Era noite. Harry estava dormindo, e... sonhando. Ele sempre tinha alguns sonhos estranhos, mas esse era diferente de todos. Ele estava em um castelo. Não sabia que tipo de castelo era, mas, haviam muitas pessoas. A maioria da idade dele. Todos andavam com vestes largas escuras, que variavam nas cores de amarelo, vermelho, azul e verde. Ele escutava algumas vozes como “Eu amo o primeiro dia de aula em Hogwarts” e “Não quero ficar com o Professor Snape”. Ele estava andando com um menino ruivo, da idade dele. E que tinha um “R” bem grande no seu suéter. E uma menina que tinha uns cabelos desgrenhados. E então ele acordou.

Alguém estava batendo na porta de debaixo da escada. Harry pensou que era algum de seus tios Dursley. Mas não, ele avistou pelo espaço entre a janelinha da escada o relógio na cozinha. Mostravam exatamente 3h00 da manhã. Então, Harry imaginou que pudesse ser mais algum inimigo. Se esticou rapidamente e pegou sua varinha.

A porta caiu. Harry viu então duas pessoas, e apontou sua varinha. Mas eles não demonstraram cara de medo. Eram um homem e uma mulher.

– Olá, Harry Potter? – indagou o homem – Viemos buscá-lo.

O homem tinha uma aparência desgastada, tinha algumas cicatrizes no rosto. Seu cabelo era castanho curto. Ele não era um homem forte, mas também, não era magro.

Harry imediatamente pensou que fossem mais bruxos do mal que quisessem levá-lo para o tal Lord. Então se afastou e tentou pegar a varinha.

– Ah, Remus, ele não está entendendo – esclareceu a mulher – ele pensa que somos comensais da morte.

A mulher era magra, um pouco morena e possuía um cabelo na cor roxo, até a altura dos ombros. Ela usava vestes pretas.

– Harry, não se preocupe – esclareceu o Remus – nós não somos Comensais da morte.

– Comen o quê? – perguntou Harry.

– Comensais da morte – respondeu Remus – nós ficamos sabendo que você foi atacado por Lúcio Malfoy.

Então, Harry se lembrou de como conseguira derrotar um bruxo. Aquilo era um “comensal da morte?”

–  Fui eu que te salvei do primeiro ataque – disse Remus – o ataque de Bartô Crouch.

E então Harry se lembrou imediatamente do ataque que teve na casa dos Dursley, há  algumas semanas. O nome de quem o salvara veio em sua mente. Era Remus Lupin.

– Ah, eu lembro – disse Harry aflito – Eu... desculpa. Eu não sabia.

– Não teria como saber – disse a mulher – Não se preocupe. O explicaremos tudo no caminho. Meu nome é Ninfadora Tonks. Mas, pode me chamar de Tonks.

– Desculpe, eu não ouvi bem – indagou Harry – no caminho?

– Sim, Harry – explicou Remus – você não está seguro aqui. Precisamos levá-lo para outro lugar.

Harry ainda estava muito confuso. Porque essas pessoas queriam levá-lo embora? Porque se importavam com ele? Harry não estava acostumado a ter pessoas que se importam por perto. Ele precisava entender o que estava acontecendo. Entretanto, por algum motivo, Harry decidiu confiar neles.

– Tudo bem – disse Harry – eu vou com vocês.

No fundo, Harry apenas queria saber sobre seus pais. Ele lembrou que Remus citou seu pai, Tiago, na conversa que teve com Bartô Crouch.

– Você tem 5 minutos – ordenou Remus – o esperaremos na cozinha.

Harry juntou alguns pares de roupa, os poucos que tinha. Pegou os livros e sua varinha e colocou numa mala. Logo, ele estava pronto. Foi até a cozinha onde estavam Remus e Tonks.

– Estou pronto – disse Harry.

– Ótimo – respondeu Lupin – Vamos. Explicaremos tudo no caminho.

Eles saíram da cozinha e abriram a porta da casa. Harry imaginou o que seus tios pensariam quando ele sumisse. Talvez, nem sentissem falta. Mas, se os tios realmente conhecessem a magia, provavelmente iriam entender.

Remo e Tonks caminharam até a lateral da casa dos Dursley. Harry os acompanhou, e ao chegar lá, viu duas criaturas. Ele ficou assustado, aquilo definitivamente não era do mundo trouxa. As criaturas tinham um tom marrom, e se assemelhavam um pouco a cavalos. Cada um possuía duas asas.

– O que exatamente é isso? – perguntou Harry.

– São Testrálios – respondeu Lupin com um sorriso no rosto – magníficos, não são?

