Menina Kawaii escrita por Jenix


Capítulo 2
Trevo da Sorte?


Notas iniciais do capítulo

Demorei, né ...
Perdão. Sem mais delongas... vamos ao capítulo.



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                Depois de mais um café da manhã “tranquilo” na vida de Rukia. Ela sai para visitar os senhores do Asilo, que carinhosamente, apelido-os de “vôs”.

                Foi mais ou menos há um mês. A professora perguntou quais alunos gostariam de fazer um trabalho social num asilo. Ela, claro, foi a primeira levantar a mão seguidas por alguns poucos. O número aumentou, ainda que muito pequeno, quando mencionado que seriam somados pontos para nota do final do período.

                Rukia não aceitara por causa disso, mas até que veio a calhar, por que em matemática era uma completa demente, tinha dificuldades em português, embora fosse muito boa para criar histórias, mas todas aquelas regras, classes, gêneros... Só de pensar davam-lhe dor de cabeça.

                “Diga por que existe o ‘‘H” no inicio da frase? Serve pra quê? Não tem som de nada. Se não tem som para quer colocar? E os “tu” Ninguém usa mais o “tu” no Brasil, o negócio é “mermo” o “Você”, melhor “VC”. Riu com o próprio pensamento. Falando “mermo” parecia uma favelada. Às vezes, gostava de falar assim. Gostava de assumir outra personagem. Era divertido experimentar as façanhas da vida. Era o seu jeito, estranho, mas que todos adoravam.

                Andava na rua despreocupadamente. Isso irritava Nanau profundamente. Para ela Rukia andava na rua com um “V” estampado na Testa. “v” de Vítima. Qualquer dia menos dia um maluco qualquer entraria na vida dela por essa mania de acreditar nas pessoas.

                Rukia tinha uma resposta pronta praticamente para tudo e uma das frases que mais talhava de usar era: “É claro que eu acredito nas pessoas porque eu faço o bem e enquanto eu continuar praticando-o tem motivos de sobra para pensar que outros também o estão. Só quando eu deixar de acreditar em mim que eu passarei a não acreditar nos outros.”

                Pura bobagem para Nanau.

                Coisas de criança ela dizia... Ai como isso me irritava! Bufou e vez biquinho, o que sempre fazia sem perceber, quando se irritava. Porque por mais que ela fosse a garota mais feliz do mundo ela ainda era humana e como tal, sentia todas as emoções que os demais. A diferença estava talvez, no fato do sentimento ruim passar no mesmo instante, de não guardar mágoas, de buscar forças para sorrir logo depois de uma lágrima derramada. Essa era Rukia, por isso era tão apreciada.

                ‘Se tinha uma coisa que ela odiava? Na verdade muitas.

-Filmes da Barbie. Ainda que tenha assistido praticamente aos todos os filmes (TV aberta é dose. Não tinham grana para TV a cabo).

-Falsidade, embora sorrisse para algumas garotas que ela detestava – (não, não era falsidade!). Elas nunca me fizeram mal não tenho que trata-las mal, mas que não vou com a cara não vou. - Quando o santo da morena não batia com o da outra pessoa era muito raro ela mudar de opinião. Ainda assim, sempre dava a chance de conhecer a criatura, se ela for legal, ótimo, tenho uma amiga. Se ela for uma naja, ótimo, já esperava e não me machuco. Mais um lado de Rukia, esperar o pior para não se surpreender, talvez, isso se contradissesse com a afirmativa de Rukia ser Kawaii, mas quantas pessoas não iriam com a cara da outra pessoa, mas ainda assim se abriria se deixaria envolver com aquela em que a primeira impressão não foi boa e estava disposta a aceitar que sua verdade não é absoluta dando chance de conhecer o outro e assumindo que poderia errar?

-Gente que fala mal da situação política do país em época de eleição e dois meses depois não sabe o nome do candidato em que votou. – Ela também não lembrava, mas não se fazia de hipócrita.

-Garoto que acha que só porque a guria sorriu dá dando “condição” – Isso é de dá nos nervos.

                Rukia não gostava de muitas outras coisas, mas se a perguntassem o que ela mais detestava na vida sem demora responderia CANELA.

-Odeio canela, qualquer doce com canela fica horrível, canela é tão ruim que é abortífero, quer perder minha amizade é me oferecer bala de canela, sim, eu tiro a canela dos doces de aniversário, canela deve ser usada para ritos do mal, definitivamente canela é uma DE-RRO-TA.

                Suspirou cansada. Até a própria achava estranho essa aversão à canela – na vida anterior deve ter ocorrido algum trauma só pode.

                Esperou uma eternidade no ponto de ônibus no sol quente. Quando em fim a condução chegou cheia com o motorista aparentemente aborrecido pelo dia estressante e subiu os degraus e fez a sua magia. O mais belo sorriso que o motorista teria visto na vida.

-Bom dia, motorista!

                Ele ainda a olhava encantando e a tensão no seu rosto desapareceu um pouco.

                Teve que se lembrar da música “um sorriso ajuda a melhorar, haha” do “Fala Mansa”. Eles tinham toda razão. Ajudava mesmo, ela sabia.

                Finalmente chegou ao seu destino, acenou ao motorista e num canteiro de flores notou uma raridade, um trevo de quatro folhas.

-É o meu dia de Sorte!

                Mas, quando se abaixou para pegar o trevo a morena acabou de cara na grama, já que alguém a fez desequilibrar quando a esbarrou.

-Foi mal. – Disse sem muita cerimônia e saiu às pressas.

                Olhou para o trevo de quatro folhas deu um longo suspiro e falou:

-Um trevo da sorte ao contrário? Sorriu novamente, não seria isso a estragar o seu dia, pelo menos foi o que achou...

                CONTINUA

              


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Aiai quem é o cara que esbarrou nela? Ta na cara né...