Always With You escrita por lovemyway


Capítulo 2
Capítulo 2 - To Make You Feel My Love


Notas iniciais do capítulo

E serão mesmo 3 capítulos :)
Espero que curtam! Boa leitura! :D



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Lima, OH, Estados Unidos

Breadstix

16:21 PM




Apaixonar-se por alguém é mais fácil que cair no sono, e mais simples do que respirar. Você não é capaz de controlar seu coração batendo acelerado todas as vezes que essa pessoa está perto de você; também não é possível controlar as mãos trêmulas, ou as borboletas se remexendo em seu estômago. Você não consegue evitar que seus pensamentos, de alguma forma, sempre acabem numa mesma linha de raciocínio, e nem ao menos consegue sentir raiva de si mesmo por não ser capaz de impedir que aquela pessoa passe a se tornar parte de você. Não há mais seu coração, sua alma. Agora, há apenas uma parte vazia dentro de você, esperando para ser preenchida; esperando que a pessoa que você ama te complete.

Às vezes, nós podemos ter um pouco de sorte. O amor não surge simplesmente dentro do peito, e talvez possamos vê-lo crescer diante de nossos olhos. Entretanto, na maioria das vezes, você não percebe os pequenos sinais, e quando se dá conta do que está acontecendo, sente-se perdido, assustado. E por que não? É uma parte sua que está faltando. É a parte esperando para ser preenchida. O problema é que o destino prega peças e, ironicamente, a pessoa que você se descobre amando é aquela que você pensou odiar. Não deveria ser uma surpresa tão grande, afinal, como diz o ditado, há uma linha tênue entre o amor e o ódio. Mas em sua mente, isso é coisa de estórias. Livros, filmes, novelas... Isso nunca acontece na vida real, certo? Você não acorda um dia e simplesmente se dá conta de que está perdidamente apaixonado por alguém, certo?

Bem, eu realmente gostaria de dizer que sim. Mas, se o fizesse, então eu estaria mentindo. Eu não sei muito bem quando todo o ódio que sentia se transformou em amor. Talvez nunca tenha se transformado; talvez eu tenha a amado desde a primeira vez em que seus olhos encontraram os meus. Ou talvez desde que ela me estendeu a mão quando todos me viraram as costas, ou quando ela enxugou minhas lágrimas e disse que eu era a garota mais linda que ela já tinha conhecido, mesmo eu tendo machucado-a de diversas formas possíveis. Mas a verdade é que não importa quando tudo isso começou. O importante mesmo é o dia em que eu percebi que não poderia mais viver sem ela. O dia em que ela me disse que Finn Hudson a pediu em casamento; o dia em que senti o mundo desabar em minhas costas.

Acho que sempre estivemos destinadas uma a outra. Afinal, eu quem a impedi de se casar com o Hudson, mesmo que não fosse minha intenção. Eu já tinha decidido que se Rachel estava feliz ao lado dele, então eu deveria me contentar e seguir em frente, porque quem ama de todo o coração deve ser capaz de deixar a pessoa amada partir, se isso significar a sua felicidade. E então, eu sofri um acidente de carro, e Rachel e Finn se separaram. A chuva estava caindo naquela noite fria, em New Haven, quando minha colega de quarto tagarelava sem parar o quanto ela odiava a chuva porque não conseguia ver as estrelas brilhando no céu. Ela amava as estrelas. E eu também. Eu amava a estrela mais brilhante daquele céu, e quando o vi coberto por nuvens, eu senti uma necessidade incontrolável de contar a Rachel sobre meus sentimentos, de lutar por ela, de tentar buscar minha felicidade.

Não há nada no mundo que se compare ao sorriso em seu rosto; não há estrela no céu que só compare com o brilho em seus olhos, e não há palavras o suficiente para descrever o que senti quando seus lábios tocaram os seus pela primeira vez. Eu queria rir, chorar, gritar, tudo ao mesmo tempo. Mas tudo o que realmente fiz foi segurá-la em meus braços com mais força, e sussurrar promessas de amor eterno em seu ouvido. E é incrível ver que mais de vinte anos depois, meu coração ainda bate mais rápido no peito todas as vezes que a vejo. Ir atrás de Rachel foi a melhor decisão que tomei em minha vida. Hoje, tenho a plena certeza de que nunca poderia ter sido feliz sem ela ao meu lado. Por conta de minha esposa, eu tenho tudo o que poderia querer. Por conta dela, eu me tornei tudo o que sempre sonhei ser. O sorriso se espalha em meu rosto quando observo meus amigos arrumando o Breadstix para a festa de aniversário de Rachel.