– É... bem, acho que sim – indagou o menino ainda assustado.

– Aqui temos dois, você irá com Tonks – disse Lupin – À propósito Harry, fique com sua varinha. Nós soubemos que você estava treinando alguns feitiços. Apenas para caso alguém nos ataque no céu.

– Nós vamos... voando? – perguntou Harry espantado.

– Claro – respondeu Lupin – como você esperava que fossemos?

Harry não respondeu. Mas, apesar das asas que os Testrálios tinham, ele não imaginou que eles fossem voando.

– Aliás, Remo, nós vamos para onde? – questionou Harry.

– Nós vamos para a sede da Ordem da Fênix! – disse Tonks com muita animação, antes mesmo que Lupin pudesse responder.

Harry decidiu nem perguntar. Apenas montou no Testrálio com Tonks e após alguns segundos eles já estavam sobrevoando o lindo céu de Londres.

Não demorou tanto para que eles pousassem, por sorte não foram atacados, pensou Harry.

– Bem, chegamos ao Largo Grimmauld, número doze! – exclamou Lupin.

Então, eles desceram dos testrálios. Harry teve um pouco de dificuldade, já que os animais tinham o triplo do tamanho dele. Lupin e Tonks foram caminhando ao outro lado da rua.

Tonks pronunciou algumas palavras em outro idioma. E então, o prédio começou a se movimentar, abrindo uma passagem. Harry ficou boquiaberto. Como os trouxas não sentiam que aquilo estava acontecendo? – perguntou ele para si mesmo.

Os três rapidamente entraram na passagem e atravessaram um grande corredor. Chegaram então à uma espécie de hall de entrada. Era um cômodo grande e com pouca iluminação, tinha algumas teias de aranhas espalhadas pelos objetos que enfeitavam a sala.

Harry escutou algumas vozes de dentro da casa.

– Bem Harry, essa é a sede da Ordem da Fênix – ia esclarecendo Lupin – todos aqui somos amigos, não se preocupe. Vamos para a sala de jantar, todos estão lhe esperando.

Tinha mais gente esperando Harry, quem seriam? Ele não hesitou em descobrir. Acompanhou Lupin e Tonks até a cozinha.

Era um local apertado, bem diferente do hall de entrada. Tinha uma mesa com uns 20 lugares. Harry nunca vira uma mesa tão grande. Haviam 6 pessoas sentadas nela, as quais Lupin foi apresentando:

– Esse é Alastor. Mais conhecido como Olho-Tonto.

O sujeito era gorducho e possuía uma olho artificial bastante estranho. Suas vestes também não eram nada comuns, aquele parecia um sujeito estranho, entretanto, interessante.

– Esse outro aqui, é o Shacklebolt. Ele trabalha no Ministério da Magia.

Esse homem era moreno, e possuía vestes roxas. Ele se apresentou gentilmente.

– Olá, Harry Potter. Sou Kingsley. Kingsley Shackebolt.

– Muito prazer, senhor – respondeu Harry com a mesma gentileza.

As apresentações de Lupin continuaram.

–  Aquele ali na ponta da mesa é Arthur Weasley.

Era um homem comum, não possuía olhos diferentes ou olhos estranhos. Apenas possuía o cabelo ruivo.

– E essa é minha eposa Molly Weasley – apresentou Arthur.

–  Oh, muito prazer, Sr. Potter – exclamou Molly.

– O prazer é todo meu, Sra. Weasley – retrucou Harry.

Também era uma mulher comum, e semelhante ao marido. Possuía cabelos ruivos.

O último homem se levantou da cadeira e foi em direção do menino. E então, o abraçou.

– Este é Sirius Black – disse Lupin do outro lado da mesa.

Era um homem com cabelos longos castanhos e um bigode bem chamativo.

– Harry Potter! – exclamou Sirius – você não sabe quanto tempo esperei para conhecê-lo.

– Hum, foi um prazer conhecê-lo também, senhor – respondeu Harry.

Dadas às apresentações, Lupin mostrou para Harry onde seria seu quarto.

– Você deve estar cansado, Potter – pensou Lupin – você pode tomar um banho e depois descansar um pouco. Amanhã nos veremos e esclareço tudo para você.

Dito e feito, Harry foi tomar um banho e voltou para seu quarto. Aquele fora um dia longo e ele precisava de um descanso. A vida dele mudou completamente em tão pouco tempo. Fora que, ele estava muito ansioso para saber sobre seu passado e seus pais, ansioso tão quanto, para aprender magia.

Harry deitou-se, dormiu e mergulhou no glorioso mundo dos sonhos.

Continua...