A Moonlight Waltz - Spellbound escrita por JoyceSW


Capítulo 10
Capítulo 10




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Ariel Olanah



Eu andava lentamente por entre as desertas e calmas ruas da cidade, não havia nenhum ser vivo aquela hora da madrugada vagando na escuridão. Talvez nos becos ou em alguma lata de lixo houvesse um ou outro mendigo dormindo. Mas ver isso por ali era raridade.

Aos poucos o asfalto negro com a paisagem urbana e cinza sumiram de meu campo de vista, dando lugar a uma rua de terra rodeada por arvores. Pinheiros para ser exata. A trilha era estreita e os enormes galhos enroscavam em minha capa, nessas horas eu odiava não ter o poder que o senhor Vlad tinha, me transformar em morcego seria uma das melhores coisas que eu podia fazer para enfrentar esse caminho torturante. 

Exausta e cheio de galhos e folhas pregadas em minha capa; Fora assim que cheguei à frente da enorme mansão de Vlad, meu senhor. Ajeitei minha roupa melhor que pude retirando todas as coisas verdes nojentas grudadas em mim e rumei em direção à porta, pondo as mãos na luxuosa maçaneta de cristal. Virei-a fazendo dar um clique e entrei fechando a porta cuidadosamente atrás de mim. Limpei meus pés no tapete que ali havia e me pus a circular por entre os cômodos rumo ao meu quarto. O extenso corredor era iluminado apenas por um feixe de luz vindo do teto, a sala estava aparentemente vazia. Caminhei para fora e estremeci ao sentir um olhar vítreo e frio sobre mim. Olhei para trás e Vlad estava ali, sentando em sua poltrona olhando em minha direção maliciosamente.


-Senhor. – Levei um susto ao mesmo tempo em que o cumprimentava amedrontada.
-Boa noite Ariel. – Disse ele ternamente. -Sente-se. -Ele apontou um de seus dedos em direção ao sofá vermelho de veludo. Senti-me um pouco estranha. Será que Vlad gostaria de conversar? Acabei aceitando o convite ao mesmo tempo em que acatava seu pedido. Sentei-me me sentindo um pouco desconfortável, a presença dele, o convite dele e seu olhar vítreo e enigmático estavam me tirando a paz da mente. 

-O Senhor deseja algo? – Perguntei na tentativa de puxar assunto, o silencio palpável era agoniante.
-Não e você, deseja uma taça de sangue? – Seus olhos de predador pousaram sobre mim arrepiando-me, em vão eu tentei vasculhar sua mente. 
-Não obrigada, tomei sangue na casa da Lirith. 
-Ah....claro, como foi sua visita com ela? – Vlad estava visivelmente desinteressado em saber, porem ele queria obter alguma informação de mim. Mas o que seria?
-Foi bem gratificante. – Respondi dando de ombros fitando meus pés. Não conseguia encará-lo, seu olhar vago e sombrio me deixavam sem graça. Era como se ele pudesse ver através de mim. Como se eu não tivesse carne, nem ossos. Apenas fosse transparente.
-Alguém mais estava lá? – Velhos hábitos nunca mudam. Vlad ainda permanecia o mesmo cara de pau de sempre, para ele todos os detalhes seriam precisos, porem eu não conseguia entender porque Lirith era tão importante assim. Ela era tão comum, tão sem graça; mesmo com a beleza absurda que possui ela ainda é sem sal, por assim dizer. E das noivas era a que ele mais corria atrás. Foi à única capaz de deixá-lo e sumir no mundo deixando-o louco. Lirith é uma ingrata, por mais que eu goste dela, tenho que admitir isso.

-Sim! Cibele, Lorelle e Daphne apareceram lá, por poucos minutos; logo foram embora. E... –Como eu podia dizer? Eu nem sequer conseguia lembrar o nome. Aquele humano esteve por lá, mas como ele se chamava mesmo? Lembro-me de ser com a letra B... B de Bill. Lembrei-me.

-Havia mais alguém mais do que vocês cinco? – Vlad deu alguns passos e se pôs em minha frente ficando de joelhos. Seus olhos negros ainda pareciam enxergar além de mim e essa sensação não era nada agradável.
-Sim, Senhor Vlad.
-Quem? – Ele gentilmente pegou em minha mão e apoiou em seu colo.
-Um.... um humano. – Murmurei enquanto abaixava a cabeça para novamente fitar meus pés.
Vlad largou minha mão brutamente, levantando-se e caminhando até a enorme janela em forma de portal de cerejeira. Pôs-se de costas para mim, mas através do vidro eu podia ver claramente a fúria em seus olhos. O ônix fosco que ali antes estava agora havia se tornado um mar de fogo.

