Capítulo 039: Um jogo arriscado.

            Kurodo fez um outro brusco movimento com sua mão, fazendo várias partes do corpo de Sato sangrarem bastante em meio a um alto grito de dor do garoto.

            - Hahahaha! Eu adoro ouvir esses seus gritos de sofrimento!!! – disse Kurodo. – Hahahaha!!! Grite mais, grite!!!

            O homem que havia sido brutalmente torturado por Kurodo já estava acordado, ainda caído e examinando atentamente a luta.

            “Esse garoto deve estar sofrendo tanto quanto eu sofri nas mãos desse tal Kurodo!” pensou o homem. “E o pior ainda não é isso! O pior é que ele está sofrendo tudo isso por minha causa... ta certo que eu também sofri muito por causa deste garoto, mas isso é tudo por causa desse Kurodo desgraçado! Se esse garoto acabar morrendo... eu vou me sentir muito culpado pelo resto da minha vida! Mas... não tem nenhuma condição de eu interferir para ajudar ele, afinal, eu não tenho nenhuma energia sobrenatural!!!”

            Enquanto isso, na casa de Sato, a Sra. Akira estava muito aflita.

            - Ai, que droga, já está muito tarde! – disse a Sra. Akira. – Isso está muito estranho!!! Eu vou lá! Ele tem a chave, não tem perigo de ele chegar e não ter ninguém para abrir a porta pra ele!

            Então, ela se arrumou rapidamente e saiu de casa. Já não havia mais ninguém nas ruas de Tóquio, todos estavam dormindo tranqüilamente em suas casas. A Sra. Akira começou a andar rapidamente na direção do Clube.

            - Ah, ele é longe daqui, ainda vai demorar alguns minutos até que eu chegue lá... – disse a Sra. Akira. – Ai, puxa vida! Tomara que não tenha acontecido nada ao Sato... ta certo que ele poderia derrotar bandidos com uma mão nas costas, mas... ah, eu sei lá! Eu to com muito medo!!!

            A mãe de Sato andava cada vez mais rápido na direção do Clube Marcial de Tóquio. 

            Sato continuava flutuando no ar, ainda sendo manipulado por Kurodo.

            - Não há jeito de você se salvar, Sato Akira! A minha telecinese está mais forte do que nunca, a minha concentração está vidrada em você!! – disse Kurodo. – É simplesmente impossível que você se livre dessa condição deplorável em que você está!!!

            “Essa não!!! Eu estou sentindo tanta dor que não to nem conseguindo aumentar a minha energia sobrenatural! Esse cara é muito mais poderoso do que eu pensei!!! Conseguiu deter o meu Punho Dourado de uma forma extremamente fácil... quase não foi afetado pela emboscada que eu preparei pra ele... e ainda está me deixando nesta situação de desespero!!! Esse cara... é forte demais pra mim!!!” pensou Sato, já sangrando bastante.

            “Ah, eu não posso mais ver isso e ficar parado aqui sem fazer nada!!!” pensou o homem. “Tomara que dê certo! Se a concentração desse imbecil está vidrada em Sato...”

            Kurodo fez um outro movimento brusco com a mão e Sato se feriu fortemente mais uma vez. Neste momento, o homem se levantou e correu em grande velocidade na direção de Kurodo e então, se agarrou em Kurodo fortemente.

            - O que?!?! – disse Kurodo.

            Sato caiu no chão e a dor foi aliviando.

            - ATAQUE-O AGORA, SATOOOOO!!!!!!!!!!!!!- gritou o homem.

            - Certo! – disse Sato, elevando sua energia.

            Rapidamente, a esfera do Punho Dourado se formou brilhantemente.

            “Sorte que o homem é mais baixo que Kurodo, assim eu posso atingir bem no meio da cara daquele imbecil sem que o homem se fira!!!” pensou Sato, começando a correr na direção de Kurodo.

            - Me larga!!! – disse Kurodo, se desvencilhando fortemente do homem.

            O homem foi arremessado a quase dez metros para trás caindo de costas no chão e nesse momento, Sato estava a dois centímetros de Kurodo. Então, o garoto desferiu o Punho Dourado, mas rapidamente Kurodo se esquivou para o lado e atingiu Sato com um poderoso soco no rosto, fazendo o garoto voar por quase cinco metros e cair de cara no chão.

