A Moonlight Waltz - Spellbound escrita por JoyceSW


Capítulo 8
Capítulo 8




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Lirith Venuto

Olhei em direção a ele e me aproximei de seu corpo sentindo-me um monstro. Abandonar Bill naquela situação e em minha casa não é uma das melhores coisas que eu posso fazer, aliás, eu nem sei por que não o matei. Eu nunca deixo “testemunhas” vivas para contar história. Porque justamente eu tinha que fazer o contrário agora? Porque eu tinha dó dele? Não devemos ter dó da “comida”, se tivemos não seremos capazes de nos satisfazer, e era justamente para isso que pessoas como ele me serviam; para matar a fome e... só. Ah! Quer saber isso nem importa. Dei a volta por seu corpo, peguei-o sem muito cuidado e o joguei na cama. Quando ele acordar eu estarei longe.

Sai em disparada pela porta e desci as escadas como um furacão. A escuridão ainda envolvia o céu. Cuidadosamente comecei a andar por entre as ruas escuras a fim de encontrar um novo lugar para ficar e que fosse bem distante de onde eu havia largado Bill. Durante minha incessante procura, senti minha mente ficar pesada e tudo nublou por uma mera fração de segundos, alguém estava tentando se comunicar comigo. Parei e por um instante fechei os olhos sentindo as ondas psíquicas passarem por meu cérebro. Era Ariel e iria a minha casa esta noite, mas que casa? A última que tinha eu a havia abandonado recentemente, na verdade há exatamente uma hora atrás. Olhei para o céu e este, porém estava começando a deixar de ser escuro, a madrugada estava acabando e o dia raiaria em breve. Meu tempo está contado. Olhei em volta e me certifiquei de que estava longe o suficiente, Sem pensar fui em direção a primeira rua que achei, não havia nada além de casas, uma em cima das outras. Entrei na primeira e havia um casal na sala de estar, rapidamente por impulso avancei sobre eles quebrando o pescoço de ambos. Perto de onde os corpos caíram havia uma espécie de bar; abri-o e tirei de lá duas garrafas de vinho, abri-as e segui até a cozinha jogando o valioso conteúdo ralo abaixo. Retornei a sala e caminhei até os corpos, primeiro levantei um pouco a cabeça do homem mordendo seu pescoço, ao sentir o gosto de sangue em minha boca coloquei o gargalo da garrafa próximo e enchi-a com seu sangue. Lembro-me de Vlad fazendo isso, para me despistar e dizer que era vinho quando eu ainda era uma mera mortal. Em seguida fiz o mesmo com a mulher, esgotando completamente seu corpo. Após as garrafas estarem cheias, dei um jeito de sair sem ser notada pelos vizinhos que estavam próximos as janelas de sua casa e enterrei o casal no quintal, cobrindo-os com inúmeras flores que haviam em seu jardim. Acho que ficar por aqui não vai ser tão ruim. Ariel ainda estava em minha cabeça e eu aproveitei para mostrar a ela como chegava até onde eu estava; meu novo lar. Ela se despediu e sumiu de minha mente, deixando-me novamente só. Cansada e com preguiça de subir as escadarias da enorme mansão na qual eu me encontrava, apenas fui em direção da janela fechando as cortinas e deitando-me no sofá de camurça azul, não demorou muito para o dia raiar e eu cair em sono profundo.

Já havia passado do inicio da noite quando a campainha soou dentro da casa. Era ela. Minha amiga Ariel. Faz muito tempo que eu não a vejo. Lembro-me bem de quando a conheci, ela entrara no quarto em que eu estava no castelo de Vlad, avisando-me que já era hora do jantar e que ele me esperava. Ajeitei meu vestido meio amassado da outra noite, não havia vestidos bonitos naquela casa e eu não voltaria na antiga para buscar alguma coisa. Arrastei-me em direção a porta abrindo-a com um sorriso ao vê-la parada me esperando.

