A Moonlight Waltz - Spellbound escrita por JoyceSW


Capítulo 3
Capítulo 3




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Lirith Venuto

O silêncio predominou a sala. O olhar hipnotizador dele se encontrava sobre mim. Sua boca estava banhada em sangue. Meu sangue. Seus dentes estavam expostos e me davam uma leve noção da profundidade do furo em meu pescoço. Meu corpo estava mole e quase sem forças. Após inúmeros esforços consegui levar minha mão até seu rosto e toquei-o limpando delicadamente os vestígios de sangue que nele habitavam. Logo após levei-a em meu pescoço tocando aquela área sensível que latejava e constatando que os dois furos feitos por ele eram mais profundos que eu alguma vez fora capaz de imaginar. Seus olhos que antes me olhavam com ternura, agora me fitavam de forma fria.

-Você quer morrer... Ou viver para sempre? – Exigiu – Escolha!

-Viver. -Disse com dificuldade. Minha cabeça doía, meu pescoço latejava e uma sensação de medo habitava meu peito agora, revelando a escuridão que existe dentro de mim. Vlad abaixou seus olhos encarando meus lábios. Estava sedento. Facilmente ele retirou uma de suas mãos que me seguravam e levou-a ao meu pescoço. Apoiando-me. De forma urgente ele me envolveu e pressionou seus lábios nos meus. O singelo beijo foi aprofundado e eu pude sentir o gosto quente de sangue em minha boca. Vlad puxou uma cadeira e apoiou uma de suas pernas sobre ela colocando-me sentada enquanto sua mão esquerda abraçava minha cintura. Ele pegou seu próprio pulso e cravou seus dentes ali. Seu próprio sangue agora jorrava e fazia uma poça embaixo de nós. Ele sorriu enquanto levava sua mão tocava até minha cabeça fazendo leves afagos. Seus toques sobre meu couro cabeludo foram ficando mais intensos e ele forçava minha cabeça a ir de encontro com seu pulso banhando em sangue.

Beba. -Ele disse sorrindo enquanto via minha expressão confusa. Fiquei perplexa diante de tal atitude. Eu não quero fazer isso. Como fazê-lo entender meu descontentamento? –Beba. – Exigiu de forma impaciente. Mesmo desgostosa e contra a minha vontade levei meus lábios até seu pulso sugando o líquido vermelho que caia livremente. Vlad gemia enquanto esboçava um leve sorriso diante de tal gesto. O liquido viscoso que descia minha garganta, me enjoava e me dava nojo. Meu corpo parecia doer mais ainda, era como se eu estivesse sendo moída por algo. Como se algo me apertasse por inteiro. A dor estava ficando a cada segundo mais insuportável, cheguei até a pensar que eu devia ter feito a outra escolha. Talvez tivesse sido mais fácil morrer. Minha mente estava congelada em alguns instantes atrás, meu coração estava batendo em ritmo acelerado. Rápido demais para um humano. Eu já nem sabia como me sentir, somente ouvia meus próprios gritos ecoarem pela sala do castelo. Vlad levantou-me de sua perna e pegou-me no colo como uma criança com medo de trovoes em noite de forte tempestade na tentativa de me acalmar. Não teve êxito. Meu corpo tremia, minha visão estava turva e eu não conseguia conter os gritos. Não sabia mais o que era real. A dor maltratava-me ao máximo tirando toda minha essência e deixando-me vazia aos poucos.

O relógio da sala de estar começou a badalar, foram exatamente doze vezes. Seu ruído ecoava em todo o castelo. Vlad me sentou na cadeira e ajoelhou-se de frente a mim enquanto me ouvia gritar; meu corpo se contorcia de dor e eu estava cada vez mais instável. Sentia uma atmosfera diferente cair sobre mim. No fundo eu sabia que isso só estava começando.

-Isso meu amor, grite mais. – Disse ele ficando em pé enquanto via-me com ambas as sobrancelhas arqueadas e eu estava assustada. Ele deu uma gargalhada insana e eu comecei a chorar. – Grite como se estivesse morrendo Lirith. – Porque estava dizendo isso a mim? Porque não consigo assimilar e distinguir nada. Ele estava insano. Seus olhos mergulhados no intenso vermelho e ele sentia prazer ao ver-me sofrer. Porque isso está acontecendo comigo? Seria isso para redimir e pagar meus pecados? -Pois então morra! – Disse ele gargalhando mais alto. Uma risada quase que maléfica. -Morra para viver para sempre!

Eu continuei a chorar de dor e a lamentar-me internamente. E então finalmente os gritos cessaram e tudo parou. Eu o olhei surpresa enquanto me levantava e encarava meu reflexo distorcido na tampa do caldeirão. Eu estava mais pálida do que antes.

-Eu... Virei... –Não havia palavras que fossem capazes de explicar o que eu estava sentindo.

-Sim, querida. – Ele sorriu. - Você abraçou a escuridão. Disse ele pegando-me no colo.

