Capítulo 5: Conhecimentos que levam a conclusões.

A primeira reação foi se esconder nos cabelos da mãe e depois do susto encarar todos que o olhavam assustados.

Todos os ocupantes da sala mantiveram os olhos arregalados com a semelhança entre os loiros.

—Ohayo! —Cumprimentou o menino com as bochechas vermelhas pela vergonha.

—Ohayo! —Responderam os ocupantes da sala assustados.

—Touchan, por que eles estão me olhando com essa cara de bakas? — Perguntou o menino ao pai arrancando uma risadinha baixa da mãe e do pai e o olhar de fúria dos demais.

—Eles estão espantados, Naruto-chan. Eles não sabiam que eu sou o seu touchan! —Minato explicou com um sorriso. Ele podia até imaginar Kushina dizendo as mesmas palavras que o seu filho.

—Aaaaaaaaaaah! —Resmungou entendendo. Ele voltou a olhar os homens e se assustou com o olhar deles. Voltando a se esconder atrás dos cabelos da mãe.

—To-to-touchan… Por que eles estão me olhando assim agora? —Perguntou visivelmente assustado pelos intensos olhares que todos lhe lançavam.

—Acredito, musuko, que eles não tenham gostado que você tenha dito que eles estavam com cara de bakas e que estejam desconfiados por eu saber que sou seu touchan e principalmente chateados por eu não ter contado isso a eles. —Falou com um mínimo sorriso no rosto, mas que para Kushina estava evidente que era forçado.

—Então Minato, meu amigo, se é que eu ainda posso lhe chamar assim já que aparentemente não confia em mim, pode começar a explicar por que não contou sobre o seu filho com a ruiva louca. —Hiashi desviava o olhar de Naruto para Minato fuzilando-o como os olhos.

O Yondaime hokage olhou tristemente para Kushina em busca de apoio e quando ia começar a responder foi interrompido pela mulher que tanto amava.

—Minato-kun… Pode segurar o Naruto pra mim? —Perguntou docemente. Ele não sabia se ficava surpreso por ela ter  acrescentado o sufixo ‘-kun’ ao seu nome ou pelo fato de o ter peço para segurar o filho de ambos ou se pelo fato de ter dito aquilo tão docemente, ou se ele ficava com medo, que conhecendo ela como ele conhecia coisa boa não vinha daquela cara que ela estava fazendo- cara de criança que quando apronta faz a expressão inocente mais deslavada do mundo.

Preferiu pegar o filho e evitar problemas pra ele. Naruto parecia estar apavorado de medo, assim como o pai ele sabia que nada de bom vinha daquela cara que a mãe fazia. Ambos suavam frio, se a situação não tivesse assustado tanto os expectadores que se encontravam encarando a família, eles achariam engraçado o fato da gota de suor escorrer ao mesmo tempo pelas faces dos loiros.

Kushina agora encarava Hiashi com um sorriso malvado no rosto.

—Eu acho que sou mais indicada para responder-lhe a pergunta Hiashi-kun…—Falou docemente a ruiva. — Minato-kun não lhe contou nada por que primeiro: faz pouco tempo que ele sabe a verdade sobre Naruto e segundo: havia outras coisas que eu tinha que resolver primeiro, não queríamos que nosso bebê corresse mais perigo não é, Minato-kun? — Com a voz ainda doce e o sorriso maligno Kushina olhou pra traz visualizando seu filho no colo do seu amado esperando a confirmação desse.

—Ha-hai! —Ele engoliu em seco. Ela lhe sorriu amavelmente, mas logo voltou a expressão de antes encarando Hiashi.

—E agora eu vou te mostrar ‘a ruiva louca’…—Ela se aproximou mais dele estalando os dedos e logo depois “a pimenta sangrenta” entrou em ação para desespero geral dos ocupantes da sala e a frustração de Naruto, já que teve seus olhos novamente tapados.

Naquela noite Minato jantou na casa de Kushina e passou o resto do tempo brincando com seu filho.

 Na hora de dormir o casal pôs seu filho na cama para o êxtase desse. Logo o loiro mais velho e a ruiva foram para a sala conversarem, a pedido da ruiva, é claro.

—Minato, hoje eu fui à casa de Inoishi e encontrei lá Yugito. —Começou a ruiva constrangida.

—Eles são casados, Kushina. Mas já que você foi lá, então significa que você foi procurar esclarecer  sobre o nosso passado. —Ele falava incerto sobre o rumo que aquela conversa iria tomar.

