Esperando O Fim escrita por Chiisana Hana


Capítulo 22
Epílogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/262807/chapter/22

 

 

Epílogo

 

 

Depois do almoço, Dohko começou a descer as doze casas pensando no que ia falar para Shina. Tudo saiu como ele planejou, com Shiryu empossado e aprovado pelos companheiros, e agora era a hora de enfrentar a tempestade. Não havia muito que ele pudesse fazer para aplacar a raiva que ela certamente sentia e, como ele não pretendia se abrir totalmente com ela, era bastante provável que a amazona ficasse furiosa.

Ele achou que ia reencontrá-la apenas no Condomínio, mas Shina estava na casa de Libra, ainda de armadura, encostada em uma das colunas, esperando por ele.

— Olá, Shina – Dohko cumprimentou com ar de normalidade.

Na esperança de ouvir uma explicação racional que a fizesse perdoá-lo, Shina respirou fundo e engoliu a vontade de cravar as unhas no pescoço dele.

— Será que você pode fazer a gentileza de explicar o que aconteceu hoje naquele salão?

— O que você viu. Ventos de mudança no Santuário. Novos cavaleiros de ouro, um novo Mestre e eu me retirando do cargo.

— Você fala como se não fosse nada… – Shina mantinha a voz sob controle mas era nítida a carga de mágoa que ela estava prestes a despejar sobre ele. – Saiu de casa como se viesse passar o dia aqui no Santuário e ficou mais de um mês sumido, sem me dar notícias. Agora voltou, armou esse circo e me avisou em público que está “se retirando” e indo para Rozan.

— Pois é – Dohko deu um sorrisinho que só serviu para irritá-la ainda mais.

— Pois é? Só vai dizer isso? Achei que a gente tinha um relacionamento, que a gente estava construindo algo duradouro! Você me fez acreditar nisso quando me fez ir para a sua casa!

— Eu sinto muito, mas acontece. Nem tudo é feito para durar.

A amazona fechou os punhos com força a fim de controlar tanto o ímpeto de bater nele quanto a vontade de chorar.

— E você diz isso com essa cara lisa depois de me iludir por mais de um ano? Meu Deus, Dohko! Por que brincou comigo?

— Eu sempre achei que você soubesse que não tinha muito futuro.

— Não tinha futuro? Você falou mesmo isso? Eu estava apostando tudo! E você nem foi homem o suficiente para vir falar comigo antes de fazer a palhaçada! Eu queria pelo menos entender o que se passa na sua cabeça!

— Não tem o que entender. Estou cansado e vou me retirar do cargo, voltar para a minha casa, para o sossego da minha montanha. É isso.

— Eu poderia ir com você… Se você tivesse me falado, eu poderia pelo menos considerar a possibilidade.

— Ainda pode ir se quiser.

— Você acha mesmo que eu vou me humilhar dessa forma por um homem que não tem um pingo de consideração por mim? Você não me conhece.

— Shina, eu não tenho mais idade para drama. As coisas são práticas pra mim. Além do mais, a quem estamos tentando enganar? Sabemos que você também não me ama tanto assim. Estávamos juntos porque era bom, divertido e conveniente.

Shina o encarou por alguns segundos petrificada pelas palavras que ele escolheu usar.

— Conveniente – ela repetiu pensando em todas as vezes em que esteve nos braços dele. Era verdade, ela não o amava como amou Seiya, mas conveniência? Era só isso pra ele? Então, como uma inesperada revelação, ela finalmente compreendeu.

— Meu Deus, como eu fui burra! Foi conveniência com a Fatma também, não foi? E quando ela não servia mais, você a descartou sem pensar duas vezes.

— Não foi bem assim, Shina… As coisas aconteceram, depois ela sofreu o acidente...

— E aí já não era mais conveniente. Entendi... Agora eu entendi tudo! A Shunrei também foi conveniência, não foi? Você fica andando por aí todo orgulhoso por ter criado uma órfã que encontrou na floresta… A menina não era sua filha. Ela era sua empregada! Ainda na infância, cuidando da casa e de um velho. Não pôde ser criança, não foi à escola e não teve nem o treinamento como desculpa como nós tivemos.

— Você não sabe do que está falando, Shina. Está tão enganada.

— Não estou, não. Viver tempo demais tornou você desumano, insensível e indiferente aos sentimentos dos outros… Ou você já era assim… Sei lá... Só se importa consigo mesmo e com o seu legado. Shiryu no topo é um exercício do seu orgulho, é para mostrar que o treinou bem e o preparou para isso.

