Eu estava soando frio e minhas mãos tremiam como se eu estivesse no meio do Polo Norte usando somente biquíni. E-eu não podia dizer sim... era muita responsabilidade para uma garota de 17 anos. Eu queria provar pra ele que eu também nunca iria abandoná-lo, mas não... desse jeito.

Aquilo estava acontecendo muito rápido. Eu não queria magoá-lo... teria que pensar bastante antes de falar qualquer coisa.

–Niall... e-eu...

–Eu sei que não é o pedido mais decente do mundo... tipo, num hospital... mas o clima está legal entre a gente, então achei que era o momento certo. Eu me sinto confortável agora, sei lá.

–Desculpa... m-mas eu não posso aceitar.– o sorriso de seu rosto desabou e seus olhos fitaram a coberta sobre suas pernas –Eu te amo demais, Niall! Eu também quero que isso dure pra sempre. Mas somos muito novos, temos tempo sobrando. É muita responsabilidade essa coisa de casamento... você pode esperar mais um pouco, meu loiro? Vamos aproveitar enquanto somos jovens...– eu acariciei seu rosto –espere só nós termos responsabilidade o bastante pra tal compromisso. Por favor. Entenda o que estou dizendo...– ele esfregou os olhos e deu um sorrisinho, mas ainda cabisbaixa.

–Tudo bem... acho que ainda não é a hora, né? Eu sou meio exagerado...

–Não! Foi completamente fofo! Eu com certeza iria aceitar se estivesse com mais de 20 anos... não fica triste, loiro.

–Não estou triste.

–Está sim.

–Não estou.

–Está.

–Você irrita, sabia?

–Você também é insuportável.– ele sorriu pra mim, mas logo depois seu sorriso sumiu –Você continua triste.

–Mas não é fácil, né? Eu te pedi em casamento e você não aceitou... É difícil pra mim, eu te entendi, mas mesmo assim fiquei triste. É normal... e não se preocupa, daqui a pouco passa.– eu me aproximei e beijei seus lábios. Fiquei mais um tempo junto á Niall conversando, quando a enfermeira entrou na sala.

–Com licença, Sr. Horan. Você tem visita.

–Quem é?– ela leu um papel preso na sua prancheta.

–Caroline.– nos entreolhamos.

–Deve ser a Carol. Devem ter anotado o nome dela errado.– Niall voltou seu olhar á enfermeira –Pode deixá-la entrar.– ela deu um leve sorriso e saiu da sala. Depois de um minuto, alguém que não esperávamos entrou no quarto.

–Caroline Flack? O que faz aqui?

–Também estou viajando á negócios, pensam que só vocês trabalham duro? –ela me lançou um olhar intimidador e dirigiu á Niall um sorriso doce –Vim dar uma passadinha pra desejar melhoras ao Niall.

–Obrigado.– disse ele, seco. Caroline foi se aproximando da maca de Niall, até chegar perto de seu rosto.

–Você podia me agradecer de um jeito diferente...– Tá, eu dei a louca naquela hora.

–Ok, chega! Se manda daqui, sua vadia!– ela olhou pra mim, incrédula. Niall estava se segurando para não rir.

–Do que você me chamou?

–Vadia. O que você é.

–Como ousas?

–Por que você é assim Caroline? Você é uma moça tão bonita! Você tem dinheiro, tem fama suficiente, não precisa usar nenhum dos meninos pra provar isso! Por que você fica dando em cima deles, mesmo sabendo que estão acompanhados, ainda mais com a namorada bem na frente? Isso é muita cara de pau! Depois não sabe porque ninguém gosta de você!

–Quem disse que ninguém gosta de mim?

–Tentamos sempre ser gentis, mesmo te odiando pelas costas, mas hoje foi a gota d’água! Me escute, e me escute bem...– eu me aproximei e olhei fundo nos olhos dela, com a feição mais intimidadora que pude fazer –...Você não vai mais dar em cima do Niall! Nem de nenhum dos meninos do One Direction! Vê se os esquece, e parte pra outra! Se eu pegar você fazendo isso com eles, eu juro que vou te perseguir.

–Você não me dá medo.– eu me aproximei mais, mas Niall segurou meu braço.

–Pois devia ter. Eu pareço inofensiva, mas quando mexem com quem amo por interesse... pode apostar que eu viro outra pessoa. Se manda daqui, vadia!

