídeo? – Ele a encarou por alguns segundos. – Além disso, eu deixo você bagunçar outras coisas. – Ele disse com um sorriso sugestivo no canto dos lábios.

Isabella balançou a cabeça sorrindo.

Ela não se preocupou com o que tinha que fazer no outro dia. Isabella sabia que tinha que ir à lavandeira no sábado de manhã, e que tinha que trabalhar à tarde – e tinha que ter disposição para isso. Mas ela quis ser irresponsável naquela noite, não queria se preocupar com isso.

Ela estava radiante de felicidade, não queria acabar com aquilo. E seguiu com Harry.


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Notas finais do capítulo

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