A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC


Capítulo 42
Capítulo 42 - Humanidade


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado há Milla Mikaelson! Obrigada pela recomendação, está muito lindo, adorei a tua teoria, mas não vou dizer se está certa ou errada, vou deixar-te esperar XD
Este capítulo é muito triste, e como eu ando numa moda de ouvir música muito fofas, oiçam esta enquanto lêem, por favor:
Don't You Worry Child (cover) - http://www.youtube.com/watch?v=oWA4TddxXG4



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Capítulo 42 – Humanidade

-Isto é para ti. Para andares à luz do sol – disse Klaus, entregando-lhe o anel com a pequena pedra lápis-lazúli.

-É lindo – murmurou Liliana, observando a joia. – Obrigada, Klaus.

Colocou o anel no seu dedo anelar e caminhou até á janela, onde as cortinas estavam fechadas. Abriu-as e tudo o que viu foram os últimos raios de sol.

-Agora vou poder caminhar lá fora! – exclamou Liliana, entusiasmada, sorrindo triunfante para o crepúsculo.

Já a alguns quartos de distância, Teresa tinha acabado de tomar um banho bem quente e Kol estava à sua espera no quarto com o colar.

-Klaus disse que a fonte dos teus pensamentos e da intervenção dos espíritos foi porque já não usavas o colar há muito tempo.

-Oh – murmurou Teresa, envergonhada. – Têm acontecido tantas coisas que me esqueci que tenho uma Bruxa Original à perna.

Kol sorriu perante a piada e levantou-se.

-Posso?

Teresa acenou com a cabeça e virou-se de costas para ele, erguendo o cabelo. Kol colocou o colar e ela virou-se para ele.

-Obrigada pelo que fizeste de manhã. Eu podia ter morrido.

Ele sorriu e passou os nós dos dedos pela face de Teresa.

-Acho que te esqueceste da parte em que antes de tudo aquilo acontecer, nós tínhamos discutido.

Teresa sorriu fraco.

-É. Mas esta coisa de quase morrer também me fez ver uma coisa.

-E o que foi?

-Que às vezes vale a pena viver. Liliana merece viver, mesmo sem a memória de tudo o que viveu com Carlos.

-Há uma parte da minha hipnose que eu não te contei: eu posso, um dia, fazê-la voltar a recordar-se dele. Será apenas um esquecimento temporário. Talvez daqui a um século, quando ela já estiver mais madura, eu traga a memória dele de volta.

Teresa acenou e deu um beijo no rosto de Kol.

-És um bom vampiro, Kol. Não deixes que ninguém tire essa bondade de ti.

Ele corou um pouco e colocou as mãos nos bolsos das calças.

-Eu vou ver como ela está. Ficas bem?

-Sim – murmurou ela, sorrindo e vendo-o ir-se embora do quarto.

De seguida, atirou-se para cima da cama e fechou os olhos. Sentia-se exausta devido ao que lhe tinha acontecido, apesar de ter dormido o dia todo.

Esther estava cada vez mais próxima, ela sabia disso. Aquelas vozes tinham entrado na sua mente e tentaram tomar posse do seu corpo. Ela precisava de falar com Klaus sobre isso. A luta tinha sido enorme e Teresa não sabia se da próxima vez iria conseguir lutar com toda força. Parte daquela força tinha vindo do desejo de viver, do pânico de não conseguir respirar e só engolir água. Sabia que o desfecho daquele pesadelo de Klaus estava a chegar ao fim, mas seria também o fim para eles os dois.

Não notou Klaus chegar e só o sentiu quando o seu corpo roçou no dela.

-Klaus – murmurou, abrindo os olhos e sorrindo para ele.

-Olá, sweetheart. Como estás?

-Melhor, mas cansada. Preciso de falar sobre uma coisa contigo.

-Então fala – disse ele, com um sorriso simples no rosto.

-Quando eu caí na piscina, os espíritos tentaram entrar no meu corpo.

Klaus enrijeceu.

-O quê?

-Sim. Mas eu lutei, continuo eu mesma. Não sei onde encontrei forças para tal, mas consegui vencê-los. E depois Kol apareceu e tudo parou.

-Esther está mais próxima – afirmou ele, tomando uma decisão dentro de si, não compartilhando com ninguém.

-Klaus, estou com um pouco de medo dela.

-Oh, love, um pouco de medo dela não é nada comparado com o medo que tens de mim.

E com isto, perfurou a carótida da jovem, sem dó nem piedade. Teresa foi apanhada desprevenida. Klaus nunca a tinha mordido antes e apesar dos seus corpos estarem juntos e por isso tornar aquele momento eletrizante, logo ficou doloroso.

-Klaus… estás a magoar-me.

Klaus colocou todo o seu peso sob o corpo de Teresa, esmagando-a. As suas mãos de predador prenderam os braços de Teresa acima da sua cabeça.

-Klaus… - chorou ela, tentando livrar-se daquela dor.

Klaus rosnou, um rosnar felino, e com a mão livre pressionou o outro lado do pescoço de Teresa, chegando-a mais para os seus caninos.

-Klaus! – exclamou Teresa, tentando respirar e começando a chorar. – Klaus, para!

Mas Klaus não parava. Ele tinha desligado as suas emoções. Era o golpe fatal para Teresa, para ambos, na verdade. Ela iria morrer e dessa forma Esther já não iria tentar atacá-lo. Pelo menos, até encontrar outra humana inocente como Teresa.

-Klaus, estás a magoar-me! – disse Teresa, sentindo as suas forças esvaírem-se.

Era a única coisa que Klaus podia ter feito. Ele desligou as suas emoções em prol da sua família. Ele era cobarde o suficiente para ser incapaz de tocar num fio de cabelo de Teresa com intenção de a magoar, então mandou as suas emoções para um sítio impróprio para a morder.

Ele não queria saber se as suas emoções voltariam e depois o arrebatariam, só queria saber da sua segurança. Esther estava mais perto do que nunca, usando a sua única fraqueza: Teresa. Então, ele iria eliminar essa fraqueza, como fez ao longo de séculos com todas as suas fraquezas. Era a coisa mais simples, se não fosse pelo facto de Teresa ser quem realmente amava.

Mas amor era um sentimento que podia ir embora se Klaus desligasse a sua humanidade. Assim fez, e ali estava ele, a sugar a vida da jovem que ele amava mais do que se odiava a ele próprio.

Klaus sabia que poderia dar uma morte indolor a Teresa, mas que piada tinha isso para um predador?

©AnaTheresaC


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado (a desviar-me de pedras e tomates e pudins molotov). DOMINGO haverá um novo capítulo, não se preocupem!
XOXO