–Para de me chamar assim.

–Não. Vou chamar a enfermeira se não sair daqui agora, vadia!– ela bufou e saiu pisando forte no chão. Quando ela fechou a porta, Niall olhou pra mim, com uma expressão surpresa.

–O... o que foi aquilo?

–Isso é o que vai acontecer com qualquer interesseira que se aproximar de vocês.

–Nossa. Você com ciúmes é uma coisa de por medo e...

–Ciúmes? Não é ciúmes.

–Então o que é?

–Estou afastando vadias de vocês, ué! Só pra tentar parar com esse negócio de ela ficar nos seguindo!

–Sei...

–Para, Niall. Seu tonto! Não é ciúmes.

–Vou fingir que acredito...

–Nossa! Você irrita!

–E você me ama. Por isso ficou esquentadinha daquele jeito.

–Tá bom! Fiquei com ciúmes! Satisfeito?

–Muito.

–E também porque eu já estou cansada daquela idiota dando em cima de vocês e ficar nos seguindo...

–Foi bom. Eu também não agüentava mais.

–Vamos parar de falar dela... O que quer fazer?

–Pode continuar lendo o livro? Estava ficando interessante...

–Promete prestar atenção?

–Prometo.– Niall sorriu e voltei á ler o livro á ele.

P.O.V (Point Of View): Carol.

Eu e Harry estávamos na sala do apartamento no sofá, dando uns amassos, como de costume... eu admito que nunca fui de fazer essas coisas, mas ele era Harry Styles, era meio difícil resistir á seu charme. Ouvimos a porta se abrir num estrondo. Nós dois pulamos do sofá e dirigimos nossos olhares assustados para a porta da frente.

Liam e Zayn entraram logo atrás de Louis, que sorria o tempo todo. Assim que viu eu e Harry os fitando assustados, acenou pra gente.

–Oi, gente! Espero não termos atrapalhado nada!

–Atrapalhou.– disse Harry.

–Louis, para com essa idéia besta!– dizia Liam, ao lado de Zayn.

–Idéia besta?– perguntei. Louis saiu da frente de Zayn e Liam e vimos que eles estavam algemados um no outro –Mas por que..?

–Pergunte ao Louis e suas idéias tontas!

–Louis?

–É que estávamos andando na rua e vimos uma barraquinha de cachorro quente. Eu apostei com eles que se aquele cachorro quente tivesse gosto de meia suja, eles teriam que fazer o que eu mandasse.– comecei á rir imediatamente.

–E tinha?

–Tinha... e o pior foi que não foi o Louis que comeu...– disse Liam, ficando verde só por lembrar o gosto daquilo.

–E depois, Louis viu um policial na rua e ficou interessado em saber como se usa uma algema. O policial reconheceu a gente, disse que a filha dele era apaixonada pela nossa música e deu uma algema pro Louis... agora a gente tem que usar isso até amanhã de noite!

–Amanhã de noite? Louis!

–Aposta é aposta!

–É, mas quando apostamos não imaginamos que você ia ganhar uma algema de um policial! Achamos que você ia nos forçar á beber suco estragado ou coisa assim!

–Tem suco estragado na geladeira?

–Louis!

–Essa não!

–Acho que suco não tem... mas deve ter um leite azedo.

–Harry! Não dá corda pra ele!

–Beleza! Liam e Zayn, se preparem aí! Alguém pega um balde, caso aconteça o mesmo com o cachorro quente.– Louis correu pra cozinha, e Liam e Zayn dirigiram um olhar apavorado para nós dois.

–Qualquer coisa, diz pro Louis que a gente ta trancado no quarto, ok?

–Tá.– os dois correram pra fora da porta e consegui ouvir os passos deles descendo as escadas, eu ri e Harry pegou minha cintura.

–Onde a gente tava?

–Ah, é.– eu o joguei no sofá e continuamos a nos beijar. Depois de uns minutos, Louis apareceu com dois copos com um leite que deu pra sentir o cheiro de onde estávamos na sala e disse:

–Aonde estão os dois?

–No quarto.– disse Harry, mas voltou rapidamente á beijar meus lábios. Depois Louis voltou novamente.

–Eles não estão lá.

