Esperando O Fim escrita por Chiisana Hana


Capítulo 14
Capítulo XIV




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

ESPERANDO O FIM

Chiisana Hana

Capítulo XIV

18 de agosto de 1991.

“Ela é filha do Julian”, pensou Saori ao olhar para a filha, de olhos grandes e azuis. Apesar de muito feliz pela chegada dela, sentiu uma pontada de medo e começou uma prece desesperada ainda no centro cirúrgico.

“O que pode acontecer com uma criança que foi gerada por dois deuses?”, ela perguntava-se em pensamento. “O que pode estar escrito no destino dela? Que Zeus permita que ela seja normal... Que ela tenha uma vida normal. Que a minha filhinha seja feliz e normal. Não quero que ela passe por nada do que eu passei. Por favor, que ela esteja protegida disso tudo.”

Quando a levaram para o quarto, já tinha amanhecido. Seiya estava esperando e comentou que percebeu a expressão desesperada dela ao olhar para a filha pela primeira vez.

– Não se preocupe – ele disse, acariciando o rosto de Saori. – Eu vi que ela não tem nada de oriental, mas não importa, ela é sua filha, então é minha também.

– Não é isso... – esclareceu Saori. – Eu sei que você a ama de qualquer jeito, mas eu tenho medo porque ela é filha de dois deuses.

– E daí? – indagou Seiya, com um sorriso jovial.

– E daí que talvez ela tenha algum poder, seja alguma coisa especial que desperte a ira de outro deus maluco e então começaria tudo de novo...

– Ah, é isso? – Seiya coçou a cabeça. – Relaxa, meu bem. Vocês estão comigo. Não precisam ter medo de nada. Eu sou o cara, não sou?

– É, Seiya – anuiu Saori, finalmente sorrindo. – Você é o cara.

A deusa sentia-se agradecida e feliz por tê-lo sempre a seu lado. Embora ainda estivesse com medo, sabia que podia contar com ele incondicionalmente.

– Eu vou chamá-la de Heiwa – ela anunciou. – Porque significa paz e é só isso que eu desejo para todos nós e para o mundo.

– É o que temos agora – Seiya disse, abraçando-a amorosamente. – E vamos continuar assim por muito tempo. Só vamos ter o choro da criançada do condô para perturbar a ordem. E eu gostei do nome dela. É bonito e até que lembra o meu – disse, e deu uma piscadela travessa.

– É verdade. Quando vão trazê-la? Quero ficar com ela.

– Daqui a pouco ela vem. Antes de vir pra cá, eu estava lá na frente do berçário olhando para ela.

– E o Tatsumi?

– Estava lá também, com a baba quase escorrendo pelo canto da boca.

– Ele praticamente me criou, então a Heiwa é como se fosse uma neta pra ele.

– Eu sei. Ela vai ter tudo que não tivemos. Pai, mãe e avô. Você teve avô, mas foi por pouco tempo...

– É, mas foi tão bom – ela concordou, lembrando-se com carinho de Mitsumasa Kido. Apesar do que ele tinha feito com os filhos, tinha sido um bom avô. “Talvez por causa do que fez com eles”, pensou ela. “Para se redimir de tê-los abandonado.”

– Ela vai para a escolinha – Seiya continuou. – Vai comer giz de cera, barro e outras coisas esquisitas. Vai riscar as paredes lá de casa. Vai ralar o joelho. Vai cair da bicicleta.

– É tudo que quero – Saori disse, rindo ao imaginar as cenas. – É por isso que eu rezo, para que ela tenha uma vida normal.

– Ela vai. Eu vou garantir isso.

Uma enfermeira entrou no quarto trazendo a menina no colo.

– Olá, mãezinha – cumprimentou. – É hora de amamentar sua bebê.

Tatsumi, que vinha logo atrás dela com uma câmera ligada na mão, deu dois passos para trás, envergonhado, e desligou a câmera.

– Tudo bem, Tatsumi – Saori disse. – Pode ficar. E pode filmar isso também.

– Melhor não, senhorita – ele respondeu, ainda corado de vergonha. – Volto quando acabar. Mas queria dizer que ela é uma perfeição e que estou muito feliz por ela estar usando a roupinha que eu dei.