— Ele está no cargo porque é assim que deve ser. Não tem nada a ver comigo. Se fosse assim, eu ficaria.

— No fundo, é tudo sobre você. Quando eu resolvi te esperar aqui, estava pronta para brigar, gritar e me descabelar, mas não vale a pena. Você não vale isso. De todos os homens que conheço eu tinha que cair justamente na lábia do pior deles… Você se acha grande coisa, mas quer saber? Até o Máscara da Morte, o maluco sanguinário, bizarro, colecionador de cabeças, é mais homem que você. Só espero que seu discípulo, agora Grande Mestre, também seja.

Shina nem esperou que ele respondesse. Desceu correndo as escadarias em direção ao alojamento e entrou na primeira casa vazia que encontrou.

Havia uma densa camada de poeira sobre os móveis e teias de aranha pendendo do teto, além de um cheiro estranho vindo de algum lugar, mas qualquer coisa era melhor que voltar para o condomínio agora.

Sentada no chão empoeirado, ela refletiu sobre o próprio destino. Algumas pessoas nasciam para serem felizes enquanto outras eram jogadas de um lado a outro desde o dia em que vieram ao mundo, como um barco à deriva, indo aonde a corrente levasse. E a maré sempre a levou para um lugar sombrio onde ela termina irremediavelmente sozinha.

Arrebatada pela solidão, Shina finalmente se permite chorar.

 

—------------

 

No começo da noite, os cavaleiros de bronze voltaram do passeio no Esmeralda.

Shiryu e Shunrei estavam exaustos depois do dia cheio de emoções e deram graças a Deus por Keiko ter adormecido no carro. Shiryu a colocou no cercadinho e sentou um pouco no sofá.

— Que dia foi esse? – ele suspirou para Shunrei.

— Foi bem louco e estranho, mas muito bom ver você no topo. Mas agora eu vou ali fazer alguma coisa rápida para a gente jantar.

— Não, vem cá.

— Não tá com fome?

— Tô, mas não precisa fazer nada. Vamos pedir alguma coisa pelo telefone. Só vem cá e fica aqui comigo. – Quando ela sentou, Shiryu envolveu-a com um braço e a trouxe mais para perto. – Foi bom ter você e a Keiko lá. Me deu mais força.

— Eu ia ficar bem chateada se o Mestre não tivesse me chamado para presenciar o seu momento.

— Ainda bem que ele chamou. Não estou certo de que darei conta mas vou me esforçar para ser o melhor para o Santuário e para vocês. Equilíbrio vai ser a palavra de ordem.

— Vai dar tudo certo, amor. Mas ainda não entendi por que o Mestre vai largar tudo… a Shina, a gente... Ele adora a Keiko...

— Ele disse que está cansado.

— E você acreditou?

— Não. Eu sei que há mais alguma coisa que ele não quer contar.

— Espero que não seja nada sério.

— Eu também. – Ele deu um beijo no cabelo dela, depois pegou o catálogo telefônico. – Que tal pizza?

— Acho ótimo.

Enquanto ele telefonava, a campainha tocou.

— Eu estava esperando vocês voltarem do passeio – Dohko anunciou quando Shunrei abriu a porta.

— Entra, Mestre. Nós pedimos pizza.

— Eu já jantei, mas posso ficar um pouco. Queria me despedir de vocês.

— O senhor vai mesmo embora?

— Eu vou voltar para casa, querida. Vou sentir saudades, mas é melhor assim.

— A Keiko vai sentir sua falta e quando o bebê nascer o senhor não vai estar aqui.

— Espero que me mandem muitas fotos dos pequenos e, quando puderem, levem eles para uma visita. Eles precisam conhecer o lugar onde os pais cresceram, se apaixonaram e se casaram.

Shiryu e Shunrei entreolharam-se ternamente e sorriram.

— Claro que sim – Shiryu prometeu. – Mas o senhor não vai mesmo nos contar a verdadeira razão para isso tudo?

— Eu já disse – Dohko deu uma risadinha. – Estou velho e cansado, essa é a verdade. Meditar em Star Hill me fez perceber o que eu estava tentando esconder de mim mesmo. Há limites para esse corpo e para o que ele pode fazer… – Ele ficou sério de repente e deu um longo suspiro. – Eu estou envelhecendo mais rápido que o normal… Brinquei que tinha uns oitenta anos pela frente, mas acredito que terei metade disso se tiver sorte.

