A Viagem Dos Novos Argonautas escrita por O Coração Negro


Capítulo 31
Capítulo 31 Hercules – POV Percy




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Capítulo 31 Hercules – POV Percy

Aquela era uma situação desesperadora, haviam sido traídos, Cassandra estava mancomunada com os arautos e estavam cercados, o que fazer em seguida?

– Rendam-se – disse Bianca di Ângelo tomando a frente.

– Bianca porque você está fazendo isso? – perguntou Percy enquanto seus amigos se apertavam em círculos de maneira a um cuidar das costas do outro com armas em punho.

– É tudo por minha mãe Percy Jackson – disse Bianca dando um passo a frente com sua espada de ferro estingeo – é tudo por Gaia.

– Bianca seja razoável, tente se lembrar... – disse Percy desesperado.

– Silencio! – gritou Bianca, a voz dela tinha uma força e seriedade não característica, dava a entender que ela havia até mesmo trocado de personalidade, a sala pareceu ficar mais sombria – vocês podem se render e eu talvez seja boazinha ou fazer do jeito que eu gosto.

– Nunca iremos nos render – gritou Jason, Percy entendia, afinal se eles se rendessem não haveria motivo para os arautos mantê-los vivos.

– Jason seja razoável, vocês estão sozinhos – disse Cassandra – tem minha palavra que irão para um calabouço e serão bem tratados.

– Silencio sua traidora! O que você fez com a Piper no Argo!? – gritou Jason parecendo um pouco emotivo demais com a situação.

– Efialtes foi cuidar dela e do navio – disse Cassandra tranqüilamente, depois acrescentou ao ver a cara de Jason – e ela foi levada ao calabouço como eu disse. Agora vocês seriam gentis e se renderiam para se juntar a ela e Eric?

– Você não devia ser tão conclusiva, quem disse que eu fui capturado? – disse uma voz irritante saindo por uma das passagens por onde os arautos haviam vindo, era Eric – eu vim ajudar.

Antigo líder Eric – disse Bianca frisando o olhar e pondo ênfase em cada palavra – traidor.

– Piper está com você?! – perguntou Jason desesperado.

– Não, eu deixei ela sozinha, queria participar da luta e não confio nessa daí – disse Eric indicando Cassandra – muito menos em vocês para fazer o que é preciso.

– Você deixou ela sozinha para vigiar o Argo?! – perguntou Jason furioso.

Percy podia entender o que Jason sentia, afinal Eric havia deixando a garota sozinha e desprotegida frente ao que parecia ser um gigante, o Argo estava inutilizável, ela devia ter sido capturada, era fácil culpar Eric por isso.

– Como você chegou aqui tão rápido? – perguntou Cassandra como se estivessem conversando o clima em uma situação diferente.

– Eu procurei a entrada pelos túneis que vocês usam para minerar cristais, a ilha está cheia deles – disse Eric.

– Mas é tudo um labirinto, como você encontrou o caminho? – perguntou Cassandra.

– Eu não encontrei realmente, no começo foi difícil, eu não sabia que direção seguir, então me lembrei que o sol nasce no leste e se põe no oeste – disse Eric – com isso fui na direção que achei ser o leste, mas no meio do caminho percebi que não fazia diferença ir para direção alguma afinal eu não sabia onde queria chegar; depois de andar em círculos durante uns quinze minutos trocando de direção eu finalmente entendi! Eu estava perdido – disse Eric, então acrescentou – no fim eu cheguei!

– Chega de falatório! – gritou Bianca – capturem eles!

Tudo aconteceu muito rápido, a terra se movia, então uma onda de fraqueza passou por todos e ele se sentiu fora da tomada, o que era um alivio pois não via como poderiam enfrentar dezenas de semideuses capazes de mover a terra sozinhos, então foi um pandemônio espadadas lançadas, socos e chutes, aquilo foi diferente de tudo que Percy já havia enfrentado, era um caos que significava uma desvantagem de dez para um; Percy não soube o que os outros faziam ele apenas avançou, queria chegar até Bianca e tentar por um fim a isso, afinal ela era uma amiga, porém foi parado por um dos arautos de armadura e espada de ferro comum.

