A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC


Capítulo 7
Capítulo 7 - Baile de Halloween


Notas iniciais do capítulo

Links que irão precisar:
Música (Taylor Swift - Enchanted) - http://www.youtube.com/watch?v=lJpKQkzrJTo
Vestido de Teresa - http://asminhasfanfics.blogspot.pt/2012/09/a-arma-de-esther-teresa-capitulo-7.html



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258312/chapter/7

Capítulo 7 – Baile de Halloween


–Estás linda, filha – disse Joana a Teresa enquanto via a filha a olhar-se ao espelho, alisando o vestido.

–É, realmente estou.

–Uma perfeita Cinderella. Só te falta o Príncipe Encantado.

Teresa revirou os olhos.

–Mãe, sabes que esse não é o meu foco agora.

–Eu sei, eu sei, mas tenho a certeza que assim que chegares á escola todos os rapazes vão desejar poder ter sido o teu par esta noite.

–A Maria é um ótimo par – confirmou Teresa, erguendo o queixo e Joana ergueu o sobrolho. – Eu sei o que queres dizer, e o que eu quero dizer é que ir com amigas também é ótimo. Pelo menos temos a certeza que não saímos de lá com o coração partido.

–Sabes que não gosto da tua perspetiva em relação aos relacionamentos. Nem tudo tem que acabar em lágrimas e corações partidos.

Teresa suspirou e olhou para o chão.

–Só gostava que o pai aqui estivesse. Que me visse agora, que visse no que eu me tornei e que me dissesse que estou linda. Que me acompanhasse ao Baile, me deixasse lá e quando acabasse ele estaria com um sorriso nos lábios e entregaria as minhas amigas às suas respetivas casas.

–Mas ele está a ver-te. Tenho a certeza que sim – murmurou Joana, erguendo o queixo da filha.

A campainha tocou e Teresa pigarreou, controlando o acesso que lágrimas que ameaçava vir.

– Vou abrir a porta. Leva um casaco quente.

Teresa acenou e a mãe saiu do quarto. Ela dirigiu-se à mesa-de-cabeceira onde tinha a foto dos pais com ela e tocou com o polegar no rosto do pai.

–Gostava mesmo que estivesses aqui.

Respirou fundo a abraçou a fotografia com força, deixando toda a melancolia vir. Quando ela chegou, ela recebeu-a, e deixou-a ir embora, como sempre fazia. Ela acreditava que superar a perda era lidar com o sentimento e depois mandá-lo embora porque a vida precisava de continuar. Tinha que continuar.

Teresa desceu as escadas e Maria estava com um cardigan que mostrava apenas os folhos do seu vestido branco. Ela sorriu mal viu a amiga e abraçou-a.

–Estás tão linda. Hoje não há ninguém que não nos resista!

Teresa forçou um sorriso e despediu-se da mãe. Maria e ela seguiram para o Baile com os pais de Maria que eram os representantes da Associação de Pais da escola, e quando chegaram ao local, já estava tudo ao rubro.

As músicas iam alternando entre lentas e mexidas, fazendo as delícias de todos os alunos que se divertiam. Teresa começou a percorrer o ginásio, sempre atenta a tudo, afinal ela era parte da organização e não queria reclamações do seu trabalho.

–Está tudo perfeito – disse uma voz masculina atrás dela e ela virou-se assustada. Era o seu professor de Português.

Ele era jovem. Bastante jovem até, e sempre tinha tido uma queda por ela, todos sabiam disso, incluindo ela, mas sabia que não iria acontecer nada entre eles. Teresa era muito responsável e sabia os limites entre professor-aluno. Eduardo, o professor, também conhecia bem isso e ele não sabia bem o que o atraía tanto para ela. Se era a sua inteligência, a sua bondade, a sua vitalidade ou a maneira como ela era excelente em tudo. Pelo menos, no que ele tinha visto.

–Obrigada, professor – falou ela, olhando para o fato dele. – Jack Sparrow, hum?

–Todos amam Os Piratas das Caraíbas – afirmou ele, encolhendo os ombros. – E aposto que está vestida de Cinderella.

