Passou quase 1 mês e ficou tudo "normal". Na verdade, nada mais poderia estar normal. O normal que eu falo, é, o Guilherme continuou com a Pamela. Eu continuei amando ele, e a Pamela continuou sendo feita de troxa... Aquilo me machucava tanto, tanto... Afinal, ela ainda era minha melhor amiga, e eu não queria a perder por nada. Mas enfim, ela continuava sendo feita de troxa. E eu não queria aquilo. Queria apenas parar com aquilo ou me afastar do Guilherme. Mas era impossivel me afastar dele, então imagine o quanto era dificil ficar com ele todos os dias, sem beija-lo? Era quase impossivel passarmos uma semana juntos sem haver alguns beijos... E eu me culpava muito por aquilo.

Eu já tinha me prometido que nunca mais faria aquilo que eu fiz naquela noite. Que noite infeliz, queria esquece-la, mas as cicatrizes no meu pulso não deixavam eu esquecer...

Toda noite eu chorava por causa daquilo que estava acontecendo. Em outra situação eu nunca nem suportaria a idéia de fazerem a Pamela de troxa, mas naquela situação... Ou eu salvava a minha amizade com ela e continuava com aquilo, sem contar a ela ou eu simplesmente acabava com a vida dela. Eu e o Guilherme era tudo que a Pamela tinha na vida. Si eu a contasse o que estava acontecendo, minha amizade com ela e o namoro iam por agua baixo. Então... Tinha que continuar daquele jeito. Aquilo estava me matando por dentro.

Eu estava deitada e então tudo vinha a minha cabeça, e eu começava a chorar. Chorava tanto, mas tanto... Eu chorava como si a minha alma fosse sair junto as lagrimas. Eu sei que já tinha me prometido que não iria mais fazer aquilo, mas na hora eu me lembrei que quando eu fiz aquilo na ultima vez, minha culpa foi embora, pelo menos por um segundo, e aquilo foi o bastante. Eu me cortei pela 2ª vez. Dessa vez, não foi nos pulsos e sim na barriga. Na barriga doeu mais do que nos pulsos, mas doeu só no começo. Depois ardeu um pouco mas foi bom aquela sensação.

[...]

O Natal estava quase chegando, faltava 3 dias para o dia 25 de novembro! Uhu! A Pamela não tinha ido passar as férias na minha casa, ela ia somente nos finais de semana. Aquilo foi um tanto.. Estranho? Mas enfim. Minha mãe e a mãe da Pamela eram amigas, mas não tanto como eu e a Pamela. Elas sempre passavam o Natal e o ano novo juntas. Mas esse ano, foi diferente.

– Olha filha, si tu quiser passar o Natal com a Jessica e c

om o Guilherme, pode passar, eu não vou ficar chateada ta? - disse a mãe da Pamela. Eu e o Guilherme estavamos ouvindo a conversa sem querer no outro comodo.

– Ai mãe, sabe o que é... É que eu não quero ficar muito tempo com o Guilherme, ele ta tão... Meloso. Eu não sabia que ele era assim... - eu olho para o Guilherme e arregalo o olho, mas... que merda é essa?????

– Você não gosta mais dele filha?

– Ai mãe... Eu tenho medo de não gostar mais dele, sabe? Mas eu ainda sinto alguma coisa por ele, mas não é como antes...

– Olha filha... Si tu não gosta mais dele, não fica fazendo ele de bobo, termina logo de uma vez para evitar um sofrimento maior.

– Eu sei mãe, eu sei...

Ótimo, a Pamela não gostava mais do Guilherme? Isso por um lado... É, bom? Não sei, mas eu soltei um sorriso tão idiota e me esforcei para que o Guilherme não percebesse.

– Tu ta gostando de alguém filha?

– Mãe... Acho que sim. - e ela não tinha me contado nada?! mas... que bela amiga - Depois da ultima briga minha com o Guilherme por causa do aniversario dele, eu não sentia mais aquele calor de antes, sabe?

– Sei, mas... Tu ta gostando de quem?

– De um menino da escola mãe... O nome dele é Otavio, ele é tão fofo comigo! E ele também gosta de mim! Isso é um bom sinal?

– Não sei filha, mas você tem que conversar com o Guilherme, não pode ficar fazendo ele de bobo, né?

– Eu sei mãe...

[...]

O Guilherme não conversou comigo sobre aquilo. Quando elas pararam de falar, ele saiu do quarto. Eu segui ele até a sala e perguntei si ele estava bem, e ele respondeu com um sonoro "sim". Ai meu Deus, agora eu não estava me sentindo tão culpada assim... Graças a Deus!

– O que você vai fazer em relação a isso Gui?

– Nada. Vou deixar para ela essa missão para ela, hahaha.

– Mas.... E si ela te trair com ele?

– Tudo bem, ai agente vai ficar kit, porque eu trai ela com você, lembra? - ele solta um sorriso malicioso.

– Ei! Fala baixo, ta todo mundo aqui em casa e alguém pode ouvir... Você não quer isso, quer?

– Não, claro que não.

– Então cala boca viado.

[...]

A Pamela chama o Guilherme para conversar em um canto. Meu Deus! Será que ela vai contar para ele sobre o tal de Otávio???? Tomara que sim!!! Ai minha culpa acabava e ficava tudo bem, pelo menos, quase tudo bem.

– Então Gui... - ela não chamou ele de mor? Nossa, esse lance de Otávio era séria mesmo. -Agente precisa conversar ne? - ele me manda uma mensagem falando "Acho que é agora, será mesmo???? Si for, quando eu sair daqui, te lasco um beijo! Bjo".

– Não sei, precisa?

– Sim... Eu deveria passar o Natal aqui - ah, não é sobre o Otávio, que pena... - mas vou passa-lo com a minha mãe, ta?

– Tudo bem.

– Tu não vai ficar chateado comigo ne?

– Não amor, relaxa.

– Então ta, obrigado por entender - ela da um beijo na bochecha dele, tipo, oi? - te amo. Vou me arrumar para ir embora...

– Vai lá. - ele não respondeu com um "te amo" U-A-U!

Ele sai do quarto e vai para a sala e começa a me contar o que ela tinha me falado.

– Que pena que ela não falou do Otavio né Je? Ai nós já terminavamos e eu podia lascar o beijo que eu prometi - ele dá um sorriso irônico.

– Quem disse que você não pode dar esse beijo agora? - não sei o porque falei aquilo, mas falei... E ele me beijou. Agora não estava mais me sentindo uma traira, ela nem gostava mais dele... - ta bom, chega né? Vai que alguém vem aqui e vê agente se beijando? Vai ficar chato não é?

– É, mas... Só mais um pouquinho - ele me beija denovo, mas dessa vez, bem rapido.

[...]