Saori sorriu e disse, num tom amoroso:

– Eu não podia escolher outra, vovô Tatsumi.

Ela emocionou-se ao ver as lágrimas que escorriam pela face de seu fiel mordomo, que também era um pouco de tudo: motorista, conselheiro, guarda-costas, pai. Consertava quase tudo e se fosse necessário ele ia para a cozinha e preparava uma refeição em minutos. Era um sujeito austero, muito profissional e dificilmente perdia essa postura, no entanto estava ali, todo derretido pela garotinha que acabara de nascer.

– Eu sou muito grata por tudo que fez por mim – Saori continuou. – E sei que fará o mesmo por minha filha. Por isso quero que ela cresça chamando-o de avô.

Com a voz embargada, ele ainda conseguiu murmurar um “muito obrigado, senhorita” e saiu do quarto para ficar debulhando-se em lágrimas no corredor.

Lá dentro, a enfermeira auxiliou Saori a amamentar. Enquanto isso, ela pôde observar melhor a menina agora que ela estava limpa. O cabelo ralo que tinha era muito claro e ela abriu brevemente os grandes olhos azuis e fitou a mãe.

– Minha lindinha – Saori murmurou, acariciando a cabecinha loira dela. – Você vai ser muito feliz.

Depois de ficar mais um pouco com as duas, Seiya saiu do quarto e procurou um orelhão para telefonar para a casa de Shiryu.

– Minha filha nasceu! – anunciou alegremente quando o amigo atendeu.

– Ah, meus parabéns, papai! Então é mais uma menina para nosso time?! Como está a Saori?

– Está bem. Já está no quarto, já deu de mamar. Ela é tão linda, Shiryu!

– É? Quando a minha filha nasceu você disse que todos os bebês têm cara de joelho...

– Bom, é... mas são uns joelhinhos bem bonitinhos.

– Sei... – Shiryu respondeu, rindo. – Joelhinho bonito, né? Mais tarde vamos visitar vocês dois e o joelhinho.

– Sim, venham! Vamos gostar! Ela vai se chamar Heiwa.

– Heiwa? Paz... muito significativo. Então até mais tarde, Seiya.

Depois de desligar, Shiryu contou a novidade a Shunrei, e foi até a casa de Shun para dar a notícia, aproveitando para levar Keiko em seu passeio matinal.

– Mais uma menina? – Shun indagou, depois de convidá-lo a entrar. Pegou a filhinha de Shiryu no colo e arrancou risadinhas dela ao fazer umas caretas. – Parece que na próxima geração teremos uma série de amazonas.

– Eu realmente espero que isso não esteja no destino da minha Keiko. Me orgulho do que sou, mas é uma vida sofrida, mesmo com as mudanças no treinamento. Porém, se esse for o destino dela, não há nada que eu possa fazer além de ser eu mesmo o mestre dela.

– Isso não vai dar certo – Ikki, que também estava sentado na sala, disse. – Pai é pai, mestre é mestre. Deixe isso para outra pessoa.

– Eu não concordo – disse Shiryu, bastante convicto. – Acho que é possível conciliar as duas coisas e meu Mestre também acha. Se for o destino dela ser amazona, eu irei treiná-la.

– Então boa sorte pra você – disse Ikki, e mudou de assunto. – Mas então, a pergunta que não quer calar: a filha da Saori é do Seiya ou do Panaca Solo?

– Obviamente não perguntei isso, né, Ikki? Shunrei e eu vamos lá à tarde visitá-los.

– Nós vamos também, né? – Shun indagou, olhando para Ikki.

– Vamos, sim – concordou o irmão mais velho.

– Precisamos avisar o Hyoga também – Shun disse.

– Eu vou lá rapidinho – ofereceu-se Shiryu. Era só ir até a casa vizinha. – Fica com a Keiko um pouco?

– Claro! – Shun respondeu alegremente.

Depois que Shiryu saiu, Ikki aproximou-se da garotinha.

– Ela já parece um bebê normal – observou, lembrando-se que Shun tinha contado sobre o nascimento prematuro e complicado.

– Sim – assentiu Shun. – Totalmente normal. E a Shunrei também não ficou com nenhuma sequela.