Lutar contra os arautos era difícil, para não dizer impossível, Percy era um grande espadachim e sabia disso, porém os arautos pareciam conseguir ver através de cada movimento e atacavam os pontos cegos e brechas, ele não era capaz de avançar contra alguém treinado a vida inteira para enfrentá-lo, olhou em volta para ver a situação dos outros; ninguém parecia estar muito melhor, se desviou de um golpe que passou tão perto que pode sentir o frio da lamina, Eric parecia lutar com Bianca sozinho, eles trocavam golpes enquanto Bianca falava algo que Percy não podia ouvir, então o filho de Poseidon teve uma idéia para tirá-los daquela situação.

– Eric libere meus poderes! – gritou ele alto o bastante tentando ser ouvido e se abaixando para desviar de um golpe que devia ter cortado seu pescoço.

– Ta maluco?! – gritou Eric tentando atingir Bianca com as laminas de Katar, ambos lutavam igualmente bem com estilo semelhantes que parecia até uma dança, mas Bianca começava aos poucos a levar vantagem.

– Confie em mim, se continuar assim morreremos! – gritou Percy em resposta.

A onda de fraqueza desapareceu instantaneamente, Percy viu Eric dar um salto para traz para se desviar da lamina negra de Bianca tão alto que era quase humanamente impossível, então soube que já podia usar seus poderes e fez o que devia sem pensar duas vezes, pisou firme no chão e a ilha tremeu, normalmente ficaria só isso, porém o filho de Poseidon sabia que isso abalaria os túneis que estavam em baixo de toda ilha; o chão trincou e rachou.

– Vamos ficar juntos! – gritou Percy, porém já era tarde, o chão se abriu e todos desapareceram engolidos pelos milhares de túneis abaixo deles e deslizando terra adentro, todos se separaram. Percy deslizou por um túnel que ia para baixo como um escorregador, não podia ver o fim, mas ficou satisfeito em saber que nenhum arauto havia caído na mesma passagem que ele, logo o túnel ficou horizontal e ele caiu de joelhos no chão.

Percy se levantou como pôde, destampou contracorrente, a espada brilhou no escuro, a caverna era espaçosa, as paredes e o teto tinham vigas de madeira; tudo que o filho de Poseidon pensava era “o que aconteceu com os outros?”, sabia que tinha tomado a decisão correta, se tivessem continuado a luta teriam morrido, porém não podia deixar de notar que agora estavam separados e perdidos no subsolo onde o poder de Gaia deveria ser mais forte.

– Preocupado com os outros? – perguntou uma voz familiar, talvez fosse a queda ou a ansiedade, mas Percy não reconheceu a voz de imediato, então apontou a espada para a fonte de luz.

– Aponta isso para lá – disse Eric Beilin saindo da escuridão tão silencioso quanto um fantasma.

– Tem alguém com você? – perguntou Percy indignado com sua sorte, Eric era a pior companhia possível e ali sozinhos era arrepiante, ainda se lembrava de Annabeth ter dito que viu Eric mata-lo em um sonho e as palavras de Bianca ao ver o garoto também eram arrepiantes “Antigo líder Eric”, era como uma grande confirmação, Eric era um servo de Gaia, ele era um arauto, talvez até seu líder; tudo apenas servia para gerar uma certa curiosidade o que o garoto estava escondendo afinal?

– Não, apenas eu – disse Eric olhando em volta – você acabou com toda a diversão. Que sorte estarmos sozinhos não é? Os outros iriam nos atrapalhar.

– Nos atrapalhar? Diversão? – Percy não podia deixar de ficar nervoso, o jeito que ele tratava os amigos era revoltante, era como se todos fossem um fardo e ele ter deixado Piper sozinha apenas aumentava sua raiva.

