Sonho De Uma Noite De Verão escrita por Deusa Tsukihime


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Personagens:
Helena Kaoru Kamiya
Demétrio Kenshin Himura
Hérmia Megumi Takane
Lisandro Sanosuke Sagara
Teseu Aoshi Shinomori
Hipólita Misao Makimachi
Egeu Dr.Guensai
Oberon Saitou Hajime
Titânia Yumi Komogata
Palhaço-burro Shishio Makoto
Puck Yahiko Myojin(He, he, he)
Flor de Ervilha Tae
Teia de Aranha Omasu
Mariposinha Okon
Semente de mostarda - Tsubame



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Aoshi era um príncipe muito sábio e justo. Ele ia se casar com a princesa Misao em poucos dias e dariam uma grande festa.
O povo preparava-se para o grande acontecimento, enfeitando as ruas da cidade, fazendo roupas novas e coloridas, ensaiando músicas e peças teatrais.
O velho Gensai pensou muito antes de apresentar-se ao príncipe Aoshi. Ele não queria estragar a felicidade do príncipe, mas precisa de seu conselho. Gensai estava chateado porque sua filha Megumi não queria casar-se com o noivo que ele escolhera para ela.
Assim que chegou ao castelo do príncipe, acompanhado da filha, Guensai pediu desculpas a ele:

- Eu não queria estragar este momento tão especial para Vossa Alteza, mas...

- Caro Guensai, as portas do meu castelo estão sempre abertas para você!

- Muito Obrigado, meu príncipe. Prometi a Kenshin que minha filha Megumi se casaria com ele, mas ela não quer me obedecer!

Megumi interrompe as reclamações do pai:

- Perdão, príncipe Aoshi, mas eu amo Sanosuke, e não Kenshin. Se eu me casar com ele, Kaoru morrerá de tristeza!

Aoshi ouviu atentamente as reclamações de Gensai e de Megumi. Porém, por mais bondoso de fosse, não podia mudar as leis daquela época...

"Todo pai terá o direito de matar a própria filha se ela não lhe obedecer"
Com pena de Megumi, Aoshi resolveu dar-lhe um prazo para que pensasse melhor:

- Tu terás até a próxima lua nova para voltar atrás na sua decisão, Megumi. Nem um dia a mais, nem um dia a menos!

Megumi ficou muito triste. Precisava encontrar-se com Sano para pensarem numa saída.
Logo que retornaram do castelo, mandou que uma criada levasse um recado a Sanosuke:

"Venha me encontrar à tarde,
Na entrada do bosque
Corro perigo de vida"
De sua Megumi

Assim que avistou Sano, Megumi correu para seus braços e deram um terno beijo:

- Se não casar com Kenshin, meu pai me matará! É o que manda a lei.

Sano ficou preocupado e pensativo enquanto acariciava a face da amada, mas logo teve uma idéia:

- Já sei minha raposinha! A tia Tomoe é muito rica e vive longe daqui. Vamos fugir e nos casar na cidade dela! Lá, essa pena de morte não tem valor algum.

Animados, combinaram encontrar-se na noite seguinte, naquele mesmo lugar.
Megumi nem bem acabará de dar uns "amassos" de despedida em Sano, quando avistou Kaoru. A amiga estava muito triste. Continuava gostando de Kenshin. Que gostava de Megumi que gostava de Sanosuke:

- Pode ter coisa pior do que não ser amada? – Kaoru chorava.

Para que Kaoru não perdesse a esperança quanto a Kenshin, Megumi acabou revelando a sua fuga com Sano.

- Quando eu estiver longe, Kenshin ficará sozinho e voltará a te amar! – Megumi garantiu.

Megumi despediu-se de Kaoru com beijo no rosto, que, sozinha, ficou a pensar no seu amado. Se contasse a Kenshin sobre a fuga dos dois, ele certamente lhe ficaria agradecido. E, com a partida de Megumi, iria sentir-se tão sozinho e abandonado que voltaria a amá-la.
Decidida, Kaoru foi correndo contar a Kenshin o plano dos apaixonados.

No dia seguinte, enquanto anoitecia e Megumi e Sano se preparavam para fuga, um outro encontro acontecia no meio do bosque...
Saitou, o rei dos duendes, interrompeu a caminhada de Yumi, a rainha das fadas. Ele andava muito nervoso com a rainha, que se recusava a satisfazer seu desejo. Queria que Yumi lhe desse um garotinho que ela tinha a seus cuidados, pois precisava dele como ajudante no seu bosque mágico.