– Shiryu é um cara de sorte – murmurou Ikki.

– E você está ficando sentimental – Shun riu. Resolveu brincar com Ikki. – Toma, pega ela um pouco.

– Eu não sei segurar bebê! – Ikki protestou, mas Shun já estava colocando Keiko no colo dele. – Ai, meu Deus! O que é que eu faço com isso?

– Faz uma gracinha pra ela rir – Shun disse, divertindo-se com a reação do irmão.

Ao invés disso, Ikki franziu a testa e arregalou os olhos. Keiko olhou para ele intrigada, depois caiu na risada.

– Ela gostou de você – Shun disse.

– Tá, agora pega ela de volta – Ikki disse, tentando não se mexer muito.

– Nada disso. Quando o Shiryu chegar você vai entregar pra ele.

– Você tá adorando isso, né?

– Tô mesmo! – admitiu Shun. – Ver meu irmão brutamontes apavorado por causa de um bebê de seis meses não tem preço.

– Eu concordo! – disse Esmeralda, que acabara de chegar à sala. – Relaxa, meu amor.

Quando ela se aproximou, ele prontamente entregou-lhe a menina, fazendo Shun cair na gargalhada.

– Um a zero para a Keiko – declarou Shun, ainda rindo.

Shiryu chegou acompanhado por Hyoga, a tempo de ouvir a frase dele.

– O que foi? – perguntou Shiryu.

– Sua filha conseguiu vencer o poderoso cavaleiro de Fênix.

Shiryu fez cara de quem não estava entendendo nada.

– Coloquei-a no colo dele – Shun explicou. – E ele quase morreu de pavor.

– Eu estava com medo de machucar ela, de deixá-la cair – Ikki tentou explicar.

– A sua sorte é que ela vai com todo mundo – Shiryu disse – e não costuma abrir o berreiro. Mas quando abre, nossa... Ela tem ótimos pulmões e cordas vocais bem potentes.

– Senta aí, gente – instigou Shun, tentando parar de rir, e todos se sentaram.

– Então, que horas a gente vai ao hospital? – Hyoga perguntou.

– Acho que no fim da tarde, né? – disse Shiryu. – Eu preciso passar no Santuário daqui a pouco.

– Está mesmo ajudando o mestre com as coisas lá? – Ikki perguntou.

– É, eu estou – Shiryu respondeu. – Faz parte da minha “punição”...

– Por causa da treta com o Julian?

– Sim. Na verdade, o Mestre não me puniu, mas preciso ficar aqui na Grécia por algum tempo para que ele preste contas às autoridades da minha “pena de trabalhos forçados”. Eu não me importo. Não me importaria nem se fosse punido de verdade. Faria tudo de novo, Ikki.

– E eu faria o mesmo se estivesse na sua situação.

– Eu sei que você faria. Aliás, fico feliz por você e Esmeralda terem se reencontrado.

– E eu por terem conseguido salvar a Shunrei e sua filhinha.

– Nós e nossos milagres, não é mesmo? – disse, dando tapinhas na costa do meio-irmão. – Aliás, você ainda não nos contou direito como foi que aconteceu tudo.

– Parece história de filme – Esmeralda disse, sorrindo, ainda com Keiko no colo, e Ikki completou:

– Daquelas bem dramáticas.

– Conta aí – instigou Hyoga. – Quem sabe não vira meu primeiro roteiro original?

– Nem vem, Pato! – protestou Ikki, fazendo todos caírem na risada. Quando eles pararam de rir, Ikki começou seu relato, partindo da ideia de retirar os ossos de Esmeralda da Ilha da Rainha da Morte até o discreto casamento em Lima.

– Foi um exercício de extremo autocontrole não matar todos os filhos da puta que exploraram a Esmeralda – concluiu. – Começando por aquele velho maldito que a comprou dos pais.

– Agora tudo isso acabou – ela disse, segurando a mão dele. – Estamos aqui, juntos, casados, é o que importa.

– Então vocês casaram mesmo? – surpreendeu-se Hyoga, pensando que Ikki devia estar maluco. Por mais que ele a amasse, não se viam há muitos anos, não sabiam praticamente nada um do outro. Casar era algo radical demais e ele sabia muito bem disso. Por impulso, tinha levado Eiri consigo para a Rússia e nada tinha dado certo.

