Do You Speak Italian? escrita por Caroline Lemos, Caco


Capítulo 27
Claire - Parte 13


Notas iniciais do capítulo

Gente, as coisas tão meio corridas por aqui. Eu tenho uma ordem de ficar em absoluto repouso porque a gravidez é de risco, espero que entendam. Eu não revisei esse capítulo antes de postar, então se encontrarem algum erro me avisem!
Espero que gostem!
Ah, antes que me esqueça CHEGAMOS AOS 100!!
Aêee! Muito obrigada gente, de verdade! Vocês são umas lindas!
Aproveitem o capítulo!



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Tive que reunir toda a minha força de vontade para interromper aquele momento, mas eu já estava dando sorte demais ao azar deixando de atender o celular. Fui na direção de onde o toque do celular era mais alto e encontrei-o facilmente dentro da gaveta da cômoda.

–Evan? – atendi o celular rapidamente quando vi que era o número dele.

–Cadê você, pirralha? – ele parecia divertido.

–Estou um pouco... hm... –pensei no que dizer e dei uma olhada em Tom, me fitando com curiosidade, ainda sentado na cama –ocupada. – conclui.

–Sei... – Evan riu. –O que quer que esteja te ocupando, Suzan está procurando você feito louca.

–Merda – não consegui evitar o palavrão.

–Relaxa. Eu disse a ela que você teve um problema com o vestido e foi leva-lo na costureira.

–E ela engoliu? – perguntei, esperançosa.

–Sim. Mas você tem que estar em casa logo.

–Eu vou estar. Te devo essa, Evan – eu disse, antes de desligar.

–Quanto tempo leva pra chegar de taxi até a sua casa? – Tom perguntou, enquanto eu ia até ele. Sentei de lado em seu colo e ele passou seus braços ao redor da minha cintura.

–Acho que uns vinte minutos, nem isso. – dei de ombros. –Por quê?

–Pra saber quanto tempo ainda temos – ele sorriu torto. Eu o encarei de volta, com um olhar sério. O moreno distribuía leves beijinhos pelo meu pescoço.

–Seria melhor não abusarmos da boa vontade da Sra. Suzan. – eu disse, fechando os olhos. Tom subiu seus lábios até encontrar os meus e juntou-os com vontade.

–Por favor. Fica só mais um pouquinho – ele insistiu e eu apenas ri, empurrando-o para trás até que ele ficasse deitado na cama comigo por cima dele. Voltei a beija-lo com a mesma intensidade de antes e o garoto passeava com as pontas dos dedos por toda a extensão das minhas costas, até que passou os braços ao redor da minha cintura com firmeza, encaixando melhor meu corpo no dele. Aquela sensação me causava arrepios. Ele então afastou com cuidado os fios de cabelo que caiam pelo meu rosto, dando beijos e leves mordidas por toda a extensão do meu pescoço. Me afastei um pouco e fiquei encarando-o. Ele me encarava da mesma forma, ofegante.

–Acho melhor eu ir, Tom – eu insisti e ele fez uma careta como se estivesse com dor. Eu ri de sua expressão e me levantei, arrumando o cabelo.

–Acabei de fazer uma constatação.– ele disse, me levando até a porta.

–Ah é? – o encarei, curiosa.

–Unhum. Cheguei à conclusão de que estou apaixonado – ele sorria pra mim.

–Uh. E quem é a sortuda? – perguntei, sorrindo também.

–Ela é tão linda... – ele suspirou. E eu apenas ri, um pouco sem jeito.

–Te vejo na aula amanhã? – eu dei um selinho nele quando estávamos no portão. O taxi ainda estava lá esperando, como o combinado. Ele seria muito bem pago por isso. Já estava me virando para ir embora quando Tom puxou meu braço, fazendo-me voltar para perto dele. Juntou seus lábios aos meus de forma mais carinhosa do que há poucos minutos.

–Bem melhor – ele sorriu quando descolamos os lábios. O moreno ficou me acompanhando com o olhar até o taxi sair.