— É bastante tempo – Shiryu falou. – O senhor podia continuar aqui com a gente.

— E mandar alguém para lá? Não. Está tudo bem. Eu quero voltar para o meu canto em Rozan.

— E quem vai cuidar do senhor? – preocupou-se Shunrei.

— Por enquanto, posso cuidar de mim mesmo. Quando for preciso, contratarei alguém. Um adulto, pagando um salário. – Dohko aproveitou a deixa e trouxe à tona o assunto que vinha martelando sua cabeça desde a conversa com Shina. – Eu quero perguntar uma coisa e quero que respondam sinceramente. Vocês acham que eu negligenciei a Shunrei?

A pergunta pegou ambos de surpresa. Como eles ficaram se olhando sem saber o que responder, Dohko insistiu.

— Acham que eu dei mais atenção a você, Shiryu, que a ela? Que eu podia ter feito algo… diferente?

— Isso é bem… complicado… – o cavaleiro e novo Mestre do Santuário respondeu olhando para a esposa.

— É que eu ouvi isso hoje… até então eu não tinha percebido.

— Agora que sou pai de uma menina, andei pensando nisso – Shiryu acrescentou. – Imaginando a Keiko no lugar da Shunrei, eu percebi que ia querer que ela estudasse, que fosse à escola em vez de fazer o serviço de casa, que tivesse uma infância normal, que recebesse mais… amor. Então, sim, acho que de certa forma ela foi negligenciada. Desculpe, o senhor pediu sinceridade.

— Eu sou um homem de outro tempo… Sinto muito por ter feito as coisas desse jeito, mas foi como eu sabia fazer.

— Podia ter sido diferente – Shunrei finalmente falou e o surpreendeu com um abraço e um beijo na bochecha. – Mas está tudo bem, sou muito grata por tudo que o senhor fez por mim e pelo Shi, por salvar a minha vida tantas vezes, por ter me ensinado coisas que eu não teria aprendido na escola. Não se preocupe, não tenho nenhuma mágoa.

— Fico aliviado por ouvir isso. Que bom que vocês vão corrigir todos os meus erros e vão criar melhor seus pequenos.

— Vamos tentar – Shiryu prometeu.

— Agora me contem como foi o passeio no iate novo.

Enquanto eles falavam do Esmeralda, a pizza chegou e os três comeram juntos, conversando alegremente e fazendo planos para algum dia levarem as crianças para um banho de cachoeira em Rozan até que ficou tarde e Dohko percebeu que era hora de ir.

— Eu vou deixar vocês descansarem. Foi um longo dia. Amanhã já estarei em Rozan.

— Vamos sentir saudades – Shiryu falou e deu um abraço em Dohko. Shunrei fez o mesmo e repetiu o beijo na bochecha.

— Eu também vou, principalmente daquela pequena. – Ele se aproximou do cercadinho e fez um carinho em Keiko. – Como é que eu vou ficar sem ouvir ela me chamar de “bobô”?

— Ainda pode voltar atrás e ficar com a gente – Shunrei sugeriu e passou a mão sobre a barriga. – Logo serão dois bebês para paparicar e comprar roupinhas estranhas. Eles crescem rápido, o senhor vai perder os melhores anos?

— O senhor sabe que não há necessidade nenhuma de partir agora… – observou Shiryu. – Devolvo sua armadura e volta tudo a ser como era antes. Ninguém vai julgá-lo se quiser ficar por causa dos netinhos lindos que nós fizemos.

— E eu fiz aquele discurso todo à toa?

Dohko riu e deu tapinhas nas costas do pupilo, depois voltou para casa, mas já não tinha mais certeza do que faria no dia seguinte.

 

—------

 

Dias depois de assumir o topo da hierarquia dos cavaleiros, Shiryu convocou Seiya para uma reunião no Salão Principal.

— Queria uma câmera para filmar essa cena – brincou o cavaleiro de Sagitário ao entrar fingindo filmar o companheiro com as mãos. – Você, sentado no trono do Grande Mestre, com a túnica, sotaina, sei lá o nome disso. Estou muito orgulhoso de você, GM Shiryu. O que deseja desse humilde subordinado?

— Para com isso. Somos iguais, cavaleiros de ouro, e ainda somos irmãos. Passei esses dias mergulhado nos livros e atas, estudando as regras, entendendo o funcionamento desse lugar, os limites do meu cargo, o que eu posso ou não fazer. Antes de passar o cargo, o Mestre Dohko me disse algumas coisas… Que eu deveria refazer as regras e delegar funções, então estou pensando em fazer mesmo isso e queria sua opinião.