–Foram lá embaixo, mas nos deixe sozinhos, por favor!– Louis sorriu e saiu correndo atrás deles. Eu ri e Harry estava ficando nervoso porque eu não o deixava me beijar –Pare de rir!

–Não dá! Hahahaha...

–Para de rir, caramba!– Harry começou á rir também. Até que ficamos nós dois rindo do nada, só que não conseguíamos parar. Só sei que Gabi entrou no apartamento e viu nós dois rindo daquele jeito.

–Am... O que é tão engraçado?– nós rimos ainda mais e nem conseguíamos falar –Me contem! Eu quero rir também.– mas Gabi sempre foi uma pessoa muito risonha, então começou á rir com a gente e nem sabia o motivo. Liam e Zayn subiram e ainda estávamos rindo.

–O que foi?– perguntou Zayn. Aos poucos fomos parando.

–Nem a gente sabe...– disse Harry, respirando fundo –Cadê o Louis?

–Seu namorado foi ficar com Niall. Gabi anda muito cansada por passar praticamente a noite toda no hospital... Pelo menos nos livramos do leite estragado.

–Namorado?

–Gente, preciso contar uma coisa á vocês.

–Fala.– todos se reuniram em volta de Gabi. Ela suspirou.

–Niall me pediu em casamento.

–O QUÊ?!– gritaram todos.

–É, mas eu disse não.

–O QUÊ?!

–É que acho que ainda somos muitos jovens pra isso... Ele disse que queria oficializar nosso relacionamento mas... acho que é muita responsabilidade!

–O QUÊ?!– gritou Harry. Todos olhamos pra ele –Desculpa. Foi automático.

–Enfim, ele ficou meio tristinho depois...

–É normal, Gabi. Niall é um cara muito romântico e ás vezes faz umas loucuras...– disse Liam.

–Eu achei super fofo... e eu diria sim se fosse um pouco mais velha.

–Mas você fez o certo. Espera mais um pouco.

–Acho que eu devia comprar um presente pra ele, sei lá, pra fazer ele se sentir melhor. Ele me deu esse colar que uso sempre e não dei nada em troca...

–Niall não precisa de nada em troca porque ele tem você.– Gabi sorriu pra Zayn.

–Tudo bem... mas eu gostaria de comprar algo pra ele. Ele usa colares?

–Niall tem um estilo simples. Acho que se você comprar um anel, ou um colar ele vai gostar...

–Obrigada, vou dar uma saída então.

–Aaaah, sozinha não! Depois daquilo, nem pensar! Vou com você.– disse eu, entrelaçando o meu braço no dela.

–Ah, então eu vou junto.– Lívia sorriu e saímos juntas com Gabi para comprar um presentinho para Niall.

Andávamos pelo shopping, e já estava me acostumando ser amiga de uma “celebridade”, nos paravam toda hora para tirar fotos com Gabi, que ficava toda feliz depois. Entramos em várias lojas procurando algo que possa agradar Niall, e no fim, Gabi achou um bichinho de pelúcia (no qual era pra ser um urso panda metade porco metade anjo) bem fofinho, que segurava uma plaquinha escrita “I Love You” e decidiu levar. Eu e Lívia tentamos convencê-la que aquilo era muito gay pra um garoto de 19 anos, mas ela insistiu e levou de qualquer jeito.

Aproveitamos e compramos umas roupas novas. Estávamos saindo de uma loja de jóias, quando Gabi passou pelo sensor, ele apitou e todos olharam para nós. Gabi olhava para todos os lados, confusa.

–Fui eu que disparei isso?– perguntava ela.

–Acho que foi... deve ser algum problema.

–Com licença, –disse a funcionária –poderia olhar sua bolsa?

–Claro. Eu não peguei nada mesmo.– Gabi estendeu a bolsa para a mulher e ela começou á olhar o que tinha lá dentro, em seguida, retirou um colar de 500 dólares lá de dentro e olhou pra ela com um olhar intimidador.

–Tem certeza?

–M-mas eu juro! Eu não roubei nada! Minhas amigas viram que eu em toquei nisso!

–É verdade, moça! A gente viu, ela não mexeu!– nós sabíamos que Gabi falava a verdade. Ela estava tão apavorada, que suava frio.

–Tentem explicar isso na delegacia do shopping, me acompanhem, por favor.