–– Hey Fabray, você não vai mexer esse traseiro? –– pergunta Santana, batendo "delicadamente" em meu ombro. –– A mulher é sua, porra. Pensa que somos o que? Seus escravos?

–– Santy –– repreende Brittany, revirando os olhos. –– Quinn está nervosa. Deixe-a em paz.

–– Mas amor... –– diz Santana, fazendo um biquinho.

–– Sem "mas" –– retruca Brittany, tocando no nariz de Santana. –– Vá ficar de olho em Sugar. Ela está tendo um ataque.

–– Mas que merda –– resmunga Santana. –– Viu Fabray? Sua filha esculhambou a minha. Agora Sugar não pode ficar um maldito segundo longe daquele troço que você chama de filha, e começa a dar ataques quase tão ridículos quanto a tintura do seu cabelo.

–– Santana Pierce-Lopez, que palavriado é esse? –– pergunta Brittany, lançando um olhar irritado na direção da mulher e colocando as mãos na cintura. –– Sua filha não é "esculhambada" por estar apaixonada. E caso você não tenha reparado, todas as vezes que eu estou longe de você, você começa a agir da mesma maneira. Portanto, querida, isso é algo que ela herdou de você.

Eu não pude controlar a risada que escapou pelos meus lábios. Brittany mudou muito com o passar dos anos, mas ainda era estranho demais vê-la dando as cartas daquela maneira. Não que fosse uma grande surpresa; afinal, Santana sempre fez o que Brittany queria. Entretanto, dessa forma era diferente. A loira estava tendo o controle porque ela estava se impondo, e não por fazer uma carinha fofa que fazia Santana se derreter por dentro. Satã me fuzila com os olhos, mas caminha para perto da filha sem contestar. Balanço a cabeça, ainda rindo.

–– Você adora, não é? –– pergunta Brittany rindo.

–– Pode ter certeza que sim –– admito.

–– Eu também –– diz Britt, e pisca em minha direção, para logo em seguida se juntar à Sam na arrumação das mesas. Percebo com o canto do olho que Emma está ajudando ele. Ela está um pouco mais animada que o normal, e tenho absoluta certeza de que não é por causa de Rachel. Interessante.

–– Hey!

–– Finn –– digo, virando-me em sua direção e recebendo um abraço apertado. –– Chegou agora?

–– Sinto muito –– diz ele, passando as mãos pelos cabelos. –– Alice está doente e não pode vir, então Julieta ficou em casa com ela. Pediu desculpas por não poder vir, mas pediu que eu dissesse que, em breve, nós vamos fazer uma visita.

–– Vai ser ótimo! –– exclamo animada. –– Tyler e Lucas adoram passar o dia jogando videogame. Pelo amor de Deus, não sei o que eles acham tão fantástico naqueles hologramas.

–– Não vem com essa pra cima de mim, Q. –– ri Finn, balançando a cabeça. –– Sei muito bem que você joga escondido quando eles não estão em casa.

–– Como você sabe disso? –– perguntou espantada.

–– Eu faço a mesma coisa.

Nós dois começamos a rir. É incrível como uma boa conversa pode arrumar muitas coisas. Ele e eu tínhamos assuntos não resolvidos, mas depois que sentamos para conversar, concordamos por deixar o passado de lado e recomeçar do zero. Nós somos grandes amigos desde então. Às vezes, eu sinto como se Finn fosse o irmão que nunca tive. Eu amo tê-lo por perto, ainda mais nos momentos difíceis. Ele não é mais aquele garotinho de mente pequena, que só faz besteira, acha que pode sair ileso com tudo apenas chutando uma cadeira –– embora, no começo da nossa amizade, eu tenha escondido as cadeiras de minha casa todas as vezes que ele fazia uma visita ––, e não escuta nada e nem ninguém. De fato, acho que, do clube do coral, ele foi a pessoa que mais amadureceu com a idade. Foi uma surpresa agradável. Por conta disso, agora tenho um melhor amigo.