-Qual é o nome dele? – Caminhando duramente contra o piso de madeira, Vlad veio até mim levantando-me do sofá com apenas uma mão e pressionando selvagemente meus ombros contra a parede. 
-O nome dele é... –Suas mãos tremiam, porém a força dele só aumentava machucando-me ainda mais, por mais que estivessem tremulas Vlad não me largaria até saber o que queria.-O nome dele é Bill. – Minha voz soou num fio quase inaudível.
-Bill. –Ele pronunciou o nome do jovem humano friamente enquanto fitava algum ponto na janela. Suas enormes mãos me largaram e eu escorreguei por entre o sofá e a parede embatendo minhas costas na madeira da cantoneira. Meus ombros ardiam, mas a minha alma queimava. As mãos de Vlad foram se fechando lentamente em punho, e isso causou um pequeno tremor na casa. -Maldição. – esbravejou ele. - Como não se não bastasse a Cibele... Agora é a Lirith! -Vlad bateu a mão no vidro da janela arrebentando-o em mil pedaços. -Cibele tem saído algumas noites não sei pra onde, ela bloqueia seus pensamentos, acho que está se envolvendo com um humano. Maldição!

-Senhor... -Levantei-me do chão cambaleando e segui rumo à porta da sala. -É melhor eu deixá-lo sozinho.
-É melhor mesmo, saia daqui Ariel... por favor.
-Claro Senhor. -Sai da sala imediatamente, seja lá o que for que esteja acontecendo com essas duas, definitivamente elas não sabem o que as esperam. Vlad jamais perdoa uma traição.

Cibele Millan


Há dias eu vagava por entre a noite para divertir-me, afinal ficar ao lado de Vlad sempre estava virando rotina, praticamente impossível. Eu já não agüentava mais sua presença, seu cheiro, seu sexo. Nada. Eu queria uma aventura. Algo novo. E há algumas noites atrás eu tinha achado. No começo além de ter que andar despercebida eu ainda tinha que lidar com Vlad vasculhando minha mente. Porém com os dias eu aprendi a desviar desses pequenos “empecilhos!”. Já era tarde e Lirith havia nos expulsado da casa dela, então eu, Lorelle e Daphne viemos até o centro da cidade juntas, porém no meio da neblina da madrugada eu as despistei e cá estou eu: Na frente da melhor boate humana que existe neste tedioso lugar. 


Andei com pressa para aquela balada, além de única era simplesmente maravilhosa e eu tinha a impressão de que hoje vai realmente valer a pena e me render algo bom, levei as mãos ao bolso do casaco retirando dali minha máscara. Os guardas ao me ver sorriram e abriram a porta para mim. Hoje é a noite de máscaras, todos os mortais vão estar disfarçados e misteriosamente escondidos. Mistério, isso me atrai e muito, pena o Vlad não possuir mais a essência disso. De qualquer forma essa atmosfera me deixa muito empolgada e excitada, vai ser como os bailes de máscaras de 1687, só que sem música clássica, sem aqueles vestidos balão imensamente pesados e claro sem aquelas perucas ridículas que os homens usavam. È essa noite vai ser bem... Interessante. Fui para a pista de dança, a música eletrônica soava alta e eclodia em meus ouvidos eletrizando todo meu corpo; comecei a me mover no ritmo dela e logo despertei alguns olhares, porém alguém me olhava de forma indiscreta e descarada. Virei-me e o vi encostado na parede, tinha altura mediana, talvez alguns centímetros mais alto do que eu, pela roupa que grudava em seu corpo pude ver que era musculoso e tinha cabelos castanhos. Não consigo ver a cor de seus olhos por causa da máscara. Vasculhei sua mente e li um de seus pensamentos ele estava curioso para saber o que havia embaixo da minha capa, hum talvez eu te mostre. Sorri vitoriosa ao pensar nisso, ele percebeu meu sorriso malicioso e sorriu de volta exibindo dentes perfeitamente brancos e alinhados. Acho que posso fazer você ter a noite mais empolgante e maravilhosa da sua vida, porém você vai ter que fazer o mesmo comigo.

O globo de luzes acima de minha cabeça iluminou-me dando a ele uma previa de mim, rapidamente ele veio em minha direção enquanto eu ia à dele, paramos ao mesmo tempo no meio da pista. Tirei minha máscara de rubis. Seus olhos brilharam ao ver meus olhos azuis. "Debaixo dessa mascara tem belos olhos azuis, imagina por debaixo desse sobretudo? Cara ela vai me levar a loucura!" foi o que ele pensou. Fitei-o por alguns segundos e fui para a saída. Olhei para trás e ele estava me seguindo. Eu o conduzi até o cemitério andando até a metade e virando para trás esperando que ele aparecesse. Encostei-me no tumulo e olhei em sua direção. Finalmente ele havia tirado sua mascara e eu pude ver seus olhos castanho-esverdeados. Ele se aproximou de mim e pegou-me pela cintura, apertando meu corpo ao seu enquanto beijava-me lascivamente. O beijo intenso durou poucos segundos e logo ele se afastou de meus lábios com um sorriso malicioso pregado na face.