—Hai. E eu ia dar as costas pra ela, mas eu decidi ouvir o que ela tinha a dizer. Minato… Me desculpa! Eu não sabia da verdade. Não devia ter te julgado! É tudo minha culpa! Se eu tivesse parado e te escutado tudo poderia ter sido diferente. Poderíamos ter criado nosso filho juntos e eu poderia ter poupado Naruto de tanta coisa. Tanto sofrimento. Principalmente quando precisei selar a Kyuubi nele, já que eu estava morrendo por causa dela e ele era o único que poderia suportar o poder dela mesmo sendo uma criança. —Ela falava rapidamente entre o choro se agarrando a roupa dele pela segunda vez num único dia. O que estava acontecendo com ela? Ela nunca foi de chorar imagina desse jeito! Ah! Era ele, Minato sempre a deixou mais vulnerável, mais humana e o fato dela o ter aceitado de novo em seu coração a deixou assim.

—Shiiiiiiiiiii…Está tudo bem agora Kuchina-chan… Eu estou aqui. —Fazia tanto tempo que ele não falava aquilo pra ela. Que não a abraça assim. A reconfortava daquela maneira.

—Minato-kun, me perdoa? Volta pra mim? O Naruto-chan precisa de uma família da mãe e do pai… Por favor…—Ela falava o que estava inscrito no seu coração, embora o receio ainda a deixasse insegura. Mas Kushina nunca o esqueceu, nunca o deixou de amar, e iria lutar para tê-lo novamente em seus braços.

Minato a afastou alguns centímetros e olhou nos olhos dela profundamente como se quisesse enxergar a alma da mulher embora tudo que pudesse ver era seus próprios olhos refletidos no dela.

—Você tem certeza de que é isso que você quer? —Ele perguntou tenso enquanto perguntava hesitante. Ela abanou a cabeça afirmativamente, era possível sentir o turbilhão de emoções que passavam pela ruiva no momento.

Ele a abraçou novamente.

—Como eu sonhei com esse dia Kushina…—Confidenciou o loiro. —Mas me prometa que nunca mais vai me deixar e seja o que acontecer vai me escutar antes de tomar qualquer atitude. Promete?

—Eu prometo! —Ela disse sorrindo.

Logo o hokage a afastou o suficiente para que pudesse tomar os lábios da mulher para selar um beijo de amor, de saudade e de felicidade. Afinal ali reconheceram que nasceram um para o outro e que nem o tempo e nem os contratempos da vida podia atrapalhar o amor verdadeiro.

Do alto da escada um menino loiro sorria feliz ao notar a cena que tanto lhe trazia alegria: Ver seus pai juntos demonstrando o tamanho do amor de um pelo outro.

Dois dias depois Kushina e Minato informaram aos amigos sobre suas decisões e no dia seguinte anunciaram o noivado, o que era meio apressado, mas bom, eles já tinham um filho mesmo. Quando questionados pelos amigos que desconheciam a existência do filho dos mesmos sobre a rapidez para o casamento sempre respondiam que “a coisa já estava feita mesmo” o que provocava a risada de quem sabia e a curiosidade de quem desconhecia.

É lógico que os fofoqueiros de plantão se preocuparam em se questionar sobre o filho da mesma e como o Yondaime podia ter coragem de se envolver com ela depois de saber que a mulher tinha um filho com outro. Outros já especulavam que a criança era dele. Mal sabiam que era verdade. A kunoishi e o hokage simplesmente ignoravam os fofoqueiros, afinal ninguém tinha que se meter na vida deles mesmo.

Quem estava alheio a tudo isso era Naruto que estava mais que feliz ao saber que a família estava reunida e que logo, logo ele poderia sair na rua ao lado dos pais para brincar. Era seu sonho realizado. Mas enfim, acabou a espera. Kushina estava pronta pra mostrar a vila seu filho e Naruto estava doido para andar pela cidade sem preocupação de ser visto ou não.

—Vamos Naruto-chan? —Perguntou Kushina ao se dirigir a porta para tomar rumo a reunião que estava sendo realizada no prédio do hokage.

—Hai kaashan! É verdade que vai ter um monte de ninjas no trabalho do touchan hoje? —Perguntou o menino com os olhos brilhando enquanto segurava a mão de sua mãe e ela realizava os selos necessários pra aparecer no prédio hokage.

—Hai musuko! —Respondeu sorridente.