- Como é, vai dar o menino ou não? – Ele xingou.
As fadas que acompanhavam Yumi fizeram um círculo em volta da rainha para protegê-la do rei furioso.

- Não! Quando a mãe do garoto estava no leito da morte, prometi que cuidaria dele! É comigo ele deve ficar, Saitou. Esta é a minha última palavra! – e Yumi deu meia-volta.

Saitou ficou louco de raiva. Ia dar um jeito de se vingar da rainha das fadas.

"Ela me negou um pedido!", pensou. "Vai ver o que acontece quando não sou atendido!"

Imediatamente chamou Yahiko, o duende mais esperto e baderneiro que conhecia. Tinha um plano e contava com a sua ajuda para executá-lo com perfeição.

- Quero que vá buscar, o mais rápido possível, o suco de amor-perfeito. Sabe aquela flor de três cores que há por todo o bosque?

Yahiko, que fez cara de curioso e perguntou:

- Claro, mas o que vai fazer com ele, Saitou? Conte logo!

- O suco de amor-perfeito é mágico. Vou derramar umas gotas nos olhos de Yumi quanto ela estiver dormindo. Quando acordar, vai se apaixonar pelo primeiro...

- Sapo asqueroso... – Yahiko interrompeu o rei, dando uma risada do mal.

- Leão, Ganso ou touro! Pode até ser uma mosca...Ela vai se apaixonar pelo primeiro ser que encontrar! Agora vá, enquanto dá para enxergar, que está é noite de lua nova!

Yahiko adorou a idéia do rei e saiu o mais rápido que podia atrás dos amores-perfeitos.
Enquanto esperava, Saitou afofou a grama e deitou-se. Mal se ajeitou sobre a relva e já ia acender o cigarro, quando ouviu vozes. Achou melhor ficar invisível. Numa baforada do cigarro, o que sobrou de Saitou foi só um raio de luz por entre as árvores.

Kaoru contou a Kenshin sobre a fuga de Megumi e Sanosuke.
Ele ouviu tudo, pálido de raiva. Por mais que quisesse, não conseguia acreditar nas palavras de Kaoru. Pediu então à Kaoru que se encontrasse com ele mais tarde e lhe mostrasse o lugar onde sua noiva e Sano se encontrariam. Queria surpreender o casal.
Kaoru foi à frente, indicando o caminho por entre as árvores do bosque. Mas, quando chegaram ao local, não encontraram ninguém.
Kenshin ficou muito irritado. Achou que Kaoru tinha inventado toda aquela história para ficar mais tempo perto dele.

- Você não disse que eles estariam aqui? Você mentiu, Kaoru. Suma da minha vista, mentirosa! Me deixaste muito desapontado, o que eu ainda sentia por ti se acabou!

- Mas Kenshin meu amado, é a pura verdade, eu jamais mentiria para você! Eu sempre vou ter amar, Kenshin... – Kaoru suspirou.

Kenshin pediu que Kaoru o esquecesse e virou as costas embrenhando-se no bosque. No entanto, nada fazia com que ele ainda a esquecerá, Kaoru decidiu segui-lo. Resolveu apressar o passo; só assim deixaria Kaoru e as lembranças para trás.

- Não me siga! – ordenou.

Kaoru começou a chorar compussivamente. Não conseguia entender como é que o amor que ele jurara ter por ela um dia havia terminado.

Tentava seguir Kenshin, mas ele andava rápido demais.
Cansada e triste, sentindo-se perdida no meio daquele bosque cheio de animais terríveis e ferozes, Kaoru não desistia. Caminhava à toa, chamando pelo amado.
Saitou, que tudo vira, ficou "puto" com Kenshin e com pena da moça, sozinha e desprezada.
Quando Yahiko chegou, trazendo o suco de amor-perfeito, Saitou o dividiu em duas partes, ficando com um tanto para si e devolvendo o restante para seu ajudante:

- Enquanto vou atrás de Yumi derramar o encanto nos seus olhos, quero que vás e despeje esse suco encantado nos olhos de uma outra pessoa.

Yahiko nem estranhou o pedido de Saitou. O rei pedia cada coisa!

- Nos olhos de quem? Quem será minha vitima? – Yahiko fez olhar mal.

- Imagine que uma linda jovem dizia palavras de amor a um moço e ele nem ligou. Ela o seguiu pelo bosque, e o tal sem vergonha, bem-vestido mas de gênio ruim, a deixou sozinha.

- Abandonada? – Yahiko estava indignado.

- Largada à própria sorte num bosque cheio de feras! – Saitou confirmou.

Yahiko concordou com Saitou. Aquilo não era modo de tratar uma senhorita. O rapaz devia ser mesmo mau caráter.