–Com este vestido azul não é difícil adivinhar – Teresa corou levemente e baixou o olhar.

–Bem, não quero prendê-la. Divirta-se – disse ele e saiu do campo de visão dela.

–Ele é um gato. Ainda bem que este é o meu último ano aqui – falou Liliana aproximando-se de Teresa por trás e olhando para as costas do professor como se ele fosse a última bolacha do pacote.

–Nem acredito que acabaste de dizer isso.

Liliana enrijeceu o olhar e comentou:

–Olha quem se aproxima.

Teresa suspendeu a respiração. Vestido à Década 20 em direção a elas, vinha Klaus. Tinha um fato branco, com uma camisa branca e uma gravata às riscas azuis claras e brancas. Ele estava lindo.

–Boa noite, minhas lindas – disse ele com as mãos atrás das costas. – Devo dizer que as duas estão lindíssimas.

–Vou… ter com Carlos – gaguejou Liliana, que trajava um vestido de Julieta.

–Boa noite – disse Teresa. Uma música começou a tocar. Era lenta e suave e linda. Enchanted, de Taylor Swift.

–Desculpa, mas não resisti a pedir esta música. Vi os CDs dela em tua casa.

Teresa sorriu e aceitou a mão que Klaus lhe ofereceu. Os dois dirigiram-se para a pista de dança e ficaram de frente um para o outro. Klaus colocou delicadamente a sua mão na cintura e Teresa colocou a sua mão no ombro de Klaus. Taylor Swift começou a cantar num sussurro.

–És a mais bonita do Baile – murmurou em inglês ao seu ouvido. – Uma beleza que causa inveja e desejo.

–Muito obrigada pelo elogio – respondeu ela, em inglês.

–Vejo que trazes a pulseira que te ofereci.

–Sim. Muito obrigada, fica perfeita no vestido.

–Eu sabia que ias gostar.

–Como é que sabias que eu vinha de Cinderella?

–A tua amiga Liliana é uma boa informadora – respondeu ele, docemente.

–Andas a pedir-lhe para te informar das minhas ações?

–Sim – disse Klaus no mesmo tom. – Não te preocupes, ela só me diz o que eu quero que ela diga. Os teus segredos estão bem guardados com ela.

Teresa começou a ficar nervosa e com as pernas bambas. Ao fundo do ginásio avistou o professor Eduardo a olhar para eles com inveja.

–Talvez devamos acabar a dança por aqui – sugeriu ela, mas Klaus prendeu-a mais a si.

–Não até a música acabar.

–Gostas muito de mandar, não é?

–Maior parte do tempo. Mas não te preocupes, vou dar-te toda a liberdade que precisares para teres uma vida relaxada em Cambridge.

Teresa suspirou e apoiou a sua cabeça no peito de Klaus, o que o surpreendeu.

–Nem sei como te agradecer. Quero dizer, sei que me vais matar assim que receber o diploma, mas fico feliz por morrer realizando o sonho.

–Os sonhos são para se concretizar. E não é como se fosses fugir de mim.

–Hum – disse Teresa e afastou a cabeça dele. – Estou tentada.

Klaus enrijeceu e ela sorriu.

–Estava a brincar! Credo, tens que relaxar um pouco mais quando estás comigo! Essa pose de Macho Alfa não te fica bem.

–Mas eu sou o Macho Alfa, não preciso de disfarçar.

–Eu não disse para disfarçares, disse para relaxares. São duas coisas diferentes.

Klaus pareceu confuso e divertido com o rumo que a conversa estava a tomar.

–Ai sim? Explica-me, por favor.

–Bem, o Macho Alfa tem que estar sempre alerta a qualquer coisa, certo? – Klaus acenou que sim. – Comigo não tens que estar sempre alerta. Não é como se fosse arrancar-te a carótida a qualquer momento.

–Mas és uma arma que a minha mãe está desejosa de usar.

Teresa riu nervosa e abanou nervosa.

–Eu sei muito bem o porquê de ela me querer usar. Basta estar cinco minutos contigo para perceber o quão horrível consegues ser.

