Eterno escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 3
03.


Notas iniciais do capítulo

Ei gatitas, como estão?
Estou feliz que estejam lendo e gostando da Eterno, cês são lindas e fofas demais ): Obrigada mesmo! <­­3
Com drama e romance ~awn~ cá está mais um capítulo com Edward sendo espetacular novamente. Espero que gostem.



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10 anos depois...

http://www.youtube.com/watch?v=5GzQ2IDzeRE

True Colors – Glee

Me mostre um sorriso então, não fique infeliz.

A doença de Bella estava cada vez mais evidente e presente no cotidiano da família.

Os esquecimentos eram constantes e outros problemas físicos – e psicológicos – apareciam. A idade podia ser cruel com as pessoas. E parecia estar ainda pior com ela.

Era difícil (ou uma merda) esquecer as coisas. Nomes, lugares, datas... Memórias. Estava esquecendo os melhores momentos de sua vida.

Era como se toda sua vida fosse um filme e começasse a ficar borrado e fora de foco – como a visão de uma pessoa com miopia e astigmatismo ao tentar enxergar algo longe sem óculos, então tem que apertar os olhos ao máximo possível pra ver com clareza –, assim ela tinha que se esforçar para lembrar coisas que antes fazia num piscar de olhos. E com o tempo o borrado e fora de foco ficavam ainda pior, tornava-se um filme antigo e sem qualidade, como uma televisão com antena e péssima recepção. E então alguns pedaços simplesmente sumiam. Uma sensação de vazio lhe dominava.

Era horrível ver Edward, se lembrar dele, saber quem ele era, toda a importância que tinha em sua vida, saber que lhe amava com toda a sua alma e coração... Mas simplesmente não lembrar seu nome. Confundi-lo com o filho, Anthony, ou o falecido pai, Carlisle, e até o irmão dele, Emmett.

Esquecer coisas pequenas sobre a vida dos dois ou dos filhos. Às vezes esquecer que eram casados, às vezes pensar que ainda estavam no colégio. Confundir épocas, passado com presente. Esquecer coisas da rotina, esquecer o que estava fazendo ou o que faria em poucos segundos. Esquecer palavras, nomes das coisas ou simplesmente parar no meio de uma frase sem saber como continuar.

E então os problemas de seu corpo. Envelhecer já não era um mar de rosas, mas envelhecer com a doença era ainda pior. Estava lenta, com um pouco de dificuldades para fazer alguns movimentos, cuidar de si mesma ou da casa. E então as mudanças de humor que tudo isso lhe fazia ter – ora feliz, ora chorosa, ora levando tudo na esportiva, ora simplesmente querendo que tudo fosse para o inferno e morrer de uma vez.

Tudo somado a fazia se sentir deprimida com mais frequência, por ser um peso quase morto e dar tanto trabalho. E ao mesmo se sentia a pessoa mais abençoada, sortuda e amada existente.

Edward não reclamava em nenhum momento; mesmo quando tinha que lhe ajudar nas tarefas mais básicas de uma pessoa normal, estava sempre pronto para lhe ajudar e sempre o fazia com um grande sorriso nos lábios e ao fim sempre lhe dizia “eu te amo” e beijava sua testa, como sempre o fez desde a adolescência.

Bella, por sua vez, sempre queria chorar nesses momentos. Era tão injusto que ele tivesse que aguentar tudo aquilo por ela, mas não ele parecia se importar e sempre fazia tudo com dedicação e carinho.

Não importava todo o trabalho que lhe dava, e olha que estava começando a dar muito trabalho. No final, ele sempre a fazia sorrir, rir e ver o lado bom das coisas, não a deixava desanimar. Sempre lhe lembrava de que ela era tudo pra ele e que tudo o que fazia era por puro egoísmo, porque sem ela nada faria sentindo, nada lhe importava.

Não importava a grande dor na bunda que ela fosse, ele só conseguia lhe amar e amar cada vez mais. E demonstrar isso a cada pequena gesto, a cada palavra, a cada sorriso sem motivo.

E era totalmente recíproco, porque a cada dia se via mais e mais apaixonada pelo marido. Se isso lá era possível.

Me chame porque você sabe que estarei lá.

— Edward, estamos ficando velho. Eu estou ficando velha! — Bella resmungou irritada, assistindo o marido colocar a bandeja com rosbife no forno.

Edward riu e se virou para a esposa com um sorriso divertido – e irritante – nos lábios.

— Você, que é sempre tão perceptiva, só percebeu isso agora, Senhora Cullen?

— Idiota. — ela revirou os olhos, apesar de estar sorrindo.

