Lucas POV

Ao terminar de ler aquela carta meu coração pulou feliz, ela estava viva e havia fugido da prisão, ela estava bem, todos os meus pensamentos de que estava dando tudo certo pra ela atingiram a minha cabeça com força, me dando uma força para continuar, escutei alguém na porta, peguei a carta e a coloquei dentro da minha calça, o policial me puxou pelo braço e meu levou para a minha cela. Quando tudo estava seguro, eu li ela de novo e de novo e de novo, até perceber que eu havia feito uma merda muito grande. Não tinha pego o que quer que fosse no interrogatório. E eu tinha que pegar a coisa hoje.

Pulei um passo e fui para o "olhe por onde a água cai, tirando todas as impurezas dos sonhos mais perturbadores". Não entendi, fiquei lendo várias vezes, interpretando, até eu perceber que ela tava falando da água, e o único lugar que saia água era a pia, fui correndo pela mesma e tateei o chão, a parede e o caramba, então decidi encostar no cano pela qual saia a água, estremeci um pouco ao colocar o dedo ali e ao sentir algo duro, pensei comigo mesmo é a porra do cano Lucas, mas não, então fui para o lado da torneira e bati com a sola do pé fazendo a mesma trincar, bati de novo e ela quebrou, vi uma chave dourada cair ali de dentro e a peguei, encaixando os pedaços quebrados da torneira no lugar.

Esperei todos irem dormir, inclusive os guardas, então abri encaixei a chave na fechadura e deslizei sorrindo e concentrado para o lado para não fazer barulho, então deslizei a porta para o lado e fui pisando silenciosamente até a sala de interrogação, entrei na mesma e tateei a parte de cima da porta, conseguindo uma chave, voltei pelo mesmo caminho e entrei na minha cela.

Coloquei a carta no bolso e peguei a outra chave, fechando a cela que se trancou sozinha, olhei para os lados até ver um feixe de luz da lua, era essa luz que ela dizia, então segui o mesmo até chegar ao fim do corredor. Para a direita continuava com outro corredor, e a esquerda havia a cela do cara que se achava filósofo, bati de leve na cela dele e com pouca luz vi sua sombra de aproximando.

- Eu preciso de algo que você tem. - Falei baixinho, quando ele chegou perto vi um sorriso macabro em seu rosto e seus dentes meio escuros.

 - E eu preciso de algo que você tem... - Ele disse rindo, franzi a sobrancelha dei a chave dourada para ele e ele sussurrou. 

- Vá reto e depois virei a direita, suba a escada e vire a esquerda, cuidado com os vermelhos. - Ele disse meio frenético olhando para os lados, e depois sorriu quando olhou para o objeto dourado na sua mão de novo. Ok, reto, direita, escada e esquerda. Fácil. Fui reto e parei ao ver alguma coisa vermelha piscando no escuro, era uma câmera, merda, engatinhei até o final do corredor e virei a direita, subi a escada e virei para a esquerda dando de cara com uma câmera virada pra mim, abaixei e corri em direção ao portão principal, abri a porta e corri o mais rápido possível pelo campo aberto, escutei uns gritos e parei em frente ao último portão e vi de relance um carro branco lá fora, peguei a unica chave que estava comigo e abri o portão e sai correndo em direção ao carro branco, só olhando para trás quando eu estava dentro dele.

Havia um cara com cabelo grisalho e estava com terno, franzi minhas sobrancelhas.

- Para onde vamos? - Perguntei.

- Miami senhor. - Ele respondeu com a maior calma do mundo, olhei para o meu lado onde havia uma mochila com documentos e roupas, sorri.

Eu vou te encontrar Lucy, eu vou te encontrar para continuarmos tudo o que começamos.