– Sim, eu estava adorando aquela luta, aquilo sim que é um banquete – disse Eric sem se importar – você quer ficar aqui o dia todo? Alguns dos arautos podem vir nos procurar.

– Vamos – disse Percy – vai na frente.

Normalmente Percy teria mostrado o caminho, pois sua espada emitia uma luz azul no escuro, porém ele apenas não confiava em Eric o bastante, tinha algo nele que incomodava podia ser o mistério ou a atitude, ele não sabia dizer; Eric parecia não ter dificuldades de ver no escuro, às vezes ele saia do feixe de luz da espada devido a uma curva e continuava caminhando sem parar, o problema era que nenhum dos dois sabia para onde estavam indo.

Percy e Eric caminharam em silencio, ele sentia uma certa tensão enquanto as horas passavam, seu estomago começava a rondar e em cada curva, cada canto esperava encontrar um dos arautos ou pelo menos um dos outros argonautas.

– Acha que os outros estão longe? – perguntou Percy, Eric apenas sacudiu os ombros, então Percy ouviu um barulho à frente – você ouviu isso?

– Sim, espere que eu vou checar – disse Eric, então ele fechou um olho e conjurou um camundongo negro que saiu pela escuridão do túnel – espera... vejo algo... parece uma pessoa... ah não...

– O que é? – perguntou ele interessado, Eric permanecia em silencio como se pensasse se valia ou não a pena seguir em frente.

– Acho que devíamos tomar outro caminho... não gosto dele – disse Eric.

– Dele? – Percy ficou realmente interessado de seguir aquele caminho, sabia que não era um inimigo, pois se fosse Eric teria dito, porém as palavras “não gosto dele” poderiam significar algum dos seus amigos. – a vamos.

Percy tomou a frente, e quando virou a curva se viu dentro de um grande espaço oval com abertura no topo, era uma espécie de câmara dentro da terra cheia de passagens, havia um pequeno rio subterrâneo saindo da pedra, porém o que realmente chamou a atenção do garoto foi o homem que havia ali no meio da sala; o estranho tinha pelo menos dois metros, era mais musculoso que qualquer marombeiro de academia, possuía cabelos castanhos, pele dourada, era um deus e Percy sabia se tratar de Hercules.

– Percy Jackson, o homem da vez – disse Hercules batendo palmas e um grande pano de piquenique apareceu no chão cheio de coisas para comer.

Percy não sabia o que fazer, se sentou no pano a frente de Hercules e Eric o acompanhou parecendo emburrado e sem tocar na comida; Percy sentiu uma pequena raiva passar por ele, desde que havia descoberto o passado de Zoey havia parado de gostar daquele deus em particular e se culpava pelo fato de ter sido um de seus muitos fãs.

– Você é Hercules – disse Percy.

– Sim sou – disse Hercules com um jeito brincalhão – o maior dos heróis, o deus da força, o homem mais forte do mundo, me chame como quiser, o importante é que vim aqui oferecer a você ajuda.

– Ajuda? – perguntou Percy desconfiado, não era normal um deus oferecer ajuda facilmente.

– Sim, resolvi voltar para os holofotes para variar – disse Hercules risonho – então vim aqui te oferecer a minha benção.

– Mas por que eu? – perguntou Percy ainda desconfiado e irritado, havia algo no seu jeito que tornava desagradável sua companhia.

– Porque você é espero, como eu – disse Hercules – aquele lance de recusar a divindade! Grande! Vão contar historias sobre você durante séculos! Queria eu ter pensado nisso no meu tempo!

– O que quer dizer com isso? – perguntou Percy incrédulo, uma culpa passou por ele, como um dia podia ter admirado alguém assim?

– Ele só se importa consigo mesmo e com a gloria – disse Eric parecendo tão furioso quando Percy.

– Eu ouvi falar de você! Aquele saco velho que tem ficado ao lado de Zeus gosta de você, porém os outros deuses não, eu não irritaria um dos grandões se fosse você – disse Hercules para Eric em tom serio – e então Percy aceita minha benção? Te darei a força que um dia fez meu nome retumbar nas historias milênios após minha transformação em imortal!