— A minha? – Seiya deu uma risada. – Eu não sou o cara sábio aqui.

— É, sim. E eu confio totalmente no seu julgamento. Pensei muito no que ele disse sobre delegar e também acho que é poder demais nas mãos de um homem só. Então pensei em algo que resolveria os dois problemas… Eu ainda seria a figura sentada no trono, mas acho mais justo que as decisões importantes sejam tomadas em uma assembleia com os treze dourados.

Seiya franziu a testa.

— Se quer mesmo minha opinião sincera, acho que isso vai dar briga. É gente demais pra se entender e tomar uma decisão... E se você reduzisse para dois ou três cavaleiros em quem você confia? Eles ajudariam a decidir as coisas com mais rapidez e eficiência.

— Sim, tem razão… Formaria uma espécie de conselho… Bem melhor que lidar com todos de uma vez, fora que desse modo eu poderia facilmente designar um substituto temporário... O Máscara da Morte diria que eu sou um filho da puta egoísta que mal entrou e já quer folga. E ele estaria certo em parte. O bebê vai nascer logo, quero estar lá com a Shunrei.

— Não seja tão duro consigo mesmo.

— Não é a primeira vez que eu ouço isso… – Shiryu suspirou lembrando-se de ouvir algo semelhante vindo de seu Mestre.

— Você é um pai que quer tempo para seus filhos. Além do mais, quem se importa com a opinião do Máscara da Morte?

— Eu me importo porque ele não me vê com os olhos de quem gosta de mim ou me admira. Mas é isso, quando for a hora, eu quero estar lá com a Shunrei. Não quero que ela enfrente isso sozinha, ainda mais depois do que houve no parto da Keiko. Então é uma decisão com motivações egoístas, sim, mas também acho que um conselho é melhor que as decisões de um único homem e, com outros cavaleiros me dando esse suporte, eu poderei ficar com ela.

— Eu acho um filho nascendo um excelente motivo para ser “egoísta”.

— Pois é. Ah, nós escolhemos o nome dele. Vai se chamar Seiji. Estamos na Grécia em definitivo, ele vai ser grego como a Keiko, então não pensamos muito nos kanjis, mas considere que o sei é o do seu nome porque queríamos homenagear o tio bobo que está sempre do nosso lado até nas piores horas. Nunca vou esquecer tudo o que passamos juntos e, principalmente, o que houve naquela sala de cirurgia em Tinos.

— Seiji – Seiya repetiu emocionado. – É um belo nome para o meu sobrinho.

— Que bom que gostou. Voltando ao conselho, pensei em indicar Mu e Shura, o que acha?

— O Máscara vai dizer que isso não é um conselho, é o seu fã-clube.

— Você acabou de dizer que ninguém liga para ele.

— Tô brincando… Acho uma boa escolha.

— Para o resto das tarefas, pensei em duplas, assim não sobrecarrega ninguém. Shaka e Aldebaran para cuidarem dos treinamentos, como uma espécie de coordenação geral, para organizar as escalas, definir os treinos, fiscalizar a execução...

— Ótimo. O cunhadinho é meio chato, então o Aldebaran vai equilibrar as coisas. As crianças merecem alguém mais tranquilo, mais “de boa”, como ele.

— Sim, Aldebaran é ótimo com crianças. Pensei na dupla Milo e Camus para relações-públicas, sabe? Todo o contato com o exterior.

— São amigos e um equilibra o outro. Milo fala pelos cotovelos, Camus não fala. É uma boa dupla.

— Saga conhece muito bem o funcionamento do Santuário, então ele e Kanon podiam ficar responsáveis pelas compras. Você não faz ideia do que é o departamento de compras disso aqui… Eu mexi um pouco nisso para ajudar o Mestre Dohko. Comida para os alojamentos, peças e manutenção para os carros, material de limpeza e jardinagem… é bastante coisa… Também quero designar alguém para cuidar do condomínio, lidar com os problemas de lá. Já passou da hora de ter um pouco de ordem naquele lugar… até assassinato já tivemos… e não quero que venham até mim por qualquer briguinha boba de vizinho.

— Essa eu sei que é pro Shura. Ele vai adorar ser o síndico. Já estou até vendo.