– É – anuiu Ikki, sorrindo. – Não queria trazê-la sem que fôssemos casados. Por falar nisso, quando a nossa casa ficar pronta, vamos querer fazer uma festa de arromba para comemorar. O casamento lá em Lima foi bem simples, no cartório, e não teve festa. Aqui vai dar pra fazer uma bela de uma festança.

– E como! – riu Shiryu, pensando que em breve daria uma festa também, pois em menos de dois meses era seu aniversário e também o de casamento com Shunrei.

–S-A-I-N-T-S-

Depois de deixar Keiko em casa, Shiryu foi para o Santuário, onde encontrou Dohko no alojamento e contou-lhe sobre o nascimento da filha de Saori.

– Heiwa é um nome muito interessante – comentou o Mestre quando Shiryu terminou seu relato. – Como está a Saori?

– Não falei com ela, mas o Seiya disse que está bem. Vamos visitá-la no final da tarde.

– Hum, sim... Façam isso. Eu irei amanhã. Quero muito conversar com ela. Sei que deve estar preocupada.

– Por que estaria? Deu tudo certo, a menina é saudável.

–Você sabe que a Saori ainda está fazendo terapia, ainda está se tratando por conta de tudo que aconteceu, ela ainda não está bem. E também deve estar pensando que a Heiwa pode ser algum tipo de deusa ou algo assim...

– O senhor acha que...?

– Não, não. Essas coisas não acontecem assim. Normalmente estão escritas e conseguimos ver com antecedência nas estrelas. E eu não vi nada.

– Do mesmo jeito que o senhor viu e conseguiu evitar a morte da Shunrei...?

– É, desse jeito. Agora vamos cuidar das coisas. Quero fazer uma última seleção nas fichas das crianças que poderão vir para treinamento. Vou mandar emissários ao Japão, à China e talvez vá pessoalmente aos orfanatos gregos.

Shiryu assentiu e começou a fazer a revisão das fichas com Dohko. Depois de cumprir sua tarefa, ele voltou ao condomínio e parou o carro em frente a sua casa. Ikki estava na porta da casa de Shun, esperando que o irmão, Esmeralda e June se arrumassem.

– Vem cá, você trouxe esse carro do Japão? – Ikki indagou a Shiryu, referindo-se ao sedã azul metálico.

– Não. É só da mesma cor. Já que vamos ficar por tempo indeterminado, tive que comprar.

– A única coisa que eu tenho um pouco de pena de ter deixado pra trás é o meu carro, mas acho que nem vale a pena mandar trazer.

– É melhor comprar outro aqui, Ikki. Até porque os de lá são com o volante à direita e aqui não adotam a mão inglesa.

– Tem razão. Amanhã vou devolver o que aluguei e dar uma olhada nas concessionárias. E a sua casa lá em Tóquio?

– Está alugada.

– Com as coisas de vocês?

– Só os moveis. O resto eu fui buscar. Tecnicamente não posso sair da Grécia por meio oficial, meu passaporte “supostamente” está retido pelo Santuário, mas conto com o Kiki. Ele me levou lá, empacotei tudo que queríamos, coisas pessoais, fotografias, roupas. Despachei tudo numa transportadora, vendi o carro e contratei uma imobiliária para cuidar do aluguel. Quando resolvi tudo ele foi me buscar.

Hyoga tirou seu esportivo vermelho da garagem e estacionou atrás do carro de Shiryu.

– E aí, tudo pronto? – perguntou o russo ao sair do carro, girando a chave dele no indicador.

– Carrão, hein? – disse Ikki. – Estou me sentindo por fora, mas já vou comprar outro.

– E, se tudo der certo, ainda esse ano comprarei o meu – Shun disse, saindo de casa.

– Como assim, moleque? – Ikki indagou. – Você é praticamente criança

– Eu vou fazer dezoito anos no mês que vem – corrigiu Shun.

– Nossa, o tempo tá voando... – ele constatou, no momento em que as moças saíam de casa. Shiryu foi chamar a esposa e então toda a comitiva dos lendários cavaleiros de bronze partiu para visitar Saori.