– Suas historia tendem a ser muito parciais e incompletas – disse Percy cerrando os dentes, quanto mais Hercules falava, mais o filho de Poseidon ficava irritado, o grande herói dos contos fazia tudo pela fama, fazia pensar que ele não era um verdadeiro herói e a lembrança de Zoey não deixava de vir a tona.

– O que você quer dizer Percy Jackson? – perguntou Hercules em tom de aviso enquanto seu sorriso desaparecia.

– Ele quer dizer que todo esse tempo as historias contam como se Hera simplesmente tivesse feito mal a você, mas esquecem de contar que você puxou a briga! Você destruiu os templos de Hera e tentou voltar às pessoas contra ela! – disse Eric.

– Ela matou minha família! – gritou Hercules visivelmente irritado, fazendo o teto e as paredes tremerem.

– Você a desafiou a fazer isso! – gritou Eric – não me lembro de nos mitos e historias você ter chorado as magoas da sua esposa! Tampouco foi visitá-la nos Elisios! – aquilo foi o tapa na cara final em Percy, Hercules era completamente insensível, havia usado Zoey e depois se casou e tampouco ligava para a família o bastante para visita-la, se importava apenas com a gloria; a mente do filho de Poseidon girou de raiva imaginado quantos detalhes sórdidos haviam na historia do grande herói que ele um dia havia admirado.

– Não é algo sobre templos idiotas! Zoey! Você se lembra de Zoey?! – Percy mal percebeu que havia se levantado. O rosto de Hercules endureceu e ficou nublado.

O que tem a garota? – perguntou o deus sinistramente.

– Você a usou e abandonou sabe o que aconteceu com ela após você deixa-la?! – rugiu Percy.

– Não! Eu nunca a usei, ela me ajudou por livre e espontânea vontade! Depois de conseguir a maçã devolvi a espada! Não tive culpa se ela foi estúpida o bastante para jogar a espada que continha sua essência imortal no mar! Ela poderia ter continuado uma deusa e seguido a imortalidade sem mim! Eu nunca disse que ficaria com ela para sempre! – rugiu Hercules visivelmente furioso –foi o mesmo com você! Não lembro de você ter entrado na frente quando Luke deu a vida para deter Cronos! Ou também de ter impedido a jovem Bianca de entrar no Talos! E foi o seu nome que retumbou por ter salvando Artêmis e olha onde isso te levou, a garota agora é uma serva de Gaia por causa daquele dia! Nas historias de grandes heróis detalhes como garotas estúpidas que se deixam levar por seus desejos e emoções ficam esquecidas!

– Elas eram minhas amigas! Seu cretino! – disse Percy apertando o cabo de espada e tentando se conter, podia até imaginar Zoey indo até a beirada de um princípio com a espada nos braços, sozinha em um mundo que não conhecia; “claro que ela não havia querido ficar com a espada!” pensou ele, seria apenas uma eterna lembrança de sua vergonha e desgraça – quando voltar ao acampamento irei espalhar aos ventos a verdade sobre você! Farei questão que todos saibam o quanto você é um idiota e só pensa em você! Quando terminar não serão mais os doze trabalhos de Hercules, mas sim as doze vergonhas!

– Você não ousaria! – gritou Hercules ameaçando. – eu esmagaria você Percy Jackson.

– Então venha! – gritou Percy – vença e me esmague! Porem quando eu vencer você deve pagar por seus pecados, farei você se redimir!

A provocação de Percy foi demais, Hercules gritou e avançou atirando o filho de Poseidon pelos ares. Percy se chocou contra a parede da caverna com estrondo, a pancada foi forte o bastante para fazer a caverna tremer, ele sentiu sangue escorrer atrás de sua nuca, porém ainda estava consciente, sabia que a maioria das pessoas teria ficado inconsciente contra aquilo, então ele fez o que a maioria também não faria, ele avançou contra Hercules.