Finn é pai de Tyler e Harmony. Se cheguei a considerar outras pessoas, como Sam e Puck? Sim, eu o fiz. Mas Puck e eu já tivemos Beth juntos, e Sam e eu não somos tão próximos quanto Finn e eu. Além disso, isso não se trata apenas de mim. Essa escolha também foi a mais confortável para Rachel, que achou que seria melhor se nossos filhos tivessem o mesmo pai, para não causar nenhum tipo de trauma, ou coisa assim. É claro que, a princípio, Finn deveria ter sido apenas o doador. Mas ao longo dos anos, ele se mostrou um verdadeiro pai. Ele esteve lá durante toda a gravidez; foi ele quem estava em casa e filmou os primeiros passos de Harmony para que Rachel e eu pudéssemos assistir; e foi ele quem contou a nossos filhos que eles não deveriam ter vergonha ou medo por ter duas mães. Lembro-me das lágrimas caindo de meus olhos quando Finn beijou a testa de Tyler e Harmony, e disse-lhes que não havia nada mais belo no mundo que o amor; que ele não escolhia sexo, cor, ou religião, e que não deveria ser questionado, porque é um presente que Deus nos deu para que fôssemos capazes de viver, ao invés de apenas sobreviver.

–– O que Rachel sabe? –– pergunta Finn.

–– Ela acha que vai nos encontrar aqui apenas para passar um tempo em família –– respondi. –– Não tem a mínima ideia, espero, do que eu preparei para o aniversário dela.

–– Espero mesmo! –– gritou Santana, sabe-se lá como escutando minha conversa com Finn. –– Não quero estar gastando minha beleza pra nada!

–– Ela definitivamente comprou as orelhas extensíveis –– comenta Finn.

–– Você está relendo Harry Potter? –– pergunto, arqueando a sobrancelha. Ele cora. –– After all this time?

–– Always –– diz Finn divertido, dando tapinhas nas minhas costas. –– Não sou o único, hein?

–– Forcei Harmony e Tyler a lerem –– digo, dando de ombros. –– Tyler me fez comprar a coleção novamente só para ele. Você tem noção do quanto foi difícil encontrar?

–– Pelo menos você conseguiu –– diz Finn, dando de ombros. –– Sou um homem frustrado por não ter todas as minhas HQ's de The Walking Dead.

–– Você gostava mesmo desse seriado –– comento rindo.

–– Yeah –– concorda Finn. –– Seria muito irado um Apocalipse Zumbi, você não acha?

–– Ok, eu vou interromper vocês aqui –– resmunga Lucas, aparecendo sabe Deus de onde. –– Não, pai, isso não seria nada legal. Todo mundo sabe que robôs são mais malignos que zumbis. Afinal, eles podem pensar e armar as piores armadilhas. E nós, como seres patéticos que somos, vamos cair em todas elas.

–– Wow, isso foi exagerado –– comento.

–– O que você acha, Q.? –– pergunta Finn.

–– Que os dois estão errados. É óbvio que o mundo vai acabar em uma batalha de anjos e demônios, tipoSupernatural, e que nós vamos ter que impedir que os selos para o começo do Apocalipse sejam rompidos, e todos nós teremos que virar caçadores...

–– Vamos caçar robôs! –– exclama Lucas animado. –– Anjos e Demônios? Por favor, Quinn, isso é tão ultrapassado. Mas, claro, esqueci que vocês são tipo, extremamente velhos. Onde já se viu achar anjos, demônios e zumbis piores que robôs? Isso é um absurdo!

–– Vocês estão todos errados –– diz Jenny, a filha mais nova de Santana e Brittany. –– O mundo não vai acabar com robôs malvados, com zumbis feios ou com qualquer outra coisa que a tia Quinn falou.

–– Não, princesa? –– pergunta Finn. –– E como vai acabar?

–– Com unicórnios malvados pisoteando as pessoas boazinhas!

Lucas, Finn e eu caímos na risada. Jenny saí correndo chamando por Thiago, o filho de Mike e Tina, que está brincando com Jordan, a filha de Mercedes. Às vezes, eu fico surpresa em ver como todos nós ainda mantemos contato um com o outro. A maioria do velho ND não permaneceu em Lima, mas eles sempre voltam para a cidade em feriados, ou algo assim, para que possamos reunir nossa grande família, e passarmos um tempo juntos. E essas reuniões geraram muitas surpresas, confusões e, principalmente, alegrias. Como, por exemplo, o dia que Artie andou pela primeira vez na nossa frente. Ainda eram passos vacilantes, mas ele os conseguiu dar sozinho, sem o apoio de nenhum equipamento, e nós nunca ficamos tão felizes e orgulhosos de nosso amigo. Lembro-me também da vez em que vimos Rory pela primeira vez. Todos nós choramos, porque a mãe do pequeno morreu logo depois do parto. Isso foi realmente devastador, afinal, Elena era uma boa pessoa que já tinha sofrido muito na vida. Também foi a única que respondeu ao anúncio de Kurt e Blaine, quando eles procuraram por uma mãe de aluguel. E ela não cobrou nem um centavo. Ajudou-os sem pedir nada em troca, apenas para proporcionar aos dois a experiência de ter uma família. Todos nós choramos quando ela morreu.