–Agora vamos para esse endereço – eu entreguei o papel com o endereço de casa para o taxista. Eu precisava correr até em casa e achar o tal vestido que Evan disse para Suzan que eu tinha ido levar na costureira. Apalpei os bolsos à procura do celular para olhar a hora, mas ele não estava ali. Olhei inutilmente dentro da bolsa, mas lembrei que ele tinha ficado em cima da cama do Tom. Não estávamos tão longe, achei melhor voltar. O motorista não ficou muito contente, mas ele ganharia mais do que em uma semana inteira de trabalho naquelas poucas horas. Desci correndo do taxi para buscar o celular e a cena que eu vi no portão fez meu coração disparar sem aviso. Tom estava abraçado com uma menina. Nada demais, a princípio, exceto pelo fato de que aquela era a garota que eu tinha visto no porta retratos no quarto dele. E ele não tinha mostrado nenhum outro quarto da casa que pudesse ser de uma irmã. A menina abraçava-o, sorridente. Quando se soltaram Tom olhou pra mim, parada em frente ao portão. Seus olhos se arregalaram no mesmo instante.

–C-Claire – ele gaguejou, o que fez a garota olhar para mim.

–Eu esqueci meu celular – eu disse, depressa.

–Quem é ela? – a garota disse, em italiano. Encarava-me de cima a baixo como se me analisasse. Ela era muito bonita. Tinha os olhos verdes, da mesma cor que os de Tom e os cabelos chocolate até quase na altura da cintura. Ficamos os três em um silêncio tenso por alguns segundos.

–Você entrega o celular para a Vicky amanhã – eu disse seca e me virei para ir embora. Ele não disse absolutamente nada. Segurei as lágrimas até entrar no taxi e disse ao motorista que já podíamos ir. Quando o carro dobrou a esquina, eu desabei as lágrimas que já não consegui conter. Minha mãe, é claro, estava furiosa comigo. Já havia algumas pessoas na sala para a reunião, mas não me importei sequer em cumprimenta-las. Corri direito para o meu quarto e tranquei a porta, me jogando na cama. Pouco tempo depois ouvi Suzan bater na porta.

–Claire, você pode, por favor, fingir que é uma filha bem educada? Pelo menos até o final da reunião.

–Desculpa, mãe, eu não posso – respondi com a voz embargada de choro. Ela ficou um tempo em silêncio.

–Se você não sair desse quarto agora, você pode esquecer esse show. – ela disse, seca. Hesitei um pouco em abrir a porta, mas acabei por chorar ainda mais e desisti de fazê-lo. Não teria mais graça ir pra esse show. Depois de um tempo Suzan simplesmente desistiu e foi embora, me deixando chorar até adormecer no quarto escuro. Acordei lá pelo meio da madrugada, minha cabeça pesando. Precisava comer alguma coisa, não tinha acordado para o jantar. Tentei fazer o mínimo de barulho possível e fui até a cozinha procurar algo pra me alimentar. Achei um pedaço de queijo na geladeira e coloquei-o sobre a mesa, pegando uma faca na gaveta com a outra mão.

–Lanchinho da madrugada? – Evan sussurrou, me fazendo pular da cadeira.

–Que susto, Evan! – eu ralhei, baixinho e ele riu, sentando-se na cadeira ao lado.

–O que foi que aconteceu pra você ficar daquele jeito? – ele parecia preocupado.

–Ele tem uma namorada italiana – eu não o encarava.

–O carinha que gosta de Green Day? – ele perguntou e eu assenti. –Filho de uma... – ele se interrompeu, cerrando os punhos. Não evitei que uma lágrima escorresse pelo meu rosto e encostei a cabeça em seu ombro. – Ele não sabe o que perdeu. – Evan disse, ainda parecendo irritado. –Sabe do que você precisa? – ele mudou a expressão, de repente.

–Do que? – sequei a lágrima, encarando-o.

–Maratona de séries! – ele sorriu. –Faz pipoca que eu vou dar uma limpada no meu quarto, ai você vai pra lá – ele disse, mais como uma ordem do que qualquer outra coisa. –e muita Coca-Cola – ele disse, por fim. Não pude evitar de rir, mas não discuti. Passamos o resto da noite assistindo episódios das séries que ele mais gostava. Evan estava certo, aquilo evitou mais algumas horas inúteis de choro e, sinceramente, o culpado por aquelas lágrimas não as merecia. Peguei no sono quando já estava quase amanhecendo. Pouquíssimo tempo depois o despertador tocou, mas Evan desligou-o antes que eu levantasse.