Ele desferiu o primeiro golpe de espada como uma finta, mudou a direção do golpe quando a defesa de Hercules estava pronta, porém o deus da força moveu o braço e aparou com a ombreira, eletricidade percorreu o corpo de Percy, teria sido o fim, porém Eric entrou na briga a favor do garoto; Hercules arremessou Percy e Eric pelos ares sem dificuldade e ainda intocado, eles se esconderam atrás de uma viga de madeira que vinha do chão até parte do teto.

– Quando eu vencer você Percy Jackson – rugiu Hercules – farei de você meu servo particular no olimpo! Isso fará meu nome ganhar um pouco mais de fama! Ou melhor farei ambos, afinal ter o mortal favorito de Hera como mascote vai ser um golpe duro para aquele saco velho! Eu sou o maior dos heróis Percy Jackson, sua lenda jamais irá sobrepor a minha!

Percy e Eric precisaram se segurar para não avançar, parecia impossível vencer Hercules, ali frente a eles estava o herói que havia derrotado os piores monstros da mitologia grega sozinho e desarmado, o herói que havia ganho o titulo de deus da força e estava ainda mais forte.

– Algum plano? – perguntou Eric para ele, Hercules parecia satisfeito em mostrar sua força enquanto os provocava para sair do esconderijo. Percy olhou para Hercules e para o pequeno veio de água que percorreria.

– O interior da caverna tem um rio subterrâneo, acho que consigo forçar a água a sair em uma correnteza forte o bastante para abalar ele, mas não acho que isso pode nos dar a vitória – disse Percy – afinal ele é um deus e o deus da força, e você?

– Apenas uma, atacar os joelhos, se conseguirmos pegar ele por trás e ele dobrar os joelhos não poderá mais usar sua grande força – disse Eric, Percy não pode deixar de pensar que essa seria a estratégia que ele usaria contra um filho de Hercules – com ele desequilibrado, podemos dar o golpe final.

– Podemos então usar ambos, eu uso a água para distrair ele e atacamos o joelho dele juntos – disse Percy – consegue manter ele distraído até eu estar pronto?

Eric assentiu e avançou sozinho, Percy não viu como a luta de Eric e Hercules iria se seguir, porém devido aos gritos e urros pode supor que Hercules levava a melhor; sem demora o filho de Poseidon buscou chamar a água que corria atrás daquela pedra e forçou, porém a pedra era demasiado grossa e ele não pode aumentar o fluxo da água.

– Droga! – praguejou ele, um estrondo e grito fizeram Percy supor que Eric havia sido arremessado de novo contra uma parede; Percy normalmente poderia ter feito como no monte Etna, porém tinha medo do tipo de estrago que poderia causar, afinal não sabia onde estavam os outros, então fez algo que não imaginou fazer, puxou o colar e utilizou Okeanos.

O tridente original de Poseidon tinha o poder de abrir passagem de água sagrada quando atingia a pedra, achou que o seu sendo uma copia talvez podia possuir o mesmo poder, ele espetou o tridente com força contra a pedra dura e canalizou o seu poder, a água passou pela rachadura em alta velocidade.

Percy controlou a grande enxurrada que saia da rachadura e atingiu Hercules com a força da água, até mesmo o deus da força se viu erguido dos pés no chão em meio uma correnteza; Percy tomou o cuidado de manter Eric o mais intacto possível, porém sentia um sangue quente escorrer na água agora sob seu controle.

O filho de Poseidon nadou no grande turbilhão de água que ele controlava e procurou Hercules, o deus se debatia, mesmo com os pés suspenso era ainda impossível penetrar suas defesas, então Percy soltou as água e o tridente de uma vez, a força da maré caiu com estrondo, a água perdeu sua força.

Hercules caiu na lama da caverna escorregando, tentando se firmar, porém Percy avançou tomando vantagem do desequilíbrio do deus e atacou atrás dos joelhos de seu inimigo, Hercules tombou para frente e seus joelhos tocaram o chão, no mesmo instante ele e Eric (meio machucado) apontaram as espadas para a garganta de Hercules, aquele era o fim da luta.