-Ariel!-Cumprimentei-a com um abraça longo, eu passei tanto tempo sozinha e senti tanto a falta dela que acho que nem a própria seria capaz de imaginar. Por mais que fosse fria,eu sabia que por dentro ela estava feliz.
-Como você está depois de tantos anos Lirith?- Ariel olhou-me friamente.
-Vou bem, entre por favor.- ela entrou e eu apontei o grande sofá azul de camurça para que se sentasse. Ariel depositou sobre o enorme sofá seu casaco e sentou na minha frente de pernas cruzadas. Seu vestido era lindo, mangas princesa totalmente preto de renda e alguns detalhes dourados. Digno de uma rainha.
Pedi licença a ela e caminhei rumo a cozinha onde trouxe a garrafa de sangue e duas taças de cristal. Ariel sorriu, pois se lembrara que era exatamente como Vlad fazia antigamente. Enchi ambas as taças até a boca com aquele liquido viscoso carmesim e estendi uma delas a Ariel que pegou de bom grado agradecendo-me com um aceno.

-Não tem como negar o sangue, não é mesmo? –Beberiquei minha taça enquanto Ariel virou a dela completamente, parecia estar faminta.

-Nisso você tem razão, esta uma delicia. – O sangue daquele casal definitivamente era como mel para um enxame de abelhas; sendo nós o enxame de abelhas. 

-Aproveitando não? – uma voz familiar ecoou pela sala fazendo-me levantar. – Espero que tenha para mim também. – Cibele. Logo após ela soltou aquela risada maligna apareceu na poltrona próximo a janela. Se ela está aqui, as outras duas devem estar a caminho se já não chegaram e estão tentando me pregar uma peça.

-Adorei a casa. - Lorelle apareceu atrás de mim, colocou ambas as mãos em meus ombros e saiu me empurrando até que eu caísse no sofá que anteriormente estivera. – È bom te ver de novo Lilly. – Disse ela com a mão em meu rosto enquanto afagava levemente meus cabelos. Como eu detestava quando alguém me chamava assim.

-Gostei mesmo daqui, é sombrio e misterioso, perfeito para trazer comida e fazer da cama uma mesa de jantar. –Daphne apareceu ao lado da lareira e caminhou em direção a Ariel sentando-se do lado dela. – Está linda com este vestido Lilly. 

-A presença de vocês. –Levantei-me. -Me enjoa.
-É mesmo querida?- Daphne saiu do lado de minha amiga e flutuou até mim agarrando minha cabeça com suas grandes unhas e acariciando meus cabelos. Desvencilhei-me dela e a joguei sentada no outro sofá. A mesma riu enquanto lambia o corte de seu dedo que fora feito quando o mesmo batera na mesa de canto. 

-Mas nós três estávamos morrendo de saudade de você. Afinal éramos um quarteto lembra-se?-Disse Cibele.
-Sim, lembro-me bem daqueles dias infelizes satisfazendo o Vlad. – Aumentei meu tom de voz enquanto as olhava com desdém. - E se as meretrizes não se deram conta ainda, eu estou em uma visita agradável com Ariel. Vão embora antes que a presença desagradável de vocês estrague tudo como sempre. – exigi.
-Ai, para que tanta violência verbal?-Lorelle caminhou até a mesa de centro e pegou a taça de sangue que eu estava tomando. – Nós gostamos tanto de você.

-É mesmo? –caminhei até ela tomando-a a taça de suas mãos enquanto a mesma fazia bico. -Escuta aqui, é melhor vocês três saírem logo. Eu estou pedindo, e não mandando. Vão embora... por favor.
-Já que você pediu com educação, nós estamos indo, curtam bem por nós. –Lorelle deu um sorriso e caminhou até a porta arrastando as outras duas com ela. -Vamos queridas, temos que deixar nossa amada Lirith e nossa empregada a sós. -As três riram maleficamente e rapidamente desapareceram como um passe de mágica.
-Finalmente! –Sentei-me ao lado de Ariel. -Odeio aquelas três meretrizes!
-Claro que você odeia. -Ariel deu um pequeno e esforçado sorriso.

Bill Kaulitz

Abri meus olhos lentamente, minha cabeça doia, minha visão esta turva e eu não conseguia me levantar. Com muito custo me inclinei sobre a cama e virei-me sentindo como se meu pescoço fosse quebrar. Levei minha mão ao local massageando levemente para controlar as fisgadas que me perturbavam, não sei como nem onde, mas haviam dois pequenos furos ali. Mas o que aconteceu na noite passada? Porque eu não me lembro de nada com clareza? As memórias estavam embaçadas e sem sentido, porém o rosto de Lirith era nítido, tão nítido como se ela estivesse em minha frente agora. Lirith onde esta você agora? Porque me deixou aqui? Sozinho? Olhei em volta e mesmo com a visão embaçada pude ver que era um quarto, o mesmo de ontem a noite em que tive Lirith em meus braços.

