O namoro dos dois andava bem. E eu, bem, eu estava apenas suportando aquilo. A minha desculpa para não ficar perto dos dois quando eles estavam de mimimi era sempre a mesma:

– Que vontade de vomitar vendo vocês dois nesse mimimiawawawblablabla e grudegrude de vocês, to indo pra cozinha, vou fazer alguma coisa pra comer enquanto vocês dois "namoram". Porquê isso não é namorar, vocês estão praticamente se comendo, e pior: na minha frente. Vocês deveriam se envergonhar!

– Nós aguentamos você e o Matheus sempre e nunca falavamos nada, agora tu fica ai de mimimi pra cima da gente né Jessica? Tudo bem, quando tu arrumar um namorado vou te deixar sozinha com ele, ai ele vai poder te estrupar a vontade.

– Ai credo Guilherme! Vai se ferrar, por favor, obrigada. A Pamela não vai te estrupar não, tá? Fica de boa. É mais provavel VOCÊ estrupar ela do que ela te estrupar, tu sabe né... - eu levanto uma sobrancelha e dou um sorrisinho meio que sarcastico.

– Tu não ia pra cozinha Jessica????

– Hahahaha, adoro ser incoveniente. Tchau seus idiotas, vocês que se comam sozinhos, não quero ver isso.

Só Deus sabia o quanto era dificil ver os dois juntos, ali, na minha frente, e eu não poder fazer nada, e sempre usar essa desculpinha esfarrapada para me livrar daquela tortura. A verdade é que eu não ligava em segurar uma tocha olimpica ali.

Depois, eu fiquei pensando, cara, o Matheus. Acho que já esta na hora de contar um pouco mais sobre ele.

Bem, o Matheus foi uma das melhores fases da minha vida - em parte -, ele foi o meu primeiro namorado. Eu o conheci junto com o Guilherme. Os dois eram amigos. Eu amava o Matheus, na época. Ele era lindo. Com aquele cabelo loiro, e meio cacheado. Olhos verdes, pareciam esmeraldas. Ele parecia um anjo, mas só parecia mesmo. Aquilo era um demonio em pessoa. Ele me fez muito bem, mas também me fez muito mal. Na época, foi quando eu conheci melhor o Guilherme, e ele virou meu melhor amigo. Somente o fato do Guilherme morar em frente a minha casa, já irritava o Matheus. Acho que o Matheus era a pessoa mais ciumenta do mundo. Ele começou a odiar a minha amizade com o Guilherme. Não queria que eu conversasse com o Guilherme, nem que a vaca tussa. Mas como menino nenhum mandou na minha vida, até hoje, eu continuei minha amizade com o Guilherme numa boa. O Matheus ficou tão enciumado, que começou a me bater. Toda vez que via uma mensagem do Guilherme no meu celular, ele me dava um tapa na cara, puxava meu cabelo ou até coisa pior! Eu não aguentei, então dei um fim no relacionamento. Confesso, fiquei com muito medo dele voltar e me bater até eu voltar com ele, então contei a história toda para o Guilherme. Acho que naquele momento, em que o Guilherme resolveu me proteger, foi o momento exato que eu decidi que ele era meu melhor amigo. Ele BATEU no Matheus assim que ele soube oque o canalha fazia comigo. Cara, garoto nenhum tinha feito aquilo por mim, nunca. Ele definitivamente, deu uma surra no Matheus, e aquilo foi merecido, claro. o Matheus nunca mais me procurou, passava na escola e nem olhava para mim, sabe-se lá Deus oque o Guilherme falou para ele que o deixou com tanto medo assim. Por um ano, eu sofri pelo Matheus, eu sofria muito. Por pior que fosse as coisas que ele fazia comigo, eu ainda o amava.

Tudo mudou, quando começou essa história do Guilherme e da Pamela. Pareceu que o que eu sentia pelo Matheus não era amor, era apenas atração. E o que eu sentia pelo Guilherme, aquilo sim, era amor.

[...]

Faltava quase uma semana para o aniversário do Guilherme. O certo seria eu comprar um presente para ele, mas eramos amigos a tanto tempo que nem me importei com isso.

Meu aniversário era uma semana antes do aniversário do Guilherme. Pronto, agora eu tinha 16 anos. Ele não poderia me chamar de pivete ou criança, agora eu tinha a idade dele. Bom, pelo menos, por uma semana.

Acho que eu nunca perdoaria a Pamela si ela não fosse me ver no dia do meu aniversário, tudo bem, era numa terça-feira. Ficava mais dificil para ela ir, por causa da escola e etc, mas ela tinha quer ir!

– Obrigada por vir Pam, eu te amo muito. Preciso de você aqui comigo hoje.

– É legal isso, ver que tu veio só para ver a Jessica né dona Pamela? - ele não dá nenhum sorriso, mas eu vejo pelo tom da tua voz que ele estava brincando.

– Idiota, tu sabe que eu também vim por tua causa, não é?