— Sim. Ele e o Mu, meus conselheiros e “síndicos” do condomínio e também daqui, das casas zodiacais e dos alojamentos. Mu continua com as armaduras, já que só ele domina a técnica, e Afrodite continua responsável pelo paisagismo, pelos jardins, por manter isso aqui belo. Pretendo deixar a parte da segurança com Aiolia e Máscara da Morte.

— O Máscara? Tá doido?

— Ele foi excelente naquela questão com o Julian. Foi instintivo, mas muito inteligente, agiu rápido, resolveu os problemas. Ele é bom nisso, está sempre atento e, o mais importante, ele faz o que tem de ser feito. Fez isso de novo com o problema do pai da Fatma.

— Ou seja, ele é um bom capanga.

— Pensei nele mais como um agente da inteligência um tanto excêntrico porém muito eficiente. Ele está mudado, Seiya, também vai ser pai agora… Continua com uma língua enorme e venenosa, mas eu sei que ele vai agir rápido se for preciso.

— Boa sorte com isso.

— Vai dar certo. A Shina vai muito bem coordenando os soldados, quero mantê-la assim. Marin, quando ela quiser e puder, voltará aos treinamentos já que você é a prova de que ela é ótima nisso. A June também me pediu para ajudar e acho que ela pode ser muito útil para supervisionar os treinos. Orfeu vai cuidar da música em eventos e também quero sugerir a ele aulas de música para as crianças.

— Você já pensou em tudo!

— Infelizmente ainda não é tudo. Ah, e voltando ao conselho, tem mais uma pessoa que eu quero nele. Aliás, esse será meu principal conselheiro, meu braço direito para tudo: você.

Seiya quase deu um pulo para trás.

— Eu?

— Você vai ser o homem ao meu lado para o que der e vier. Sempre foi assim, não foi? Sempre estivemos um ao lado do outro.

— Sempre foi assim, meu irmão – Seiya repetiu comovido. – Será uma honra. Vão me zoar, é claro, me chamar de puxa-saco, mas eu não ligo. Já falam coisas piores por causa da Saori. Eu aceito o fardo de te aguentar, seu besta.

— A honra será toda minha, bobão. Bom, agora vamos trabalhar, senhor conselheiro?

— Trabalhar, GM? Acho que não quero, não.

— Vamos para o escritório. Tenho que colocar no papel tudo isso que falei, depois vamos conversar com a Saori, se ela aprovar terei que chamar cada um deles, formalizar todas essas nomeações por escrito… É bastante trabalho.

Mesmo sem vontade, Seiya acompanhou Shiryu. Quando entraram no pequeno escritório atrás das cortinas, o novo conselheiro do Grande Mestre suspirou ao ver a papelada sobre a mesa e a máquina de datilografia.

— Foi por isso que você me chamou, né? Para ser seu secretário, seu safado!

— Conselheiro – Shiryu corrigiu rindo, sentou-se onde estava a máquina e arregaçou as mangas. – Pode começar pegando na estante a pasta com os dados dos cavaleiros de ouro. É a pasta preta na prateleira de cima.

Seiya obedeceu, procurou a tal pasta na estante, pegou-a e entregou a Shiryu.

— Sabe, já é hora de ter um computador no Santuário.

— Eu sei. Acabei de comprar um 486 de última geração e uma impressora, mas ainda não chegaram.

— Aí, sim, GM! Tem que modernizar o negócio.

— Pois é. Se tudo der certo, vou comprar mais alguns para a escola quando eu analisar melhor o orçamento. Enquanto isso, nós dois que vamos ter aulas de informática com um cara que eu contratei e depois você vai me ajudar a passar todas as fichas para o computador.

— Isso é trabalho pra estagiário, Shiryu. Não dá pra contratar um?

— Não precisa, eu tenho você. Do meu lado sempre, lembra?

— É, né? Já tô quase me arrependendo… Eu vou querer aumento de salário.

— Vou pensar no seu caso – Shiryu disse e começou a bater nas teclas da máquina, dando início a uma nova era no Santuário de Athena.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey, people!
Agora acabou...

Mas continua na próxima parte que já estou escrevendo. ;) Eu queria taaaanto chegar nessa parte dos ‘minino’! :3

Nem ia colocar a cena da Shina com o Dohko aqui, ela devia entrar em SSE, mas me cobraram taaaanto que eu escrevi logo e quero dizer que AMEI muito fazer isso! Boa parte dela foi inspirada numa conversa que tive com a Renata Dias e a gente chegou a essa conclusão de MdM > Dohko. XD

É isso, pessoal! Estou finalmente de férias e vou tentar dar um gás nas fics! ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Esperando O Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.