– Você irá se redimir – disse Percy com fúria – procurará Zoey nos Elísios e irá se desculpar com ela até que ela verdadeiramente te perdoe, se a alma dela tiver reencarnado procurará sua nova vida e fará o mesmo, está proibido de sair de perto dela até que ela esteja satisfeita.

– Maldito Percy Jackson! – rugiu Hercules – irei ter minha vingança. E você Eric Beilin? Gaia gastou muito tempo reunindo os pedacinhos para você nascer! Acha que quando descobrirem os seus segredinhos vão continuar com você? Se engana, você não passa de um eterno traidor!

O furioso e despeitado deus da força desapareceu, preso a regra de ter que fazer a vontade do vencedor, Percy não sabia se Zoey ficaria feliz em rever Hercules, porém saber que ele seria obrigado a fazer de tudo para compensar a garota era reconfortante.

– Você está bem? – perguntou Percy para Eric que parecia consideravelmente ferido, o garoto apenas balançou os ombros, foi uma situação estranha e o filho de Poseidon sentiu como se finalmente um certo vinculo tivesse se formado entre eles por um momento, finalmente podia dizer que eram amigos ou pelo menos que tinham coisas em comum, odiar Hercules.

A água na caverna continuou a aumentar de pouco a pouco, os levando, a rachadura que Percy havia feito parecia ser o bastante para a água encher o lugar e os levar para cima.

– Que sorte, só precisamos esperar e nadar até o topo – disse Eric.

Eles esperaram, logo seus pés deixaram o solo, Percy não podia deixar de notar algo, agora ele finalmente parecia ser capaz de adivinhar o segredo de Eric, era como se o nome estivesse na ponta da língua, ele ficava repassando mentalmente a conversa com Annabeth tentando encontrar a resposta.

“pensei ser Nix, porém não batia com seus outros poderes”, então Hercules dizendo “Juntando os pedacinhos para fazer você nascer”, então se lembrou do ferimento de Eros e se a visita a Eros estivesse relacionada com Eric e não Piper? Então ele finalmente chegou a resposta, alguém relacionado a Nix, Eros e Gaia, que batia completamente com os poderes do garoto, porém parecia tão surreal a idéia que ele não pôde por em palavras.

Quando finalmente alcançaram a saída superior, deram de cara com uma força tarefa preparada para capturá-los, estavam indefesos e feridos.

– Acharam que não ouviríamos sua luta? – perguntou Bianca Di Angelo – rendam-se!

Percy não tinha mais forças para lutar, sentia seu corpo pesado e Eric estava ferido, porém o que realmente minou suas forças foram duas coisas, uma jaula de ferro em que estavam seus amigos Frank, Leo, Jason e o gigante que devia ser Efialtes andava em volta.

Efialtes era o castigo de Apolo, seus cabelos eram feitos de fios pretos que pareciam a noite, sua pele tinha um tom verde doente, suas pernas eram roxo cheias de feridas abertas e fedorentas e se aproximar dele causava uma sensação de doença que minou completamente as forças de Percy e ele desmaiou.

Quando Percy acordou de novo ele e seus amigos estavam em um calabouço com barras de ferro haviam quatro camas feitas de palhas e um embrulho de cobertores estranhamente grosso em um canto, todos pareciam estar acordando, como se o poder de Efialtes finalmente estivesse desaparecendo; Percy se aproximou das barras de ferro e as tocou, eletricidade passou por seu corpo e o arremessou na parede.

– Estão eletrificadas! – disse ele, então Jason tentou e se afastou.

– Também estão ferventes – disse Jason. Parecia impossível fugir de uma cela em que não se podia nem mesmo tocar nas barras, Percy apalpou os bolsos contracorrente se fora, porém seu tridente ainda estava ali, devia ter sido confundido com um enfeite.