O hokage já não aguentava mais aquela gritaria, parecia que todos os ninjas de Konoha estavam naquele salão gritando. Minato havia marcado aquela reunião para apresentar os relatórios anuais de cada setor da aldeia, mas até agora ele mal conseguiu falar, além do mais estava louco para vê-la. Afinal ela disse que iria se reunir com eles e já estava quase no final da reunião e ela ainda não chegara.

—CALEM A BOCA! NÃO CONSEGUEM NEM FAZER UMA REUNIÃO SEM QUE METADE DAS VILAS VIZINHAS ESCUTEM VOCÊS? EU ACHEI QUE O ASSUNTO FOSSE CONFIDÊNCIAL! — Kushina chegou gritando chamando a atenção de todos os shinobis que se encontravam no recinto.

—Que bom que finalmente calaram a boca… Humpf! Pelo menos conseguiram chegar em algum lugar? —Perguntou a ruiva ainda irritada e falando debochadamente.

—Claro que sim! E como você disse é um assunto confidencial, então essa criança não devia estar aqui. —O conselheiro Homura apontava o dedo aquilino para a criança que mesmo com o capuz parecia acuado por causa daquele homem.

—Porque? Pela confusão que estava aqui eu achei que meu filho fosse se achar em casa, brincando com um monte de crianças da idade dele. —Respondeu lhe Kushina com a cara fechada e um sorriso desdenhoso. Antes de dar tempo para o conselheiro falar qualquer coisa da sua resposta malcriada, Kushina se virou e se curvou e falou com o filho.

—Pode ir, querido. A mamãe vai ter uma conversa de gente grande com essa múmia encarquilhada que está atrás da mamãe, tudo bem? —Falou a ruiva em alto e bom som para o desgosto do conselheiro e a diversão dos outros shinobis presentes.

—Hai kaachan! Thau múmia encarquilhada! —Respondeu o menino sorrindo levando a risada todos os membros presentes na sala. Como ele tinha levantado o rosto para olhar nos olhos da mãe, foi possível ver parte do rosto do menino: a boca e a bochecha com três risquinhos de cada lado.

A criança então se virou e correu até o pai se jogando nos braços dele, chamando a atenção de todos os presentes e a curiosidade dos que não sabia da verdade.

—TOUCHAN! —Gritou o garoto animado deixando o capuz cair do rosto deixando a amostra os lindos olhos azuis e os fios loiros de seu cabelo.

O espanto imperou no salão enquanto o hokage abraçava o filho que lhe correspondia.

—Touchan. Eu aprendi a fazer o jutso que você me ensinou. Eu consegui touchan! —O garoto falou animado.

Minato sorriu e lhe bagunçou ainda mais os cabelos.

—Muito bem musuko. Estou orgulhoso de você! —Minato falou com um sorriso de puro orgulho.

Minato o pegou pela mão e saiu com ele do salão deixando para traz muitos ninjas atônitos. Alguns minutos se passaram enquanto os shinobis absorviam aquele conhecimento e os amigos do hokage, que já tinham conhecimento do fato, apenas se divertiam com as reações dos demais ninjas.

—Mi-mi-minato… Seu filho é… Filho dele? —O conselheiro balbuciava estarrecido.

—É o que parece não? Você tem alguma dúvida? —Perguntou a ruiva impertinente enquanto encara o conselheiro ainda mais debochadamente.

—Humpf! Agora cadê o hokage para terminarmos essa reunião? —Homura virou a cara indignado, procurando o hokage que voltou ao salão com pressa e com o a roupa toda rasgada acompanhada por uma criança que segurava a barriga de tanto rir.

A ruiva, curiosa, decidiu perguntar o que tinha acontecido e com um bico o loiro mais velho a ignorando falou pro filho:

—não te ensino mais nenhuma das minhas técnicas! —Ele disse emburrado.  O loiro mais novo continuou rindo.

—O que aconteceu com você Minato? —Kushina voltou a perguntar, mas agora com a impaciência explícita na voz.

—Naruto me acertou com o rasengan! —Ele murmurou irritado enquanto o loirinho só ria.

Depois daquele episódio todos em Konoha souberam da verdade a respeito de Naruto.

Kushina e Minato se casaram, deixando o filho feliz da vida.

 O Yondaime era o melhor Hokage que Konoha já teve, e acabou levando uma intensa prosperidade a vila e a todo mundo shinobi.

O que aconteceu depois com todos aqueles ninjas? Isso é uma outra história e para aqueles Shinobis,  o tempo e o destino eram os únicos que poderiam escrever e tudo o que desejavam era que a felicidade reinasse eternamente em suas vidas.

Fim!