-Lirith... -Sussurrei seu nome. -Você era um sonho? -Suspirei e me levantei. -Tenho que ir pra casa, acho que Tom deve estar preocupado. Levantei-me ainda atordoado e fui catando do chão as peças de roupas que estavam totalmente espalhadas. Vesti-as e sai batendo os pés na escada. Talvez eu devesse deixar um bilhete para Lirith, explicando porque não a esperei voltar, ou talvez seja desnecessário. Droga! O que eu faço? È melhor eu ir, depois eu tento encontrá-la e dizer algo a ela. Abria porta e sai batendo-a em seguida, rapidamente desci o pequeno morro parando em frente ao ponto de táxi, seria dessa forma que eu voltaria para casa. Ao chegar, fui recepcionado por Scott –meu cachorro- todo feliz e saltitante. Entrei em casa e vi meu irmão mais velho todo largado no sofá enquanto jogava Ioga no Nintendo Wii.
-Cara, o que você está fazendo? – Perguntei tentando puxar assunto.
-Você é cego?- Tom me respondeu sem nem ao menos olhar para mim, estava tão concentrado naquele jogo idiota enquanto fazia os movimentos mandados na tela. -To jogando, não é obvio?
-Você nem notou que eu nem passei a noite aqui, não é? – Tom deu de ombros e continuou jogando. Levantei-me e caminhei rumo a escada para subir ao meu quarto. A dor em meu pescoço estava me matando.
-E daí que você não dormiu em casa? – Gritou ele atrás de mim - Você já tem dezoito aninhos e sabe por onde se enfia.
-Ok então, bom saber que raios de irmão eu tenho. Nem se preocupou se eu estava bem ou não. Aposto que comeu aquela loira e quase morreu asfixiado com o silicone dela né? Dane-se você! – larguei-o olhando de queixo caído para mim, e subi para meu quarto indo direto ao espelho. Não conseguia ver meu próprio reflexo. O que está acontecendo comigo? O que aconteceu com minha visão? Lirith, o que você fez comigo? Como não podia ver o jeito era sentir, passei a mão sobre o pescoço novamente percebendo dois furinhos ali, mas que diabos havia acontecido na noite passada? Eu não preciso explicar isso para ninguém, mas eu preciso de respostas. Será que a Lirith me usou para fazer voodoo e furou meu pescoço? Ok, essa foi à pior teoria dos últimos tempos que eu pude inventar. Seria a Lirith um vampiro? Ok, depois dessa acho que gardenal vai ser pouco para restabelecer o meu “eu” de novo. Parece mordida, mas também parece buraco de verme, ai não, verme não. Que nojo! O que aquela garota fez comigo? E porque eu dormi tanto? Eu nunca dormi mais de nove horas em toda a minha vida. O que tem de errado comigo? Primeiro a visão embaçada, depois a enxaqueca, os furos no pescoço, meu reflexo não aparece no espelho e para completar eu tenho dois furos no pescoço. Alguém me diz que eu estou sonhando!

E... sabe Ariel, ela no inicio fora o amor da minha vida, mais depois o encanto fora acabando e hoje eu nem sei o que sentir por ele... Eu estou tão alucinado que posso ouvir a Lirith na minha cabeça, como que isso está acontecendo? Será que ela me deu ecstasy 
ou alguma outra droga alucinógena?

Lirith Venuto

-E foi isso que foi aconteceu, eu... – Ariel prestava atenção em tudo, porém o barulho insistente da campainha interrompeu nossa conversa, não só isso eu também havia perdido um pouco do foco da historia que contava a Ariel. Bill estava próximo, podia ouvir seus pensamentos.

-Lirith querida, está esperando alguém? – Ariel perguntou-me enquanto vestia seu longo casaco negro.

-Que eu saiba não. – Novamente a campainha tocou e eu tive que me levantar para abrir. Ao abrir tive uma terrível surpresa.
-Bill, mas... – Como ele conseguira me encontrar aqui? Ele mora na outra cidade!
-Lirith? Eu... bem.. é.. que... você... sabe... eu tentei... e... - Bill estava perdido com as palavras, elas pareciam fugir dele e ele não sabia o que dizer. - Eu... não faço idéia de como vim parar aqui.


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