– Por que você também não toca e descobre se elas disparam algo alem de eletricidade e fogo? – perguntou Eric para Leo, como se fosse obvio que tudo isso fosse acontecer; Percy finalmente pode olhar bem para Eric, depois da luta com Hercules ele se encontrava realmente em péssimas condições, estava mais machucado em vários lugares, havia inchaços em seus braços em partes da perna e no peito sugerindo possivelmente uma costela quebrada.

N/A: a água curou os poucos ferimentos que o Percy levou.

– Cansei de você! É tudo sua culpa – rugiu Jason segurando na gola das vestes de Eric – viajar com você é insuportável! Você prejudica nossa união e faz comentários que irritam todo mundo! Até mesmo quase matou Leo! E agora você abandonou Piper para vigiar o Argo sozinha apenas para participar de uma luta idiota que poderia nem mesmo acontecer! Então quando Piper foi capturada eles a usam de chantagem para eu, Frank e Leo nos rendermos! Estamos aqui por sua culpa e não vou mais aturar você!

– Jason espera – disse Percy separando os dois, finalmente havia chegado a hora de acertar os pontos -, Eric finalmente chega de segredos, sabemos que você trabalhou para Gaia, e um pouco mais, entendo que pode ter um motivo, só que depois de tudo já não da mais para continuar viajando com alguém em quem não podemos confiar, a prova disso é que acabamos nesse buraco, se você quiser continuar viajando com a gente chegou a hora de falar a verdade...

– Não sei de que verdade está falando – disse Eric.

– Não adianta mentir, queremos saber porque você trabalhou para Gaia e porque a abandonou – disse Percy -, isso é o que vai influenciar nossa decisão, depois de tudo que passamos acho que merecemos saber, confie em mim não iremos julga-lo, se não souber começar comece pelas suas origens.

– Minhas origens? – perguntou Eric parecendo honestamente confuso.

– Eu sei que você é filho de Caos – disse Percy pondo finalmente em palavras sua louca idéia, parecia impossível afinal Caos havia desaparecido antes mesmo dos deuses existirem, muito menos humanos, porém quando Percy finalmente disse algo lhe deu a impressão que era verdade ou pelo menos parte dela. Eric suspirou fundo.

– Acho que não tem jeito – disse Eric – a mãe havia me dito que se chegasse a isso eu teria que contar tudo, porém eu não posso contar, vou ter que mostrar para vocês o outro que possui as respostas, apenas confiem em mim.

Então Eric fez o improvável deitou em uma das camas de palha e dormiu imediatamente, Percy sabia que fazia exatamente dois dias que ele não dormia, então o sono ter vindo rápido não o surpreendeu; Percy, Jason, Frank e Leo se entreolharam confusos e contrariados, então algo improvável aconteceu, sentiram a benção de Hera funcionando novamente, estavam ligados e de alguma forma deviam ter adormecido, a cela perdeu a forma e Eric estava de novo na frente deles sem machucados e intacto e parecendo mais maduro e sábio, o filho de Poseidon sabia que se tratava de um sonho de semideus, porém parecia diferente pelo fato de não terem ido dormir e que não haviam imagens nem um cenário, apenas eles e Eric em uma sala branca, talvez a benção de Hera tenha existido unicamente para este momento.

– Minha historia começa antes mesmo de meu nascimento – disse Eric com uma voz mais seria e amistosa do que nunca –, começa na verdade com o maior desejo de Gaia...





N/A: Próximo capitulo serão finalmente revelados todos os segredos do mais misterioso meio sangue da historia.


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Notas finais do capítulo

41 leitores, 18 favoritos e 9 recomendações e 6 comentarios no capítulo passado.
Em todo o caso, tentem comentar, adorei os comentários que tive no capítulo passado, foram incríveis.
PS: vou lembrar a todos que a fanfic está toda pronta, ou seja não tenho dificuldade de postagem alem das expecionais como queda de energia e de internet, por isso pretendo postar amanhã
Mereço reviews?



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