A Moonlight Waltz - Spellbound escrita por JoyceSW


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Seja bem-vinda NineCalu, retardada? Cara eu adorei você ,vc é tão animada e eu amo isso



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Lirith

O estrondoso impacto vindo da porta soava como um trovão; abri meus pesados olhos com algum esforço e lá estava ele... Vlad com todo seu esplendor em sua capa negra; esbanjando prepotência entre duas fileiras de bancos daquela gélida capela. As pessoas pareciam assombradas e corriam uma na frente da outra, tropeçando em seus próprios pés enquanto se amontoavam em um canto qualquer; criando assim uma multidão. Uma pequena massa temerosa, mas teria medo do senhor das trevas aquele que crê fervoroso em deus? Isso por agora não faz o menor sentido. Aquela patética comemoração acabou e em suas faces imperava o medo. 
Medo do poderoso Mestre das Trevas, o porque disso eu realmente não consigo entender.

-Por que pararam santos de Deus? -Vlad perguntou a eles enquanto fixava seus olhos no rosto de cada um. Nenhum deles ousou a responder. Nenhum deles teve coragem o suficiente de enfrentá-lo, tal coragem que eu também havia de ter tido para tal. -Eu amaldiçôo essa igreja, agora esses os próximos dias serão de discórdia, até o fim desse lugar. -Vlad disse enquanto caminhava até mim, os meros mortais nem ousavam olhá-lo, mas o padre ousou a interferir em seu caminho e por uma mera fração de segundos eu tive medo por ele.

-Se eu acabar com você os vampiros deixarão de existir! -Gritou o padre entre a pequena multidão agrupada em um dos cantos da igreja Rapidamente ele correu até nós com a cruz na mão, apontando-a a seguir para Vlad, que riu sem humor enquanto fitava-o com desdém. 
-Seu tolo – Vlad o empurrou e arrancou a cruz de sua mão jogando-a no chão ao seu lado. -Cruzes não funcionam comigo, eu fui crucificado há muito tempo, precisamente mil e duzentos anos.

-Cristo! -Foi à única coisa que o Padre agora inerte conseguiu falar.

Vlad subiu na mesa e puxou as correntes de ferro que prendiam meu pulso, quebrando-as em suas mãos, fazendo todos saírem da igreja assustados e gritando. Tonta e infeliz senti suas mãos em minha cintura e o chão havia desaparecido de meus pés. Ele havia me pego como sua noiva, havia me pegado em seus braços como fazia no passado para fazer amor. Perdida nos meus pensamentos nem me dei conta de que não estávamos mais na escura igreja e sim em outro lugar, mas este era bem mais escuro do que o anterior.

-Onde estamos? – perguntei enquanto fugia de seus braços. Ele nada me respondeu e se distanciou acendendo algumas velas a seguir. Ainda tonta e com a visão um pouco turva pude reconhecer aquilo como um quarto. Porem estava escuro demais para afirmar que realmente era um.

-Estamos em um quarto qualquer. -Vlad se sentou na beira da cama. -Você deveria ficar mais atenta com os caçadores. Ser pega por eles é mortal. 

-Acho que me desliguei por meros instantes da realidade. Mas fique despreocupado não vai mais acontecer. – respondi seco sem fita-lo. Ele tinha razão, se houvesse uma próxima vez talvez eu não tivesse a mesma sorte dessa. Senti a brisa gélida que vinha da madrugada através da janela aberta atravessar meu corpo e levei a mão diretamente ao lugar onde deveria estar meu coração. Droga, eu o havia perdido. Agora tenho um buraco enorme em meu peito. Preciso dele de volta. Assim que a noite chegar novamente eu irei recuperá-lo, mas agora cansada desse jeito só resta entregar-me ao sono da beleza. Deitei-me na cama sendo seguida por Vlad, este apenas me observava.

-Eu preciso pegar meu coração de volta. Mesmo que ele não bata não esteja vivo, ele me pertence. – Sussurrei a ele enquanto me aninhava nos escuros lençóis de seda.

-Se quiser posso fazer isso por você. – disse ele enquanto colocava seu braço em volta de meu pescoço, me aconchegando em seu peito nu.

-Não, eu mesma irei fazer isso. Aquele padre irá me pagar por isso. –Respondi raivosa a ele enquanto cobria-me com o lençol.

-Está bem, faça como quiser. Mas tome cuidado. – Sussurrou em meu ouvido me dando um beijo na testa. Aos poucos o corpo ao meu lado foi esvaecendo até que sumiu por completo.

