Tomando Chá Com Os Mortos escrita por IFToldoTASilva


Capítulo 22
Presente de Aniversário- Parte 3 (Sobrevivência)


Notas iniciais do capítulo

Oii seres que tomam chá! o/
Olha, serio estou decepcionada com vocês... pergunta... cadê os comentários?!
serio gente, eu pretendia postar o capitulo mais cedo, apenas se tivesse mais de 1 comentário mas isso não aconteceu... To postando por que creio que ainda existem leitores, então se tiver leitores por favor comentem...



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–SAM!

Será a voz da morte a me chamar? Não pode ser... Parece tão perto...

Talvez ela tenha chegado mais rápido do que eu podia imaginar... Mas se é a morte por que não consigo parar de pensar? Eu já devia estar inconsciente, mas não estou, na verdade não paro de pensar em como eu não quero morrer. O que está acontecendo?

Forço os meus olhos para que se abram, mas não consigo, tento mexer qualquer parte do meu corpo mais também não consigo.

Tudo o que vejo é a plena escuridão, tudo o que sinto e as batidas do meu coração desacelerando, tudo que penso é que eu não quero morrer, mas isso tudo parece estranho demais pra mim...

Há um minuto pude jurar que já estava próxima da morte, mas agora com essa voz me chamando que parece se aproximar cada vez mais e o fato de eu ainda não estar inconsciente, me faz rever meu estado para ver se estou próxima da morte...

Meu coração ainda bate, mas devagar a cada segundo, consigo respirar ainda, sinto as cordas nos meus pulsos e tornozelos, mas não consigo abrir os olhos e nem me mexer, será um tipo de preparação antes da morte absoluta?

–SAM!

A voz agora esta tão perto que chega a me parecer familiar... Espera, será possível que essa voz seja de alguém que veio me salvar?

Agora é necessário eu usar todas as minhas forças para indicar que eu estou viva ainda, que ainda estou aqui.

Tento abrir meus olhos, “impossível” é tudo o que eu consigo pensar. Tento me mexer, mas não consigo.

Estou cansada dessa situação de coma, tenho que fazer algo, tenho que sair disso, tenho que tentar, não posso me entregar, se não a morte da minha mãe terá sido inútil. Mas uma vez tento... Sinto algo quente correr pelas minhas bochechas... Lagrimas...

Tudo o que tenho tudo o que sou, está preste a se perder na escuridão, mas eu não posso desistir, não posso... Hannah precisa de mim, Nicolas não seria nada sem as minhas provocações, Bórnis sentiria a minha falta e Garru precisa de alguém para estar do lado dele na hora do almoço. Eu não posso me entregar morrer assim, presa em um caixão de vidro, sem sonhos, sem esperanças, sem nada além de pessoas que vão chorar por mais uma morte.

Margarett que deveria morrer, ela que deveria estar em meu lugar, ela que deveria estar sem fôlego, sem vida, ela que deveria estar fria debaixo da terra com larvas comendo aos poucos seu corpo podre. Assassina.

A raiva enche-me por dentro e com toda a força que ela me dá, me debato, as cordas cortam os meus pulsos, mas não me importo, não vou desistir.

–AAAAH!

Grito, e felizmente tenho uma resposta.

–SAM! EU VOU TI TIRAR DAÍ!

–Garru...

Engasgo e começo a tossir, fico sem fôlego e tudo mais uma vez escurece, mas agora sei que foi meu ultimo fôlego de vida...

...

–Sam! Por favor, acorda... Sam... Por favor... Sam...

Uma luz forte incendeia meus olhos ainda fechados, minha cabeça dói, estou deitada no colo de alguém e esse alguém chora...

Abro meus olhos devagar... Vejo apenas a cabeleira laranja de Garru.

Me sinto tão bem, me sinto tão viva, tudo graças a ele, meu pequeno anjo...

–Garru...

–SAM! VOCÊ ESTÁ VIVA!

–Sim... Estou...

Percebo que estou dentro do caixão ainda, e que Garru quebrou o vidro que tampava o caixão e cortou as cordas que me prendiam, sem falar do fato de ele estar totalmente sujo de terra.

–O que aconteceu? O que você está fazendo aqui? Como me salvou?

–Calma Sam... Eu vou explicar...

Ele faz a carinha mais fofa de intelectual e herói de todos os tempos, enquanto eu me sento para entender tudo o que ocorreu... Minha cabeça dói...

–Margarett, de alguma forma que eu não sei, sabia do meu maior medo e me prendeu em uma sala com eles...

Ele fez uma cara que ao mesmo tempo parecia de nojo como também de medo.

–Eles...

Eu dei o sinal para ele continuar...

–Insetos, eu estava preso em uma espécie de caixa cheia de insetos que me cobriam, e tinha uma chave no fundo da caixa e eu tinha que pegar a chave...

Ele estava realmente apavorado e falava rápido demais...

–Então...

Eu segurei na mãozinha dele, Garru era apenas uma criança... Ele tinha apenas 12 anos, e perdeu muita coisa nessa vida... É normal ter medo, seja do que for...

Ele continuou:

–Eu demorei para pegar a chave por que aquilo estava realmente assustador, mas quando eu peguei, eu consegui abrir a porta daquela caixa e sai da sala. Quando eu sai vi que a chave tinha um numero gravado, 211, ai eu vim pra cá, e quando cheguei vi seu nome na porta... Juro que tentei ser mais rápido para remover a terra com a pá e com as mãos também, mas foi complicado, não sou muito forte, mas ai quando eu tirei toda a terra você já estava inconsciente e eu não pensei duas vezes e quebrei o vidro com a ajuda da pá... Desculpe a demora Sam...