Saitou, decidido, explicou a Yahiko o que ele deveria fazer:

- Encontre o casal o mais rápido possível. Quando o jovem estiver descansando, verifique se a linda senhorita vai estar por perto. Na certa ela terá seguido o rapaz. Só então, e com muito cuidado, derrame o suco nos olhos dele e diga as palavras de efeito. Com a nossa ajuda, essa moça terá o sentimento do amado de volta!
Yahiko adorou a idéia de vingar do moço. Quando o rapaz acordasse, quem seria a primeira pessoa a estar ao seu lado seria a senhorita desprezada. O encanto agiria na hora e ele retomaria os sentimentos guardados por ela.
Enquanto Yahiko saía correndo a procurar o rapaz bem-vestido, Saitou suspirou:

- Ah, o amor correspondido é muito mais belo!

Yumi chamou as amigas fadas enquanto se preparava para repousar.
Sua cama era toda enfeitada por flores perfumadas e de várias cores. Do alto, como uma cortina, desciam dois mantos de hera adornados por rosas aveludadas, presos aos cantos por buquês de violetas.
Saitou, escondido, admirava a bela rainha das fadas dando ordens...

- Cuidem bem do meu sono – Ela recomendava às fadas, com a voz mais doce do mundo. – Espantem os insetos das rosas e os morcegos horríveis que voam por aí. Peçam à coruja que pare de piar enquanto durmo.

Bocejando, pediu que as fadas cantassem.
As fadas, fazendo um grande círculo em volta da cama da rainha, cantavam em voz melodiosa:

"Insetos, besouros, largatos e ratos,
corujas, morcegos, cobras e sapos, escorpiões, mariposas e até largatos,
bicho rabudo, sem rabo, sem chifre ou chifrudo,
nem chegue a raposa
ou mesmo de manso o macaco e o ganso,
para fora, se mandem, ai vai um feitiço!
Durma, rainha, como um bebê,
Amanhã, acordarás muito bem.
Venha, passarinho, cante rouxinol para a alteza dormir bem..."

A rainha caiu num sono profundo. As fadas correram a executar suas tarefas.
As vozes das fadas tinham mesmo um impacto. Por pouco Saitou também não puxava um ronco. Saiu de seu esconderijo e, aproximando-se do leito florido, derrubou algumas gostas do suco de amor-perfeito nos olhos de Yumi.
Antes de partir, receitou algumas palavras no ouvido da rainha:

"Urso, gato ou leão,
seja o bicho que for,
amará de paixão!"

O encanto não devia demorar a agir.

- Quero só ver a próxima paixão de Yumi! – Saitou afastou-se triunfante e acendeu um cigarro.

Assim que chegou à entrada principal do bosque, Megumi avistou Sano. Se beijaram. O plano da fuga havia começado bem.
Não tiveram dificuldade nas primeiras trilhas por que Sanosuke conhecia muito bem aquele bosque. Com o passar das horas, no entanto, o rapaz começa a estranhar o caminho. Ou as árvores tinham trocado de lugar ou estavam perdidos.

- AH!!!!!!!SEU GRISTA DE GALO!!!!! Você disse que saiba o caminho! – Megumi havia dado um soco na cabeça de Sano.

- Ei raposa! Calma ai fica difícil enxergar algo nessa escuridão! – Sano passava a mão na cabeça, onde se formará um galo.

Megumi não demorou para reclamar do cansaço que sentia.
Havia rasgado seu manto novíssimo e caro de ceda várias vezes e por outras tantas tropeçara nas pedras do caminho. Percebendo que não adiantava discutir e que sua amada estava exausta, Sano sugeriu:

- Acho melhor descansarmos...Amanhã, com o raiar do sol, encontrarei a trilha raposinha.

Megumi concordou, exceto o dizer de "raposinha". Dormiria ali mesmo, naquela grama macia como tapete. Estendeu seu manto sobre a grama molhada pelo orvalho e acomodou-se.
Sanosuke esperou a amada adormecer. Tomaria conta dela até durante o sono. Tinha certeza de que no dia seguinte saberia onde se encontravam. Já havia passado por ali tantas vezes.
Algum tempo depois, em meio ao silêncio do bosque, começou a bocejar. E achou por bem tirar um cochilo.

"Um jovem bem-vestido, a dormir perto de uma linda moça...", relembrava as palavras do rei.

Yahiko parou no meio de uma clareira. Lá estava o jovem bem-vestido adormecido. E, mas adiante, a linda jovem que Saitou descrevera.

- Putz...que sorte! – exclamou, orgulhoso de si.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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