Klaus sorriu ao lembrar-se do que ela mencionava: a primeira vez que eles se encontraram oficialmente.

–Mas nunca te magoei.

–Não fisicamente e também não duvido que me magoarias se eu fizesse algo que tu não gostasses. Estou certa?

Ele já não estava a gostar nada do rumo da conversa. Teresa era demasiado perspicaz para ele, mas isso era também uma das qualidades que ele gostava nela.

–Nem por um segundo duvides que não consigo acabar contigo.

–Esther sabe disso – afirmou Teresa, mas Klaus confirmou.

–Sim, ela sabe. É por isso que eu sei que vai apanhar-te desprevenida.

Teresa tremeu nos seus braços com medo. Klaus era assustador, mas e Esther? Se ela achava que conseguia acabar com Klaus, então era igualmente ou mais poderosa do que ele.

–Não te preocupes, love. Eu vou estar preparado.

–E quando isso acontecer?

Klaus suspirou enquanto Teresa dava um giro agarrada à mão dele e voltavam à posição inicial.

–Nesse altura tudo irá acabar para ti.

–É bom que Esther compreenda que eu preciso de tirar o meu diploma.

Ele riu e isso fez cócegas no pescoço dela, arrepiando-a ainda mais.

–Um dia explicas-me essa necessidade de tirar um diploma?

–Claro que sim. Um dia.

Teresa deu mais um giro e os dois continuaram a dançar pelo ginásio. Liliana, que dançava com Carlos piscou-lhe o olho e ela revirou os olhos. Maria apontou para Klaus e disse sem som “ele é giro!”. Teresa tentou esconder a risada, mas não conseguiu.

–O que foi? – indagou Klaus.

–As minhas amigas estão mais do que felizes por eu estar a dançar com alguém do sexo oposto.

–Então não tens namorado?

–A Liliana não te disse?

–A Liliana só fala o que eu quero que fale. Não quero saber da tua vida amorosa desde que não complique os meus planos – respondeu Klaus com o tom de voz frio. Teresa suspirou de confusa. Ele tanto podia estar a rir-se, como no momento seguinte tornar-se no ser mais frio e calculista que existia.

–Bem, ela não vai interferir porque não há nenhuma.

–Não acredito muito nisso. E quanto àquele que está há horas a olhar para nós?

Klaus mudou de lugar e Teresa viu por trás do ombro dele o professor Eduardo com uma cerveja na mão a olhar para os dois.

–Credo, não! – exclamou Teresa, olhando para Klaus. – Ele é o meu professor de Português.

–Que parece gostar mais de ti do que uma simples aluna.

–Isso já não é da minha conta.

–Desde que ele não te magoe, por mim tudo bem.

–Ele não é meu namorado, está bem? – disse Teresa, parando de dançar e olhando-o com fúria. – Não duvides dos meus valores morais, porque então vamos dar-nos muito mal!

Klaus olhou-a com surpresa no olhar. A explosão dela apanhou-o fora de guarda e ele não soube muito bem como reagir áquilo.

–Isso é uma ameaça?

–É um aviso.

–É o teu ponto fraco.

–Então não toques nele! – disse ela e virou-se para sair da pista de dança, mas ele segurou-a no pulso.

–A música ainda não acabou.

–Quero lá saber da música.

Klaus não gostou do tom de voz dela e puxou-a para os seus braços.

–“Como lidar com o Klaus”, aula básica: não lhe vires as costas nem respondas mal, ou então as consequências podem ser… cruéis.

Teresa enrijeceu. Fitou-o nos olhos sem nenhum medo, mas por fim respirou fundo e acalmou-se.

–Desculpa – pediu ela. Havia demasiado em jogo para ela e sabia que Klaus podia matá-la naquele preciso momento. – Prometo que me vou controlar.

–E eu prometo que não subestimar os teus valores morais. Assim, teremos uma convivência minimamente saudável.

–Parece-me justo – concordou ela e continuou a dançar com ele.

©AnaTheresaC



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! No meu blog também irei postar um spoiler do próximo capitulo!
O que acharam do vestido de Teresa? Ela estava muito bonita, não estava?
XOXO, até domingo!