–Fica dormindo. Vou lá dizer pra mamãe que você não está se sentindo bem e vai ficar em casa – ele disse e eu apenas assenti, virando para o outro lado.

–Obrigada, Evan – eu disse, quando ele já estava na porta. O moreno sorriu antes de fecha-la. Acordei quando já estava na hora do almoço, o corpo todo dolorido. Evan já tinha saído de casa. Suzan não trocou nenhuma palavra comigo durante o dia inteiro, mesmo eu tendo ajudado com os preparativos para o chá. Ela não ia voltar atrás, eu tinha certeza disso. Lá pelo meio da tarde o porteiro avisou que Vicki estava subindo e fui abrir a porta pra ela. A morena chegou ofegante, com o meu celular na mão. Entregou-me assim que entrou.

–Menina, ta tudo bem com você? Não é de faltar – ela ainda estava ofegante. Provavelmente tinha vindo de escada. Eu cansei de avisá-la que tínhamos um elevador. Eu só vinha de escada por gosto, ela não precisava fazer o mesmo. Ainda mais considerando que ela tem asma.

–Não estava me sentindo bem – respondi, pegando o celular.

–Tom pediu pra te entregar. Ele está desesperado pra falar com você.

–Hum – eu disse, um pouco irritada.

–Claire, ele me disse o que aconteceu. A Cecília, ela...

–Ah, então é esse o nome dela? – a interrompi.

–Claire, ela... – Vicki tentou dizer outra vez, mas eu a interrompi novamente.

–Eu sei o que ela é. E não quero saber de nada que tenha a ver com aquele Thomas – eu disse, encerrando o assunto. Vicky tentou protestar, mas acabou desistindo.

–Você vai pra aula amanhã? – ela disse, por fim.

–Eu acho que sim – respondi, sem animação. A morena passou o resto da tarde ali comigo. Tentou voltar no assunto Cecília por algumas vezes, mas eu sempre cortei. Será que ela não entendia que eu não queria saber qual era a desculpa dele? Sabia muito bem o que tinha acontecido. Eles terminaram porque ele viria, e agora ela está aqui. Já entendi que estou sobrando e eu não vou ser o motivo de nenhum relacionamento terminar.

Acordar pra ir pra aula no dia seguinte foi terrível. Meus horários de sono estavam todos desregulados por causa dos outros dias. Tinham quinze chamadas não atendidas no celular. Eu sabia que era o número do Tom. Não dei importância. Estava sem paciência até mesmo para escovar os cabelos, então simplesmente prendi num coque alto. Meu pai ficou feliz por eu finalmente ceder e deixar que o motorista me levasse para a Escola. Mal sabia ele que eu só estava cansada demais para caminhar até lá. Respirei fundo antes de entrar na Escola e tentar ignorá-lo.

–Claire! - Tom gritou no final do corredor. Eu não tive a mínima vontade de responder. Continuei andando, segurando uma lágrima que insistia em cair. Não acredito que ele estava fazendo isso comigo. Não acreditava que ele tivesse a capacidade de ser tão cínico e cretino a esse ponto. O garoto correu até me alcançar e passou a andar ao meu lado. -Não me ouviu, Claire? - Ele sorria de maneira doce. Mas eu não cairia mais naquele sorriso. Ele me olhou confuso pela minha falta de resposta. Continuava fingindo que ele não existia. -O que aconteceu? - ele ergueu uma sobrancelha.


–Quando pretendia me contar que você tem uma namorada? - disparei, com raiva, não contendo mais as lágrimas. Ele entendeu imediatamente do que eu estava falando.

–Ah. Foi por isso que você não me atendeu – ele olhou para os próprios pés. –Olha, me desculpe não ter te contado sobre a Cecília. Só me deixa, por favor, explicar agora – seu olhar era suplicante. Eu acenei com a cabeça, para que ele prosseguisse.




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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? O que vocês acham que tem entre o Tom e a Cecília?



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