O dia passou muito rápido e logo a noite dava o ar da graça, hora de sair da toca e mostrar a esses humanos patéticos com o que eles mexeram. Levantei da cama ainda cansada e me arrastei por aquele lugar a procura de uma roupa qualquer já que a minha estava impregnada de sangue. Meu sangue e da garota que eu havia matado na noite passada. Andei por todos os lugares que me eram permitidos, não que houvesse algum lugar trancado ou proibido na verdade eu estava cansada demais para isso, mais precisava achar logo uma roupa para sair e acima de tudo tinha que guardar algum resquício de força para executar o plano que eu havia preparado um pouco antes de cair em sono profundo. Andei por tudo e não achei nada, nem uma roupa, nem nenhuma alma viva por ali. Afinal onde Vlad havia me deixado? Retornei ao quarto querendo quebrar tudo pela tamanha raiva que eu sentia, porém tive que me conter porque eu precisava das gotas de força que ainda me restavam; sem meu coração eu me limitava a um nada. Droga! Como pude deixar ele me arrastar para o nada? 
A torre próxima começou há badalar sete horas. Droga, já deveria estar saindo; no entanto estou sentada na cama sem saber o que fazer. Não posso sair desse jeito na rua, se eu fizer isso vão me matar mais fácil do que quase fizeram da ultima vez. 

-Acalme-se querida. – Vlad disse surgindo do nada em minha cama. – Tome. – ele esticou seus enormes dedos que prendiam a cintura de um vestido vermelho e preto cheio de detalhes em rubis. – espero que sirva. – Após me entregá-lo, sumiu sem dizer nada. Como sempre. Rapidamente retirei meu corpete furado e sujo e minha saia branca que agora estava tingida de tons de sangue e sujeira, coloquei o vestido e olhei em direção aos meus pés, o vestido havia caído como uma luva em meu corpo. Calcei meus sapatos e sai em direção à igreja. Enquanto eu caminhava perdida entre as vielas que mais pareciam formar um labirinto, Vlad se ocupou de minha mente por meros segundos mostrando a localização da capela. Agradeci-o mentalmente por tudo e corri por entre ruas que eu ainda não conhecia rumo ao meu destino. As portas de ferro enrustido e as enormes rosáceas fizeram minha mente divagar nas lembranças da noite passada. Eu havia chegado ao lugar. Agora eu só precisava encontrar uma forma de entrar despercebida ali. Dei a volta e achei uma porta lateral, entrei nela e seu longo corredor me levou ao fundo da igreja. A missão começaria em poucos instantes e assim como ela minha amarga vingança, eu só teria breves minutos ara executar meu plano. Avistei do outro lado um corredor que dava numa pequena salinha, dirigi-me até lá e notei que se tratava do quarto do padre. Entrei e o vi se olhando no espelho, com o barulho da porta ele sorriu enquanto permanecia se contemplando no espelho. 

-Clarice é você?-Perguntou ele ainda se olhando no espelho. Como é tolo, deveria prestar mais atenção e trancar a porta a sete chaves.

-Está fazendo maquiagem para esconder as rugas, meu senhor? – disse ao velho que se posicionava agarrado ao espelho. Ao me ver ele ficou pasmo enquanto sua pele adquiria um tom pastel. –Surpresa... Nossa você está pálido, parece que viu uma alma do além. -Disse rindo enquanto passava a língua por entre minhas presas exibindo-as e deixando-o assustado.

-O que faz aqui?O que você quer? – disse ele correndo para pegar novamente a cruz. Oh, não meu senhor eu já conheço esse truque e ele não funciona comigo duas vezes. Joguei a primeira coisa que vi em direção a cruz acertando-a e mandando-a para debaixo da cama, bem longe do alcance dele.

-O que você acha que quero?O meu coração. – Falei me aproximando dele tocando seu pescoço com minhas enormes unhas vermelhas. 
Rapidamente ele andou até a bancada e pegou sob ela a caixa de madeira.

-Tome! -Disse ele dando-a em minhas mãos e se afastando em seguida.

-Obrigada. – O agradeci enquanto colocava meu coração em seu devido lugar. Como mágica o buraco tinha se fechado e minha pele restaurada. Meus poderes voltaram a ficar intensos no mesmo instante. Agora sim eu estava bem melhor. 

Pena o padre não ficar nessa mesma condição.

-Agora vá embora, você já pegou o que quis. – Exigiu ele caminhando em minha frente e abrindo a porta.

-Sabe, eu não estou com pressa. –disse caminhando até ele. -Você odeia minha raça, farei você ser um condenado também!
Peguei-o pelos ombros impossibilitando-o de se mexer e o mordi. Tampei a sua boca para evitar gemidos altos. Logo após o fiz tomar meu sangue.

-Deus!- O Padre olhou para suas mãos brancas.- Você me condenou ao inferno!

-Cale a boca!- Peguei o Padre pelo pescoço e o arrastei até ao altar. As pessoas nos olharam confusas e também com ódio.

-Monstro!-Uma mulher gritou. Assim todos começaram a gritar.

-Boa sorte. -Disse ao Padre me retirando dali. Sai pela janela quebrada. A igreja estava uma bagunça, esta mesma foi Vlad que causou.

Com meus poderes circulando pelas minhas veias novamente eu pude aproveitar tudo o que a noite havia para me oferecer e assim eu fiquei até próximo do dia amanhecer. Fui para casa e olhei pela janela a pequena praça que fica em frente ao meu quarto. O padre estava lá esperando os raios solares para acabar com seu tormento.

-Imbecil. -Disse ao vento enquanto o olhava pela última vez. Logo os primeiros raios ameaçaram a aparecer e eu fechei minhas cortinas blackout, indo deitar em minha cama macia; esperando o dia passar para me aventurar a noite.


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