— Estamos envelhecendo desde o dia em que nascemos, mas é que agora na nossa idade está tudo mais evidente.

— Eu vou acabar virando uma imprestável. — choramingou. — Isso é ridículo.

— Você está com sessenta anos e eu ainda sinto vontade de transar contigo em todos os cantos dessa casa. Bem, você não está tão mal assim, querida.

— Não é que não estão tão mal, você que é um velho tarado e pervertido, Cullen. — revirou os olhos, fazendo-o rir ainda mais. — Eu estou me tornado um estorvo pra você, pra todos.

— Você não é estorvo pra mim, Bella.

— Sim, eu sou! — aumentou o tom de voz, mas então suspirou. — E vou ficar ainda pior. Céus, Edward, você só devia me colocar em uma clínica de reabilitação e pronto, seguir com a sua vida.

— Isso sim é ridículo. Minha vida é com você, coisa teimosa! É na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, todos os dias de nossas vidas até que a morte nos separe. Foi a nossa promessa, minha promessa. E eu pretendo cumpri-la.

— Edward...

— Eu preciso de você e você precisa de mim, por isso ficamos bem juntos. Por isso vamos ficar juntos até o fim.

— Isso não é justo! Não é justo pra você, porque eu sempre vou precisar mais de você... — fungou, enquanto as lágrimas se acumulavam em seus olhos. — Do que você de mim.

— E eu não me importo com isso, porque eu não quero justiça, eu quero você. Eu quero ‘nós’. E eu tenho tudo o que eu queria e precisava. E tudo por sua causa.

Bella piscou forte e as lágrimas desceram por seu rosto, marcando-o com a água salgada e um beicinho em seus lábios.

Edward se aproximou e enxugou a lágrima suavemente com o dedão, enquanto segurava seu delicado rosto entre as mãos.

— Sabe querida, você não está mais na idade de ter surtos de insegurança. Depois de tantos anos em um casamento feliz, dois filhos incríveis, depois de passarmos por tanta coisa juntos, você acha realmente que eu te largaria assim?

— Á merda, Cullen, eu sou uma mulher. Não importa minha idade, sempre terei surtos de insegurança, faz parte da genética feminina. Não é minha culpa, é a minha vagina. — murmurou fazendo beicinho. Edward riu, acariciando sua bochecha com o dedão.

— E você está tão, tão errada, meu amor. — sorriu carinhosamente agitando a cabeça. — Porque eu sempre precisei muito de você, sempre, e você sempre esteve lá por mim. Então, por favor, me deixe estar aqui por você também. Não pra que eu possa retribuir qualquer coisa ou por obrigação, mas simplesmente porque eu quero. Porque eu te amo.

Eu amo você também. — Bella sussurrou assentindo.

E ele beijou o alto de sua cabeça suavemente, então beijou sobre uma lágrima em sua bochecha e então seus lábios.

— Nós fizemos um bom trabalho, minha Bella. Aproveitamos nossa juventude, tivemos bons momentos e aventuras, tivemos e criamos dois filhos ótimos, os vimos se tornarem adultos exemplares, se casarem e então os nossos lindos netos. Passamos uma linda vida inteira, felizes e juntos, o que mais podemos querer? Se nos preocuparmos tanto com o resto acabaremos loucos.

— Além de sem memória ficarei louca? Uau, que lindo. — ela zombou, fazendo-o rir mais.

— Sem memória, louca e ainda assim a mulher da minha vida. Deixa as coisas acontecerem amor, é o ciclo da vida.

— Você está assistindo muito Rei Leão com seus netos. — brincou.

Edward gargalhou. E como ela amava sua risada.

— Talvez, mas esse é realmente o ciclo da vida. Nascer, crescer, viver, morrer. Estamos quase no final desse ciclo, depois no encontramos do outro lado e ficaremos juntos para sempre.

— É nos encontramos do outro lado. — Bella sorriu e o abraçou pela cabeça, sentindo pousar o rosto em seus cabelos, enquanto descansava a cabeça em peito seu largo peito.

O abraço de Edward, seu abrigo e lugar favorito no mundo. Eternamente.

Brilhando por dentro, eu vejo suas cores reais e é por isso que eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Quem quer um Edward desses põe o dedo aqui que a casinha vai fechar, é um, é dois, é três e já... ): KKKKKKKK Sem palavras pra ele né?
Obrigada a todas lendo e comentando. As fantasminhas, se aproximem, são todas muito bem vindas; adoro/adoraria saber o que estão achando.
E espero vocês no próximo. Até amanhã, bjsbjs s22