–Está tudo bem Garru... Obrigada por ter me salvado... Mas será que eu também tenho que salvar alguém?

–Eu não vi nada aqui...

Olhei em volta e pelo visto não tinha nada mesmo...

–Então vamos sair daqui e procurar pelos outros.

Ajudei Garru a sair do “caixão” e depois ele me ajudou. Juntos corremos em direção ao quarto da Hannah o 204, nós estávamos tão rápido que quando Laisa atravessou meu caminho esbarramos e caímos, seu cabelo loiro quase me cegou e quando eu me dei conta, olhei em seu rosto e vi lagrimas ela se levantou depressa e saiu correndo desesperada.

Finalmente chegamos à sala da Hannah, depressa tento abrir a porta, mas ao encostar-se à maçaneta minha mão instantaneamente desviou-se e começou a arder, diante disso embrulhei a minha mão com a blusa que eu véstia e abri a porta.

– Garru, tente encontrar ajuda. Daqui a pouco, nos encontramos.

O ar quente lambeu o meu rosto, e como reflexo fechei os olhos e tampei o rosto. Ao abrir, procurei em todos os cantos daquela sala coberta de fogo e revestida de vidro, a Hannah, ou pelo menos algum vestígio dela.

O fogo abaixava a cada segundo que se passava, e sou atacada por uma dificuldade intensa de respirar, quando estava na metade da sala, piso em uma pequena mecha de cabelo louro, que logo liguei a Hannah, eu a seguro forte e crio esperanças de que ela esteja bem e em segurança, lágrimas percorrem em meu rosto criando caminhos entre as cinzas que lá se encontravam.

Corro em direção a corrente que estava ligada a parede, ela estava aberta, e percebi que a mesma possuía uma espessura grande, portanto ela era própria para o... Pescoço. O oxigênio com o tempo que se passava diminuía, e junto com isso a minha respiração também. Já que possuía certeza de que a Hannah não se encontrava mais ali, sai da sala em sua procura.

Fui em direção ao nosso dormitório, felizmente lá estava ela. Porém ao chegar mais perto, percebi varias feridas de queimaduras, sua roupa estava rasgada e seu cabelo estava quebrado, ressecado e menor do que antes era. Antes de qualquer coisa, eu a abracei forte, afinal não posso perdê-la. Depois de algum tempo abraçadas, eu percebi a presença do Nick e do Garru, então comecei a ajudar a tratar as feridas da Hannah. Comecei a perguntar:

– Hannah o que aconteceu quem foi o seu salvador?

– Foi o Nick.

Hannah aponta em direção a ele. Percebi o quanto abatido e traumatizado ele parecia, vestígios de sangue estavam em suas mãos e unhas. Queria saber tudo o que havia ocorrido, com cada um deles. Mas não era uma hora oportuna para perguntas, estávamos preocupados com o estado da Hannah, algumas queimaduras começaram a criar bolhas, outras foram tão profundas que atingiram seus músculos e ossos. Como não possuímos equipamentos adequados, pois a Maggie nos proibiu de ter, tivemos que improvisar utilizando a água e panos limpos.

Os gritos de Hannah eram constantes, não só os dela, mas conseguia ouvir os gritos das crianças de todo o orfanato. Não me seguro e acabo falando:

– Isto é um espetáculo de horrores.

– AAAAAAAAAAAAH!

Hannah dá um grito, cada vez que olhávamos em seu corpo descobríamos mais queimaduras para curar. Nick estava chorando junto com a Hannah, e se culpava resmungando.

– Eu cheguei muito tarde, se eu tivesse feito tudo rápido. Se eu o tivesse enfrentando, a Hannah estaria bem.

– Nick, você salvou a minha vida, isso é o que importa. Se não fosse por você, meu corpo agora seria cinzas.

Mesmo Hannah tentando o confortado, ele não se conformava, ele está aflito, todos estamos.

A porta do banheiro estava aberta,e por ela vejo Laisa correndo, e ao mesmo tempo chorando, com Pietro ao seu lado tossindo descontroladamente e todo encharcado. Um barulho alto tomou conta de todo o orfanato, para a infelicidade de todos era Margarett:

– Atenção crianças, o nosso querido tempo está passando. A todas vocês fracas, quero lhes dizer que só possuem dez segundos a partir de agora: 10.

Vou em direção aos corredores, e vejo crianças machucadas, sujas e desamparadas correndo de um lado para o outro, lagrimas escorrendo de seus pequenos olhos.

– 9.

Tento ajudar algumas, mas o tempo está passando.

– 8.

O que vai acontecer com aquelas que permanecerem na sala?!

– 7.

Por que ela está fazendo isso, com todos nós?!

– 6.

Volto para a Hannah e continuo limpando suas feridas, tento esquecer a Margarett durante um segundo, mas não consigo Margarett está em todos os lugares.

– 5. Vamos lá crianças, sei que vocês não querem se atrasar. HAHAHAHAHAHA.

O tempo está passando tão rápido, o que vai acontecer depois?

– 4.

Volto para os corredores, e consigo ver crianças tentando abrir as portas desgovernadas com suas mãozinhas, tentando salvar os seus amigos, irmãos.

– 3. O tempo está passando, e a hora daqueles que se atrasam está chegando.

Fico imóvel, não sei o que faço. Eu e Hannah trocamos olhares, e percebo que todos do nosso grupo estão na mesma situação que eu: Pânico.

– 2.

Garru levanta de onde estava, e procura entre os corredores preocupado.

–1.

Ele diz:

–Onde está o Bórnis?


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Notas finais do capítulo

é isso... por favor comentem... ):

beijos e até o próximo chá... se tiver comentários...



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