A Moonlight Waltz - Spellbound escrita por JoyceSW


Capítulo 1
Capítulo 1




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Antiguidade

Vladimir Lenin

O sino da igreja na praça principal anunciava o início da noite. Mesmo a cidade sendo longe de minha humilde casa, eu podia ouvir o badalar das horas claramente. Através de minha janela a enorme lua cheia inflava sobre o céu e as estrelas a contemplavam com todo seu brilho. Hora de sair da toca e me aventurar por ai; realizar meus desejos insanos. Deixei meu caixão e segui até meu closet para trocar de roupa. Optei por uma roupa toda preta e meu sobretudo de mesma cor com o fundo vermelho. Abri a janela e dei os primeiros passos na sacada pulando da mesma sendo abraçado pela noite.

O vento gélido cortante deixava a cidade deserta, porém alguns mortais patéticos insistiam em andar debaixo de todo aquele frio; hora perfeita para eu atacar. Becos escuros e sem saída são minha adoração secreta.

Os humanos têm plena consciência da existência de criaturas noturnas, frias e violentas como eu, mas mesmo assim não deixam de dar sopa fora de suas casas nas caladas da noite. Por causa disso e para não chamar a atenção de algum imbecil da sociedade que nos caçam, eu sou obrigado a me transformar em morcego para vagar por ai, afinal quem vai dar atenção ao mero bicho mamífero sem graça voando no céu? Ninguém!

Toda a noite eu procuro alguma diversão que me satisfaça; hoje meu objetivo é ir à famosa taverna da cidade. Voando pelo céu negro eu avistei ao longe a entrada daquele sinistro local, porém havia muita gente na frente então não posso me expor. Se fizer isso jamais poderei andar livremente pela noite disfarçado. Direcionei-me ao fundo do lugar certificando-me que não havia ninguém por entre aquele caminho, após constatar que estava sozinho diante da porta dos fundos, deixei meu usual disfarce e assumi minha real aparência. Levei uma de minhas mãos a maçaneta e a girei tendo entrada direta ao interior da pequena taverna.

Apesar de ser pequena, era muito aconchegante. A arquitetura medieval presente ali era assustadoramente encantadora. As gárgulas postos entre um pequeno palco também eram graciosos. As paredes eram escuras e a iluminação feita à vela deixava o lugar misterioso. Caminhei em direção ao bar e sentei-me sendo logo atendido por um serviçal, pedi minha bebida e fiquei observando as mulheres que por ali andavam. A maioria delas eram prostitutas; usavam trajes burlescos e estavam cercadas por bebidas, indecências e principalmente homens. Suspirei em sinônimo de raiva e beberiquei meu uísque enquanto direcionava meu olhar ao palco, uma pequena apresentação iria começar.

Algumas pequenas luzes iluminaram os rostos dos membros de um grupo tendo uma única mulher que se posicionava atrás, esta porém, tocava harpa com sua alma e teve logo de inicio minha total apreciação. Apesar da pouca iluminação sobre ela, sua pele branca a destacava deixando-me encantado, a música era divinamente bela e a jovem garota a tocava com prazer.

Fiquei fitando aquele belo rosto e nem me dei conta de que eles haviam acabado a apresentação e caminhavam rumo à saída. Aquela talvez fosse a minha única chance. Levantei-me de meu assento e caminhei sorrateiramente até ela.

-Hey. –Disse colocando a mão em seu ombro causando um involuntário arrepio. Ela havia se assustado. Com a mão sobre o peito e ligeiramente vermelha ela se virou, mantendo seus olhos baixos.

-o que o senhor deseja? – Indagou ela dando um sorriso límpido enquanto me fitava profundamente com intensos olhos verdes.

-Sou Vlad. – Apresentei-me, ela por sua vez permaneceu com seu intenso olhar sobre mim – E eu gostaria muito que a senhorita tocasse apenas para mim... Em minha casa.

-Eu não sei. – Disse ela timidamente enquanto enrolava uma mecha de seu longo cabelo negro no dedo.

-Não é isso que está pensando. – Tentei convencê-la, como está difícil arrumar comida hoje em dia. - Este lugar está cheio de prostitutas sedentas por saciar seus desejos. O meu único desejo, se é que posso dizer assim, é que a senhorita toque apenas para mim em minha humilde residência.

-Bem. -Ela mordeu o lábio. -Acho que se é assim, eu posso aceitar. – Disse ela sorrindo sendo acompanhada por mim.

-Ótimo, vamos pegar um cavalo e assim chegaremos rapidamente lá. – Estendi o braço em direção a minha nova companheira que o agarrou com ternura e logo saímos da caverna com destino ao meu lar.

O vento forte se fazia presente e a jovem me abraçava apertado enquanto tremia de frio. Tirei meu casaco e o estendi em sua direção sendo pego de bom grado por ela. Não demorou muito e um homem de meia idade nos emprestou seu cavalo, rapidamente conduzi-o para fora da cidade a caminho da montanha. A jovem moça olhava tudo deslumbrada, sem dizer ou esboçar e nenhuma reação. Ao ultrapassarmos o portal de limite da cidade ela o avistou; meu lar.

-Chegamos. – disse descendo na frente e me virando para pega-la. Minhas mãos tocaram sua cintura, abraçando-a e girando-a, e a colocando de pé no chão. Por um momento pensei que a bela jovem não respirava. Sua atenção estava voltada ao meu velho castelo. Ou o castelo assombrado como era tido pela lenda que rondava a cidade.

-Obrigada e... O senhor falou que era humilde. – Ela disse brincando.

-É... Eu menti. -Toquei o sino e a porta se abriu. -Qual é o seu nome mesmo querida?

-Lirith Venuto.

-Lirith é um belo nome... Tão belo quanto à portadora. –As bochechas de Lirith adquiriram uma cor avermelhado, ela havia ficado tímida. Humanos como entender?

Entramos em meu castelo e cruzamos o hall de mármore, cada mero detalhe era absorvido por Lirith, sua mente estava fotografando tudo. Atravessamos a sala de visitas e finalmente a levei na sala de música onde deitei em meu sofá enquanto a via se colocar em minha frente com sua harpa em mãos. Lirith começou uma canção suave que me embalou por completo. Ela tocava de uma maneira divina. Suas músicas eram tristes e belíssimas, e aquilo era tocante até mesmo para um ser frio e sem coração como eu. Após o termino da ultima canção foi que eu me dei conta de que já passávamos das duas da manhã. Lirith ficou tocando para mim durante vinte minutos as músicas mais lindas que alguma vez já ouvira.

Ao término de meu show privado, a bela jovem guardou sua harpa e se levantou. Automaticamente me levantei junto dela.

-Senhorita Lirith, deseja algo? – perguntei enquanto apanhava uma taça de “vinho”, na verdade aquele vinho era sangue colocado em uma garrafa cujo rotulo acusava ser vinho.

-Não senhor Vlad. -Ela se levantou e caminhou até a mesa de carvalho que estava decorada com lindas flores. -Eu sempre gostei de amarantos. São lindos.

-São realmente lindas. –Larguei minha taça em cima da pequena mesinha de canto e me dirigi até Lirith posicionando-me atrás dela. A essência da vida que corria em suas veias era como uma droga para mim.

-Senhor Vlad... Eu me sinto... Tão fraca. - Lirith desmaiou em meus braços. Peguei-a no colo como minha noiva e subi as enormes escadas levando-a para um quarto e a colocando na cama.


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Notas finais do capítulo

Enfim, está aí o primeiro capítulo, espero que tenham gostado.



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