É claro que tivemos brigas ao longo dos anos. Eu mesma já discuti com Puckermann diversas vezes por causa de Beth. Quando ela era mais nova, ele insistia em querer se aproximar dela, mesmo quando Beth deixou bem claro que não queria Puck por perto. Ele não soube lidar bem com a rejeição e, por isso, acabou afastando muitas pessoas de seu mundo. Foi por causa de Rachel que ele conseguiu "recuperar" a razão. Nunca fui capaz de compreender a ligação que esses dois carregam, mas sei que é algo semelhante a Finn e eu. Eles são como irmãos. Rachel foi a única pessoa que Noah ouviu, e a única que o conseguiu convencê-lo a seguir em frente. O que ele fez, casando-se com a mulher de sua segunda filha, que se chama María. Uma pessoa que surpreendentemente voltou às nossas vidas foi Jesse St. James. Eu o detestava por "n" motivos na época do colegial, mas Jesse acabou sendo o par romântico de Rachel em algumas peças da Broadway. No começo, confesso, senti ciúmes. Não tenho uma relação muito boa com ele, mas nos mantemos cordiais. Nunca discutimos, porque não há motivos para isso, mas também raramente conversamos, fazendo-o apenas quando temos Rachel por perto para puxar algum assunto. Fora isso, é apenas "oi", "tchau", e "obrigada".

Por isso, é uma verdadeira surpresa quando sinto Jesse tocar meu ombro e pedir para conversar comigo em particular. Arqueio uma sobrancelha, mas o sigo até a parte de trás do restaurante, longe dos olhares curiosos de nossos amigos, e dos ouvidos treinados de Santana Lopez. Provavelmente tanto tempo escutando sorrateiramente as fofocas nos vestiários das líderes lhe deu uma boa vantagem. Dizem que a chave para não desafinar é ouvir a própria voz. Yeah, Santana definitivamente tem uma ótima audição, e raramente desafina quando está cantando. Entretanto, às vezes eu tenho sérias dificuldades em acreditar que ela realmente escuta o que ouve. Não é normal uma pessoa falar tanta merda assim, ou é?

–– O que quer, St. James?

–– Abaixe a guarda, Fabray, eu não quero brigar –– resmunga Jesse, revirando os olhos. –– Na verdade, eu queria pedir um favor.

–– Que favor? –– pergunto desconfiada.

–– Olha, sei que nós dois não nos damos muito bem –– diz ele. –– Mas Rachel é sua mulher e minha melhor amiga. E eu não sabia muito bem o que dar de presente a ela...

–– Belo amigo você é –– retruco sarcasticamente.

–– Porque ela já tem tudo que pode querer –– completa Jesse, ignorando-me por completo. –– Então pensei que poderíamos cantar uma música para ela. Não só eu e você. Todos nós. Uma homenagem do antigo ND para a garota que sempre foi a nossa estrela e, convenhamos, uma grande responsável por muitos de nós estarem aqui hoje.

Sei que ele não está falando nem de mim, nem dele, e nem de Puck. Meu olhar para em Mercedes. Depois do término com Sam, ela ficou realmente mal. Cedes chegou a desistir de ser uma cantora de sucesso; quase largou a Faculdade, e não saiu de casa por semanas. Rachel ficou sabendo da situação da nossa amiga através de Kurt, e na primeira oportunidade que teve, pegou um voo direto para LA e deu um "soco" de realidade em cima da garota. Aos poucos e com ajuda, Mercedes conseguiu retomar os eixos. E foi a partir de Rach que a garota conheceu Rick, seu marido.

–– Tudo bem, St. James –– concordo. –– Mas você não acha que é meio em cima da hora para organizarmos uma música?

–– Na verdade, não –– diz ele, dando de ombros. –– Tenho certeza que todos vocês conhecem essa.

E quando ele me diz a música, um sorriso aparece em meu rosto. Jesse St. James, você é um merda de um gênio!


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Notas finais do capítulo

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