-Espero que tenha algo bom para me dar, porque para me levar até um lugar desse de noite... – Ele riu e eu o acompanhei. Seu sorriso estava me desmontando. O que esta acontecendo comigo? - sou Evan Brow. – disse ele pegando minha mão e dando um beijo furtivo nela. Meu corpo arrepiou por inteiro. Mas que diabos está havendo aqui? Porque eu me sinto... assim?
-Prazer Evan, sou Cibele Millan.- sorri enquanto brincava com a gravata em seu pescoço . -E claro que eu vou te dar a melhor noite da sua vida. – Disse puxando-o pelo colarinho de sua roupa e dando-lhe um beijo no pescoço. Rapidamente afastei-o e desfiz o nó do cinto de meu sobretudo de cetim negro retirando-o e jogando-o para longe. Meu corpo fora exposto mostrando minha lingerie de couro. Evan literalmente, como se diz nessa língua moderna? Ah claro.... me comeu com os olhos. Instintivamente abraçou-me pela cintura enquanto sua mão deslizava sobre a lateral do meu corpo, sua boca traçou um trajeto dando pequenas mordiscadas até chegar a meu pescoço sugando-o com seus lábios macios. O trajeto continuou e ele desceu até meus seios. Tirou meu sutiã de couro e continuou naquela área. Mordiscando e sugando meu mamilo. Agora era minha vez. Comecei brincando com sua gravata puxando-a para lá e para cá enquanto me aproveitava lentamente de seu pescoço. Desfiz o nó e retirei jogando em algum lugar dali, ele me abraçou forte e eu pude sentir o quão excitado ele estava. Eu iria torturá-lo um pouco com isso. Lentamente fui desabotoando um botão por vez de sua camisa branca, dando diversos beijos em cada parte da pele que ficava nua. Aos poucos retirei-a por completo deixando-o louco. Seu peito musculoso ficou a mostra e o cheiro que ele emanava estava me deixando fora de mim. Segurei forte em seu cabelo puxando-o para trás enquanto desenhava uma trilha imaginaria em seu peito que ficou vermelho por causa do batom que eu estava usando.

-Evan. – Segurei firme em seus ombros enquanto enlaçava minhas pernas em sua cintura. – O que você está esperando? – Perguntei enquanto pendia a cabeça para trás. Ele nada disse somente me colocou em cima da lápide do tumulo e se apressou em desabotoar a calça que usava. Ele rapidamente tirou minha peça intima e abriu o zíper de sua calça, expondo seu membro já ereto e penetrando em mim selvagemente, do jeito que Vlad nunca fez e duvido que fosse capaz de fazer. Ele me beijava intensamente enquanto descia até meus seios. Eu gemia alto, enquanto Evan apenas sussurrava, acho que Le estava com um pouco de medo, mas suava tanto. Não demorou muito para eu ter um orgasmo.
-Se você teve esse, pode ter mais. -Disse ele sorrindo maliciosamente enquanto começava outra onda de fortes estocadas. 
-Claro que eu posso!- Continuamos até o meu terceiro orgasmo. Evan se cansou e nós caímos um sobre o outro em cima de um tumulo, sua respiração descompassada e o pulsar de seu coração estavam me agoniando um pouco, não queria fazer o que eu fazia sempre. Afastei os maus pensamentos e minha insana vontade de tê-lo novamente e limitei-me a aconchegar-me em seu peito nu, somente nesse momento percebi a existência de uma tatuagem de tigre ali, abracei-o e o senti relaxar por completo. Mais uma vez me senti enfeitiçada pelo cheiro dele, me deixava tonta, eu estava fechando meus olhos lentamente. Aos poucos o brilho de algo incomodou minha visão e eu lentamente acordei olhando diretamente para o céu. Droga! Está amanhecendo. 

-Droga!-Me levantei apressada e vesti meu sobretudo. -Como eu pude ter dormindo? – Idiota!
-O que foi?-Disse Evan acordando. Olhei para ele e parei minha visão no glorioso céu escuro que estava aos poucos se despedindo da noite e que em breve se tingiria de azul claro anunciando o começo de um novo dia. Dia este que para mim seria noite se eu não corresse, pois caso contrario seria minha morte. Cibele suicida, não soa nada bem.
-Tenho que ir pra casa. Já está tarde. – Olhei-o com pesar, não sei por que mas eu não queria ir, e se não fosse meu segredo seria revelado.
-Ahn.....-Ele olhou para o céu. -Claro, eu também tenho que ir. – Evan levantou e me abraçou enquanto eu terminava de me arrumar. - Quando a gente pode se encontrar?- ele caminhou até uma das lápides e pegou sua calça vestindo-a a seguir. 

-Amanha não posso, mas depois de amanha me encontre no... .no estacionamento do comercial velho. – disse sorrindo maliciosa sendo acompanhada por ele.
-Eu estarei lá.
-Até lá. –dei alguns passos em sua direção e beijei-o lascivamente. Deixei-o no cemitério e corri para o portal sem olhar para trás. Cheguei com minha velocidade a casa de Vlad. Subindo as escadas em um piscar de olhos e parando direto em meu quarto.
-Como eu pude não... Morde-lo?-Disse para mim mesma, ele é a tentação perfeita, porque eu simplesmente resisti a todos os meus instintos? Como eu consegui resistir? Droga! Quanta pergunta!
Mas espera agora tem um pequeno problema: como fica minha relação com o Vlad?


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