            - Hum, por pouco eu não fico completamente desprotegido contra o seu Punho Dourado, Sato! – disse Kurodo. – Esse homem... eu nem percebi que ele estava se aproximando devido à forte concentração que eu estava empregando para usar a telecinese! Se eu não tivesse agido rapidamente, poderia até sair um pouco machucado!!!

            “Droga... eu desperdicei a chance!!!” pensou Sato se levantando, pingando sangue.

            Kurodo se virou para o homem que estava caído a uns dez metros.

            “Essa não!!!” pensou Sato. “Eu não posso deixar!!!”

            Rapidamente, Sato deu um grande salto para o alto e caiu de frente para o homem caído e de costas para Kurodo.

            - Me escuta... – cochichou Sato, quase no ouvido do homem. – Eu vou desferir mais um ataque, ele vai se concentrar mais em pegar o meu golpe, aí você foge! Não se preocupe, eu tenho um plano!

            - C... Certo... – disse o homem.

            - Me espere lá pra trás... e tente andar em linha reta... – cochichou Sato.

            - Ta... – disse o homem, mesmo sem entender.

            - O que foi, Sato? – disse Kurodo. – Quer continuar protegendo esse homem? Pois ele me deixou de péssimo humor!!!

            Sato se virou rapidamente para Kurodo.

            - E você também me deixa de péssimo humor seu imbecil!!! – disse Sato, elevando a sua energia sobrenatural.

            - Saia da frente, Sato! Não podemos continuar a luta enquanto esse homem continuar aqui nos atrapalhando! – disse Kurodo. – Eu lamento, mas aquela nossa aposta que fizemos no início da luta está cancelada! Eu vou arrancar a cabeça desse cara agora mesmo!!!

            Sato estava se esforçando demais para aumentar muito a sua energia. Uma grande aura tomava conta de todo o seu corpo e a esfera que estava envolvendo o punho direito de Sato estava maior que antes.

            “Incrível... esse garoto tem todo esse poder mesmo sem receber nenhum tipo de treinamento mais árduo do que o normal!!!” pensou Kurodo. “Mas, mesmo assim, isso não me assusta!!!”

            - Prepare-se, seu miserável, receba o meu golpe novamente!!! – disse Sato, correndo contra Kurodo. – PUNHO DOURADO!!!!!!!!!!!!!!!!

            Sato desferiu fortemente o ataque, mas Kurodo deteve o golpe com sua mão direita. Um forte brilho tomou conta do local.

            “É agora!!!” pensou o homem se levantando rapidamente.

            Então, o homem começou a correr rapidamente para trás, se desviando das árvores. Sato olhava para o homem de esguelha.

            “Perfeito! Ele já foi embora!!!” pensou Sato, aumentando ainda mais a sua energia.

            Kurodo começou a ser empurrado lentamente para trás.

            “A força desse Punho Dourado está ficando cada vez maior! Esse garoto é mesmo demais...” pensou Kurodo.

            - O que está achando?! – disse Sato, sorrindo maliciosamente.

            - Você é mesmo forte, mas... – disse Kurodo sorrindo. – Não tanto assim!!!

            Então, Kurodo atingiu Sato com um forte soco na cara com a sua mão esquerda. O Punho Dourado foi desfeito e o garoto voou e bateu de costas em uma árvore e cuspiu bastante sangue e logo depois, caiu de frente no chão. Kurodo olhou para a sua mão direita que estava sangrando e doendo um pouco.

            - Hum, você aumentou o poder de seu Punho Dourado, Sato!!! – disse Kurodo. – Mas ainda não chega nem perto de me fazer algum dano grave, que possa definir essa luta!!! Bom, mas como eu falei antes... eu vou cuidar daquele cara primeiro... mas o que?!?!

            Kurodo olhou a sua volta e o homem não estava mais ali.

            - Mas aquele desgraçado... – disse Kurodo. – Hum, eu entendo, então foi por isso que você desferiu o seu Punho Dourado, não foi, Sato? Apenas para criar uma brecha pra que ele fugisse daqui!!!

            Sato começou a se levantar lentamente.

            “Mas que droga... eu acabei ficando muito fraco depois desse golpe... ainda não tinha desferido o Punho Dourado com tanto poder!!!” pensou Sato, já de pé e olhando fixamente para Kurodo.