Vlad me rodopiava no ar enquanto me beijava e sorria. Ele rapidamente colocou-me de volta ao chão e seguiu até a mesa de jantar, onde sacudiu a toalha de forma violenta jogando tudo ao chão. Em um único movimento, porem rápido ele colocou-me sobre ela se pôs sobre mim. Rasgou o lindo corpete do vestido que adornava meu corpo revelando meus seios sem nenhuma dificuldade. Entre beijos e mordidas ele fez um pequeno corte e bebia meu sangue enquanto me oferecia um prazer insano. Enquanto bebia meu sangue e mordia meu pescoço suas mãos passeavam livremente pelo meu corpo inteiro de forma urgente e desesperada, como se ele estivesse esperando por isso há tempos. Senti seus dedos tocarem minha coxa e se aprofundarem um pouco mais, dei-me conta de que meu vestido fora levantado até a metade. Minhas pernas foram levemente abertas e minha roupa de baixo voou longe, Vlad entrou em mim suavemente, como se quisesse que isso durasse para sempre. Aos poucos a suavidade e o cuidado deram lugar a insanidade e a loucura. Seus movimentos eram rápidos e precisos, ele realmente sabia onde tocar e como tocar. Dominava-me por completo. Seus dedos foram de encontro ao meu pulso, onde ele tentou fazer um novo corte, mas minha mão foi mais rápida e eu segurei seu braço, virando seu pulso e cravando meus dentes pontudos ali. A expressão de Vlad era assustadoramente bela, ele gemia e seus olhos estavam semicerrados enquanto eu sugava seu sangue sem pressa alguma. Era tão... Tão bom. Como se fosse minha fonte da vida. Os movimentos feitos por ele ao mesmo tempo em que eu bebia seu sangue nos fez explodir em puro êxtase e cairmos exaustos um lado do outro sobre a mesa. Ainda trocando algumas caricias nos demos conta do quão cheios de sangue nós estávamos.

-Minha querida. -Disse ele afagando meus cabelos. -Vamos para a cama descansar.

Vlad me pegou no colo e me levou ao seu quarto. Durante o caminho sussurrava coisas doces para mim. Aquilo era muito melhor do que a música que eu sabia tocar. Suas palavras eram verdadeiramente musica para meus ouvidos. Subimos até a mais alta torre de seu sombrio castelo. A porta era negra e denunciava ser um ambiente nefasto. Ele abriu a porta e devolveu-me ao chão dando passagem para eu entrar. Fiquei surpresa com a visão que aquele lugar me proporcionava. Acho que eu nunca vi um quarto tão elegante e assustador ao mesmo tempo. O quarto era inteiramente negro, sua cama era escura como carvalho e o dorsal contido nela tinha algumas figuras cravadas, caveiras. O manto que caia sobre a cama formava uma espécie de tenda e era extremamente convidativa. Os lençóis esticados sobre ela eram roxos com detalhes de flores negras. A iluminação era toda de velas. Clima era pesado e romântico.

Sorrateiramente ele caminhou até mim retirando o vestido rasgado de meu corpo, enquanto tocava me tocava sem pudor. Minhas mãos envolveram-se em seu traje elegante e eu desabotoava os botões de sua roupa vagarosamente enquanto exibia um sorriso perverso. Sem conseguir aguentar minha provocação ele arrancou de seu próprio corpo o elegante traje, destroçando-o por inteiro. Vlad me tomou em seus braços novamente e deitou-me na cama, logo após deitou-se ao meu lado. Ele puxou outro lençol de cor púrpura e nos cobriu tampando nossa nudez. Diante do silêncio e embalados pela escuridão que ali começava a se estender Vlad retomou os beijos em meu pescoço, enquanto eu estava imersa em pensamentos. Eu não conseguia mais me arrepender de ter aceitado seu convite. Aliás, acho que nunca me arrependi, apenas meu medo falou mais alto e me deixou histérica e sem muitas opções. Meus pensamentos divagavam para a pior parte sem se importar que talvez não houvesse lados ruins. Ao pensar nisso lágrimas involuntárias se formaram em meu rosto e caiam molhando o braço de Vlad que estava agarrado ao meu pescoço, preenchendo-o de beijos e caricias. Não havia motivos para chorar. Minhas lagrimas pareciam congelar minha face.

-Eu perdi minha santidade. -Disse quase como um sussurro enquanto olhava para baixo. -Eu bebi seu... – As lágrimas insistiam em formar-se e escorrer por meu rosto. Eram muitas. E se congelavam em meus olhos. -Não consigo nem ao menos explicar-te. -Disse virando de costas para ele.

-Já estava infeliz?- Perguntou virando meu rosto para encará-lo.

-Claro que não. –Neguei, mas também não sabia explicar se antes eu estava feliz. -Deus me perdoe, tenha misericórdia de mim, mas eu não me arrependo de ter aceitado seu convite. – Esclareci e obtive em troca um lindo sorriso.


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Notas finais do capítulo

Estão prontas para a modernidade?



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