The Perfect Ball escrita por Rocky


Capítulo 3
Take me away


Notas iniciais do capítulo

Hey! Desculpem a imensa demora, sério.
Eu passei um tempão sem escrever, acho que mais de um ano, por diversos motivos, mas resolvi continuar a fic agora alskdjfçalksjd espero que não estejam querendo me matar. Dessa vez vai XD



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Imaginei que já havia bastante tempo que eu estava ali deitada, sem conseguir fazer nada. Mas o que eu faria? Não restava nada. Olhei para o relógio na parede e vi que indicava 11:37, eu já deveria estar na escola há várias horas. Porém, o que faria lá se não ser julgada e maltratada? Era isso o que acontecia com pessoas que se afundavam. E eu tinha me afundado mais do que todos.

Tentei esquecer partes do que havia acontecido ontem, mas parecia que estava tudo gravado a ferro em minha cabeça. Tentei arrumar algum motivo para levantar e fazer alguma coisa, não encontrei. O que tinha acontecido? O que eu tinha feito para merecer isso? Eu queria deixar de existir agora ao menos até tudo acabar. Vi uma tesoura afiada no canto do quarto, perto do tapete branco que agora tinha pequeninas marcas vermelhas. E então olhei para o meu braço que agora tinha vários riscos vermelhos e inchados, e comecei a chorar novamente. Se havia alguma chance das coisas melhorarem, eu tinha acabado com tudo agora.

Sempre ouvi dizer que não importa o que aconteça, não faça nada que não possa consertar depois. E eu tinha feito exatamente o oposto. Como se não fosse suficiente perder tudo o que eu amava.

Uma parte de mim me dizia para ser forte e aguentar, mas era uma parte muito pequena e sem influência. As lágrimas me traziam um prazer que levantar e continuar seguindo não conseguiriam, então foi o que eu fiz. Afundei o rosto no travesseiro e desmoronei, toda e completamente vencida. Sentia como se tudo o que eu tivesse construído em vários anos se transformara em pó.

No entanto, alguém bateu na porta e me tirou um pouco desses pensamentos, apenas para trazer outros bem piores. Algo dentro de mim morreu um pouco mais ao ver a passagem de avião nas mãos da minha tia.

Ela entrou e parou ao meu lado. Não conseguia ver seu rosto, pois eu estava com a cabeça no travesseiro, mas sabia que ela estava ali. E sabia que tinham passado minutos até que ela falasse alguma coisa.

– Tem que sair daí. Não pode ficar deitada pra sempre.

Eu continuei em silêncio. Preferia que ela saísse.

– Estou falando com você, Piper. E seria melhor se me ouvisse.

– Estou ouvindo. Não quero outra lição de moral por algo que não fiz.

– Negar a si mesma não vai diminuir a culpa.

– E me contentar com uma mentira?

– Não vou mais discutir com você. Há milhares de coisas que eu gostaria de dizer, mas você já deve imaginar a maioria. Eu queria dizer que sinto muito... Mas não sinto.

– Não sinta pena. É o mínimo que pode fazer por mim.

Ela respirou para falar algo mais, mas desistiu e foi embora. Melhor que fosse. Não queria ficar ainda pior, se é que era possível.

~~

O barulho do aeroporto movimentado me incomodava mais do que qualquer outra coisa. Tia Claire me levara lá no dia seguinte ao que me entregou a passagem.

Agora, havia 6 cicatrizes em meu antebraço direito. Não era algo que me orgulhava, mas... Não gostava de pensar no quão baixo era o nível que eu chegara a ponto de ter de me mutilar para aplacar um pouco a dor.

Levantei da cadeira da sala de espera para ir ao banheiro uma última vez, antes que meu voo partisse. Entrando lá, encontrei duas garotas da escola. Não era possível. As coisas sempre insistiam em ficar piores e piores. Entrei voando para um box, sem olhar nenhuma delas nos olhos. Porém, quando saí, as duas me olharam com nojo.

– Veja só quem está aqui. Piper Drogada. – disse a loira. Tentava me lembrar do nome dela, mas não conseguia. Que se foda. Andei a passos rápidos para a porta do banheiro, contudo ela segurou meu braço.

– Me solta! O que tem na cabeça?!

– Um cérebro, ao contrário de você! Se for para usar drogas, que use direito – a loira riu para a menina do lado. Elas me davam nos nervos.

– Vai cuidar da sua vida, otária. – gritei, soltando meu braço de supetão. Idiotas. Uma lágrima escorreu pela minha bochecha antes que eu conseguisse impedir. O aviso para embarcar soou na voz robótica de uma mulher, e eu entrei no avião. Queria deixar tudo pra lá, então tomei 3 comprimidos e apaguei.


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Notas finais do capítulo

Já tenho outro capítulo pronto, então comentem ♥