            - Você não vai me deixar em paz, não é, Sato? – disse Kurodo. – Eu preciso achar aquele rapaz antes de continuarmos... então...

            Kurodo começou a erguer a sua mão.

            - É isso aí, seu imbecil!!! – disse Sato. – Me ataque!!! Essa é a sua única chance de ir procurar por aquele cara!!!

            - Você é muito arrogante, moleque!!! – disse Kurodo. – E isso me irrita demais!!!!

            Então, Kurodo elevou o corpo de Sato para quase cinco metros do chão.

            - Escute... eu vou te arremessar como se fosse uma bola de beisebol! – disse Kurodo. – Vê se resiste, porque eu não quero que você morra ainda! Depois que eu matar aquele cara, eu vou procurar por você!!!       

            Então, Kurodo fez um rápido movimento com sua mão e Sato começou a voar pelos ares, em meio a um alto grito do garoto. Ele voou por quase dois quilômetros até que caiu de cara no chão, nos pés de uma árvore.

            - Hum... agora, ele nem vai me pegar numa emboscada porque eu vou ficar atento... – disse Kurodo. – Isso se ele estiver consciente depois de uma queda dessas somado a todos os ferimentos que ele já tinha! Hehehehe!!! Bem... agora eu vou procurar por aquele outro desgraçado!!!

            Então, ele começou a andar pela floresta lentamente.

            - Mesmo que aquele cara ainda não tenha despertado a sua energia sobrenatural... – disse Kurodo, andando. – Será fácil encontrá-lo já que ele não sabe ocultar a presença... Hehehe... há muito tempo que eu não arranco a cabeça de alguém... estou ansioso... Hahahahahaha!!!     

            Sato estava com um corte bem profundo na sua cabeça, mas estava acordado.

            - Que droga... – disse Sato, se sentando no pé da árvore. – O meu revestimento de energia ficou muito fraco, somado à energia que ele usou pra me jogar longe... eu me cortei feio!

            A cabeça do garoto estava cheia de sangue.

            - Eu tenho que ser rápido... aquele cara deve ter ido a quase um quilômetro mais ou menos de onde a gente estava... preciso encontrá-lo rápido!!! – disse Sato se levantando.

            Então, o garoto se levantou e começou a correr em grande velocidade para frente, mas sentindo muita dor na cabeça. Ele correu rapidamente até que avistou o homem sentado ao pé da árvore.

            - Sato!!! – disse o homem se levantando.

            - Cara... ainda bem que você andou em linha reta, senão eu não te encontraria nunca numa floresta como essa! – disse Sato.

            Então, o garoto se sentou.

            - É, eu já imaginava que era porque você queria se encontrar comigo depois... – disse o homem. – Mas você está muito ferido! 

            - Não se preocupe... – disse Sato. – Precisamos ser rápidos! O Kurodo está procurando por você!

            - É, eu já esperava por isso! – disse o homem.

            Neste momento, Sato rasgou os farrapos de sua camiseta e envolveu o ferimento de sua cabeça que jorrava cada vez mais sangue. 

            - Escuta, por muito pouco eu não acerto ele quando você o agarrou! – disse Sato. – Mas foi porque eu fui pego de surpresa também com aquilo, e acabei não tendo muita velocidade na hora... mas, se você pudesse fazer a mesma coisa de novo...

            - Mas como?! – disse o homem.

            - Escuta... ele ainda não deve estar muito longe daquele lugar em que estávamos... – disse Sato. – Ele com certeza está te procurando bem lentamente porque ele não quer de jeito nenhum que você escape... com você ferido desse jeito, ele com certeza vai sacar que você não poderia ir muito longe e então... vai procurar só nas redondezas...

            - Certo, mas você tem alguma coisa em mente para pegar ele? – disse o homem.

            - Sim, vai ser arriscado, mas... – disse Sato. – Eu tenho sim!

            Kurodo andava lentamente procurando pelo homem.

            - Eu não sinto a presença dele por aqui... ele deve ter ido pelo outro lado! – disse Kurodo.

            Então, ele começou a andar de volta para onde estava.

            - Entendeu, cara? – disse Sato.

