Brenda reconheceria o jeito engraçado de Thomas assobiar em qualquer lugar.  Era um barulho engraçado que fazia ela cair na gargalhada. Ela levou uma cotovelada de Gwen, e se segurou para não rir alto.

Elas estavam paradas perto da janela de Brenda, que era no segundo andar e virada para trás, e Thomas estava esperando por elas no jardim. Gwen tinha pedido para que tirassem ela dali e disse que já tinha combinado de ficar na casa da avó por uns tempos.

Thomas assobio de novo e Brenda olhou pela janela, e ele acenou para ela, indicando para que ela descesse. Como, ela não fazia ideia.

-Pula, que ele te segura. –Gwen murmurou. Ela concordou, passando os pés pela janela e sentando. Era alto. Ela fechou os olhos e se jogou, torcendo seriamente para que Thomas não deixasse ela cair.

Brenda sentiu dois braços a segurando antes que ela batesse no chão.

-Te peguei. –Ele falou. Ela segurou.

-Posso fazer isso de novo? –Ela perguntou. –É bom.  –Thomas se contentou em rir e segurar Gwen que tinha pulado também.

-Então casal, eu sei que vocês estão com saudades um do outro, mas a gente meio que tem que ir antes que eles percebam que a gente pulou da janela.  –Gwen falou, cutucando Brenda no braço.

Eles correram até um beco, onde um carro preto estava estacionado. Ela sempre ficava surpresa com a facilidade de conseguir as coisas de Thomas.  Ele abriu a porta, deixando as duas entrarem e entrou depois, batendo a porta do seu lado.

-Nelson, pode levar a gente pra longe daqui, por favor? –Ele falou para o motorista de preto, que concordou e pisou fundo.

-Então, o que o senhor está aprontando esse dias, Thomas? –Ele perguntou.

-Nada de novo. Me metendo em encrencas como sempre. –Ele falou, com um sorriso nos lábios.  Aquele sorriso que fazia a vontade de Brenda de puxar ele para perto e sentir seus lábios sobre os dela novamente ainda maior.

-Onde é a primeira parada? –O motorista, Nelson, perguntou. Gwen indicou um endereço para ele, e pulou para o banco da frente, “para ver a paisagem melhor”. Brenda sabia muito bem o que ela queria dizer.

Thomas passou seus braços pela cintura dela, a trazendo para perto. Ela escondeu o rosto na curva de seu pescoço, sentindo aquele cheiro de sabonete de limão e pasta de dente que era familiar.

-Obrigada por me tirar de lá. –Ela murmura baixinho, com a voz abafada pela camisa de Thomas.

-Não precisa agradecer. –Ele responde, beijando seu rosto.  Eles passam o resto do caminho em silêncio, Brenda simplesmente ouvindo a respiração leve de Thomas, fazendo ela fechar os olhos e sorrir silenciosamente.

Quando eles chegam no endereço, Gwen desse do carro, e Brenda vai atrás dela.

-Você vai me ligar, certo? – A ruiva pergunta, puxando Brenda para um abraço.

-Sempre. Promete que vai se virar e que não vai arrumar problemas?

-Mas Brenda... –Ela fala com um tom de brincadeira, fazendo bico.

-Eu vou tentar te visitar. –Brenda fala, e fica observando enquanto Gwen bate na porta e é cumprimentada por uma senhora de cabelos brancos. Depois de alguns minutos, ela entra no carro de novo, os olhos inchados com as lágrimas. Thomas para os braços em volta dela, e não fala nada enquanto o carro segue o seu caminho.