Quando chegaram ao hospital, Heiwa ainda estava no quarto, ao lado da cama da mãe, num bercinho de acrílico.

– Digam aí se ela não é uma belezinha – Seiya perguntou, apontando para a bebê, depois de receber e abrir com Saori os presentes que os amigos trouxeram.

– Ela é linda, Seiya – disse Shiryu, que trazia Keiko no colo.

– Uma princesa – Shun disse, encantado.

– Ela é realmente uma gracinha – Shunrei disse, e voltou-se para Saori. – E você, como se sente?

– Estou bem, Shunrei – respondeu, mas não pareceu muito segura.

– Não se preocupe. O parto foi tranquilo, sua filhinha é linda e saudável. Agora é só curtir a chegada dela.

– Isso aí – concordou Shiryu. – Ah, o Mestre disse que vem visitá-la amanhã.

– Que bom! – Saori abriu um grande sorriso. – Quero mesmo falar com ele.

Eles demoraram-se apenas um pouco mais e então foram embora para não cansar a nova mamãe.

Quando saíam do hospital, Ikki comentou:

– A Heiwa é obviamente filha daquele imbecil. Loirinha, olhos redondos e bem claros.

– Sim – concordou Shun. – Não acho que ela seja filha do Seiya.

– Não necessariamente – discordou Hyoga. – Eu sou filho do velho Kido e, no entanto, sou loiro e tenho olhos azuis. Se eu nasci assim, por que ela não pode ser filha do Seiya?

– O bom é que o Seiya não está nem aí para isso – Shiryu falou, a fim de encerrar a discussão que ele considerava desnecessária. – Para ele, a Heiwa é sua filha e pronto, não importa que aparência ela tenha.

– Isso é o que eu admiro – Shunrei disse. – Nesse tempo todo ele sabia que havia essa possibilidade, mas nunca se importou.

– E se ele não se importa, está tudo certo – Shiryu concluiu.

– Pois é – concordou Hyoga. – A gente podia ir jantar em algum lugar agora. Topam?

Shiryu e Shunrei entreolharam-se. Keiko estava inquieta no colo do pai, já demonstrando sinais de cansaço.

– Acho que vamos deixar para outro dia – disse Shiryu. – A Keiko já está ficando meio impaciente.

– E se o jantar fosse lá em casa? – sugeriu Shunrei. – Preparo alguma coisa rapidinho enquanto Shiryu coloca ela para dormir.

Todos adoraram a ideia e então voltaram para o condomínio. Keiko dormiu ainda no carro e ao chegar em casa, Shiryu colocou a filha no berço, enquanto Shunrei foi para a cozinha. Com a ajuda de June, Esmeralda e Shun, rapidinho ela pôs à mesa uma grande travessa de macarrão ao molho de soja com tirinhas de carne de porco.

– Alguém aqui dizia que odiava andar em bando – Shiryu provocou enquanto se servia.

– E passou praticamente o dia todo conosco – Hyoga completou.

– E ainda segurou a Keiko um pouquinho – Shun disse, rindo.

– Por alguns minutinhos, depois entregou pra mim – Esmeralda denunciou.

– Tá, eu estou gostando de andar com vocês! – Ikki confessou, bufando e rolando os olhos, o que fez todo mundo cair na risada. – Pronto! Eu confesso que senti saudades de vocês, seus retardados!

– Eu acho que estou vendo uma lágrima – Shiryu continuou provocando. – Não acredito!!

– Vocês são uns filhos da mãe, viu? – resmungou Ikki, enxugando o cantinho do olho que ficara molhado. – Tá, eu estou emocionado por estarmos reunidos, por ter a minha Esmeralda aqui, saudável, sorrindo, integrando-se ao grupo, ficando amiga das meninas... Estou emocionado porque sua filha, a do Pato e a do Pangaré são saudáveis. Agora vamos parar com essa bobagem e vamos encher a barriga, né?

Shiryu resolveu parar com a provocação e ergueu seu copo de suco de uva.

– Um brinde à reunião dos retardados – brincou ele.

– Ainda que esteja faltando o retardado-mor – Ikki completou.

Rindo, todos ergueram seus copos e falaram juntos:

– Saúde!

Continua...


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