            - Sim, eu entendi o que você quer fazer, mas... tomara que dê certo, porque se der tudo errado... – disse o homem.

            - Nós não temos alternativa, precisamos tentar!!! – disse Sato.

            - É, eu sei... – disse o homem.

            - Bom... – disse Sato se levantando rapidamente. – Primeiro, precisamos saber exatamente onde ele está!

            Sato começou a elevar a sua energia sobrenatural.

            Kurodo parou de andar, no local onde estava antes.

            “Parece que Sato está tentando me achar! A energia dele está aumentando... ele... parece estar à frente, mas não sei exatamente, o revestimento dele ainda está todo empoeirado... mas... aquele homem deve ter ido na mesma direção em que estou sentindo a força do Sato se elevando... Ou talvez não... de qualquer forma... é melhor eu continuar procurando aquele homem... mas ir na direção do Sato... ele pode estar armando alguma coisa..., devo procurá-lo só depois que eu tiver encontrado aquele homem e aí eu terei todo o tempo do mundo para o Sato!!!” pensou Kurodo.

            Então, Kurodo foi andando para a direita.

            - Beleza! – disse Sato reduzindo sua energia. – Ele parece estar indo para a direita ao invés de ir para frente... ele está andando bem lentamente! Vamos rápido!!!

            - Certo! – disse o homem.

            Então, Sato, com sua energia bem reduzida, começou a correr rapidamente, mas na mesma velocidade do homem para que ele pudesse acompanhá-lo. Então, depois de alguns poucos minutos correndo, Sato parou.

            - Muito bem... – disse Sato. – Estamos a mais ou menos uns quinhentos metros dele... estou me esforçando bastante para manter a minha energia quase nula! Então, eu irei na frente, tentando despistá-lo... você deverá vir um pouco atrás de mim, tipo, uns cem metros... eu vou começar a elevar bastante a minha energia pra que ele não perceba a sua presença, certo?

            - Certo, eu entendi! – disse o homem.

            - Muito bem... – disse Sato.

            Então, o garoto foi correndo e depois de quase sete segundos com o garoto correndo, o homem começou a correr também. 

            - Sato! Ele está bem perto daqui!!! – disse Kurodo. – Droga, não tem jeito, vou ter que dar um outro golpe nele e dessa vez eu vou me certificar de que ele ficará desacordado!!!

            Então, Sato apareceu a dez metros à frente de Kurodo.

            - Você é duro na queda, não é mesmo, garoto? – disse Kurodo. – Estou vendo que se feriu bastante, mas mesmo assim, teve fôlego para manter sua energia bem baixinha e vir até aqui me pegar, não é?

            - Exato! – disse Sato, aumentando bastante a sua energia.

            “Preciso economizar força...” pensou Sato. “Não vou usar o Punho Dourado... mas tomara que aquele cara não falhe, senão estará tudo acabado!!!”

            Kurodo começou a aumentar seu poder.

            - Dessa vez... eu vou fazer você desmaiar e ficar neste estado por muito tempo!!! – disse Kurodo.

            Sato estava com uma forte aura em volta de si.

            “Já deu tempo de ele estar a uns cem metros daqui!!!” pensou Sato.

            Então, o garoto deu um grande salto e rapidamente começou a destruir várias árvores ao seu redor, que começaram a cair rapidamente.

            - Hum, que patético!!! – disse Kurodo, destruindo algumas árvores e se desviando de outras.

            Então, depois de quase trinta segundos, ás arvores pararam de cair e Sato estava avançando rapidamente na direção de Kurodo.

            - Hum, que ridículo, você tomará o meu golpe diretamente, seu imbecil!!! – disse Kurodo, assumindo uma posição para desferir um soco.

            Neste momento, Kurodo sentiu algo apertando suas pernas. Olhou rapidamente para baixo.

            - É você!!! – disse Kurodo.

            O homem apertava fortemente as pernas de Kurodo.

            - Já era!!! – disse Sato, formando rapidamente a esfera do Punho Dourado, tão forte quanto antes e a quase um milímetro de Kurodo. – PUNHO DOURADO!!!!!!!!!!!!

            Neste momento, Kurodo chutou o homem para longe, na mesma hora em que o Punho Dourado atingiu o meio da cara de Kurodo, que soltou um alto grito de dor.